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CUSTO DE CAPITAL

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Capítulo I - CUSTO DE CAPITAL 
Fonte: adaptado de Lawrence J. Gitman. 
 
O custo de capital é a taxa de retorno exigida pelo ofertante de capital de mercado para permitir que o 
preço de mercado da empresa permaneça inalterado. 
Obs.: O valor da empresa pode ser considerado o valor atual dos lucros esperados da empresa. 
Os fatores básicos em que se baseiam os custos de capitais para uma empresa são: 
• o grau de risco relativo à empresa; 
• o imposto de renda a ser pago; e, 
• a oferta e demanda por vários tipos de financiamento. 
Dois tipos básicos de risco relacionam-se c/ a empresa, o risco do negócio e o risco financeiro. 
 
Custo de fonte específica de capital 
 
Há quatro fontes básicas de fundo a longo prazo para empresa. 
O lado direito de um balanço poderá ser usado para ilustrá-las. 
 
BALANÇO 
 Passivo circulante 
 - Empréstimo a longo Prazo 
ATIVOS Patrimônio líquido 
 - Ações preferenciais 
 - Ações ordinárias 
 - Lucros acumulados 
Obs.: custo de empréstimo a longo prazo 
 
Fator fundamental que afeta os custos de financiamento 
 
Independente do tipo de financiamento utilizado, a seguinte relação geral deverá prevalecer: 
kj = rj + bp + fp 
 
kj = Custo específico dos vários tipos de financiamento a longo prazo, j 
rj = Custo libre de risco de um dado tipo de financiamento, j 
bp = Prêmio de risco do negócio 
fp = Prêmio de risco financiamento 
 
 
1.1. CUSTO DE EMPRÉSTIMO A LONGO PRAZO 
 
Exemplo: 
O custo de empréstimo a longo prazo da companhia XW era 10% no último ano, devido ao custo sem risco do 
dinheiro de 7%, um prêmio de risco do negócio de 2% e um prêmio de risco financeiro de 1%. A empresa 
atualmente deseja tomar emprestado fundos a longo prazo. 
a) se o risco do negócio e financeira do período prévio fincar inalterado e então o custo sem risco do dinheiro 
passar a ser 8%, qual deve ser o custo de empréstimo a longo prazo? 
 
Kj = rj + bp + fp 
kj = 8% + 2% + 1% = 
kj = 11% 
 
1.2. CUSTO DE AÇÃO PREFERENCIAL 
 
Ação preferencial é um tipo de capital próprio cujos titulares detêm certos privilégios, principalmente o 
direito de receber um dividendo periódico fixos. As reivindicações de acionistas preferenciais são prioritárias 
em relação as de acionistas comuns, em caso de liquidação. O acionista preferencial normalmente não tem 
direito de voto. 
 
- Calculo do custo da ação preferencial: 
 
Kp = Custo da ação preferencial 
Dp = Dividendo preferencial 
Np = Recebimentos líquidos da venda da ação preferencial. 
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Os recebimentos líquidos representam o montante de dinheiro a ser recebido, livre de quaisquer 
despesas de emissão e vedas, exigida para ser negociar a ação. 
 
Exemplo: 
A companhia XW está pensando em emitir ações preferenciais de 9%, que devem ser vendidas por R$85,00 a 
ação. O custo despendido ao ser emitir e vender cada ação deve ser R$ 3,00. A empresa deseja determinar o 
custo da ação. 
O primeiro passo para se achar este custo é calcular o montante em R$ dos dividendos 
preferenciais, já que o dividendo é declarado como porcentagem do valor nominal da ação, R$ 
85,00. O dividendo anual é R$ 7,65 ( 9% de 85,00 ). O recebimentos líquidos da venda proposta da 
ação podem ser determinados subtraindo-se os custos de subscrição do preço de venda. Isto nos 
dá um valor de R$ 82,00 por ação. 
 
Substituindo: 
 
kp = dp = kp = 7,65 = kp = 9,33% 
 np 82.00 
 
 
 
1.3. CUSTO DA AÇÃO ORDINÁRIA 
 
Ação possuída pelos “verdadeiros donos” da empresa, que são os últimos a receber qualquer 
distribuição de lucros ou ativos. O acionista comum é o “dono residual” dos ativos da firma, uma vez que em 
caso de falência ele recebe o que resta. A maioria dos acionistas comuns tem direito de voto. 
 
Há duas técnicas para medir o custo da ação ordinária: 
1ª ) Modelo de avaliação com crescimento constante / modelo de gordom 
 
2ª) Uso do CAPM Capital Asset Pricing Model para mensurar o custo da ação ordinária. CAPM = ( precificação 
de ativos financeiros ) 
 
1ª Técnica 
 
Equação: ks = D1 + g 
 Po 
 
Po = preço corrente da ação ordinária 
D1 = dividendo por ação esperado no ano 1 
Ks = taxa de retorno exigida da ação ordinária 
g = taxa anual de crescimento constante nos dividendos e lucros. 
 
Exemplo: 
A companhia XW está tentando determinar o custo de uma nova emissão de ações ordinárias, ks. O preço 
vigente, Po, de cada ação ordinária da empresa é R$ 50,00. A empresa espera pagar um dividendo, D1, de R$ 
4,00 ao fim de 2008. Os dividendos pagos sobre a ação ordinária emitida durante os últimos seis anos ( 2002 – 
2007 ) são dados abaixo: 
 
ANO DIVIDENDO 
2007 R$ 3,80 
2006 R$ 3,62 
2005 R$ 3,47 
2004 R$ 3,33 
2003 R$ 3,12 
2002 R$ 2,97 
 
 
ks = D1 + g  ks = 4,00 + 0,05  ks = 0,08 + 0,05 = 0,13  13% 
 
2ª Técnica 
 
Equação: Ks = Rf + b ( Km – Rf ) 
Obs: A empresa manteve uma taxa fixa de distribuição de dividendos de 2002 
a 2007. 
- Usar a tabela A - 1, para achar a taxa anual de crescimento dos 
dividendos, g, durante este período. Fazendo isso, encontra-se uma 
taxa aproximada de 5%. 
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Rf = Taxa de retornoexigida do ativo livre de risco a qual é geralmente mensurada pelo retorno sobre títulos 
governamentais, tais como a Letra do Tezouro 
Km = Taxa de retorno exigida da carteira do mercado de ativos que pode ser vista como a taxa média de 
retorno de todos os ativos 
b = beta 
ks = taxa de retorno exigida da ação ordinária 
 
Exemplo: 
A companhia XW, cujo custo da ação ordinária, Ks, foi calculado no exemplo precedente, empregando o 
modelo de avaliação com crescimento constante, deseja também calculá-lo empregando o modelo de 
precificação de ativos financeiros. Dam informações fornecidas à empresa por seus assessores de 
investimento, além de suas próprias análises, sabe-se que a taxa livre de risco, Rf, igual que a taxa a 7%; o 
beta, b, da empresa é igual a 1,50; e o retorno do mercado, K, é igual a 11%. Substituindo esses valores no 
CAPM, ela estimou o custo da ação ordinária, Ks, calculado abaixo. 
 
Ks = Rf + bx ( Km – Rf ) 
Ks = 7,00% + 1,50 x ( 11,00% - 7,00% ) = 7,00% + 6,00% = 13,00% 
 
 
 
1.4. CUSTOS DOS LUCROS ACUMULADOS 
 
Os lucros acumulados são uma fonte interna geradora de fundos. Quando os dividendos são deduzidos 
no lucro líquido, os fundos remanescentes são usualmente reinvestidos na empresa. Não existem custos de 
colocação associados com os lucros acumulados. Entretanto, os lucros acumulados têm um custo de capital 
associados a eles. A razão para isso é que uma alternativa ã retenção dos lucros é uma emissão adicional de 
ações ordinárias. Daí o mesmo custo de capital que se aplica às ações ordinárias também aplicar-se aos lucros 
acumulados. 
Como os lucros acumulados estão disponíveis após o imposto de renda não é necessário nenhum 
ajuste referente ao imposto. Outrossim, conforme estabelecido, esses fundos, por serem gerados 
internamente, não estão sujeitos aos custos de comissões vinculados à emissão de novos títulos. 
 
Determinando o custo dos custos acumulados 
 
O custo dos lucros acumulados é o mesmo que o custo das ações ordinárias sem ajuste para os custos de 
comissão. 
 
Exemplo: 
Se uma empresa paga um dividendo de R$ 2,00, que está crescendo 5% ao ano, e o preço da ação é R$ 
20,00, qual é o custo dos lucros acumulados da empresa? 
 
Ks= D1+g Ks = 2,00 + 0,05 Ks = 0,10 + 0,05 Ks = 0,15 x 100 = 15% 
 Po 20,00 
 
 
1.5. CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMePC) 
 
Uma medida do custo de Capital calculado, pela atribuição de pesos ao custo de cada tipo de capital ( 
empréstimo, ações preferenciais, ação ordinária e lucros acumulados ). O peso utilizado correspondente à 
proporção daquele tipo de capital na estrutura de capital na empresa, usando valores de livro ou de mercado, 
pesos históricos ou “objetivos” e agregando os resultados 
 
Cálculo do custo médio ponderado do capital ( CMePC ) 
 
Esse cálculo é feito multiplicando-se o custo específicode cada fonte de financiamento por sua 
proporção na estrutura de capital da empresa e somando-se os valores ponderados. O custo médio ponderado 
de capital, Ka, pode ser especificado numa equação, como se segue: 
 
Ka = Wi Ki + Wp Kp + Ws Kr ou n 
 
Wi = proporção de empréstimo a longo prazo na estrutura de capital 
Wp = Proporção de ações preferenciais na estrutura de capital 
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Ws = Proporção de ações ordinárias na estrutura de capital 
Wi + Wp + Ws = 1 
 
Dois pontos importantes da Equação devem ser observados: 
 
1º ) A soma dos pesos deve igualar-se a 1. Colocado simplesmente, todos os componentes da estrutura de 
capital devem ser levados em conta. 
2º ) O peso das ações ordinárias da empresa, Ws, é multiplicado seja pelo custo de lucros retidos, Kr, seja pelo 
custo de novas ações ordinárias, Km. O custo específico usado no termo de ações ordinárias dependerá do 
capital próprio da empresa ser obtido através de lucros retidos, Kr, ou de novas ações ordinárias, Km,. Essa 
distinção deveria tornar-se mais clara na discussão que se segue sobre o custo ponderado de capital ( Cm e 
PC ). 
 
EXEMPLO: 
Anteriormente, dos vários tipos de capital da companhia, a saber: 
- Custo de empréstimo, Kj = 11% 
- Custo de ações preferenciais, Kp = 9,33% 
- Custo de novas ações ordinárias, Km = 13,30% 
- Custo de lucros retidos, Kr = 13,00% 
A companhia determinou o que acredita ser a estrutura ótima de capital que tenta atingir. A companhia 
usa sua estrutura - meta de capital, a qual se baseia em valores de mercado, para calcular o custo médio 
ponderado de capital. As proporções - metade valor de mercado são dados abaixo: 
 
Fonte de Capital Proporções - meta de valor de Mercado 
Empréstimo a longo prazo 40% 
Ações preferenciais 10% 
Ações ordinárias 50% 
TOTAL 100% 
 
 
Tabela nº 01 
Cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital da Companhia. 
 
Fonte de Capital 
 
Proporção - meta 
( 1 ) 
 
Custo 
( 2 ) 
Custo 
Ponderado 
[ ( 1 ) x ( 2 ) ] 
( 3 ) 
Empréstimo a longo prazo 40% 11% 4,40% 
Ações preferenciais 10% 9,33% 0,933% 
Ações ordinárias 50 % 13,00 6,500% 
TOTAIS 100% 11,833% 
 
Custo Médio Ponderado de Capital = 11,833% 
 
 
 
 
1.6. CUSTO MARGINAL PONDERADO DE CAPITAL (CMgPC) 
 
Um gráfico que relaciona o custo médio ponderado de capital da empresa a um nível de novo 
financiamento total. É uma função crescente do nível de novo financiamento total. Em combinação com o 
gráfico de oportunidades de investimentos fornece um mecanismo para determinar o nível ótimo de novo 
financiamento investimento total. A utilização de mais do que um certo montante de um dado tipo de 
financiamento eleva o custo específico daquele tipo de financiamento, aumentando o custo médio ponderado 
de capital para todos os montantes de financiamento. 
As corporações não possuem fontes de fundos ilimitados disponíveis para investimento. Os 
investidores do mercado ficam preocupados quando as corporações excedem suas capacidades financeiras. O 
mercado, sendo um mecanismo eficiente, incorpora todas as informações sobre cada empresa e, então, 
compara os méritos financeiros de uma empresa em relação a outra. Se uma empresa tenta expandir seu 
financiamento além de tal limite imposto pelo mercado, a resistência do investidor aumenta e mais recursos 
ficarão disponíveis somente a um custo cada vez mais elevado para a empresa. O custo de financiamento 
incremental acima de um nível prévia é chamado de Custo Marginal Ponderado de Capital ( CMgPC ) 
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Cálculo do ( CMgPC ) 
 
Os níveis nos quais aumentam os custos dos componentes são chamados pontos de ruptura. Eles 
podem ser calculados usando-se o relacionamento dado na Equação abaixo: 
 
BP; = Tfi 
 Proi 
 
BPI = Ponto de ruptura para a fonte de financiamento 
TFi = Total do novo financiamento da fonte no ponto de ruptura 
Proi = Proporção da estrutura de capital - histórica ou meta - para a fonte de financiamento 
 
Exemplo: 
A empresa espera ter disponíveis R$ 200.000,00 de lucros retidos para investimento no próximo ano. 
O custo desses lucros foi calculado em 12%. Uma vez exauridos os lucros retidos, terá que ser obtido um novo 
financiamento de capital próprio através da venda de novas ações ordinárias; o custo de novas ações 
ordinárias é 13%. A estrutura - meta de capital contém 40% de capital próprio, composto de lucros retidos e 
ações ordinárias. Para se achar o ponto de ruptura, ou nível do novo financiamento total, no qual aumentará o 
custo de capital próprio, a empresa utiliza a equação: 
 
Bpi = Tfi 
 Proi 
 
Bpi = 200.000,00 = R$ 500.000,00 
 0,40 
 
RESUMO 
 
O Custo de capital é o retorno que os acionistas ou financiadores exigem por investirem capital na 
empresa. 
 
Pela fórmula o custo de capital é dado pelos juros acrescidos dos dividendos, dividido pelo valor de 
mercado da empresa, ou seja, é igual ao retorno sobre o capital investido. Os juros, se muito altos, aumentam 
o custo de capital, assim como os dividendos. O contrário também é verdadeiro, quanto menores os juros e 
dividendos, menos o custo de capital. O valor de mercado da empresa mantém-se praticamente constante, já 
que é baseado nos seus bens tangíveis e, principalmente, nos intangíveis. 
 
As diferenças fundamentais entre o custo de capital de empresas grandes e pequenas é que as 
empresas grandes oferecem menor risco aos seus investidores; com isso estarão pagando menores juros. As 
empresas pequenas, por terem estatisticamente maior risco, terão um maior custo de capital. 
 
Se subestimar o custo de capital, uma empresa poderá decepcionar seus acionistas, pois os 
dividendos pagos serão menores. E se a mesma superavaliá-lo, bons projetos serão abandonados devido aos 
altos custos com os juros 
 
O capital próprio precisa ser remunerado pois, remunerar o capital próprio significa remunerar os 
acionistas e é imprescindível que estes sejam remunerados para que continuem investindo na empresa, este 
fato envolve a lógica do custo de oportunidade do dinheiro. Se o acionista não estiver satisfeito, pode optar 
por investir em alguma outra aplicação que lhe dê mais retorno. Portanto, é muito importante remunerar o 
capital próprio. 
 
A avaliação do risco financeiro de uma empresa sofre influência da porcentagem de capital próprio da 
empresa. Quanto maior esta porcentagem, menor o risco da empresa, pois a mesma, além de se 
autofinanciar, terá condições de pagar suas dívidas. Portanto, é sempre interessante, para a redução do risco 
financeiro da empresa, que a porcentagem de capital próprio seja maior que a de capital de terceiros. 
 
É sabido que quanto maior o risco, maior a possibilidade de retorno. Contudo, a capacidade de 
assumir riscos da empresa deve ser grande, assim como a capacidade dos acionistas. 
 
Risco de negócio é o risco que a empresa corre de não gerar receitas suficientes para cobrir seus 
custos operacionais. 
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Risco financeiro é o custo que a empresa corre de não gerar lucro antes de juros e impostos suficientes 
para pagar juro e empréstimo. 
 
Quanto maior o risco do negócio (pela chance de não dar certo), maior será o retorno e maior será o 
custo de capital. 
 
Quanto maior o risco financeiro (pela dificuldade da remuneração ao acionista com dividendos), maior 
será o retorno e maior será o custo de capital. 
 
Quanto maior o risco financeiro , mais a empresa paga de juros e maior o rendimento que deverá 
proporcionar aos acionistas, aumentando assim o custo de capital. 
 
Quanto maior o risco de negócio, maior o risco referente à remuneração do acionista. Se por acaso o 
negócio falir devido seu alto risco, o acionista ficará sem qualquer remuneração. Outra situação ocorre com o 
custo financeiro no qual a empresa corre o risco de não gerar lucros suficientes para remunerar o acionista e 
pode perder um possível investidor dos próximos anos. 
Da fórmula: 
 
kflp = Custo de capital de uma fonte de financiamento de longo prazo, ou seja,quanto a empresa paga 
entre juros e taxas para obter este financiamento. 
klr = custo de um título livre de risco: é a remuneração por investir em títulos do governo 
prn = prêmio de risco de negócio: remuneração pelo risco da empresa de não cobrir custos operacionais 
prf = prêmio de risco financeiro: remuneração pelo risco da empresa não conseguir pagar juros, 
impostos, empréstimos e o próprio acionista. 
 
Se o custo de capital da empresa (o que ela remunera) for menor que o custo de um título livre (títulos 
de governo), não vale a pena investir nessa empresa. 
 
Custo de capital próprio é o retorno mínimo que os acionistas exigem por sua participação no 
financiamento permanentemente da empresa. 
Custo da ação ordinária é o retorno exigido pelos acionistas das ações ordinárias, por financiarem 
permanentemente a empresa. 
 
Taxa de crescimento de dividendos é a porcentagem que representa a média das taxas de crescimento 
dos dividendos pagos aos acionistas ano a ano, obtidos através de uma análise histórica da empresa. 
 
Custo de Capital próprio: kp = dividendos / capital próprio 
Custo de ação ordinária: kao = (D1 / Po) + c 
 
As dificuldades em se determinar uma taxa de crescimento de dividendos que não seja distorcida 
apresentam-se já que dependem do período de tempo considerado (conforme o número de anos considerado, 
o resultado poderá ser bem diferente) e também porque o cálculo desconsidera o risco associado à taxa 
esperada de dividendos e a política de dividendos da empresa. 
 
As principais desvantagens do modo CAPM são: 
✓ Nem todas as empresas têm ações negociadas em bolsa; 
✓ O passado nem sempre é adequado para se prever os futuros prêmios por risco; 
✓ Baixa relação histórica entre os retornos das ações e seus betas; 
✓ Enormes dificuldades em estabelecer a taxa livre de mercado, o retorno esperado do mercado e o beta, e, 
futuro da empresa. 
 
Segundo o autor, a opção pela abordagem que se refere ao capital de terceiros mais prêmio de risco é 
feita pelo fato de algumas empresas não possuírem ações lançadas no mercado (negociadas em bolsa) e não 
poderem trabalhar com o conceito do CAPM. Assim, optam pelo modelo subjetivo que consiste na adoção de 
um critério tipo custo de capital de terceiros, da empresa mais taxa de risco, determinada com base em 
práticas do mercado. 
 
Dos componentes da fórmula do crescimento constante o mais difícil de se estabelecer é a taxa de 
crescimento esperada dos dividendos, pois está baseada nos valores médios históricos do índice e ainda 
desconsidera importantes fatores como período de tempo e o risco, não demonstrando perfeitamente a 
realidade futura. 
 
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Os custos do capital captado são maiores que os dos lucros retidos pois àqueles, além da taxa de 
retorno exigido pelos acionistas de ação ordinária (que tem o mesmo valor que os custos dos lucros retidos) 
são acrescidos os custos de lançamento (custo de colocação no mercado) 
 
O fluxo de caixa descontado pode ser alterado nos custos com lançamento, no deságio, etc. 
 
Para calcular o custo de capital da empresa deve-se calcular o custo de capital médio ponderado dos 
custos de todas as fontes de financiamento. Pode-se fazer como o exemplo abaixo: 
 
 
 
Tabela - Estrutura de capital e custo de capital 
Fontes de Financiamento Valor em $ Participação na 
estrutura de capital (%) 
Custo de capital ao ano 
depois do IR 
Moeda nacional 
• Debêntures* 10.000.000 20,00 0,1365 
• Finame** 2.500.000 5,00 0,0881 
Moeda estrangeira 
• Empréstimos 
externos*** 
2.500.000 5,00 0,1130 
Capital próprio 
Ações preferenciais 20.000.000 40,00 0,1959 
Ações ordinárias 15.000.000 30,00 0,2190 
 50.000.000 100,00 
 * Debêntures – CDI + 17% ao ano; 
 ** Finame – TJLP + spreads básico e de risco; 
 *** LIBOR + 10,06% ao ano. 
Para calcular o custo de capital da empresa, ke, adotamos o seguinte procedimento: 
 
 kedir = 20,00 (0,1365) + 5,00 (0,0881) + 5,00 (0,1130) + 40,00 (0,1959) + 30 (0,2190) 
 ke = 2,7300 + 0,4405 + 0,5650 + 7,8360 + 6,5700 
 ke = 18,14% 
 
 
Custo de capital de terceiros é o retorno que os banqueiros exigem por seus recursos. 
 
Custo de debêntures e o retorno exigido pelos debenturistas da empresa. É facilmente estimado 
usando o retorno esperado até o vencimento do título para se obter a taxa interna de retorno. 
 
Custo de capital de terceiros: Kt = juro / capital de terceiros 
A evolução desses custos dever-se-á ao aumento dos juros. Tendo que pagar maiores juros, os lucros 
da empresa, conseqüentemente, serão reduzidos. Com isso a empresa correrá risco de não gerar lucro antes 
de juros e impostos suficientes para pagar juros e empréstimo, aumentando, portanto seu risco financeiro. 
 
O custo de capital de terceiros é mais fácil de calcular que o custo de capital próprio porque o custo de 
capital de terceiros é passivo de previsão, ou seja, os juros a serem pagos já são predeterminados, ao 
contrário do custo capital próprio, que varia com as condições econômicas e de mercado. 
 
Os principais motivos que levam os empresários brasileiros a utilizar endividamento e não utilizar 
capital próprio, segundo o autor, são os fatos de que o custo de capital de terceiros é, teoricamente, sempre 
menor que o custo do capital próprio pois o risco do capital próprio é maior, aumentando assim o seu custo, já 
que o primeiro capital a ser pago é o capital de terceiros; e, como só tem sentido utilizar-se de capital de 
terceiros quando houver vantagem financeira, isso só ocorre quando há alavancagem financeira favorável. 
 
Utiliza-se o custo de capital de terceiros depois dos impostos, ao invés dos custos antes dos impostos, 
para calcular o custo de capital da empresa, pois os juros são dedutíveis. Sendo assim, deve-se deduzir dos 
juros a parte referente à alíquota do imposto de renda. 
 
Beta é uma medida de custo de carteira ou ações individuais. 
 
Porque a análise das informações tem uma maior dimensão quando os betas se referem ao número 
maior de meses. Por exemplo, um evento ocorrido em um mês em maior impacto em um beta de 12 meses do 
que em um beta de 36 meses. 
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Deve-se utilizar o Beta de 36 meses, pois um evento significativo ocorrido em um período “x” impacta 
em maiores proporções em 12 meses, já que a quantidade de informações é menor, distorcendo assim a 
análise, que fica mais precisa quando feita a partir de um maior período de tempo, que contém maior número 
de informações, diminuindo o delta do resultado. 
 
 Deve-se considerar o custo dos lucros retidos (klr) igual ao custo das ações ordinárias (kao) pois o custo 
dos lucros retidos é o retorno retido de lucros que os acionistas exigem sobre o capital próprio para o 
reinvestimento. E esse retorno deve ser igual ao custo de oportunidade dos acionistas de financiarem a 
empresa. No caso dos acionistas, seu custo de oportunidade é justamente o custo da ação ordinária por ele 
comprado. Assim sendo, os custos lucros retidos é o retorno exigido pelos acionistas de ações ordinárias para 
financiarem a empresa, ou seja, klr = kao. 
 
 O cálculo do custo de custos das ações ordinárias envolve seus custos de lançamento, que incluem 
eventuais deságios que possam ocorrer, as taxas de corretagem incidentes, além dos custos da divulgação 
dessas novas ações. O custo de lançamento das novas ações ordinárias, portanto, é maior que o de ações já 
existentes e pode ser calculado relacionando inversamente os dividendos esperados no primeiro ano do 
lançamento das ações com o valor líquido obtido da venda das novas ações ordinárias (valor esse que se 
espera ser menor que o valor das ações já existentes, devido ao maior custo das novas); e adicionando a esse 
valor a taxa esperada de acréscimo dos dividendos, teremos então a porcentagem que indica o custo de novas 
ações ordinárias. 
 O custo das ações preferenciais é o retorno que os acionistas preferenciais exigem sobre seu capital. 
Esse retorno é calculado da mesma forma que o exigido pelosacionistas ordinários, porém, deve-se considerar 
o prêmio de risco que o mercado cobra, ou seja, o acréscimo de valor exigido pelos acionistas, ao considerar o 
risco. Esse prêmio é, na verdade, uma ajuste de mercado no preço da ação, que pode ser obtido dividindo o 
preço de mercado das ações preferenciais, pelo preço de mercado das ações ordinárias ou pelo dividendo 
esperado no primeiro ano dividido pelo preço atual das ações preferenciais acrescido da taxa de crescimento 
dos dividendos. 
 
 O custo das ações preferenciais deve ser menor que o das ações ordinárias, pois o risco das 
preferenciais é menor, já que os acionistas preferenciais têm preferência a receber dividendos e retorno de 
capital em relação aos acionistas ordinários, sendo menor o risco, menor é o custo. 
 
Os fatores determinantes no custo de capital das fontes de financiamento: 
 
✓ Condições gerais da economia 
✓ Condições de mercado 
✓ Decisões operacionais e financeiras da empresa 
✓ Volume de recursos a serem financiados. 
 
O fator mais relevante é as decisões operacionais e financeiras das empresas, pois através delas é 
que o administrador financeiro pode atuar obtendo retornos quanto a credibilidade junto ao mercado financeiro 
e de capitais. Através dessas decisões o administrador conduz os rumos da empresa, pois qualquer decisão 
errada, ou até mesmo precipitada, poderia onerar a empresa perante o mercado tornando cada vez mais difícil 
a alavancagem de qualquer projeto, ou até mesmo refinanciamentos. 
 
O custo de capital da empresa, ke, é o custo de oportunidade a ser utilizado nas decisões de orçamento 
de capital que avaliam as novas oportunidades de investimentos. A sua utilização é adequada porque ele 
representa a taxa de retorno de todos investimentos da empresa, e ao mesmo tempo o custo de capital médio 
ponderado de todas as suas fontes de financiamentos. E, se a empresa obtém a taxa de retorno exigida sobre 
todas suas fontes de financiamentos o valor de suas ações não mudará, desta forma, o que assegura maior 
riqueza dos acionistas é o aproveitamento oportunidades de capital, cujas taxa de retorno sejam superiores ao 
custo de capital. 
 
Quando tratamos de unidades de negócios de uma mesma empresa, precisamos considerar o risco 
associado a cada unidade de negócios e o risco da empresa como um todo. Se superavaliar o custo de capital, 
a empresa poderá estar sacrificando as unidades de negócios, impossibilitando, muitas vezes, a aprovação de 
bons projetos. Se, por outro lado, subavaliar o custo de capital, poderá possibilitar a aprovação de projetos que 
prejudiquem a rentabilidade da unidade de negócio e reduzam a riqueza do acionista. 
Quando a empresa tem diferentes divisões operacionais com diferentes riscos, seu custo de capital é 
uma média dos retornos exigidos das divisões. Em tais casos, o custo de capital para diferentes riscos dentro 
da mesma empresa, precisa ser estabelecido. 
 
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O uso do custo de capital da empresa, ke, como taxa de desconto para avaliar fluxos de caixa futuros 
só é apropriado quando o investimento proposto tem risco semelhante aos das atividades existentes na 
empresa, e somente se financiada com os mesmos pesos na estrutura de capital. 
 
Em virtude das dificuldades que existem na fixação de taxas de desconto para projetos individuais, as 
empresas podem adotar ajustes subjetivos ao custo de capital da empresa dependendo da categoria de cada 
proposta de investimento. Em projetos internacionais poderão ser efetuado ajustes a outros tipos de 
dificuldade, tais como, risco cambial, risco político, segmentação de mercado de capital, diversificação 
internacional. 
 
Altas taxas de juros dificultam o obtenção de recursos financeiros para investir na empresa pagando 
mais pelo dinheiro emprestado, além de aumentar o custo de capital da empresa causando um aumento no 
risco da empresa forçando ao pagamento de mais dividendos para atrair os investidores.

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