Idade Média chamada de Idade das Trevas

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Idade Média chamada de Idade das Trevas
Resumo
O objetivo os períodos que compreendem a Idade Média, conceituar o termo pejorativo usado pelos renascentistas chamando de “ Idade das Trevas “ e o renascer desse período “ obscuro” que foi reforçada no século XVII pelos fracos e submissos reis perante a igreja aos quais foram criticados pelos burgueses capitalistas e novos religiosos.					
Introdução
A Idade Média é o período que compreende entre Idade Antiga e a Idade Moderna, teve início na Europa aproximadamente entre 500 a 1500 d. C. foi conceituada por alguns historiadores como a Idade das Trevas. Essa parte da história é dividida em dois subperíodos, Alta Idade Média e Baixa Idade Média. A maioria dos historiadores da modernidade usa como início a fragmentação do Império Romano em 476 a. C. e a Queda de Constantinopla que foi tomado pelo Império Otomano em 1453. 
A Idade das Trevas, também chamada Alta Idade média que compreende o século V ao século X, está associada à história europeia. Foi o tempo obscuro, de cegueira filosófica e científica, uma época em que a civilização ocidental não tomava banho e se lavava em sangue das torturas e perseguições conforme noções renascentistas. Acreditavam num Deus benevolente que oferecia prosperidade, mas também um Deus punitivo. O cristianismo dominava a cultura, a política e a economia. Havia uma preocupação com o castigo divino e com o juízo final. A cristianização na Europa levou séculos, o processo lento se faz notar no culto a natureza, ao uso de práticas mágicas, sincretismos religiosos. Para Le Goff à Idade das Trevas foi uma invenção dos humanistas do Renascimento. Os renascentistas se colocaram como herdeiros do pensamento e da ciência desenvolvida pelos gregos e romanos, para eles houve um declínio cultural e a culpa era da igreja . “Foi no período medieval que se fez, pela primeira vez, a distinção entre o sagrado e o profano.” ( Le Goff – Estadão 28 de março de 2014) . Os iluministas do século VII classificaram como um período obscuro, de pouca preocupação com a racionalidade e fanatismo religioso, a teoria é que houve um corte no progresso conquistado pela Antiguidade.
a Idade Média é “ de alonga duração na história, mas um período de elaboração, de construção do mundo moderno [...}. A Idade Média é a nossa juventude: talvez a nossa infância” (Le gooff,2008,p. 33)
Jacques Le Goff não nega que a Idade das Trevas trouxe à intolerância religiosa, a inquisição, a tortura, a hierarquia aristocrática, discordando de outros historiadores ,inclusive dos ingleses que ainda dividem Idade da Trevas(séculos V e X) e Idade Média (séculos XI e XV) . Para Le Goff o erro mais comum visto no ensino da história medieval é que as pessoas acham a Idade Média, mal falada como “Idade das Trevas”, foi uma época igual todo o tempo, e seus habitantes sempre foram pessoas profundamente crédulas e submissas ao dogma católico. A Idade Média, a partir do século VIII ,que o pensamento cristão muda. É quando alguns cristãos começam com a ideia de livre arbítrio, passam do pessimismo para o otimismo, se acham herdeiros de Adão e não o fruto do pecado.
Na verdade a Idade Média, com surgimento do Romantismo no século XIX, mudou essa ideia com os intelectuais que “mostraram uma época de ouro, cheia de beleza e realizações”. Conforme Le Goff “uma época de riqueza na arte, do surgimento das primeiras universidades , do apelo à natureza, da adoção da rotatividade trienal e outras inovações na agricultura”, marcada pela Revolução Francesa ( século XV) e pela Revolução Industrial (século XVII). Uma longa Idade Média que mudou a sociedade ocidental europeia, que permitiu conhecermos nossas origens, nossa evolução e nossas mudanças
“Na Alta Idade Média, Job é sem dúvida o modelo bíblico em que a imagem do homem melhor se encarnou. O fascínio da personagem do Velho Testamento foi tanto maior quanto o comentário ao Livro de Job, os Morali in Job do papa Gregório Magno (590 -604), foi um dos livros mais lidos, mais valorizados e mais utilizados pelos clérigos da época. Job é o homem que tem que aceitar a vontade de Deus, sem procurar outra justificação que não seja o arbítrio divino. (Le Goff, 1989, p.10)
Conclusão
A Idade Média tem ainda influencia na sociedade, na politica, na economia, na cultura e nas áreas científicas graças aos renascentistas. Muitos historiadores acham um erro chamar de Idade das Trevas mesmo sabendo que não foi uma época fácil. Apesar de que às diferentes religiões tenha surgido depois da queda de Constantinopla e o cristianismo causado tantos estragos, ainda somos reféns dessa fé cega. Essa influência iluminista do século XVII faz com que uma boa parte da sociedade vise o progresso intelectual e humano da nos dias atuais.
Resenha - Prof. Titular do Oept'Z de Hitória da FAFICH/UFMGDANIEL VALLE RIBEIRO
Prof. Titular do Oept'Z de Hitória da FAFICH/UFMGJACOUES LE GOFF. Para Um Novo Conceito de Idade Média. Lisboa,
Editorial Estampa, 1980. 382 p.
JACQUES LE GOFF SINTETIZA A SUA OBRA: BREVE
APRESENTAÇÃO DO LIVRO EM BUSCA DA IDADE MÉDIA1
COSTA, Milton Carlos (UNESP)
A IDADE MÉDIA: UM TEMPO DE FAZER CRISTÃO 
Mônica Amim1
Le Goff, Jacques, 1924
História e memória / Jacques Le Goff; tradução Bernardo Leitão
... [et al.] -- Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990.
(Coleção Repertórios)
Tradução de: Storia e memoria.
1. Historiografia. I. Título.