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Direito das Coisas

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“INOVAÇÕES” NO CAMPO DA 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
IMOBILIÁRIA OU MOBILIÁRIA
- o legislador retirou do Livro das Coisas o
direito hereditário, como forma de
aquisição da propriedade. Assim, ainda
que se pode adquirir a coisa imóvel ou
móvel pelo direito hereditário, isso, hoje,
está regulamentado no Livro das Sucessões.
- o legislador alterou a forma como consubstancia-
se a aquisição da propriedade imóvel. Antes,
pela transcrição do título (arts. 530 a 534 do CC
de 1916). Hoje, pelo registro do título (arts. 1.245 a
1.247 do CC de 2002). Assim procedeu, em
atendimento ao disposto na Lei nº 6.015/73 - Lei
dos Registros Públicos -, que já previa o registro.
- a usucapião agora é tratada, pelo
Código Civil de 2002, no gênero feminino
– “da usucapião”. Além disso, houve
redução dos prazos da usucapião.
A PROPRIEDADE IMÓVEL
A propriedade imóvel
Os modos de adquirir a propriedade classificam-se segundo critérios
diversos.
a) quanto à procedência ou causa da aquisição:
- originária  não há transmissão de um sujeito para outro. Ex.:
usucapião.
- derivada  há relação negocial entre anterior proprietário e
adquirente, havendo, pois, uma transmissão do domínio em razão da
manifestação de vontade. Ex.: registro do título
(GONÇALVES, 2020).
A propriedade imóvel
b) quanto ao objeto:
- título singular  quando o objeto é um bem
individualizado, particularizado. Ex.: usucapião.
- título universal  quando a transmissão da propriedade
recai num patrimônio. Ex.: sucessão hereditária
(GONÇALVES, 2020).
Modos de aquisição da propriedade
Aquisição da propriedade imóvel
aquisição da 
propriedade 
imóvel:
usucapião
registro de 
título
acessão 
ilhas aluvião avulsão
álveo 
abandonado 
construções e 
plantações
Aquisição da propriedade imóvel pelo 
registro do título
Arts. 1.245 a 1.247 do CC.
Para aquisição da propriedade imóvel, no direito
brasileiro, não basta o contrato, ainda que perfeito e
acabado. Isso porque ele cria apenas obrigações e
direitos.
A transferência do domínio só se opera pelo registro do
título translativo – art. 1.245 do CC
(GONÇALVES, 2020).
Aquisição da propriedade imóvel pelo 
registro do título
O registro confere presunção juris tantum de domínio.
Assim, uma vez efetuada a matrícula, presume-se
pertencer o direito real à pessoa em cujo nome se
registrou – art. 1.245, §2º do CC.
A propriedade considera-se adquirida na data da
apresentação do título a registro – art. 1.246 do CC -,
ainda que entre a prenotação e o registro haja decorrido
bastante tempo
(GONÇALVES, 2020).
Princípios que regem o registro de
imóvel
- publicidade;
- força probante (fé pública) ou presunção;
- legalidade;
- territorialidade;
- continuidade;
- prioridade;
- especialidade; e
- instância
(GONÇALVES, 2020).
O registro de imóveis – noções gerais
Lei 6.015/1973.
Matrícula  Feita por ocasião do primeiro registro.
Constitui o núcleo do registro imobiliário e exige controle
rigoroso e exatidão das indicações que nela se contêm.
Cada imóvel possui sua matrícula própria.
(GONÇALVES, 2020).
Fonte: Disponível em: https://praedium.com.br/blog/o-
que-e-a-matricula-de-um-imovel-entenda/ . Acesso em 
09 maio 2021.
https://praedium.com.br/blog/o-que-e-a-matricula-de-um-imovel-entenda/
O registro de imóveis – noções gerais
Registro  Sucede à matrícula. É o ato que transfere a
propriedade. O número inicial da matrícula é mantido,
mas os subsequentes registros receberão numerações
diferentes, em ordem cronológica, vinculados ao número
da matrícula-base
(GONÇALVES, 2020).
Fonte: Disponível em: 
http://gugeler.net/imoveis/php/paineladm/comoComp
rar.php Acesso em 09 maio 2021.
http://gugeler.net/imoveis/php/paineladm/comoComprar.php
O registro de imóveis – noções gerais
Averbação  Qualquer anotação feita à margem do
registro, para indicar as alterações ocorridas no imóvel,
seja quanto à sua situação física (ex.: mudança de nome
de rua), seja quanto à situação jurídica do seu proprietário
(ex.: casamento)
(GONÇALVES, 2020).
Fonte: Disponível em: 
https://cartorio.net/curiosidades/certidao-de-imovel-
tem-prazo-de-validade/ Acesso em 09 maio 2021.
https://cartorio.net/curiosidades/certidao-de-imovel-tem-prazo-de-validade/
O registro de imóveis – noções gerais
Retificação do registro  é possível, quando há inexatidão
nos lançamentos.
(GONÇALVES, 2020).
Aquisição da propriedade imóvel por
acessão
Arts. 1.248 a 1.259do CC.
É o modo de aquisição da propriedade, criado por lei, em
virtude do qual tudo o que se incorpora a um bem fica
pertencendo ao seu proprietário.
Dois requisitos:
- conjunção entre duas coisas, até então separadas; e
- o caráter acessório de uma dessas coisas
(GONÇALVES, 2020).
Acessões naturais e artificiais
Acessões 
naturais (ou 
físicas)
ilhas aluvião avulsão
álveo 
abandonado 
Acessões 
artificiais (ou 
industriais)
construções e 
plantações
Acessões naturais - Ilhas
De início, registre-se que interessam ao direito civil somente as
ilhas e ilhotas surgidas nos rios não navegáveis, por
pertencerem ao domínio particular.
O aparecimento das ilhas pode ser determinado pelas causas
mais diversas. Ex.: acúmulo de areia e materiais levados pela
correnteza, movimentos sísmicos, desagregação repentina de
uma porção de terra, etc.
Nesse sentido, a ilha pertence ao dono da margem do rio. Se o
rio estabelecer divisão de duas propriedades, passa-se uma
linha imaginária pelo meio do leito do rio, para estabelecer a
propriedade da ilha.
(GONÇALVES, 2020).
Acessões naturais - Aluvião
Segundo Justiniano, aluvião é o aumento
insensível que o rio anexa às terras, tão
vagarosamente que seria impossível, em dado
momento, apreciar a quantidade acrescida.
Esses acréscimos pertencem aos donos dos
terrenos marginais. O acessório segue o principal.
Não cabe indenização.
(GONÇALVES, 2020).
Acessões naturais - Avulsão
De acordo com Código de Águas, ocorre quando a
força súbita da corrente arranca uma parte
considerável de um prédio, arrojando-a sobre outro.
Conforme o Código Civil, dá-se não só pela força de
corrente como por qualquer força natural ou
violenta.
O acréscimo passa a pertencer ao dono da coisa
principal. Cabe reclamação dentro do prazo
decadencial de um ano ou, ainda, indenização.
(GONÇALVES, 2020).
Acessões naturais – Álveo abandonado
É o leito do rio. Esta porção de terra será dos
proprietários dos terrenos ribeirinhos, na
proporção das suas testadas, até a linha
mediana do álveo, independente de
indenização, seja o rio público ou particular
(GONÇALVES, 2020).
Acessões artificiais – Construções e plantações
Derivam do comportamento ativo humano.
A regra básica está na presunção de que toda
construção ou plantação existente em um
terreno foi feita pelo proprietário e à sua custa.
Trata-se, no entanto, de presunção que admite
prova em sentido contrário
(GONÇALVES, 2020).
Referências
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil
brasileiro: direito das coisas. v 5. 15 ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.

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