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Noções Conceituais O direito de propriedade não é exercido sobre a coisa, e sim perante a coletividade. ATRIBUTOS: Usar: (utilizar a coisa em beneficio próprio) Gozar: (possibilidade de dar uma utilidade econômica daquilo) Dispor da coisa: (poder vender, alienar ou utilizar como meio de garantia – poder desfazer do bem) Reaver: (possibilidade de entrar e buscar o direito de reaver a coisa, com ação reivindicatória ou possessória). CARACTERÍSTICAS: Absoluto: muito embora tenha todo o direito de proteger, pode ser minimizado em algum aspecto. Exclusivo: não comporta ser exercido por muitas pessoas, deve ser apenas 1 titular (exceção – condomínio – exercício simultâneo de duas ou mais pessoas sob uma mesma coisa) Perpétuo: exercendo ou não esse direito ele não vai se perder em decurso do tempo (não confundir com vitalício) Elástico: poder estender e contrair o direito de propriedade. A quem pertence o subsolo? R: O proprietário (não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais – pertence à união). § único: pode retirar recursos se forem utilizados para construção civil. Só não pode industrializar! O direito ao subsolo e espaço aéreo não é ilimitado! Propriedade Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. (extensão do direito de propriedade). Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. Emanuelle Alves Costa Coisa móvel alheia perdida (bicicleta/cachorro perdido) Ela não gera o título aquisitivo Coisa alheia perdida / Coisa alheia abandonada Quem encontra coisa alheia perdida – descobridor – ele deve entregar ao proprietário / se dirigir à autoridade policial TERÁ DIREITO: 1. Indenização – ele terá direito à indenização pelas despesas na manutenção e conservação da coisa encontrada. (deverá comprovar) 2. Recompensa – terá direito a uma recompensa (achádego) que será fixada em um valor não inferior a 5% sobre o valor da coisa. É um ato-fato, independe da vontade do descobridor e, caso ele não queira, terá que renunciar formalmente. REQUISITOS DA RECOMPENSA: O esforço do descobridor; As possibilidades do dono/ possuidor encontrar a coisa; A situação econômica das partes O DESCOBRIDOR PODERÁ FICAR COM A COISA: Renúncia do proprietário: Quando o proprietário proceder com a renúncia da coisa em favor do descobridor; Não localização do proprietário e o Poder Público não tiver interesse na coisa: o O descobridor poderá reter a coisa caso não receba a recompensa? R: Sim. Pois ele é possuidor de boa-fé. Caso não tenha interesse em reter a coisa, poderá proceder com a execução. o O descobridor poderá responder por perdas e danos causados ao proprietário ou ao legítimo possuidor, quando tiver agido com dolo. Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. Descoberta Emanuelle Alves Costa O meio de defesa da propriedade se dá por uma ação reivindicatória Natureza jurídica da sentença reivindicatória é declaratória É uma ação imprescritível Procedimento comum sem possibilidade de liminar Pode buscar os efeitos da tutela ESPÉCIES: Propriedade Aparente o Sem previsão legal o Teoria da Aparência Propriedade Fiduciária (art. 1361, CC) o Propriedade que recai sobre uma coisa móvel e infungível, que o devedor transfere a titularidade da coisa para o credor Propriedade Resolúvel (art. 1359) o Retira a perpetuidade o A propriedade que já nasce com sua cause de extinção ou posteriormente a adquire. Causa Originária (art. 1359) - Ocorre quando o seu próprio título aquisitivo indica a causa de extinção: A tutela jurídica Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. § 1 o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. § 2 o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa. § 3 o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária. Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem- se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Emanuelle Alves Costa João faz contrato com Marta e clausula com a retrovenda, ou seja, se depois de três anos João pedir de volta, Maria vai ter que vender de volta A retrovenda especifica quais são os meios de correção Ela traz uma cláusula de extinção Marta pode vender após os três anos? Sim. Quando João pedir o imóvel de volta, José terá que vender de volta para João. Caso José tenha destruído, terá que indenizar João o Causa Superveniente - Trata-se de uma situação atípica; já que a propriedade nasceu perpétua, contudo, uma situação superveniente resolve a propriedade: Se João faz uma doação de imóvel para Marta, ela terá propriedade plena Não sendo resolúvel Maria vendeu o imóvel para José, 11 anos depois de 11 meses João é injuriado por Maria e Ajuíza Ação de Indenização de revogação por ingratidão, revogando esta doação (prazo de 1 ano) – o bem é de José, se a ação de Continuarão assegurados os direitos que terceiro de boa-fé adquiriu EFEITOS DA RESOLUBILIDADE: Causa originária: Extinta a propriedade, extinguem-se todos os direitos constituídos em sua pendência perante terceiros de boa-fé. Causa Superveniente: Extinta a propriedade, não podem ser extintos os direito constituídos perante terceiro de boa-fé. Marta João Imóvel Doação José Imóvel C. Compra e Venda Marta João Imóvel C. Compra/Venda + C. Retrovenda José Imóvel C. Compra e Venda Emanuelle Alves Costa Qual a importância dessa classificação? A presente divisão é importante, pois afeta diretamente sobre eventuais vícios. Assim, se a aquisição for derivada, a transferência da propriedade estará acompanhada de todos os vícios e gravames que pesem sobre ela. Todavia, se a aquisição for originária, a propriedade adquirida estará livre e desembaraçada. Do registro de título Hipóteses de retificação de registro (art. 212 e 213) Retificação em cartório: quando não houver interesses deterceiros Retificação em vara registral: quando houver interesses de terceiros (procedimento judicial), mas não repercutir em ampliação de área. Retificação em vara cível: quando houver interesses de terceiro e ampliação da área mobiliária. Usucapião tabular: é a alegação da usucapião na contestação de uma ação anulatória ou declaratória de nulidade de registro. Modos Aquisitivos Registro em cartório ORIGINÁRIOS Sucessão Causa Mortis Acessões Usucapião DERIVADOS Baseado na existência da translatividade (é a existência de uma relação jurídica de transferência entre o anterior e o novo proprietário) Não possuem a translatividade, ou seja, não há transferência. Isto é, não há nenhuma relação jurídica entre o anterior e o novo proprietário. Modos Aquisitivos de Propriedade Imóvel Poderá recorrer de ato inter vivos ou causa mortis. Ex: Compra e venda, doação, testamento. ATENÇÃO: O registro em cartório gera a presunção relativa da propriedade, ou seja, não é absoluta. No entanto, existe apenas uma exceção: o registro torres – que é exclusivo de propriedade rural e depende de ato judicial de constituição. (art. 277 e seguintes da lei 6.015/73). Emanuelle Alves Costa Acessões Ilhas: Aluvião É o acréscimo lento e paulatino de terras, diminuindo a propriedade de um e ampliando a do outro. Classificação: Impróprio: quando a água se afasta Próprio: a água que se aproxima trazendo terra Naturais: são acréscimos de propriedade decorrentes da força da natureza, somente ocorrerá se ocorrer passagens de águas (rios, mar, chuva). Artificiais ou humanas: são aquelas construções ou plantações decorrentes da ação humana, gerando acréscimos. Art. 1.255, CC: Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Parágrafo único: Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. Art. 1249, CC: As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. Emanuelle Alves Costa Avulsão É uma passagem abrupta, rápida. Assim, uma porção de terra do proprietário se desloca e acaba sendo depositada em outra propriedade, criando um acréscimo. Cabe indenização. Se o proprietário não reclamar em um prazo de um ano, ele perde a indenização. Álveo Abandonado Rio navegável pertence à união O rio que seca pertence aos proprietários ribeirinhos Plantações e Construções Regras: 1. Quem semeia, plantas ou edificar em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perder e danos, se agiu de má-fé (Art. 1254). 2. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização(art. 1255). CUIDADO: Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. 3. Caso ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. 4. Caso a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte (5%) deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. (art. 1258). 5. Pagando em dez vezes as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. (§ único, 1258). Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Emanuelle Alves Costa 6. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro. (art. 1259). Usucapião Art. 1244 É a prescrição aquisitiva, é o fenômeno da prescrição por uma outra face. Aplica-se a usucapião todas as regras da prescrição, ou seja, podem ocorrer o impedimento, a suspensão ou a interrupção. CONCEITO: Constitui modalidade de aquisição imóvel originária por meio de uma posse mansa, pacífica, sem contestação, com o animus domini cumprido o observado lapso temporal. COISA IDÔNEA E SUSCEPTÍVEL: são aquelas coisas que fazem parte do comércio. Coisa condominial: Bem de família: é possível usucapir bem de família, pois o que a lei garante é a impenhorabilidade. POSSE QUALIFICADA: tem que ter vontade de ser o dano da posse LAPSO TEMPORAL: intervalo da posse Usucapião Extraordinária Constitui modalidade de aquisição imóvel originária por meio de uma posse mansa, pacífica, sem contestação, com o animus domini no lapso temporal de 15 anos, independente de justo-título e boa-fé. REQUISITOS Coisa Idônea e Susceptível Posse Qualificada FACULTATIVOS Lapso Temporal Justo Título Boa-fé OBRIGATÓRIOS Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Emanuelle Alves Costa Usucapião Ordinária Constitui modalidade de aquisição imóvel originária por meio de uma posse mansa, pacífica, sem contestação, com o animus domini cumprido no lapso temporal de 10 anos. Usucapião Constitucional Especial Rural/ USUCAPIÃO PROLABORE/USUCAPIÃO AGRÁRIA Requisitos: Prazo de 5 anos Imóvel não superior a 50 hectares Finalidade de moradia ou produtividade da terra Impossibilidade do usucapiente ser proprietário de um imóvel rural ou urbano Possibilidade de mais de uma aquisição Não há necessidade de justo-título e boa-fé Usucapião Constitucional Especial Urbana/ USUCAPIÃO ROMÍSERO/USUCAPIÃO PRÓ-MORADIA Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Regulamento) § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Emanuelle Alves Costa Requisitos: Obrigatórios Prazo de 5 anos Imóvel não superior a 250m² Finalidade de moradia Impossibilidade do usucapiente ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural Não há a possibilidade de mais de uma aquisição Usucapião Especial por Abandono do Lar Requisitos: Obrigatórios Prazo de 2 anos Imóvel não superior a 250m² Exercício do direito de propriedade era dividido com o ex-companheiro/ex-cônjuge Abandono do lar pelo ex- companheiro/ex-cônjuge Finalidade de moradia própria ou de sua família Impossibilidade do usucapiente ser proprietário de um outro imóvel urbano/rural Impossibilidade de mais de uma aquisição Enunciado 500 – todo tipo de família,501- aplica-se a separação de fato ou ao divórcio e 595- abandono é caracterizado com a total ausência de assistência Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Emanuelle Alves Costa Usucapião especial urbana coletiva + Requisitos: Obrigatórios Prazo de 5 anos Área total dividida pelo número de possuidores inferior a 250m² Existência de um núcleo urbano informal ou núcleo urbano informal consolidado Impossibilidade de ser proprietário de outro imóvel Não precisa ter finalidade de moradia Usucapião Especial Indígena Requisitos: Obrigatórios Prazo máxima de 10 anos Exercida indígena Área máxima a 50 hectares Não se aplica a terras da união e não se aplica a áreas que já estejam ocupadas por núcleos tribais OBS: A possibilidade do indígena usucapir, não envolve as terras do domínio da união ou pertencentes a grupos tribais, reserva indígena, parte indígena e colônia agrícola indígena. Art. 10 e a Lei 1025/2001. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. Art. 33 da Lei 6001/73. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal. Emanuelle Alves Costa Originárias Ocupação Modalidade de aquisição de propriedade móvel originária de uma coisa sem dono. Res nullis- coisa de ninguém (pesca/caça) Res derelicta- coisa abandonada Res perdida – coisa perdida Achado de Tesouro 1264 -1266, CC Depósito antigo de coisas preciosas (valor econômico – moedas, jóias, arte etc) 3 regras: 1. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. (art.1264) 2. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. (art. 1265) 3. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. (art. 1266) Modos Aquisitivos de Propriedade Móvel DERIVADAS ORIGINÁRIAS MODOS AQUISITIVOS DE PROPRIEDADE MÓVEL SUCESSÃO TRADIÇÃO ADJUNÇÃO COMISTÃO ESPECIFICAÇÃO CONFUSÃO USUCAPIÃO ACHADO DO TESOURO OCUPAÇÃO Art. 1.263, CC: Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. Emanuelle Alves Costa Usucapião Constitui modalidade de aquisição imóvel originária por meio de uma posse mansa, pacífica, sem contestação,com o animus domini no lapso temporal de 3 anos dotado de justo-título e boa-fé Ordinária: Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. (art. 1260) Extraordinária: Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. (art. 1261) Atenção: 1262, CC: Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244. É possível a soma de posses E serão observadas as mesmas causas que obstam, suspendem ou interrompem o lapso temporal de que se trata os dois artigos acima. Derivadas Especificação Regras: 1. Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. Pertence ao especificador se ele não puder destituir na forma anterior 2. Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. 3. § 1º Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. 4. § 2º Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima. Confusão: uma modalidade de aquisição de propriedade móvel derivada em que ocorre uma mistura de líquidos ou até entre gases (tintas) Comistão: uma modalidade de aquisição de propriedade móvel derivada em que ocorre uma mistura de coisas sólidas e secas (areia + brita + cimento = concreto) Adjunção: uma modalidade de aquisição de propriedade móvel derivada em que ocorre uma é a sobreposição de uma coisa sobre a outra coisa Em todos os casos é impossível o retorno ao status anterior, ou seja, é impossível separá-las. Se o processo de separação for economicamente inviável também. É criar uma coisa nova 1269-1271 Especificador: é aquele que se vale da matéria prima e transforma esse objeto em uma nova espécie. É quando este especificador se vale de uma matéria prima que não o pertence. Não atinge apenas aquilo de natureza comum, tudo aquilo que eventualmente se utilizará de uma matéria prima e cria outra coisa a partir dela (desenho em uma tela / xilogravura etc) Emanuelle Alves Costa Regras: 1. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. (art.1272) 2. Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado. (Art. 1272 §1º) - Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros. (Art. 1272 §2º) 3. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado (Art. 1.273.) 4. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273. (art. 1274) ERRADO – SE ESTÁ SENDO CRIADA UMA NOVA ESPÉCIE, SERÁ UMA ESPECIFICAÇÃO Tradição Quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro (traditio longa manu) ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico (traditio brevi manu) Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; (traditio ficta) Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. § 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. § 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo. Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. Emanuelle Alves Costa Gratuita (doação) ou onerosa (contrato de compra e venda) Não se pode renunciar propriedade prejudicando terceiros Precisa constar o registro público Quando está sob posse de um terceiro, dependendo dos requisitos, o indivíduo pode se apropriar por usucapião Bem vago Abandonar o bem imóvel por mais de 3 anos Perda da Propriedade Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono; IV - por perecimento da coisa; (deixa de exercer o direito de propriedade – incêndio) V - por desapropriação. (poder público desapropria determinado bem em nome do bem público) Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. Emanuelle Alves Costa
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