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Unidade V A Pureza da Cor e as Possibilidades do Design

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Prévia do material em texto

História da 
Arte Moderna
A pureza da cor e as possibilidades do design 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Pio de Souza Santana
Revisão Textual:
 Profa. Esp. Natalia Conti
5
• Introdução
• O Neoplasticismo
• Bauhaus
Abordar a importância do Neoplasticismo e da Bauhaus para a arte e design 
Modernos, fazer reconhecer seus artistas, contexto, especificidades e características; 
facilitar o aprendizado estético sobre os dois temas.
Caro(a) aluno(a),
Nesta unidade você vai compreender o que significou o Neoplasticismo e a escola Bauhaus 
para o mundo moderno. Entenderá que o Neoplasticismo faz parte do bloco das artes abstratas 
geométricas e foi mais um dos movimentos de vanguarda artística que ocorreu na Europa. 
Desta vez, com muito vigor, ocorreu na Holanda, sob o comando de dois artistas: Piet Mondrian 
e Theo van Doesburg. 
Vai descobrir o que foi a escola de artes e ofícios mais famosa do mundo, a Bauhaus alemã 
e suas ideias.
Para você aproveitar ao máximo o conteúdo deste módulo, que está muito curioso e instigante, 
sugerimos que faça a leitura cuidadosa do conteúdo teórico e assista aos vídeos propostos ao 
longo dele. 
Divirta-se e boa leitura!
A pureza da cor e as possibilidades 
do design
6
Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
Contextualização
Você deve se lembrar de já ter visto em algum livro, revista, internet ou museu, pinturas 
que representam apenas retângulos com linhas pretas, preenchidos nas cores vermelho, azul, 
amarelo e branco, como está acessível neste link, veja:
http://pt.museuberardo.pt/colecao/obras/850
Lembrou, ou nunca viu antes, este tipo de pintura? Muito bem! Ela nos deixa um pouco 
desconfiado e nos provoca a pensar se isto é arte? E que valor ou significado tem esses quadrados 
ou retângulos coloridos, não é verdade?
Neste módulo você vai compreender com detalhe, o contexto e o significado desse tipo de 
pintura abstrata geométrica chamada de Neoplasticismo. Criada pelo artista neerlandês Piet 
Mondrian, esse modelo de pintura tornou-se popular e está presente em diversos museus e 
espaços culturais do mundo, influenciou e até hoje influencia muitos artistas a criarem suas 
poéticas. 
Além do Neoplasticismo, você vai conhecer também a mais importante escola de artes 
aplicadas da História: a Bauhaus, que significa “Casa da construção”. Ao longo deste módulo, 
ficarás impressionado em perceber a grande contribuição que essa escola deixou para o mundo 
dos eletrodomésticos do século XX e como ela foi influenciada pelo Neoplasticismo e fechada 
por conta de intervenções políticas. 
7
Introdução
Menos é mais! Este slogan que usamos até hoje, para dar foco e potência a uma ideia, 
foi criado por um dos mais significativos e famosos arquitetos do Século XX, o alemão Mies 
van der Roche. Essa frase resume o pensamento presente tanto no Neoplasticismo, o principal 
movimento de vanguarda da arte abstrata holandesa, quanto na filosofia da Bauhaus. Essa 
escola, também de vanguarda, que inovou para sempre o design e a arquitetura, a partir do 
século passado. Iniciaremos com o Neoplasticismo e na sequência com a Bauhaus. Vamos 
conhecer?
O Neoplasticismo
Este movimento é pertencente ao bloco do Abstracionismo Geométrico ou Formal; surgiu na 
Holanda, em 1917, a partir do encontro de dois amigos artistas plásticos: Piet Mondrian e Theo 
van Doesburg. Ambos tinham interesses artísticos muito semelhantes. Mondrian aos quarenta e 
cinco anos de idade já havia chegado à abstração, com sua Composição nº VI, de 1914.
Piet Mondrian, Composição nº VI, 1914.
8
Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
Theo van Doesburg, naquele momento com seus trinta e quatro anos de vida, além de 
pintor era designer gráfico, poeta e arquiteto. Um entusiasta do universo da arte, que também 
já produzia pintura abstrata, como essa da imagem aí abaixo:
 
Theo van Doesburg, Composição II, 1916. Óleo sobre tela.
Você confere como entre os dois amigos há certa semelhança? Tanto na geometrização da 
forma, quanto nos títulos? Muito bem. Com essa afinidade artística, os dois tiveram a ideia de 
criar um veículo para divulgar seus pensamentos a respeito de suas produções. Deste modo, em 
1917, criaram a revista “De Stijl”, ou O Estilo, cujo editor responsável foi Theo van Doesburg. 
Veja abaixo um registro da publicação:
Exemplo da revista De Stijl, projeto gráfico de Theo van Doesburg.
Além de Piet Mondrian e Theo van Doesburg, colaboravam para De Stijl o designer de produto 
Gerrit Rietvield, e o arquiteto Bart van der Leck. Mas o principal artista do Neoplasticismo foi:
9
Piet Mondrian 
Mondrian foi absolutamente influenciado pelo Cubismo, de tal modo que certa vez foi visitar 
o ateliê de Picasso, em Paris. 
Antes de sua visita em 1912 o holandês vinha pintando paisagens 
naturalistas razoavelmente convencionais num estilo fauvista e 
pontilhista. Mas depois de estudar as pinturas cubistas e a paleta de 
cores terrosas de Braque e Picasso, ele voltou para casa um homem 
transformado. Dentro de poucos anos, também tinha inventado um 
movimento da arte moderna. O neoplasticismo seria a mais pura forma 
de arte abstrata inventada até então. (GOMPERTZ, 2013, p.208).
Saiba que semelhante a diversos pintores da História, Mondrian inicia a carreira pintando 
de forma naturalista, e com o tempo descobre sua própria poética pessoal. Com esse artista, 
o processo de transformação da imagem figurativa para a abstrata se inicia com uma incrível 
sequência de quatro pinturas retratando uma árvore. A primeira foi Árvore vermelha, de 1908; 
a segunda, A árvore cinzenta, de 1912; a terceira é Macieira em flor, de 1912, e a quarta é 
Quadro nº 2/Composição nº VII, de 1913. Veja esse percurso:
Árvore vermelha 1908. Óleo sobre tela, 70 x 99 cm. A árvore cinzenta, 1912. Óleo sobre tela, 79,7 x 109,1 cm.
Macieira em flor, 1912. Óleo sobre tela, 78,5 x 107,5 cm. Quadro nº 2/Composição nº VII, 1913. Óleo sobre tela, 104,4 x 113,6 cm.
10
Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
É muito bacana essa sequencia demonstrando a evolução de Mondrian, você não acha? 
Daí em diante, a obra do artista ganha força e diversas composições ele cria, partindo do que 
acreditava sobre arte: 
Estava fortemente imbuído de um sistema de crenças da moda, 
quase religioso, chamado teosofia, que incorporava muitos dos 
dogmas em torno dos quais os artistas construíram sua filosofia. As 
ideias de unir o universal e o individual, a igualdade dos elementos 
e a unificação de interno e externo são todas extraídas da teosofia. 
Religião e espiritualidade são o tema de Composição nº VI (1914), 
uma pintura que mostra Mondrian prestes a completar sua jornada 
rumo à pura abstração. O tema é uma igreja, embora seja impossível 
deduzir isso olhando a imagem (...) a indicação de que a imagem 
tem um tema religioso é fornecida pela presença de três letras “T” 
maiúsculas (...) que poderiam ser interpretadas como cruzes cristãs. 
(GOMPERTZ, 2013, pp. 209-210).
Reveja Composição nº VI, de 1914, no início desta unidade (pág. 7). Percebeu as três 
possíveis cruzes no centro da tela? Mondrian construiu sua obra com o desejo de ver uma nova 
ordem social. Uma vez que presenciou o derramamento de sangue da Primeira Guerra Mundial 
entre 1914 e 1918, empenhou-se em produzir uma pintura que pudesse ajudar a sociedade a 
recomeçar a vida, e ter uma nova atitude: a de unidade, em vez de individualidade.
Gompertz (2013, p. 206) nos esclarece que seu objetivo era “expressar de maneira plástica 
o que todas as coisas têm em comum em vez daquilo que as separa”. Com essa finalidade, 
Mondrian resolveu tomar a seguinte decisão: reduzir os elementos de sua pintura em simples: 
cor, forma, linha e espaço. A cor foi limitada apenas as três primárias: vermelho, azul e amarelo, 
incluindo as não cores preta e branca. Manter somente duas formas geométricas: o quadrado e 
o retângulo e as linhas exclusivamente nas posições verticais e horizontais.Para ele, a arte não 
tem a tarefa de imitar a vida real. Ela é parte da vida. Com essa fórmula acreditou em: 
Dar sentido à vida, equilibrando harmoniosamente todas as 
forças que se opõe no Universo (...) seu objetivo máximo: fazer 
pinturas dotadas de “equilíbrio dinâmico”. (...) Sua arte era um 
manifesto político reivindicando liberdade, unidade e cooperação. 
“A verdadeira liberdade”, disse ele, “não é igualdade mútua, mas 
equivalência mútua”. (...) as linhas horizontais e verticais expressam 
as tensões entre os opostos da vida: negativo e positivo, consciente 
e inconsciente, mente e corpo, masculino e feminino, bom e mau, 
claro e escuro, discórdia e harmonia: yin/yang. O lugar em que os 
eixos X e Y se cruzam ou se unem é o momento em que a relação 
entre os dois é estabelecida e um quadrado, ou retângulo, se forma. 
(GOMPERTZ, 2013, pp. 206-207).
Neoplasticismo é derivado de: Neo = novo (a) + plasticismo = plástica, 
que significa “nova arte”. Mondrian desde o início de sua total abstração 
reivindicava uma nova abordagem para as artes plásticas, portanto, essa 
denominação de nova arte.
11
Veja abaixo, uma de suas obras:
 
Piet Mondrian, Broadway Boogie Woogie, 1942-43. Óleo sobre tela, 50 x 50 cm.
Vamos ver um pouco mais das obras dele aqui: 
https://www.youtube.com/watch?v=guDkknIg5K0
Conforme Cavalcanti (1978, p. 163) “O crítico George Schmidt observa que 
ele revelou a possibilidade de um equilíbrio na assimetria, quando ainda o 
equilíbrio parecia realizável apenas simetricamente, ordenado segundo um 
eixo mediano vertical”. 
Muito bom, não achou? Mondrian e sua poética purista foram muito importantes para a arte 
moderna, como nos diz Cavalcanti (1978, p. 162): 
“para manter a expressão pura de vitalidade, (...) não utilizava 
linhas curvas, somente retas. A curva sugere movimento e 
perecibilidade, não permanência e vitalidade”.
Mas em certo momento, o amigo Theo van Doesburg começa a criticá-lo e insistir ao dizer 
que, para dar mais dinamismo à composição, Mondrian deveria incluir em seu trabalho linhas 
diagonais. Mondrian discordou completamente dessa ideia e acabou deixando De Stijl, em 
1925. De acordo com Cavalcanti (1978, p. 163): 
“Mondrian abre, com sua arte, um reino de ordem, 
pureza e serenidade”. 
O poder estético da obra desse artista continua até hoje influenciando o mundo da arquitetura 
e do design. Enquanto isso:
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Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
Theo van Doesburg
Como já citado, foi pintor, tipógrafo, designer gráfico, poeta e arquiteto. Era famoso na 
vanguarda europeia. A partir de 1924, começou a incluir em suas pinturas linhas diagonais. 
Afirmando que a grade diagonal cria uma tensão dinâmica entre 
o formato retilíneo da tela e a sua composição. Contracomposição 
de dissonâncias, XVI pertence a uma série de obras pintadas nesse 
estilo. Para ele, essa inovação o libertou das verticais e horizontais 
presas à terra, usadas pelo movimento De Stijl. Ele chamou essa 
nova fase de “elementarismo” De Stijl, publicando seu manifesto 
em 1926. (FARTHING, 2011, p. 408).
Você compreendeu como essa atitude de Theo van Doesburg, sobretudo com a publicação, 
foi o motivo que causou a separação dele e de Mondrian? Veja abaixo a pintura dele, atualmente 
parte do acervo do museu Guggenheim: 
Theo van Doesburg, Counter composition XIII, 1925. Óleo sobre tela, 50 x 50 cm.
Mais outros trabalhos em: 
https://www.youtube.com/watch?v=FqbC8unN77U
Os geométricos são trabalhos bem semelhantes aos de Mondrian, não é verdade? Mas você 
pensa que acabamos? Não! Lembra-se dos outros colaboradores da De Stijl? O designer de 
produto Gerrit Rietvield, e o arquiteto Bart van der Leck? Vamos ver o que eles produziram?
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Gerrit Rietvield 
Com a influência que recebeu de Mondrian, criou sua famosa e incrível Cadeira vermelha e 
azul. Uma peça de design aclamada até hoje:
Foto: Elly Waterman/Wikimedia Commons
Além da cadeira, projetou em 1924 uma casa para uma rica viúva que tinha pensamento 
semelhante à filosofia da De Stijl, a também famosa Casa Schröder, na cidade de Utrecht, na 
Holanda. Veja a imagem dela abaixo:
 
Gerrit Rietvield, A residência Schröder,1924, em Utrecht, Holanda, tem formas geométricas, porém 
assimétricas. Foi inscrita no Património Mundial, pela UNESCO. Foto: Wikimedia Commons
Veja mais obras dele em: 
http://youtu.be/X90UWtcbPgc?list=PL4630062F14E7159E
Percebeu como o movimento De Stijl foi forte e está muito presente nos dias de hoje? Por 
último, vamos conhecer o trabalho de:
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Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
Bart van der Leck
 Bart van de Leck foi pintor, desenhista e ceramista. Seu trabalho tem uma grande semelhança 
com o de Mondrian, veja:
Bart van der Leck, Composition 1917 no. 3, 1917.
Concorda com a semelhança? Com esse artista finalizamos o Neoplasticismo, e na sequência 
conheceremos o que foi a Bauhaus.
15
Bauhaus
A palavra Bauhaus significa Casa da construção. Foi a escola de artes aplicadas mais 
famosa e impactante da História. Criada em 1919, pelo arquiteto Walter Gropius, na cidade 
de Weimar, na Alemanha, em momento bastante conturbado naquele país. Veja o que estava 
acontecendo um ano antes: 
Em 1918, termina a Primeira Guerra Mundial, com a derrota da própria Alemanha, chega ao 
fim regime monárquico alemão e a renúncia do imperador Guilherme II. Na sequência, forma-
se o Partido Comunista, abrindo os horizontes para uma nova Alemanha democrática.
Nesse cenário, Walter Gropius desenvolveu um plano para criar uma escola de arte, cujo 
objetivo seria: 
Equipar uma nova geração de jovens com as habilidades práticas e 
intelectuais necessárias à construção de uma sociedade mais civilizada, 
menos egoísta. Seria uma escola de arte e design assumindo o papel 
de um reformador social. (GOMPERTZ, 2013, p. 222).
 No projeto, a escola de Gropius seria democrática, com currículo não convencional, destinada 
a colocar os jovens no campo das artes e estimulá-los a descobrir e desenvolver sua linguagem 
artística e pessoal. Por ser conhecido como profissional de sucesso, coincidentemente o arquiteto 
foi sondado para um emprego estatal, na recém-democrática cidade de Weimar. 
Tratava-se do cargo de diretor de uma escola de arte, oportunidade que Gropius precisava 
para por em prática o seu projeto. Aceitou o emprego e a incrível Bauhaus foi fundada por 
meio de um manifesto. Nesse manifesto, Gropius diz que “a meta de toda atividade plástica é 
a construção e a decoração é a tarefa mais nobre das artes. Portanto, a arte deveria integrar-
se à arquitetura”. Essa integração tinha como objetivo reunir todos os esforços criativos das 
disciplinas práticas da arte, como a pintura, escultura, artes manuais, música e artesanato em 
torno de uma nova arquitetura. De acordo com Gropius:
A boa arquitetura deve refletir a vida da época. E isto exige 
conhecimento íntimo das questões biológicas, sociais, técnicas 
e artísticas. [...] Não obstante, o nosso objetivo mais nobre é o 
de criar um tipo de homem que seja capaz de ver a vida em sua 
totalidade, em vez de perder-se muito cedo nos canais estreitos da 
especialização. (GROPIUS, 1974, p.27).
Interessante, não acha? Esse foi o primeiro pensamento pedagógico da Bauhaus de Weimar, 
uma escola com formação humanista. Assim, Gropuis (1974, p. 32) esclareceu, “nossos esforços 
visavam descobrir uma nova postura, que deveria desenvolver uma consciência criadora nos 
participantes, para finalmente levar a uma nova concepção de vida”. Cada estudante deveria 
ser treinado por dois professores: um artista e um artesão. 
16
Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
A trajetória de um estudante na Bauhaus começava sempre com um 
curso preliminar de seis meses conhecido como Vorkurs, concebido 
e conduzido originalmente por um artista e teórico nascido na Suíça, 
Johannes Itten (1888-1967). Ele era um homem incomum em muitos 
aspectos, (...) Era filiado ao Mazdaznan, um movimento espiritual quepreconizava o vegetarianismo, um estilo de vida saudável, exercícios 
e muito jejum. (...) Tentava ajudar seus alunos a encontrar de forma 
intuitiva sua voz artística. (GOMPERTZ, 2013, p. 225).
Alem do estilo de vida que levava esse professor, era um homem diferenciado: vestia-se 
de túnica escura, raspava a cabeça e usava óculos. Os alunos gostavam muito dele e de suas 
aulas. A Bauhaus vivia num clima muito agradável de criações artísticas e os jovens motivados 
e felizes. Nessa atmosfera toda, vale lembrar que as vanguardas artísticas europeias, como por 
exemplo, o Expressionismo, Fovismo, Futurismo, Construtivismo e, sobretudo De Stijl, estavam 
em plena produção, e Gropius circulava por esse ambiente frutífero. 
Gropius, além de Johannes Itten, contratou outros professores artistas e artesãos para sua 
Bauhaus. Chamou, em diferentes momentos, nomes como: 
Lyonel Feininger Wassily Kandinsky Paul Klee
László Moholy-Nagy Josef Albers Anni Albers
Mies Van Der Rohe Marcel Breuer Gerhard Marcks
Georg Muche Hinnerk Scheper Oskar Schlemmer
Joost Schmidt Lothar Schreyer Gunta Stölzl
Marianne Brandt Dietmar Starke Omar Akbar
A escola foi influenciada pelas ideias de Piet Mondrian e Theo van Doesburg - De Stijl e, 
sobretudo com a presença física de Doesburg, que apesar de não ter sido contratado pela 
escola, chegou para:
Ensinar os princípios do movimento De Stijl aos Bauhäusler. 
(...) Seu curso De Stijl fora do campus tornou-se um ímã 
para os alunos da instituição, que compareciam em massa. 
(...) Disciplina e precisão, esse era o nome do jogo De Stijl - 
instrumentos mínimos, máximo impacto; pode-se dizer mais 
com menos. (GOMPERTZ, 2013, p. 228).
Lições dadas, alunos em formação, professores empenhados, um sonho vivido. Mas em sua 
história de vida, a Bauhaus durou somente quatorze anos na Alemanha. Passou por algumas 
surpresas, foi obrigada a se estabelecer em locais diferentes. Vejamos: 
A BAUHAUS, escola de artes e ofícios manuais, foi fundada em Weimar, na Alemanha, 
por Walter Gropius em 1919. Em 1925 foi transferida para Dessau. Em 1928, com a 
saída de Gropius, a escola é liderada por Hannes Meyer e a partir de 1930 dirigida por 
Mies Van der Rohe. Em 1932, permaneceu em Berlim e foi fechada oficialmente pelos 
nazistas em 1933. Com a imigração de alguns de seus principais professores para os 
Estados Unidos, em 1937 é fundada em Chicago, a Nova Bauhaus.
17
De 1919 a 1927, na cidade de Weimar, veja a imagem da fachada do prédio aqui: 
foto: Ralf Herrmann/Wikimedia Commons
Em 1923 a Alemanha cria um sério conflito com o não pagamento de suas obrigações 
decorrentes da guerra. Isso fez os exércitos francês e belga entrarem no país, piorarem a situação 
e as dificuldades aumentarem. A consequência foi a hiperinflação e o desemprego assolar o 
país. As verbas destinadas à Bauhaus tiveram que ser reduzidas drasticamente, todo o apoio 
político foi retirado e o contrato de Gropius encerrado. Os dias da Bauhaus estavam terminados 
em Weimar.
Artistas e intelectuais do mundo todo ficaram tristes e indignados com a situação. Mas 
aconteceu o inesperado:
A sorte virou: para a Bauhaus e para a Alemanha. Os norte-
americanos intervieram com sucesso, emprestando ao governo 
alemão dinheiro suficiente para pôr o país em pé novamente. O 
desemprego caiu; a atividade aumentou. A confiança retornou e 
a atividade comercial aumentou. A confiança retornou, e centros 
industriais de todo o país procuraram Gropius, oferecendo 
um recomeço para a Bauhaus em sua região. (...) Em 1925 os 
mestres e estudantes da escola de design mais famosa do mundo 
se instalaram na cidadezinha de Dessau, um pouco ao norte de 
Weimar. (GOMPERTZ, 2013, p. 232).
Dessau foi escolhida por ser uma cidade em situação de prosperidade, estava crescendo 
industrialmente e a Bauhaus fazia todo o sentido de ser instalada lá. Mas o crescimento industrial 
exigia uma nova postura nos método de ensino da escola. Grospius percebeu essa necessidade 
e mudou a pedagogia. De método artístico-artesanal para técnico-industrial. A nova máxima 
era “Arte e tecnologia - uma nova unidade”. Portanto, de 1927 a 1932, a Bauhaus de Dessau 
continuará a articular arte e artesanato, mas com essa nova meta.
A partir de agora os alunos deverão criar produtos baratos, com alto grau de funcionalidade, 
durabilidade e beleza estética inovadora, para o consumo popular em grande escala. Conforme 
Wolfe (1990, p.28), com os novos métodos de criação “insistiam que o cliente ficasse de boca 
calada. No socialismo, o cliente era o trabalhador.” Lembra-se do dito de que menos é mais? 
Essa era a filosofia para a criação dos novos produtos: belos, funcionais, baratos e duradouros.
18
Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
As oficinas e ateliês das escolas de artes e ofícios de hoje em dia, 
utilizados como método de ensino, é o mesmo inventado por 
Gropius na Bauhaus.
O modelo de pensamento construtivista do novo artista e professor húngaro, responsável por 
essa inovação, Lazlo Maholy-Nagy domina a escola. Arte e tecnologia deveriam conviver sem 
conflitos. É a vez do artesanato executar apenas modelos, para serem destinados à fabricação 
industrial. E assim, utilizando materiais industriais, a nova construção em ferro e vidro concebida 
por Gropius abrigaria agora os ateliers de produção. 
Veja alguns objetos criados pelos alunos, aqui: 
http://www.metmuseum.org/toah/hd/bauh/hd_bauh.htm
Veja a nova sede em Dassau, na imagem abaixo: 
 
O prédio da Bauhaus, em Dessau, projetado por Walter Gropius. Foto: iStock/Getty Images.
No ano de 1932, a democratização termina e os políticos do partido nacional-socialista já 
consideravam a Bauhaus uma célula divergente de suas ideias e distante das tradições alemãs. 
Sua produção “demasiadamente internacional” era incapaz de traduzir um ideal ariano de 
criação. Sendo assim, forçam a Bauhaus a mudar-se imediatamente para a cidade de Berlim, 
como ocorreu. Veja a imagem da fachada do prédio em Berlim, nesse link: 
http://bauhaus-online.de/en/atlas/werke/the-bauhaus-building-in-berlin-steglitz
19
No ano seguinte, 1933, Adolf Hitler, no cargo de chanceler alemão, impôs o fechamento da 
Bauhaus e fez mais:
Ordenou a seus capangas que pilhassem os museus do país e 
removessem todas as obras de arte moderna produzida após 
1910 que eles abrigassem. Obras de Paul Klee, Wassily Kandinsky, 
Lyonel Feininger e Ernst Ludwig Kirchner (entre muitos outros) 
foram confiscadas, antes de serem expostas de maneira caótica e 
acompanhadas por textos escarnecedores, destinados a estimular o 
público a rir da “arte degenerada”. 
Com esse episódio, os artistas mais importantes das vanguardas alemãs sentiram-se 
profundamente desrespeitados e humilhados a ponto de deixarem de vez não só a Alemanha, 
mas a Europa. Em massa foram viver nos Estados Unidos. Entre eles: Walter Gropius, Ludwig 
Mies van der Rohe, Wassily Kandinsky, László Moholy-Nagy, Josef Albers, Marcel Breuer, Lyonel 
Feininger, Piet Mondrian e muitos outros.
Esses artistas passam a viver em terra americana e continuam seus projetos. Gropius tornou-
se presidente da escola de arquitetura de Harvard; Mies van der Rohe foi nomeado reitor de 
arquitetura no Armour Institute em Chicago. Um grupo de industriais norte-americanos decide 
fundar em 1937, em Chicago, uma escola de Design e chama Moholy-Nagy, ex-professor da 
Bauhaus original da cidade de Weimar, para dirigi-la. Nomeiam essa escola de Nova Bauhaus. 
Esse nome mais tarde é substituído por Escola de Design, e posteriormente para Instituto 
de Design, como é até hoje.
Para fechar o assunto Bauhaus, que realmente é envolvente, convido-lhe para assistir aos 
vídeos dos links abaixo. Neles você verá com detalhes os objetos e utensílios domésticos 
produzidos pelos alunos e hoje disseminados por todo o planeta. Vamos ver?
Bauhaus, a face do Século XX parte 1. (14min55s): 
https://www.youtube.com/watch?v=9jiCV0kWfiU
Bauhaus, a face do Século XX parte 2. (13min34s): 
https://www.youtube.com/watch?v=u1x4_Z8NTbYBauhaus, a face do Século XX parte 3. (10min8s): 
https://www.youtube.com/watch?v=gMumQhm2Wuc
Bauhaus, a face do Século XX parte 4. (10min12s): 
https://www.youtube.com/watch?v=aaJW7bFb2Fk
Gostou do que viu nos vídeos? Muito bom saber sobre essa escola de arte e design 
revolucionária. Ela facilitou nossa vida urbana, por meio da criação dos utensílios domésticos 
que se desdobraram no que temos hoje, não é verdade? Mas você ficará ainda mais surpreso 
com o que vem por aí na próxima aula. 
Até lá!
20
Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
Material Complementar
Vídeos:
Mondrian: .............................. https://www.youtube.com/watch?v=guDkknIg5K0
Mondrian – animação: ............ https://www.youtube.com/watch?v=8XKSfyV_i8s
Vídeo aula sobre a Bauhaus: ... http://www.brainstorm9.com.br/28368/b9-talk/b9-talk-a-divergencia-entre-hitler-e-a-bauhaus/
Theo van Doesburg: ............... https://www.youtube.com/watch?v=FqbC8unN77U
Gerrit Rietvield: ...................... https://www.youtube.com/watch?v=qLHCYeswxuI
Livros:
Neoplasticismo na Pintura e Arquitetura. 
Autor: Piet Mondrian
Organizador: Carlos Alberto Ferreira Martins
Editora Cosac & Naify, Cosac Naify.
ABC da Bauhaus: a Bauhaus e a teoria do design
Organização: Ellen Lupton, J. Abbott Miller 
Editora Cosac & Naify, Cosac Naify.
Manifesto Bauhaus:
http://bauhaus-belasartes.blogspot.com.br/2008/06/manifesto-bauhaus_09.html
Arquitetura, no início do século 20, o Modernismo, Bauhaus, DeStijl e Estilo Internacional:
https://www.youtube.com/watch?v=wUb1ficeiD8
Filmes documentário: Arquitetura da Destruição
https://www.youtube.com/watch?v=IBqGThx2Mas
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Referências
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Webgrafia
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Unidade: A pureza da cor e as possibilidades do design 
Anotações

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