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Celso Furtado

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Caro aluno, diante desse contexto, resgate um pouco da trajetória de Celso Furtado na gestão pública e comente acerca do desenvolvimento econômico e o papel da gestão pública. Não esqueça de referenciar sua pesquisa!
 Mais conhecido por suas contribuições para o campo da economia, entretanto, Furtado iniciou sua carreira de funcionário e acadêmico, como pesquisador e professor, no campo da administração pública. Em 1943, Furtado entrou por concurso para o Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) como assistente de organização e alcançou, 20 anos depois, a posição de ministro de Estado no governo de João Goulart (1961-1964). Durante o período investigado, Furtado trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), em Santiago (Chile), entre 1949 e 1957, retornou ao Brasil para se tornar diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), o que o levaria a organizar a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) da qual ele foi o primeiro superintendente. Furtado foi o principal disseminador das ideias da Cepal no Brasil que propunham a centralidade do Estado na promoção do desenvolvimento e a consequente necessidade de um novo perfil de gestor público para gerir esse processo. O período foi marcado pelo diálogo entre desenvolvimento econômico e administração do desenvolvimento, o que levou à tese da vinculação do desenvolvimento econômico ao desenvolvimento da técnica e arte de administração. Destarte, Furtado foi um dos pensadores cuja reflexão teórica e prática ajudou a consolidar as grandes empresas estatais do país. 
Celso Monteiro Furtado é um dos economistas mais conhecidos no Brasil e no exterior e chegou a ser indicado por seus pares para o Prêmio Nobel de economia em 2003, um ano antes de falecer. Talvez, exatamente por seu amplo reconhecimento como economista, sua carreira como gestor público tenha sido relegada a segundo plano pela literatura de administração. Contudo, Furtado iniciou sua carreira como servidor público e suas preocupações acadêmicas iniciais passaram pelas organizações em geral e, em particular, pela administração pública.
Em 1959 publicou o influente livro “Formação Econômica do Brasil”, que se tornou um clássico da interpretação do subdesenvolvimento brasileiro, mostrando que o país não vivia apenas uma etapa na linha da evolução do desenvolvimento, mas tinha um caráter histórico e que estava inserido em uma divisão social do trabalho, com profundas desigualdades entre o “centro” e a “periferia” da economia internacional.
Mas no livro “O mito do desenvolvimento econômico”, de 1974, Celso Furtado vai mais longe e mostra os limites do sonho do desenvolvimento e do crescimento econômico ilimitado em um Planeta finito. Ele foi influenciado por Kenneth Boulding (1910-1993) – que disse a famosa frase provocativa: “Acreditar que o crescimento econômico exponencial pode continuar infinitamente num mundo finito é coisa de louco ou de economista”.
Também influenciado por outros autores fundadores da escola da Economia Ecológica, Celso Furtado chamou a atenção para o fato de que os países da periferia do sistema capitalista seriam incapazes de reproduzir o padrão de consumo dos países ricos, pois o padrão de desenvolvimento afluente não seria generalizável para a maioria da população mundial.
Furtado, de forma inovadora para o pensamento brasileiro, mostra que o padrão de produção e consumo hegemônico no mundo seria impossível de se generalizar, pois o crescimento ilimitado da economia seria inviável em decorrência dos limites da ecologia:
“O custo, em termos de depredação do mundo físico, desse estilo de vida, é de tal forma elevado que toda tentativa de generalizá-lo levaria inexoravelmente ao colapso de toda uma civilização, pondo em risco as possibilidades de sobrevivência da espécie humana. (…) a ideia de que os povos pobres podem algum dia desfrutar das formas de vida dos atuais povos ricos – é simplesmente irrealizável. Sabemos agora de forma irrefutável que as economias da periferia nunca serão desenvolvidas, no sentido de similares às economias que formam o atual centro do sistema capitalista. (…) Cabe, portanto, afirmar que a ideia de desenvolvimento econômico é um simples mito” (Furtado, 1974, p. 75)
Estas palavras foram publicadas em 1974, ano em que a população mundial atingiu 4 bilhões de pessoas e os países desenvolvidos tinham menos de um bilhão de habitantes. Para Celso Furtado, o desenvolvimento seria uma possibilidade para os poucos países do Primeiro Mundo, mas um mito inalcançável para a maioria dos países do Terceiro Mundo, pois com a pressão sobre os recursos naturais não haveria como satisfazer toda a demanda global.
Celso Furtado.
Como pensador, acreditava que a compreensão do desenvolvimento econômico passava pela construção de uma teoria econômica que se adequasse à realidade capitalista periférica. Para tanto, defendia uma teoria que servisse de elemento norteador não apenas ao crescimento quantitativo, mas, também, à melhoria constante da qualidade de vida dos diferentes segmentos sociais. Seu pensamento, portanto, vinculava-se à mudança social pautada numa teoria e num conhecimento que possibilitasse intervenções conscientes no sentido do desenvolvimento econômico.
Referencias:
TENORIO, Fernando and WANDERLEY, Sergio. Celso Furtado: um economista a serviço da gestão pública (1943-1964). Rev. Adm. Pública [online]. 2018, vol.52, n.3, pp.507-526. ISSN 1982-3134.
 100 anos de Celso Furtado e o mito do desenvolvimento econômico (ecodebate.com.br) 
http://www.centrocelsofurtado.org.br/interna.php?ID_M=1232

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