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questões norteadoras - farmacologia 11/02 Farmaocinetica I • Quais são as principais formas farmacêuticas e vias de administração? Formas farmacêuticas: SÓLIDAS: cápsulas, comprimidos (orais e vaginais), drágeas, implantes, óvulos, papéis, pílulas, pós, supositórios. � SEMI-SÓLIDAS (pastosas): cremes, pastas, pomadas, loções., unguentos. � LÍQUIDAS: suspensões, emulsões, soluções, gotas, xaropes, enemas, óleos medicinais, colutórios... � GASOSAS: inalantes � ESPECIAIS: são aquelas formas farmacêuticas que, ou podem se encontrar em mais do que uma forma forma física, ou se encontram num estado de matéria diferente das anteriores. Ex.: sprays, aerosóis. Vias de administração: Oral - É a via mais utilizada, por apresentar características como a segurança, economia, além da facilidade de administração e não causar dor. Contudo, são contraindicadas para pacientes que apresentam náuseas, vômitos, desacordados ou com dificuldade de deglutição, como crianças menores. Possuem também a capacidade de identificação pelo paciente, por apresentar diferentes formas e cores. Comprimidos, drágeas, cápsulas, xaropes, suspensões e elixires são algumas das formas farmacêuticas empregadas nesta via de administração. Sofrem absorção intestinal e estomacal, principalmente. Via sublingual - Esses medicamentos são geralmente administrados em situações de emergência, que requer rápida ação, pois são rapidamente absorvidos através da mucosa sublingual. Apresentam-se em comprimidos ou gotas, sendo colocados sob a língua, devendo permanecer no local até a sua completa absorção. Exemplos de sua aplicação são casos de hipertensão ou infarto cardíaco. Via retal - São utilizados quando há contraindicação da administração pela via oral. Compreende as formas de supositórios, podendo exercer efeito local ou sistêmico, dependendo da formulação. Também são utilizados por esta via os enemas. Via Intradérmica (ID) - Medicamentos administrados na derme, utilizada para reações de hipersensibilidade, como nos casos de teste de alergia. Via restrita, devido à capacidade de administração de pequenos volumes (0,1 a 0,5 ml). Via Subcutânea (SC) - Administração de medicamentos sob a pele, no tecido subcutâneo. Os locais de administração incluem as regiões superiores externas dos braços, abdome, região anterior das coxas e superior do dorso. A fim de evitar iatrogenias, os locais de administração devem ser variados. Os medicamentos mais utilizados são a heparina e insulina, assim como algumas vacinas. Via Intramuscular (IM) - Administração feita diretamente no músculo, utilizada para determinados tipos de formulações, como soluções oleosas ou suspensões, que requerem uma absorção a longo prazo. O volume deve ser avaliado, pois irá depender da massa muscular do indivíduo, evitando complicações. Os músculos mais utilizados são o vasto lateral da coxa, o glúteo e o músculo deltoide. https://www.infoescola.com/saude/vacina/ https://www.infoescola.com/quimica/solucoes/ Via Endovenosa - Também chamada de via intravenosa, consiste na administração diretamente na corrente sanguínea, através da veia. Pode incluir uma única dose, ou administração por infusão contínua, no soro fisiológico ou glicosado. Medicamentos com características incompatíveis a administração pela via oral, como os passíveis de degradação pelo suco gástrico, ou de difícil absorção também devem ser utilizados por esta via. Desvantagens incluem a dor e possibilidade de infecções. Via Respiratória - Administração na forma de nebulização ou pó inalatório. Empregada para pacientes com problemas respiratórios. Apresenta efeito local (descongestionante nasal ou medicamentos antiasmáticos) ou sistêmico (anestesia inalatória), sendo que a administração é feita através da boca. Os medicamentos se apresentam na forma de gás ou pó, percorrendo a via respiratória e desenvolvendo a sua ação. Via ocular, intranasal e auricular - Medicamentos aplicados localmente. Na via ocular, os medicamentos se apresentam nas formas de colírio ou pomadas. As formulações para via nasal, incluindo os descongestionantes nasais, estão na forma de solução, enquanto que para a via auricular se encontram na forma de solução otológica. Outra via inclui a vaginal, utilizada para a administração de medicamentos que induzem o trabalho de parto. • O que é ADME? A- administração D- distribuição M- metabolização E- excreção • Qual a definição de absorção? Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. • Qual a diferença entre administração enteral e parenteral? Local e Sistêmica? Enteral - A administração enteral, ou administração pela boca, é o modo mais se- guro, comum, conveniente e econômico de administrar os fármacos. O fármaco pode ser deglutido, por via oral, ou pode ser colocado sob a língua (sublingual) ou entre a bochecha e a gengiva (bucal), facilitando a absorção direta na circulação sanguínea. Parenteral - A via parenteral introduz o fármaco diretamente na circulação sistêmica. Ela é usada para fármacos que são pouco absorvidos no trato GI (TGI) (p. ex., heparina) e para os que são instáveis no TGI (p. ex., insulina). Essa administração também é usada no tratamento do paciente impos- sibilitado de tomar a medicação oral (paciente inconsciente) ou quando é necessário um início rápido de ação. Elas também asseguram o melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo. • O que é bioequivalência? Duas formulações de fármacos são bioequivalentes se elas apresentam biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática. • Quais são os tipos de transporte através de membranas? E quais são as características de cada tipo de transporte? Mecanismos de absorção: Difusão passiva: o fárma-co se move da região de concentração alta para a de concentração baixa. A difusão passiva não envolve transportador, não é saturável e apresenta baixa especificidade estrutural. A maioria dos fármacos é absorvida por esse mecanismo. Os fármacos hidrossolúveis atravessam as membranas celulares através de canais ou poros aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente através da maio- ria das membranas biológicas, devido à sua solubilidade na bica-mada lipídica. Difusão facilitada: Outros fármacos podem entrar na célula por meio de proteínas transportadoras transmembrana especializadas que facilitam a passagem de moléculas grandes. Essas proteínas transportadoras sofrem alterações conformacionais, permitindo a passagem de fármacos ou moléculas endógenas para o interior da célula, movendo-os de áreas de alta concentração para áreas de baixa concentração. Esse processo é denominado difusão facilitada. Ele não requer energia, pode ser saturado e pode ser inibido por compostos que competem pelo transportador. Transporte ativo: Ele é capaz de mover fármacos contra um gradiente de concentração – ou seja, de uma região com baixa concentração de fármaco para outra com concentração mais elevada. Esse processo é saturável. Os sistemas de transporte ativo são seletivos e podem ser inibidos competitivamente por outras substâncias cotransportadas. Endocitose e exocitose: Estes tipos de absorção são usados para transportar fármacos excepcionalmente grandes através da membrana celular. A endocitose envolve o engolfamento de moléculas do fármaco pela membrana e seu transporte para o interior da célula pela compressão da vesícula cheia de fármaco. A exocitose é o inverso da endocitose. Muitas células usam a exocitose para secretar substâncias para fora por um processo similar ao da formação de vesículas. • O que é aprisionamento iônico e como a ionização e o pH podem afetar a absorção de fármacos? Efeito do pH na absorção de fármacos: A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca. Fármacos ácidos (HA) liberam um pró- ton (H+), causando a formaçãode um ânion (A–). As bases fracas (BH+) também podem liberar um H+. Contudo, a forma protonada dos fármacos básicos, em geral, é carregada, e a perda do próton produz a base (B) não ionizada. Um fármaco atravessa a membrana mais facilmente se estiver não ionizado. Assim, para os ácidos fracos, a forma HA não ionizada consegue permear através das membranas, mas o A– não consegue. Para a base fraca, a forma não ionizada, B, consegue penetrar através das membranas celulares, mas a BH+ proto- nada não consegue. Por isso, a concentração efetiva da forma permeável de cada fármaco no seu local de absorção é determinada pelas concentrações relativas entre as formas ionizada e não ionizada. A relação entre as duas formas é, por sua vez, determinada pelo pH no local de absorção e pela força do ácido ou base fracos, que é representada pela constante de ionização, o pKa (Fig. 1.8). (Nota: o pKa é uma medida da força da interação de um composto com um próton. Quanto menor o pKa de um fármaco, mais ácido ele é. Ao contrário, quanto maior o pKa, mais básico ele é.) O equilíbrio de distribuição é alcançado quando a forma permeável de um fármaco alcança uma concentração igual em todos os espaços aquosos do organismo. VIA DE ADMINISTRAÇÃO PADRÃO DE ABSORÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS Oral • Variável; afetada por vários fatores • Via de administração mais segu- ra e mais comum, conveniente e econômica • Absorção limitada de alguns fármacos • Os alimentos podem interferir na absorção • É necessária adesão do paciente • Os fármacos podem ser biotransfor- mados antes de serem absorvidos sistemicamente Intravenosa • A absorção não é necessária • Pode ter efeitos imediatos • Ideal para dosagens de altos volumes • Adequada para substâncias irritantes e misturas complexas • Valiosa para situações de emergência • Permite a titulação da dosagem • Ideal para fármacos proteicos de alta massa molecular e peptídeos • Imprópria para substâncias oleosas • A injeção em bolus pode resultar em efeitos adversos • A maioria das substâncias deve ser injetada lentamente • São necessárias técnicas de assepsia estritas Subcutânea • Depende do diluente do fármaco: – soluções aquosas: imediata; – preparações de depósito: liberação lenta e prolongada • Adequada para fármacos de liberação lenta • Ideal para algumas suspensões pouco solúveis • Dor e necrose se o fármaco é irritante • Inadequada para fármacos adminis- trados em volumes elevados Intramuscular • Depende dos diluentes do fármaco: – soluções aquosas: imediata; – preparações de depósito: liberação lenta e prolongada • Adequada se o volume é moderado • Adequada para veículos oleosos e certas substâncias irritantes • Preferível à via IV se o paciente deve se autoadministrar • Afeta certos testes de laboratório (creatinocinase) • Pode ser dolorosa • Pode causar hemorragia intramuscu- lar (evitar durante o tratamento com anticoagulante) Transdérmica (adesivo) • Lenta e prolongada • Evita o efeito de primeira passagem • Conveniente e indolor • Ideal para fármacos lipofílicos e que tem baixa biodisponibilidade oral • Ideal para fármacos que são elimina- dos rapidamente do organismo • Alguns pacientes são alérgicos aos adesivos, o que pode causar irritação • O fármaco deve ser muito lipofílico • Pode causar atraso no acesso ao local de ação farmacológica • Limitado a fármacos que podem ser tomados em doses pequenas diárias Retal • Errática e variável • Evita parcialmente o efeito de primei- ra passagem • Evita a destruição pela acidez gástrica • Ideal se o fármaco causa êmese • Ideal para pacientes com êmese ou comatosos • O fármaco pode irritar a mucosa retal • Não é uma via “bem aceita” Inalatória • Pode ocorrer absorção sis- têmica, o que nem sempre é desejado • A absorção é rápida; pode ter efeitos imediatos • Ideal para gases • É eficaz para pacientes com proble- mas respiratórios • A dose pode ser titulada • Se o alvo do efeito se localiza nos pulmões: são usadas doses menores comparando com as que se usariam por via oral ou parenteral • Menos efeitos adversos sistêmicos • Principal via de adictos (o fármaco pode acessar rapidamente o cérebro) • Os pacientes podem ter dificuldade em regular a dose • Alguns pacientes têm dificuldades no uso dos inaladores Sublingual • Depende do fármaco: – poucos fármacos (p. ex., nitroglicerina) têm absorção sistêmica direta e rápida – a maioria dos fármacos tem absorção incompleta e errática • Evita o efeito de primeira passagem • Evita a destruição pela acidez gástrica • Mantém a estabilidade do fár- maco, porque a saliva tem pH relativamente neutro • Pode causar efeitos farmacológicos imediatos • Limitada a certos tipos de fármacos • Limitada a fármacos que podem ser tomados em pequenas doses • Pode perder parte do fármaco se deglutido
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