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As vias de administração e as formas farmacêuticas apresentam fundamental importância na absorção de fármacos. A ação de qualquer fármaco depende de sua concentração no líquido que banha o tecido- alvo. É a apresentação final de um medicamento. Além do princípio ativo, a forma farmacêutica geralmente contém adjuvantes, substâncias sem propriedades medicinais com finalidade de: Solubilizar, Suspender Espessar Diluir Emulsionar Estabilizar Melhorar o sabor Colorir Preservar a mistura etc. Ela representa um sistema cuja função é propiciar estabilidade ao princípio ativo e liberá-lo adequadamente no interior do organismo. A escolha da forma farmacêutica para um determinado fármaco de pende de suas propriedades fisico-químicas e da via pela qual ele será administrado ao organismo. A via de administração depende da finalidade terapêutica do medicamento, visando a um efeito local ou sistêmico. A administração de um fármaco à distância implica em sua absorção e distribuição pelo organismo, processos que envolvem transposição de membranas biológicas. Dependendo da via de administração, o fármaco pode sofrer degradação consequente à primeira passagem pelo fígado ou ter acesso a órgãos em que pode determinar efeitos tóxicos. A via de administração determina: Tempo de latência; Intensidade e a duração de ação do fármaco; Extensão de seus efeitos tóxicos ou adversos. Cada via de administração requer uma forma farmacêutica especifica! As vias de administração são divididas principalmente em: Enteral: A administração do fármaco ocorre em algum ponto do trato gastrointestinal e inclui as vias oral, sublingual e retal. Parenteral: Os fármacos são administrados fora do trato gastrointestinal e compreende as vias injetáveis (intravenosa, intramuscular, subcutânea etc.) Via pulmonar: através das vias respiratórias. Via tópica: Utilizada principalmente na pele, mas também em mucosas. Entre outras. É utilizada como uma forma de acesso à circulação sistêmica através do trato gastrointestinal. A absorção pelo trato gastrointestinal e a concentração sanguínea do fármaco dependem de vários fatores como: Fatores biofarmacêuticos: Forma e estado físico do princípio ativo; Quantidade e tipo dos excipientes utilizados; Processos empregados em sua fabricação; Formulação empregada. Condições fisiológicas: Motilidade gastrointestinal; PH do tubo gastrointestinal; Concentração enzimática; Local e processo envolvidos nas fases de metabolização e excreção. Muitas dessas variáveis podem estar alteradas pela condição patológica do animal, por sua dieta ou outras circunstâncias. Contraindicação: A via oral é contraindicada na ocorrência de vômitos, irritação grave do trato digestivo e para fármacos de gradáveis por enzimas digestivas ou pelo pH do suco gástrico. Também limitam seu uso o sabor e o odor desagradáveis do princípio ativo. Forma farmacêutica: Podem ser: Sólidas: pós, cápsulas, comprimidos e drágeas. Líquidas: xaropes, tinturas, elixir. Em medicina veterinária, as formas farmacêuticas sólidas são mais utilizadas pela facilidade de administração. As formas farmacêuticas líquidas são absorvidas com mais rapidez do que as sólidas, que necessitam primeiramente sofrer solubilização. Formas farmacêuticas sólidas de revestimento entérico: fármacos instáveis em pH ácido podem receber um tipo especial de revestimento que previne desintegração e dissolução no estômago, evitando, assim, sua de gradação. Formas farmacêuticas sólidas de liberação prolongada: No sentido de aumentar o intervalo posológico prolongando o efeito do princípio ativo, os fármacos podem ser formulados de modo que sua liberação seja retardada. Característica desse tipo de formulação é que os níveis sanguíneos terapêuticos são mantidos por longo tempo, são mais apropriadas para princípios ativos com meia-vida curta (inferior a 6 horas) e cujos níveis plasmáticos terapêuticos sejam bem conhecidos. Vantagens: Melhora terapêutica, conveniência, redução dos efeitos colaterais e economia. Sua única desvantagem consiste na perda de flexibilidade na dosagem. É uma via de administração simples, que assegura elevada concentração sanguínea do fármaco por evitar sua degradação pela primeira passagem pelo fígado ou por processos de degradação que possam ocorrer no trato gastrointestinal. Esta via é adequada para administração de drogas potentes e lipossolúveis que não apresentem sabor desagradável. Forma farmacêutica: Podem ser: Liquidas: contidas ou não em cápsulas ou pérolas gelatinosas Sólidas: Comprimidos facilmente desintegráveis. Praticamente não utilizada na medicina veterinária. É uma alternativa útil quando, por diversos motivos, a administração oral não é possível, evita-se, pelo menos de forma parcial, o efeito de primeira passagem pelo fígado. A absorção retal pode ser irregular e incompleta, e alguns princípios ativos podem promover irritação da mucosa. O uso dessa via é limitado. Forma farmacêutica: As formas farmacêuticas mais comuns são: Liquidas: Clisteres. Sólidas: Supositórios. Que podem ser de ação local ou evacuantes, ou de ação sistêmica. É a que fornece a mais rápida e completa disponibilidade do fármaco. Os fatores envolvidos na absorção são evitados, obtendo se a concentração desejada no sangue com precisão e rapidez. A injeção intravenosa de fármacos deve ser realizada de forma lenta para evitar a superdosagem relativa nos órgãos mais irrigados. Uma exceção é a administração de tiobarbitúrico sob a forma de bolus (injeção rápida) na indução de anestesia. A via intravenosa permite administração de soluções hipertônicas e substancias irritantes. É particularmente útil em emergências (choque, toxemias, hemorragias) quando se necessita de início rápido da ação do fármaco e para administração de grandes volumes de soro, plasma ou substitutos plasmáticos. Contraindicação: A via intravenosa exige certas precauções, visto que os efeitos adversos dos fármacos são mais perigosos quando administrados desse modo, em razão das altas concentrações atingidas no sangue e nos tecidos. São contraindicadas, por esta via, suspensões, emulsões e drogas que precipitem elementos figurados do sangue. A absorção pelas vias intramuscular e subcutânea ocorre por difusão simples ao longo do gradiente entre o depósito do fármaco e o plasma. A velocidade é limitada pela vascularidade local e pela solubilidade do fármaco. Um fármaco pode influenciar sua própria velocidade de absorção ou a de outra droga administrada simultaneamente caso altere o suprimento sanguíneo ou a permeabilidade capilar no local da injeção. A via subcutânea é indicada para fármacos que não irritam o tecido; caso contrário, pode causar dor intensa, necrose e descamação. A velocidade de absorção após injeção subcutânea é suficientemente lenta e constante para proporcionar efeito mantido. Os fármacos em solução aquosa são absorvidos muito rapidamente após administração intramuscular, porém sobrevém absorção lenta e constante quando o fármaco é injetado em solução oleosa ou suspenso em veículos de depósito. Dor e aparecimento de lesões musculares podem impossibilitar a administração de substâncias irritantes ou com pH extremos. É limitada para administração de contrastes, radioisótopos ou agentes antineoplásicos para tratamento de tumor em áreas especificas do corpo. É também utilizada em experimentação cientifica. É uma alternativa à via intravenosa. Permite administração de soluções isotônicas não irritantes, ou mesmo de sangue. Admite grandes quantidadesde líquidos, e não há necessidade de controle da velocidade de administração. É muito utilizada em filhotes de pequenos animais. Tem como risco principal a peritonite. Sendo primordial uma rigorosa assepsia. É empregada para inalação de substâncias voláteis ou gases, servindo o pulmão como via de administração e eliminação. A rápida troca resultante da grande área da superfície do epitélio pulmonar e do fluxo sanguíneo permite o ajuste imediato da concentração plasmática do fármaco. Seu uso geralmente é restrito para anestesia inalatória. É comum este tipo de via ser utilizado quando se deseja a ação local do fármaco. Compostos alta mente lipofílicos podem ser absorvidos através da pele integra, precisando assim de cuidados com efeitos sistêmicos e as vezes a administração tópica visa a efeitos sistêmicos. Forma farmacêutica: Incluem pós, cremes, pomadas, géis, loções e as formas pour one e spot on, especificas para a medicina veterinária. A administração tópica de fármacos pode também ser realizada em diversos outros sítios. Em medicina veterinária, destacam-se a região orofaríngea, olhos e ouvidos. Nesses casos, as formas farmacêuticas utilizadas são colutórios e gargarismos, que consistem em líquidos para uso na cavidade bucal, colírios para instilação na mucosa ocular e gotas otológicas para o conduto auditivo. Material didático referente a aulas ministradas. Farmacologia veterinária/ Luiz Claudio di stase, Ciro Moraes Barros. – Barueri, SP: Manole, 2012.
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