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Operações Financeiras

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Prévia do material em texto

Contabilidade 
Empresarial
Operações Financeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Divane Alves da Silva
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
5
•	Operações financeiras como necessidade 
da administraçâo financeira
•	Administração financeira
•	Levantamento e alocação dos recursos
É muito importante que você acompanhe atentamente o texto principal, colocando-se no lugar, de 
um(a) empresário(a) que gere o seu negócio e depois como um administrador financeiro de alta 
qualidade que realiza um excelente trabalho junto às finanças de uma empresa.
Nesta Unidade, você irá aprender o quão importante são as 
operações financeiras para o desenvolvimento das empresas e 
o [importantíssimo] papel do administrador financeiro.
Operações Financeiras
6
Unidade: Operações Financeiras
Contextualização
Três amigas resolvem abrir uma nova empresa e aguardam ansiosamente a liberação de um 
empréstimo para formar o capital da empresa. Quando então...
É... as operações financeiras iniciam antes mesmo de a empresa ser criada!
7
Operações financeiras como necessidade da administraçâo financeira
Imaginemos que, assim como muitas pessoas no Brasil, Maria Adelaide (que aqui representa 
uma empreendedora) é fascinada por roupas masculinas e decide abrir uma loja especializada 
em roupas masculinas de luxo, em um grande centro comercial de sua cidade.
O grande problema é que, apesar de gostar muito de roupas masculinas, Maria Adelaide 
não tem dinheiro. É de origem pobre, seus pais têm condições de comprar o básico, e “olhe lá”, 
como se diz na expressão popular!
As amigas da Maria Adelaide, Rosana e Fabiana, também gostam de roupas. Todas decidiram 
fazer cursos de moda, acompanham esse mercado, viraram o que poderíamos chamar de 
“especialistas no assunto”.
Para desenvolver ainda mais suas habilidades, resolveram trabalhar como vendedoras em 
uma loja já tradicional e conheceram diversos “truques” desse ramo de negócio. Sabem quem 
são os consumidores, quanto estão dispostos a pagar pelos produtos e serviços, quais suas 
preferências e manias. 
Trabalhando como vendedoras, as amigas recebem um determinado valor por seu trabalho, 
que dá para manter uma vida razoável, inclusive comprando alguns bens mais luxuosos como 
um carro, roupas bonitas e um apartamento. Mas estão insatisfeitas. 
A loja onde trabalham compra as roupas de um fornecedor industrial de produtos padronizados 
prét a porter e que atendem aos anseios dos clientes, mas, “falta alguma coisa”.
Com o conhecimento que já formaram sobre esse ramo de negócio, sabem que se contratarem 
alguns costureiros terão a possibilidade de oferecer um serviço de alfaiate expresso, ou algo 
do gênero.
Glossário
Prét a porter = pronta para uso. Roupas prontas para uso, que necessitam de poucos (ou nenhum) 
ajustes para serem usadas.
As amigas, com a ajuda de um consultor especializado em empreendedorismo, produzem 
um plano de negócios bem feito e convincente. Com esse plano em mãos, além de muita 
esperança, procuraram um banco comercial no qual foram atendidas por um gerente, que ouviu 
atentamente tudo o que elas disseram. 
Depois de muita conversa e uma quantidade infindável de burocracia e aborrecimentos, 
recebem uma notícia que seria boa, se não trouxesse embutida uma péssima situação: o 
empréstimo que haviam pedido para formar o capital social da empresa e com previsão de 
pagamento em cinco anos foi liberado. O que as inquietava eram os juros: proibitivos ao extremo.
Após conversarem muito entre elas, tomaram uma decisão corajosa e quase insana: aceitaram 
as condições impostas pelo banco, resolveram assinar o contrato e, com o dinheiro, abrir a tão 
sonhada loja (e confecção) de roupas masculinas. 
8
Unidade: Operações Financeiras
Todos apontavam para as três como verdadeiras loucas, que perderam a razão. Elas ouviram 
centenas de vezes as seguintes perguntas, ou variações dessas:
– Não escutam o que dizem os economistas e jornalistas? Vocês estão pagando os juros 
mais altos do mundo, enlouqueceram? Esperem mais alguns meses, provavelmente a crise 
financeira internacional vai passar e os juros vão baixar.
Elas não “deram ouvidos” a esses comentários, mas tinham consciência do risco que estavam 
correndo. Tinham enorme confiança no plano de negócios que haviam montado (que gastaram 
tanto tempo para produzir) e no talento que desenvolveram.
Montaram a estrutura da empresa e uma luxuosa loja, que despertou ainda mais a indignação 
de sua família e amigos. Os comentários que ouviam eram algo em torno de:
– Elas enlouqueceram, estão “torrando” dinheiro com bobagens. Colocaram papel de 
parede caríssimo, móveis estilo vintage, forrados com veludo vermelho...
– Não dou nem dois meses para o juiz fechar a loja por falência!
De fato, os sussurros das pessoas que conheciam as três amigas, agora sócias, tinham sua 
razão de ser. Da forma como as coisas estavam se desenrolando, praticamente tudo o que 
ganhariam com a venda das roupas seria canalizado para o pagamento dos juros do empréstimo. 
Em alguns meses, a empresa não teria condições de gerar lucro suficiente para sequer as três 
sócias fazerem supermercado e, no primeiro ano de operação, estava previsto que não teriam 
lucro nenhum; apesar de trabalharem muito, não teriam um centavo sequer de remuneração 
por esse trabalho. Teriam de recorrer a suas economias pessoais. 
Os fornecedores, não “tem dó” e ao menor sinal de dificuldades no pagamento das despesas 
e matérias primas cessariam de fornecer. A mesma coisa os empregados, o que seria muito 
prejudicial para a empresa.
No primeiro mês de operação, as sócias enfrentaram as dificuldades e conseguiram pagar a 
parcela 1/100 do empréstimo. 
No segundo mês de operação, as sócias tiveram um pouco mais de dificuldades, porque o 
volume de vendas não foi o esperado. Mas conseguiram pagar a parcela 2/100 do empréstimo. 
No terceiro mês de operação, as sócias começaram a ficar seriamente preocupadas, porque 
fizeram pouquíssimas vendas, muito aquém do que haviam planejado, mas, mesmo com muitas 
dificuldades, conseguiram pagar a parcela 3/100 do empréstimo. 
Nesse momento, as sócias começaram a se incomodar seriamente com os comentários e 
sussurros dos amigos. Não cansavam de ouvir comentários incorretos e sem fundamento algum, 
como algo em torno de: 
– Não dou nem mais um mês para elas fecharem as portas. Não deu certo, olha só: ninguém 
vai comprar roupa na lojinha delas. 
– Não sei onde elas estavam com a cabeça, pouquíssimos homens gastam dinheiro com 
roupas elegantes e, quando compram essas roupas, elas duram vinte anos. Deveriam ter 
aberto uma loja de roupas para crianças, que é algo que todo mundo precisa.
9
Observação
As estatísticas de institutos que estudam o empreendedorismo, como o IBGE 
e o Sebrae Nacional, indicam que é muito alta a porcentagem de micro e 
pequenas empresas que são abertas no Brasil e que são fechadas ainda no 
seu primeiro ano de operação.
A partir do oitavo mês, as três sócias começaram a se sentir mais confiantes no plano de 
negócios que planejaram. Os clientes começaram a aparecer, muitos deles eram os mesmos que 
atendiam na loja em que trabalhavam como vendedoras e que voltaram para comprar mais 
produtos, ao menos uma vez. 
E também muitos clientes novos, que moravam em bairros mais distantes do centro 
comercial em que se instalaram, começaram a frequentar a loja. Com isso, conseguiram pagar 
a parcela 8/100. 
Logo vieram as festividades de Natal e Ano Novo e as sócias, que costumavam viajar juntas 
para a praia, este ano não tinham dinheiro para isso e resolveram passar o Réveillon em suas 
casas, junto à família. E nem precisa dizer que os sussurros e comentários irritantes não poderiam 
ser outros: 
– Ué, não vão passar o Réveillon em Milão ou Paris esteano?
A partir do segundo ano, a loja entrou em um ritmo de rotina. A preocupação já não era 
exatamente pagar o empréstimo, ao invés disso, muitos outros problemas começaram a surgir. 
Um empresário, famoso artista da televisão, montou uma loja nos mesmos moldes em outro 
centro comercial e começou a “roubar” alguns clientes. 
Algumas lojas de estilistas internacionais famosos abriram as portas na cidade. Os impostos 
aumentaram, o preço do tecido e os salários também. No pagamento da parcela 25/100, a 
empresa ficou sem caixa e foi necessário recorrer novamente um empréstimo ao banco, agora 
para o chamado “capital de giro”.
Foi necessário, ao longo do tempo, comprar novas máquinas que não estavam previstas 
no plano de negócios, mas que iriam diminuir os custos, segundo os vendedores. Mas não 
diminuíram os custos. 
As sócias conseguiram a façanha de pagar a parcela 60/100 com cinco dias de antecedência. 
Jamais atrasaram o pagamento de uma parcela sequer. As outras pessoas, no entanto, não 
compartilhavam da felicidade delas. Ouviam-se sussurros:
– Dinheiro que é bom... nada! Nem para lavar o carro...
As sócias, totalmente acostumadas com a rotina, começaram a lançar algumas novidades 
para atrair e fixar os clientes, superando os concorrentes. Montaram promoções, participaram 
de desfiles de moda organizados pelo centro comercial e “tocaram a vida”, e todos os meses 
pagavam a parcela do empréstimo com cinco dias de antecedência. 
10
Unidade: Operações Financeiras
Em um dia muito chuvoso, que aumentava as vendas (apesar de muita gente achar que 
ocorreria ao contrário), uma jornalista de uma conceituada revista de moda ligou para as sócias 
e pediu para fazer uma entrevista. Alguns meses depois, a matéria foi publicada e o texto deixou 
todas muito contentes. 
A jornalista elogiou sem nenhuma restrição o trabalho e a confecção das sócias e as chamou 
de “poderosas empresárias”. A matéria imediatamente atraiu ainda mais clientes e a marca da 
empresa subiu de valor no mercado. Alguns outros empresários as procuraram para representar 
a marca em outras cidades. 
Em conversa com o Sr. Rafael, o contador da empresa, as sócias riram de todos os elogios e 
disseram que eram exagerados. Exclamaram: 
– Disseram que somos poderosas, mal eles sabem que tudo o que temos é na verdade do 
banco. Não precisava exagerar!
O Sr. Rafael, então, esclareceu para as sócias que elas estavam erradas e a jornalista estava 
correta. O patrimônio delas não é do banco, elas já pagaram todas as 100 parcelas do empréstimo! 
O Patrimônio é delas mesmo. E que patrimônio! O Sr. Rafael disse:
– Parabéns! Vocês estão ricas! 
Não é curioso ver que, no começo do empreendimento, as sócias tinham pouco dinheiro e 
após cinco anos se tornam “ricas”? Como exatamente ocorreu essa “mágica”?
Observe o gráfico a seguir. 
Figura - Evolução do capital das sócias do caso da loja de roupas masculinas.
Não há nenhuma mágica neste caso fictício! Essa é uma situação que realmente ocorre na 
Economia e muitos empresários passaram por esse mesmo esforço que as sócias da loja de 
roupas masculinas para conseguir tornar realidade as suas ideias.
O fato é que ao longo das páginas anteriores comentei apenas parte das ações que ocorreram 
(ou ocorrem) em cinco anos, de uma empresa ainda inexistente a uma empresa consolidada no 
mercado. Por isso, a impressão de que “é uma mágica” (em um momento as personagens não 
tinham dinheiro e em outro momento eram pessoas possuidoras de capital!) 
11
Ao longo do período de cinco anos, as sócias conseguiram equilibrar duas grandes ações 
na empresa: a primeira foi operacional. Elas conseguiram atrair clientes com os serviços que 
prestavam e conseguiram transformar matérias primas, recursos naturais e demais fatores de 
produção que estavam à sua disposição. Esse aspecto não é o que iremos estudar neste momento. 
A outra grande ação foi a financeira. Elas conseguiram equilibrar o fluxo de caixa 
adequadamente, o que permitiu à empresa atuar no mercado sem maiores sobressaltos. É esse 
aspecto que iremos estudar nas próximas páginas. 
Em ambas essas ações, houve muito esforço, muito trabalho e renúncias, situação inquietante 
que somente foi tolerada porque as sócias tinham gosto e paixão pela sua proposta.
Observações
Embora, na prática, a ação operacional e a ação financeira nem sempre 
tenham como ser separadas, pelo menos de forma “cirúrgica”, uma está 
sempre ligada à outra; os especialistas dizem que é possível uma empresa ter 
ótimos resultados operacionais e ter insucesso financeiro. Ou ao contrário!
A administração financeira tem como função, segundo Cordeiro da Silva (2011, p. 5-12), 
“gerenciar os recursos financeiros para obter lucros e, dessa forma, maximizar a riqueza dos 
acionistas”. Esse mesmo autor, ao definir o objetivo da administração financeira, completa que 
“existem vários enfoques da administração financeira”, destacando os seguintes: 
 · Risco;
 · Liquidez;
 · Endividamento;
 · Fusões;
 · Aquisições;
 · Mercados financeiro e de capital;
 · Mercados futuros e de opções;
 · Eficácia operacional;
 · Alavancagem;
 · Valor justo;
 · E outros.
O objetivo da administração financeira, é “maximizar o valor de mercado do capital dos 
proprietários”. Cordeiro da Silva (2011, p. 5-12) argumenta que esse objetivo “deve estar em 
sintonia com o desejo mais cobiçado pelo acionista, ou seja, a remuneração de seu capital, sob 
a forma de distribuição de dividendos e/ou lucros”.
Administração financeira
12
Unidade: Operações Financeiras
 
 Importante
O administrador financeiro tanto pode ser um(a) profissional contratado(a) pela empresa para exercer 
essa função, uma pessoa que teve uma formação universitária e/ou técnica voltada para essa área 
ou outro profissional de qualquer área que assuma essa tarefa. Normalmente, nas pequenas e micro 
empresas, essa função é suprida pelo próprio sócio e/ou proprietário. 
Assim, retornando ao nosso caso das amigas que abriram uma loja de roupas masculinas, 
todo o trabalho de administração financeira estava voltado a maximizar o dinheiro das sócias. 
Esse dinheiro foi disponibilizado por um banco, que exigiu que o montante fosse devolvido em 
100 parcelas acrescidas dos juros. 
Apesar da sensação de que estariam “trabalhando para o banco”, na verdade, estavam 
trabalhando para fortalecer a empresa e formar condições que fossem rentáveis não apenas 
para gerar recursos para pagar as dívidas, mas para remunerar o capital investido. 
Dessa forma, o que vemos nessa operação é o dinheiro sendo usado como se fosse uma 
mercadoria, um estoque que é disponibilizado para a empresa com a condição de que essa 
empresa gere ainda mais dinheiro. Uma parte desse dinheiro é pago como um “aluguel” , que 
são os juros. 
Por outro lado, o banco também corre riscos ao emprestar ou financiar um determinado 
montante de dinheiro a um agente da economia. Existe sempre o risco desse agente, ao 
contrário das sócias do caso da loja de roupas masculinas, não retornar ao banco o montante e 
os juros. Por isso os bancos têm muito cuidado para escolher a quem vão emprestar os recursos 
financeiros e costumam analisar se o tomador do empréstimo realmente tem condições de 
manusear o dinheiro. 
Se esse tomador do empréstimo obtiver bons resultados, estará ocorrendo o que se denomina 
de função de intermediação bancária, na qual os agentes financeiros atuam como alavancadores 
da economia, gerando desenvolvimento social. 
No entanto, essa função social nem sempre é admitida dessa forma. No passado, por volta 
do período do Renascimento, a Religião Católica condenava a ação bancária irresponsável, ou 
o que chamava de usura.
Você Sabia ?
A usura era (é) a cobrança abusiva e irresponsável de juros, o que levava à prática da 
violência e da exploração do trabalhohumano, mais identificada com o que hoje chamamos 
de “agiotagem”, (considerada crime, de acordo com o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940). Código Penal. Art. 160 – “Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da 
situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou 
contra terceiro”.
13
Atualmente, a Igreja Católica e a maioria das religiões ocidentais costumam aceitar a atividade 
bancária responsável como sadias e promotoras de desenvolvimento. 
Já a religião muçulmana, de acordo com a Sharia, a Lei Islâmica, proíbe o que denominam 
“riba”, a cobrança de juros. Assim, nos preceitos e pilares dessa religião, “riba” ocorre se uma 
pessoa está se aproveitando, ganhando dinheiro com o esforço dos outros, sem participar desse 
esforço. Ou ganhar dinheiro sobre o dinheiro. Por isso, durante muitos séculos a atividade 
bancária islâmica era praticamente inexistente. Somente nos últimos anos é que se desenvolveu 
um curioso e engenhoso sistema de finanças islâmicas, que permitiu a criação de bancos que 
não cobram juros, exigem as chamadas “mais valias”, ou seja, participações nos lucros auferidos 
nas operações, entre outras ações.
Sobre Finanças Islâmicas, leia o artigo de Ahmed Sameer El Katib e Sérgio de 
Iudícibus, disponível em: http://congressousp.fipecafi.org/web/artigos142014/243.pdf
Independente de como se considere a atividade bancária, se benéfica e saudável ou algo 
negativo e que deve ser evitado, o administrador financeiro deve atuar de forma a equilibrar os 
recursos financeiros da empresa. Os instrumentos que os administradores usam para essa tarefa 
é o “Fluxo de Caixa”, os orçamentos da empresa. 
Uma visão simplificada do Fluxo de Caixa diário de uma empresa é o que podemos ver na 
figura a seguir.
Fluxo de Caixa da Empresa
Figura: Fluxo de caixa simplificado
Saldo no Início do dia: 0,00
Entradas de recursos financeiros: 120.000,00
Saídas de recursos financeiros: 120.000,00
Saldo no final do dia: 0,00
 
 Explore
Este assunto também é tratado em Matemática Financeira. Recomenda-se que você consulte um 
livro de Matemática Financeira e veja como o “Fluxo de caixa” é tratado e demonstrado.
14
Unidade: Operações Financeiras
Ou seja, se do valor que entrou de recursos no dia houver sobras, o administrador financeiro 
deve aplicar esses recursos, por exemplo, em um produto financeiro, como uma poupança ou 
um CDB para que os recursos gerem recursos financeiros para a empresa. 
Se a empresa tiver mais saídas no dia do que entradas, o administrador financeiro deve 
buscar fontes de recursos financeiros para suprir essa necessidade. 
Cordeiro da Silva (2011, p. 5-12) nos ensina que, dentro dos objetivos do administrador 
financeiro, as funções financeiras devem ser de curto prazo e de longo prazo.
As funções de curto prazo, para esse autor, incluem “a administração do caixa, do crédito, 
das contas a receber e a pagar, dos estoques e dos financiamentos de curto prazo”. 
Cordeiro da Silva (2011, p. 5) comenta que a função de curto prazo aborda: 
 
 Diálogo com o Autor
 
A companhia precisa dispor de recursos para atender os compromissos assumidos com empregados, 
fornecedores, tributos e outras obrigações. Os recebimentos das vendas e/ou prestação de serviços 
aos clientes necessitam acontecer simultaneamente ao vencimento dos compromissos. Podem existir 
prazos diferentes de recebimentos e pagamentos, aí, nesse momento, a empresa precisa captar 
recursos no mercado financeiro, mediante empréstimos ou resgatar aplicação de recursos excedentes. 
A administração de curto prazo é também conhecida como administração do capital circulante.
Praticamente, todas as empresas, em maior ou menor grau, acabam por se envolver em 
operações financeiras como as descritas acima por Cordeiro da Silva (2011, p. 5) como 
operações de rotina, inerentes à operação da empresa, sendo que, no estudo da Contabilidade 
Empresarial, abordamos as principais operações financeiras. 
Por exemplo, há empresas que preferem recorrer aos serviços bancários e tomar empréstimos 
para suprir necessidades de caixa, e conceder vendas a prazo para seus clientes, com prazo mais 
estendido para pagar. 
Por outro lado, há as empresas que preferem não conceder vendas a prazo para seus 
clientes, mas oferecer bons preços e descontos, para formar saldo de caixa, sem depender da 
intermediação bancária. 
Isso depende de decisões do administrador financeiro. 
Cordeiro da Silva (2011, p. 5-12) nos ensina que as funções financeiras de longo prazo 
“incluem as decisões financeiras estratégicas, como, por exemplo, orçamento de capital, estrutura 
de capital, relacionamento com investidores etc.”.
15
Esse autor complementa, dizendo que:
 
 Diálogo com o Autor
 
No longo prazo, as decisões financeiras requerem a captação de recursos para projetos e investimentos 
e a definição de critérios a serem adotados para escolher investimentos alternativos. 
A tradição brasileira é a de que os bancos particulares atuem com mais intensidade no curto 
prazo, e não no longo prazo. Operações em longo prazo (embora exista um esforço do Ministério 
da Economia para mudar esse quadro) são basicamente realizadas por órgãos de fomento como 
o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outros órgãos como o 
Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia entre outros.
Levantamento e alocação dos recursos
Tanto em curto prazo, como em longo prazo, o administrador financeiro tem a função de buscar 
fontes de recursos que sejam as mais vantajosas disponíveis no momento em que as operações 
são realizadas. Cordeiro da Silva (2011, p. 5-6) cita a seguinte classificação de recursos: 
 
 Diálogo com o Autor
 
 · Recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos);
 · Recursos de terceiros (compromissos assumidos e dívidas contratadas);
 · Recursos permanentes (recursos próprios e dívidas em longo prazo);
 · Recursos temporários (compromissos e dívidas em curto prazo);
 · Recursos onerosos (causam despesas financeiras), como empréstimos e financiamentos.
As dificuldades e oportunidades geradas pela administração financeira acabam gerando 
os segmentos de decisões financeiras, que são três áreas às quais os administradores 
financeiros devem se ater em seu trabalho. 
16
Unidade: Operações Financeiras
Cordeiro da Silva (2011, p. 12) lista essas três áreas da seguinte forma: 
 
 Diálogo com o Autor
 
 · Decisões de investimento: as instituições, em geral, desenvolvem novos projetos e tomam 
decisão sobre sua implantação, o que equivale dizer que grandes quantias precisam ser injetadas 
no empreendimento. Investimentos em novos ativos exercem longos efeitos sobre a vida de uma 
companhia e uma decisão inadequada pode comprometer o seu futuro;
 · Decisões de financiamentos: objetivam criar uma estrutura financeira mais adequada às 
operações da companhia e aos novos projetos a serem implantados, no que se refere à captação 
de recursos próprios ou por meio de terceiros (onerosa);
 · Destino dos lucros: uma companhia de sucesso sempre terá planos de investimentos que 
requerem injeção de recursos adicionais; para isso acontecer, é necessário reter parte dos lucros e 
o restante pode ser captado por outras fontes; no entanto, essa posição vai depender do número 
de acionistas, do consenso da posição do acionista majoritário e outros aspectos que devem ser 
analisados, inclusive política de dividendos. 
Assim, voltando ao nosso caso das três sócias da loja de moda masculina, ao longo dos 
primeiros anos de operação da empresa, elas próprias, atuando como administradoras 
financeiras e com a ajuda de profissionais competentes, aliado a uma boa ideia comercial e suaatuação, “acordaram” em um dia donas de um negócio promissor ou, como o contador Rafael 
bem disse, estavam “ricas”. 
17
Material Complementar
Como complemento ao conteúdo estudado na Unidade 1, temos um interessante artigo de Souza 
(2010), que estudou a rara produção científica envolvendo Pequenas e Médias Empresas. 
Lembre-se que foi justamente uma dessas empresas que usamos como um caso exemplificativo. 
ESTUDOS SOBRE ENDIVIDAMENTO NA PEQUENA EMPRESA
Pesquisa bibliométrica nos Eventos EnANPAD de 2005 a 2009
AUTOR
RENALDO ANTÔNIO SOUZA
Faculdade Novos Horizontes
renaldo.souza@mestrado.unihorizontes.br
RESUMO
Micro e pequenas empresas desempenham um papel muito importante na economia de brasileira, 
pois geram empregos, distribuem renda e podem ser consideradas fator gerador de estabilidade 
social. A grande maioria dos estudos sobre finanças contemplam, e se preocupam mais com a 
grande empresa, deixando de lado a micro e pequena empresa, que tem uma realidade bem 
diferente. Deixando de levar em conta, no caso do financiamento de suas atividades, características 
bem próprias da micro e pequena empresa. O objetivo desta pesquisa foi verificar a incidência de 
estudo da academia na área da gestão sobre o tema endividamento na micro e pequena empresa. 
Metodologicamente, tratou-se de estudo bibliométrico atendendo a lei de Zipf que conforme De 
Muylder et al. (2008) visa encontrar a frequência de determinados termos em um artigo científico. 
Foram pesquisados todos os 4.506 artigos publicados no evento anual nacional da ANPAD – 
EnANPAD realizados de 2005 a 2009. Dentre todos os artigos aceitos e publicados nos anais foram 
encontrados, 286 artigos com o termo endividamento e apenas 8 destes relacionaram o termo 
pequena empresa. Ressaltou-se, portanto a necessidade de instigar novos estudos relacionando os 
dois termos na academia frente a necessidade de desenvolver as micro e pequenas empresas.
Artigo completo disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead/13semead/resultado/trabalhosPDF/686.pdf
 
 Importante
Olha aí uma excelente ideia para um trabalho de iniciação científica, tem pouca coisa sobre finanças 
de pequenas e médias empresas! Pense nisso!
18
Unidade: Operações Financeiras
Referências
BRASIL. Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. Art. 160.
CORDEIRO DA SILVA, Edson. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas: Guia 
de sobrevivência empresarial. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, Sergio de. et al. Contabilidade Introdutória. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: Contabilidade Empresarial. 7.ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12.ed. São Paulo: Pearson 
Education Brasil, 2010. (e-book)
ARAÚJO, I. P. S. Introdução à contabilidade. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. (e-book)
GRIFFIN, M. P. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2012. (Série Fundamentos). 
(e-book) 
GUERRA, L. Contabilidade descomplicada. São Paulo: Saraiva, 2010. (e-book)
MÜLLER, A. N. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São Paulo: Pearson 
Education, 2012.
REIS, A. Demonstrações contábeis. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. (e-book)
19
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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