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Histologia do olho Sistemas Orgânicos Integrados 2 1 Camadas (túnicas) estruturais do olho Externa: Túnica corneoescleral (fibrosa) – Protetora Composta pela córnea e a esclera Média: Túnica Vascular (ou trato uveal) Compreende o coróide, o corpo ciliar e a íris Interna: Retina (Neural/Nervosa) Compreende a Camada neural da retina e o Epitélio Pigmentar da Retina (EPR) Câmaras do olho Câmara anterior Espaço entre a córnea e a íris Câmara posterior Espaço entre a superfície posterior da íris e a superfície anterior do cristalino Câmara vítrea Espaço entre a superfície posterior da lente e a retina neural ***Segmento anterior do olho: Córnea, as câmaras anterior e posterior e seus conteúdos ***Segmento posterior do olho: Câmara vítrea, a retina visual, o EPR, a esclera posterior e a úvea (coróide) Câmara posterior Câmara anterior Câmara vítrea Membrana transparente em forma de cúpula, avascular e ricamente inervada por plexos nervosos subepiteliais e estromais; Apresenta aproximadamente 0.5 mm de espessura na sua região central e é formada por micro fibrilas de colágeno uniformemente orientadas (ao contrário da esclera) Divide-se em 5 camadas Córnea Características do epitélio Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado (notável capacidade de regeneração-7dias) Proliferam-se a partir da camada basal e perdem suas organelas na porção apical Células tronco migram do limbo corneoescleral (junção da esclera com a córnea) As células tronco do limbo servem como barreira evitando a invasão de células epiteliais conjuntivais Correlação clínica: Doenças ou lesões extensas das células tronco levam à conjuntivalização da córnea: vascularização, aparecimento de cél. calicifórmes, epitélio irregular e instável -> diminuição da visão Características da Membrana de Bowman Lâmina Limitante Anterior Lâmina fibrilar aparência homogênea Constituição: colágeno organizado aleatoriamente Confere resistência à córnea Atua como barreira contra disseminação de infecções Não se regenera Correlação clínica: Doenças ou lesões na Membrana de Bowman estão associadas à erosões recorrentes da córnea. Quando lesionadas formam uma cicatriz opaca - > Comprometimento da visão Características do Estroma Corneal Organizada em cerca de 60 lamelas 90% da espessura da córnea Constituído por fibroblastos produtores de colágeno (ceratócitos), fibrilas de colágeno (V) e substância fundamental Correlação clínica: Edema da córnea após lesões do epitélio ou do endotélio altera a organização precisa das lamelas e causam alterações na transparência da córnea Características da Membrana de Descemet Lâmina Limitante Posterior É a lâmina basal do endotélio Separa o endotélio do estroma adjacente Se regenera mas apresenta espessamento gradativo com o tempo Se estende sob a esclera e forma o ligamento pectinado inserido no músculo ciliar – mantem a curvatura normal da córnea Características do Endotélio da córnea Camada única de células pavimentosas Promove as trocas metabólicas da córnea Presença de zonas de adesão bem desenvolvidas, zônulas de oclusão e desmossomos Limitada capacidade de regeneração Parte branca e opaca da camada externa do olho Função protetora e ajuda a manter a forma do olho É formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas (denso) dispostas paralelamente à superfície do olho Possui fibras elásticas em grande quantidade Base da inserção dos músculos extraoculares Com a idade, tende a ficar amarelada pela calcificação e hialinização. Esclera Camadas da esclera Características histológicas: Episclera: formada por tecido conjuntivo frouxo Esclera: constituída do estroma escleral composto por uma densa rede de feixes de colágeno que variam de forma e tamanho, não sendo uniformemente orientados como na córnea. Limbo corneoescleral Zona de transição entre a esclera e a córnea O colágeno da córnea que é transparente se transforma em opaco Região altamente vascularizada – função de nutrição da córnea que é avascular (nutrição feita também pelo fluído da câmara anterior) Região do canal de Schlemm – revestido por endotélio Drenagem do humor aquoso que é produzido pelos processos ciliares Correlação clínica: Alterações no ângulo iridocorneal (*) podem acarretar o bloqueio na drenagem do humor aquoso, causando glaucoma * Túnica vascular – Úvea/Trato Uveal Íris Localização: Porção mais anterior do trato uveal; Separa a câmara anterior da câmara posterior Características histológicas: Constituída por tec. conjuntivo frouxo ricamente vascularizado Possui um epitélio pigmentado posterior e um epitélio pigmentado anterior (mioepitélio) Presença dos músculos dilatadores e esfíncter da pupila O número de melanócitos no estroma é responsável pela variação na cor do olho Poucos melanócitos >>Azulado Muitos melanócitos >>Castanho Correlação clínica Contração: Miose (SNA parassimpático) Músc. esfíncter papilar Dilatação: Midríase (SNA Simpático) Mús. dilatador da pupila Dilatação da coróide na altura do cristalino Formato de anel espesso e contínuo Características histológicas: Tecido conjuntivo com fibras elásticas, células pigmentares e capilares fenestrado Possui os Processos Ciliares: Extensões semelhantes a cristas do corpo ciliar, a partir do qual fibras zonulares emergem e se estendem até a lente Corpo ciliar ****A acomodação visual é feita pelos Músculos Ciliares que se inserem na coróide e no cristalino Os prolongamentos ciliares/processos ciliares são espessamentos da região vascular interna do corpo ciliar Epitélio ciliar (dupla camada de células colunares) – Funções: 1. Secreção do humor aquoso 2. Participação na barreira hematoaquosa (parte da barreira hemato-ocular) 3. Secreção e ancoragem das fibras zonulares que formam o ligamento suspensor da lente. Constitui a maior parte do trato uveal Localização: Entre a esclera e a retina Da ora serrata (junção entre retina e corpo ciliar) até o nervo óptico. Características histológicas Camada ricamente vascularizada, que nutre a retina. Formada pelo tecido conjuntivo frouxo rico em células, fibras colágenas e elásticas. Coróide Lente biconvexa transparente Formado por 3 camadas: Características histológicas: Cápsula do cristalino: Formado por colágeno do tipo IV e glicoproteínas, onde as fibras de sustentação se inserem – zônula ciliar Epitélio subcapsular: única camada de células epiteliais cúbicas Fibras do cristalino: células que perderam seu núcleo, se tornaram alongadas e com poucas organelas. Cristalino Correlação clínica: Com o avançar da idade, a lente gradualmente perde sua elasticidade e capacidade de se acomodar. Essa condição, denominada presbiopia, em geral ocorre na quarta década de vida. Ela é facilmente corrigida com o uso de óculos de leitura ou de uma lente de aumento. Substância gelatinosa que preenche toda a cavidade posterior do olho, atrás do cristalino Mantém a forma do olho Composição: água (99%) e glicosaminoglicanos (ácido hialurônico) Humor vítreo A camada mais interna do globo ocular Prolongamento do SNC Responsável pela transformação dos estímulos luminosos captados pelo olho em estímulos elétricos que serão conduzidos pelo nervo óptico até o centro cortical (na região occipital) da visão Composta de dois estratos (caract. Histológicas): Retina Neural Região não fotossensível (anterior à ora serrata, reveste a parte interna do corpo ciliar) Região fotossensível (posterior á ora serrata Epitélio pigmentar da retina (EPR) que se adere fortemente ao coróide Retina Disco óptico Local onde o nervo óptico se une à retina, como a papila óptica não tem fotorreceptores, representa um ponto cego no campo visual Fóvea central Área de maior acuidade visual. Região da retina com a maior concentração e o arranjo mais precisamente ordenado de elementos visuais Visão normal do fundo de olho no exame oftalmoscópico do olho direito Os neurônios e as células de sustentação podemser classificados em quatro grupos de células Fotorreceptores: Bastonetes e os cones da retina (características histológicas) Neurônios condutores: Células bipolares e ganglionares Neurônios associativos e outros neurônios: Horizontais, centrífugos, interplexiformes e amácrinos Células de sustentação (neuróglia): Células de Müller, Células microgliais e astrócitos As dez camadas da retina 1. Epitélio pigmentado da retina (EPR): camada externa da retina, na verdade, não faz parte da retina neural, mas está intimamente associada a ela 2. Camada de bastonetes e cones: contém os segmentos externo e interno dos fotorreceptores 3. Membrana limitante externa: limite apical das células de Müller 4. Camada nuclear externa: contém os corpos celulares (núcleos) dos bastonetes e cones da retina 5. Camada plexiforme externa: contém os prolongamentos dos bastões e cones da retina e os prolongamentos das células horizontais, amácrinas e bipolares que se conectam a eles 6. Camada nuclear interna: contém os corpos celulares (núcleos) das células horizontais, amácrinas, bipolares e de Müller 7. Camada plexiforme interna: contém os prolongamentos das células horizontais, amácrinas, bipolares e ganglionares que se conectam entre si 8. Camada de células ganglionares: contém os corpos celulares (núcleos) das células ganglionares 9. Camada de fibras do nervo óptico: contém prolongamentos das células ganglionares que vão da retina até o cérebro 10. Membrana limitante interna: composta da lâmina basal das células de Müller Funções do EPR Absorve a luz que passa através da retina neural para evitar o reflexo e ofuscamento resultante Ele isola as células da retina das substâncias transportadas pelo sangue (barreira hematorretiniana) através de junções estreitas entre as células do EPR. Participa na restauração da fotossensibilidade aos pigmentos visuais que foram dissociados em resposta à luz. O aparelho metabólico para a ressíntese dos pigmentos visuais está presente nas células do EPR. Ele fagocita e elimina os discos membranáceos dos bastonetes e cones das células fotorreceptoras da retina. Cones Os cones fornecem uma imagem visual composta de cor pela mistura da proporção apropriada de luzes vermelha, verde e azul A retina contém aproximadamente 7 milhões de cones Existem três classes de cones: L, M e S (sensíveis a comprimentos de onda longos, médios e curtos, respectivamente), que não podem ser distinguidas morfologicamente Os cones são menos sensíveis à luz fraca, porém mais sensíveis às regiões vermelhas, verde e azul do espectro visual. Diferentes pigmentos para cada comprimento de onda: Vermelha (588 nm), verde (531nm) e azul (420 nm) Bastonetes Bastonetes são mais sensíveis à luz 120 milhões de bastonetes São os receptores usados durante um período de baixa intensidade luminosa Os pigmentos dos bastonetes têm absorção máxima em 496 nm do espectro visual, e a imagem fornecida é composta de tons em cinza (“uma foto em preto e branco”) É formado a partir da retina e conduz o estímulo visual ao cérebro. Nervo óptico Conjuntiva Membrana que reveste a porção anterior visível da esclera e a porção interna das pálpebras Característica histológica: Epitélio estratificado prismático e tecido conjuntivo frouxo Estruturas acessórias Pálpebras Dobras flexíveis compostas por: -Pele -Feixes do músculo orbicular do olho -Tecido conjuntivo denso com glândulas sebáceas (glândulas tarsais ou de Meibomius) -Conjuntiva palpebral. Glândulas lacrimais Localizadas na borda súpero anterior da órbita São glândulas serosas do tipo túbulo alveolar A porção secretora é envolvida por células mioepiteliais Produzem secreção salina igual a concentração de sódio do sangue e que contem lisozima – bactericida A secreção dirige-se para as carúnculas lacrimais onde é drenada para os ductos lacrimais. Embriologia do olho Os sulcos ópticos aparecem nas pregas neurais da extremidade cefálica do embrião Quando as pregas neurais se fundem para formar o prosencéfalo, os sulcos ópticos se evaginam (protraem) do futuro diencéfalo para formar divertículos ocos chamados de vesículas ópticas, que se projetam da parede do prosencéfalo para o mesênquima adjacente. As vesículas logo se transformam em cálice óptico O cálice óptico induz modificações no ectoderma (placóide do cristalino) 28 dias ****Estruturas importantes: Pedículo óptico, cálice óptico e placóide do cristalino ****A origem embrionária do olho é o cálice óptico ****O cálice óptico forma a retina e o pedículo óptico se desenvolve como nervo óptico ****O ectoderma e o mesoderma formam o cristalino e parte da córnea ***A artéria hialóide, ramo da artéria oftálmica, irriga a camada interna do cálice óptico, a vesícula do cristalino e o mesênquima do cálice óptico. A veia hialóide provê o retorno sanguíneo dessas estruturas Cerca de 32 dias ***A fissura óptica contém mesênquima vascular, no qual se formam vasos sanguíneos 6 semanas 6 semanas e meia Fechamento da fissura retiniana e formação do nervo optico Vasos hialóideos ***Desenvolvimento pós natal: a mielinização das fibras do nervo óptico é incompleta ao nascimento. Fica completa depois de os olhos terem sido expostos à luz durante cerca de 10 semanas; O processo cessa junto ao disco óptico; O nervo óptico é circundado por 3 bainhas, contínuas com as meninges do encéfalo: Bainha dural externa – Funde-se na esclera – espessa e fibrosa (dura-máter). Bainha intermediária – fina (aracnóide). Bainha interna – vascular e cobre intimamente o nervo óptico e os vasos arteriais e venosos centrais da retina até o disco óptico (pia-máter). Cerca de 44 dias Camada Externa Camada Interna ***As partes distais dos vasos hialóides degeneram, mas as porções proximais persistem como a artéria e veia central da retina. Desenvolvimento da retina Origina-se das paredes do cálice óptico Camada externa do cálice (+ delgada) epitélio pigmentar da retina (EPR); Camada interna do cálice (+ espessa) retina neural, estratificada (sensível à luz); Durante o período embrionário, essas 2 camadas estão separadas pelo espaço intra-retiniano; As camadas do cálice óptico são contínuas com o encéfalo. *Retina neural e epitélio pigmentar – o espaço intrarretiniano desaparece à medida que essas camadas se fundem. ***Sob a influência do cristalino em desenvolvimento, a camada interna do cálice óptico prolifera para formar o neuroepitélio espesso Correlação clinica (malformação): Descolamento Congênito da Retina - Camadas interna e externa do cálice óptico não se fundem durante o período fetal; - A separação das camadas nervosa e pigmentar pode ser parcial ou total; - Associado à síndrome de Down e Marfan Desenvolvimento do corpo ciliar Extensão cuneiforme da coróide; Sua superfície medial projeta-se na direção do cristalino, formando os processos ciliares, digitiformes. Porção pigmentada: deriva da camada externa do cálice óptico, que é contínua ao epitélio pigmentar da retina; Porção não pigmentada: prolongamento anterior da retina nervosa ( s/ diferenciação dos elementos nervosos); Músculo ciliar e tecido conjuntivo do corpo ciliar: originam-se do mesênquima 5ª semana 6ª semana 20ª semana Recém nascido Origina-se da borda do cálice óptico, que se invagina e cobre parcialmente o cristalino; Epitélio da íris representa ambas as camadas do cálice óptico; O estroma de tecido conjuntivo da íris deriva de células da crista neural que migram para a íris; Os músculos dilatador e esfíncter da pupila da íris derivam do neuroectoderma do cálice óptico. Desenvolvimento da íris 5ª semana 6ª semana 20ª semana Recém nascido Origina-se da vesícula do cristalino É englobado pela cápsula do cristalino, produzida pelas células epiteliais adjacentes. Desenvolvimento do cristalino A córnea é induzida pela vesícula do cristalino A influência indutiva resulta em transformação do ectoderma da superfície em córnea avascular, transparentee com múltiplas camadas A córnea é formada a partir de três fontes: Epitélio córneo externo, derivado do ectoderma da superfície Mesênquima, derivado do mesoderma que forma um contínuo com a esclera em desenvolvimento Células da crista neural que migram do cálice óptico, epitélio córneo e camada média de estroma de matriz extracelular rica em colágeno Desenvolvimento da córnea Formam-se durante a 6ª semana; Originam-se do mesênquima da crista neural e de 2 pregas cutâneas do ectoderma que crescem sobre a córnea Início da 10ª semana: pálpebras aderem uma à outra e permanecem aderidas até por volta da 26ª à 28ª semana. Enquanto permanecem aderidas, há um saco conjuntival fechado, anterior à córnea. Desenvolvimento das pálpebras 5ª semana 6ª semana 20ª semana Recém nascido Originam- se de vários brotos maciços, que são evaginações do ectoderma da superfície; Esses brotos se ramificam e se canalizam, formando os ductos e alvéolos das glândulas; São pequenas ao nascimento e por isso só funcionam plenamente por volta da 6ª semana; As lágrimas só costumam aparecer no choro após 1 a 3 meses. Desenvolvimento das glândulas lacrimais Músculos extra-oculares originam-se do mesoderma posterior ao globo em desenvolvimento; As fibras musculares começam a crescer com orientação anterior e paralela ao eixo óptico; 2º mês: músculos começam a inserir-se na esclera; Desenvolvimento dos músculos extra oculares e da órbita Correlação clínica - Malformação: Colobomas Um coloboma é o resultado do fechamento incompleto da fissura da retina criando uma lacuna na estrutura do olho. Este defeito pode ocorrer em qualquer estrutura ocular, do cristalino ao nervo óptico. A pálpebra pode estar envolvida mas devido a outros mecanismos. Coloboma retinocoroideano: lacuna na retina, usualmente abaixo do nervo optico. Na maioria dos casos o defeito é bilateral Coloboma da iris: defeito no setor inferior da íris ou uma fenda na margem pupilar (aparência de buraco de fechadura). ***Pode ter causas ambientais ou hereditárias (característica autossomica dominante) Correlação clínica (malformação) – Aniridia: Ausência quase completa da íris. Origem embrionária: Interrupção do desenvolvimento na borda do cálice óptico (mutação do gene Pax6).
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