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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 Antibióticos – inibidores de parede celular (β-lactâmicos) Alguns antimicrobianos interferem seletivamente na síntese da parede celular bacteriana. A parede celular é composta de um polímero denominado peptidoglicano; os inibidores da síntese de parede celular apresentam eficácia máxima quando os microrganismos estão se proliferando. Os membros mais importantes do grupo são os antimicrobianos b- lactâmicos (denominados de acordo com o anel b- lactâmico, que é essencial para sua atividade), vancomicina e daptomicina. OBS.: esses inibidores têm pouco ou nenhum efeito em bactérias que não estejam crescendo e se dividindo. Penicilinas As penicilinas estão entre os fármacos mais amplamente eficazes e também entre os menos tóxicos conhecidos, mas o aumento da resistência limitou o seu uso. Os membros dessa família diferem entre si no substituinte R ligado ao ácido 6- aminopenicilânico. A natureza dessa cadeia lateral afeta o espectro antimicrobiano, a estabilidade no suco gástrico, a hipersensibilidade cruzada e a suscetibilidade às enzimas bacterianas de degradação (b-lactamases). • Mecanismo de ação As penicilinas interferem na última etapa da síntese da parede bacteriana (transpeptidação ou ligações cruzadas), resultando em exposição da membrana osmoticamente menos estável. Então pode ocorrer lise celular, seja pela pressão osmótica, seja pela ativação de autolisinas. Esses antibacterianos são bactericidas e atuam de modo tempo-dependente. As penicilinas são eficazes somente contra microrganismos em crescimento rápido, que sintetizem a parede celular de peptidoglicano. 1. Proteínas ligadoras de penicilina (PLPs): as penicilinas inativam também diversas proteínas na membrana celular da bactéria; são enzimas bacterianas envolvidas na síntese da parede celular e na manutenção das características morfológicas das bactérias. A exposição a esses antimicrobianos pode, não só bloquear a síntese da parede celular, mas também levar a alterações morfológicas ou lise das bactérias suscetíveis. OBS.: o número de PLPs varia conforme o tipo de microrganismo. Alterações em algumas dessas PLPs faz surgir microrganismos resistentes à penicilina. 2. Inibição da transpeptidase: as penicilinas inibem a reação catalisada pela transpeptidase, inibindo, assim, a formação das ligações cruzadas essenciais para a integridade da parede celular. 3. Produção de autolisinas: várias bactérias, particularmente os cocos gram-positivos, produzem enzimas degradativas (autolisinas) que participam da remodelagem normal da parede celular bacteriana. Na presença de penicilina, a ação degradativa das autolisinas ocorre na ausência de síntese da parede celular. Assim, o efeito antibacteriano de uma penicilina resulta da inibição da síntese da parede celular e da destruição da parede celular existente pelas autolisinas. • Espectro antibacteriano O espectro antibacteriano das várias penicilinas é determinado, em parte, pela sua Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 capacidade de atravessar a parede celular de peptidoglicano da bactéria para alcançar as PLPs no espaço periplasmático. Fatores que determinam a suscetibilidade das PLPs a esses antimicrobianos incluem tamanho, carga e hidrofobicidade do antimicrobianos β-lactâmico em particular. Em geral, os microrganismos gram-positivos têm paredes celulares facilmente atravessadas pelas penicilinas e, por isso, na ausência de resistência, eles são suscetíveis a esses fármacos. Os microrganismos gram-negativos têm uma membrana lipopolissacarídea externa, que envolve a parede celular e atua como barreira contra as penicilinas hidrossolúveis. Contudo, as bactérias gram-negativas têm proteínas inseridas na camada lipopolissacarídea que atuam como canais cheios de água (denominados porinas), permitindo a passagem transmembrana. 1. Penicilinas naturais: as penicilinas naturais são obtidas de fermentações do fungo Penicillium chrysogenum. As penicilinas semissintéticas, como amoxicilina e ampicilina, são criadas fixando-se diferentes grupos R ao núcleo ácido 6-aminopenicilânico. A benzilpenicilina é o tratamento básico de infecções causadas por inúmeros cocos gram-positivos e gram-negativos, bacilos gram-positivos e espiroquetas. As penicilinas são suscetíveis à inativação pelas β-lactamases (penicillinases) produzidas pelas bactérias resistentes. A fenoximetilpenicilina tem espectro similar ao da benzilpenicilina, mas não é usada no tratamento de bacteremias devido à sua escassa absorção. A fenoximetilpenicilina é um ácido mais estável do que a benzilpenicilina. Com frequência, é empregada por via oral no tratamento de infecções. 2. Penicilinas antiestafilocócicas: meticilina, nafcilina, oxacilina e dicloxacilina são penicilinas β-lactamase. Seu uso é restrito ao tratamento de infecções causadas por estafilococos produtores de penicilinase, incluindo o S. aureus sensível à meticilina. As penicilinas penicilinase-resistentes têm atividade mínima ou nula contra infecções gram- negativas. 3. Penicilinas de espectro estendido: ampicilina e amoxicilina têm um espectro antibacteriano similar ao da benzilpenicilina, mas são mais eficazes contra bacilos gram-negativos. A ampicilina (com ou sem a adição de gentamicina) é o fármaco de escolha contra o bacilo gram-positivo Listeria monocytogenes e espécies de enterococos suscetíveis. Essas penicilinas de espectro estendido são usadas amplamente também no tratamento de infecções respiratórias, e a amoxicilina é empregada profilaticamente por odontólogos em pacientes de alto risco, para prevenir a endocardite bacteriana. A formulação com um inibidor da β-lactamase, como ácido clavulânico ou sulbactam, protege a amoxicilina ou a ampicilina, respectivamente, da hidrólise enzimática e amplia seu espectro antimicrobiano. 4. Penicilinas antipseudomonas: Piperacilina e ticarcilina são denominadas penicilinas antipseudomonas devido à sua atividade contra Pseudomonas aeruginosa. Esses antimicrobianos estão disponíveis apenas em preparações parenterais. A piperacilina é o mais potente deles. Eles Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 são eficazes contra vários bacilos gram- negativos, mas não contra Klebsiella, devido à sua penicilinase constitutiva. Formulações de ticarcilina ou piperacilina com ácido clavulânico ou tazobactam, respectivamente, estendem o espectro antimicrobiano desses fármacos, incluindo, assim, microrganismos produtores de penicilinase. • Resistência Resistência natural às penicilinas ocorre em microrganismos que não possuem parede celular de peptidoglicano ou que têm paredes celulares impermeáveis a esses fármacos. A aquisição de resistência às penicilinas por β-lactamases mediadas por plasmídeos tornou-se um problema clínico importante. A multiplicação dessas cepas resistentes aumenta a disseminação dos genes de resistência. Obtendo resistência por plasmídeo, a bactéria pode adquirir uma ou mais das propriedades descritas a seguir, permitindo-lhe sobreviver na presença de antimicrobianos β- lactâmicos. 1. Atividade β-lactamase: essa família de enzimas hidrolisa a ligação amida cíclica do anel β-lactâmico, resultando em perda da atividade bactericida. As β-lactamases são constitutivas, produzidas pelos cromossomos bacterianos ou, com frequência, são adquiridas pelatransferência de plasmídeos. Alguns dos antimicrobianos β-lactâmicos são maus substratos para as β-lactamases e resistem à hidrólise, mantendo, assim, a sua atividade contra os microrganismos produtores de β-lactamases. Os microrganismos gram-positivos secretam as β-lactamases extracelularmente, ao passo que as bactérias gram-negativas inativam os fármacos β-lactâmicos no espaço periplasmático. OBS.: as β-lactamases são causa de resistência às penicilinas e é um problema crescente. Certos microrganismos podem ter β- lactamases associadas a cromossomos que são induzidos pelos antimicrobianos β-lactâmicos. 2. Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano: A diminuição da penetração do antimicrobiano por meio da membrana celular externa da bactéria o impede de alcançar as PLPs-alvo. A presença de uma bomba de efluxo também pode diminuir a quantidade de fármaco dentro da célula. 3. PLPs alteradas: PLPs modificadas têm menor afinidade pelos antimicrobianos β- lactâmicos, exigindo concentrações impossíveis de alcançar clinicamente para inibir o crescimento bacteriano. Isso explica a resistência dos MRSAs à maioria dos antimicrobianos β-lactâmicos disponíveis comercialmente. • Farmacocinética 1. Administração: é determinada pela estabilidade do fármaco ao suco gástrico e pela gravidade da infecção; podendo ser administradas por via intravenosa (IV) ou intramuscular (IM) e orais. 2. Absorção: a maioria das penicilinas é incompletamente absorvida após administração oral e alcança o intestino em quantidade suficiente para afetar a composição da flora intestinal. O alimento diminui a absorção de todas as penicilinas penicilinase-resistentes, porque, como o tempo de esvaziamento gástrico aumenta, o antimicrobiano é destruído no meio ácido do estômago. Por isso, elas devem ser ingeridas em jejum. 3. Distribuição: os antimicrobianos β- lactâmicos se distribuem bem pelo organismo. Todas as penicilinas atravessam a barreira placentária, mas nenhuma mostrou efeito teratogênico. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 OBS.: Contudo, a penetração nos ossos ou no líquido cerebrospinal (LCS) é insuficiente para o tratamento, a menos que esses locais estejam inflamados. Os níveis de penicilina na próstata são insuficientes para serem eficazes contra infecções. 4. Biotransformação: o metabolismo dos β- lactâmicos pelo hospedeiro, em geral, é insignificante. 5. Excreção: a via primária de excreção é pelo sistema secretor de ácido orgânico no túbulo renal, bem como por filtração glomerular. Pacientes com função renal insuficiente precisam de ajuste no regime de doses. Nafcilina e oxacilina são exceções à regra. Elas são biotransformadas primariamente pelo fígado e não requerem ajuste de dose na insuficiência renal. A probenecida inibe a secreção das penicilinas, competindo pela secreção tubular ativa do transportador de ácido orgânico e, assim, pode aumentar os níveis séricos. As penicilinas também são excretadas no leite. • Reações adversas As penicilinas estão entre os fármacos mais seguros, e os níveis sanguíneos não são monitorados. Contudo, podem ocorrer as reações adversas descritas a seguir. 1. Hipersensibilidade: aproximadamente 5% dos pacientes têm algum tipo de reação, variando de urticária até angioedema e anafilaxia. Ocorrem reações alérgicas cruzadas entre os antimicrobianos β-lactâmicos. 2. Diarreia: ocorre em maior extensão com os fármacos que são absorvidos incompletamente e têm espectro antibacteriano estendido. 3. Nefrite: todas as penicilinas, particularmente a meticilina, têm potencial de causar nefrite intersticial aguda. 4. Neurotoxicidade: as penicilinas são irritantes ao tecido nervoso e podem provocar convulsões se forem injetadas IC ou se forem alcançados níveis sanguíneos muito elevados. 5. Toxicidade hematológica: diminuição da coagulação pode ser observada com dosagens elevadas de piperacilina, ticarcilina e nafcilina. Cefalosporinas As cefalosporinas são antimicrobianos β- lactâmicos muito relacionados estrutural e funcionalmente com as penicilinas. Sua maioria é produzida semissinteticamente pelo acréscimo de cadeias laterais ao ácido 7-amino-cefalosporânico. As cefalosporinas têm o mesmo mecanismo de ação das penicilinas e são afetadas pelos mesmos mecanismos de resistência. Contudo, elas tendem a ser mais resistentes a certas β- lactamases do que as penicilinas. • Espectro antibacteriano As cefalosporinas são classificadas de acordo com as gerações em primeira, segunda, terceira, quarta e avançada, com base principalmente no padrão de suscetibilidade bacteriana e resistência às β-lactamases. 1. Primeira geração: atuam como substitutas da benzilpenicilina. Elas são resistes à penicilinase do estafilococo e também têm atividade contra Proteus mirabilis, E. coli e K. pneumoniae. 2. Segunda geração: apresentam maior atividade contra três microrganismos gram-negativos adicionais: H. influenzae, Enterobacter aerogenes e algumas espécies de Neisseria, e a atividade contra microrganismos positivos é mais fraca. A cobertura antimicrobiana das cefamicinas (cefotetano e cefoxitina) também inclui anaeróbicos. Contudo, nenhuma é um fármaco de primeira escolha, devido à crescente prevalência de resistência do B. fragilis aos dois fármacos. 3. Terceira geração: essas cefalosporinas assumiram um papel importante no tratamento das doenças infecciosas. Embora sejam menos potentes do que as cefalosporinas de primeira geração Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 em relação à atividade contra MRSA, as cefalosporinas de terceira geração têm atividade aumentada contra bacilos gram-negativos; as cefalosporinas de terceira geração devem ser usadas com cautela, pois são associadas com “lesão colateral” importante, o que significa, essencialmente, a indução e a disseminação da resistência antimicrobiana. 4. Quarta geração: apresenta amplo espectro antibacteriano, com atividade contra estreptococos e estafilococos. São eficazem contra microrganismos gram-negativos, como espécies de Enterobacter, E. coli, K. pneumoniae, P. mirabilis e P. aeruginosa. Como exemplo se tem a cefepima. 5. Geração avançada: além de ter um amplo espectro de atividade gram- positiva, tem também atividade gram- negativa similar à da ceftriaxona e das cefalosporina de terceira geração; como exemplo a ceftarolina; OBS.: a ceftarolina é o único antimicrobiano ativo contra MRSA e é indicada para o tratamento de infecções complicadas da pele e sua estrutura, e pneumonias adquiridas na comunidade. A estrutura singular da ceftarolina permite que se fixe na PLP2a encontrada nos MRSA e na PLP2x presente no Streptococcus pneumoniae. • Resistência Os mecanismos de resistência bacteriana às cefalosporinas são essencialmente os mesmos descritos para as penicilinas. • Farmacocinética 1. Administração: várias das cefalosporinas precisam ser administradas por via IV ou IM devido à sua escassa absorção oral. 2. Distribuição: todas as cefalosporinas se distribuem bem nos líquidos corporais. Contudo, níveis terapêuticos adequados no LCS, independentemente de inflamação, são alcançados apenas com poucas cefalosporinas. Todas as cefalosporinas atravessam a placenta. 3. Eliminação: as cefalosporinas são eliminadas por meio de secreção tubular e/ou filtração glomerular. Portanto, as doses precisam ser ajustadas no caso de disfunção renal para evitar acúmulo e toxicidade. • Efeitos adversos Como as penicilinas, as cefalosporinas são geralmentebem toleradas. Contudo, as reações alérgicas são um problema. As cefalosporinas devem ser evitadas ou usadas com cautela em pessoas com alergia a penicilina. A maior taxa de alergias cruzadas é entre as penicilinas e as cefalosporinas de primeira geração. Antimicrobianos β-lactâmicos • Carbapenemos Os carbapenemos são antimicrobianos β- lactâmicos sintéticos cuja estrutura difere das penicilinas, porque o átomo de enxofre do anel tiazolidínico foi externalizado e substituído por carbono. Imipeném, meropeném, doripeném e ertapeném são os fármacos desse grupo disponíveis atualmente. 1. Espectro antibacteriano: o imipeném resiste à hidrólise pela maioria das β- lactamases, mas não pelas metalo-β- lactamases. Esse fármaco tem papel no tratamento empírico devido à sua atividade contra microrganismos produtores de β-lactamase gram- positivos e gram-negativos, anaeróbicos e P. aeruginosa. O meropeném e o doripeném têm atividade antibacteriana similar à do imipeném. Diferentemente dos outros carbapenemos, o ertapeném não cobre P. aeruginosa, espécies de Enterococcus e espécies de Acinetobacter. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 2. Efeitos adversos: níveis elevados de imipeném podem provocar convulsões, o que é menos provável com os demais carbapenemos. • Monobactamos Os monobactamos, que também desorganizam a síntese da parede celular bacteriana, são singulares, pois o anel β-lactâmico não está fundido com outro anel; têm atividade antimicrobiana, principalmente contra patógenos gram-negativos, incluindo as Enterobacteriaceae e P. aeruginosa. Eles não têm atividade contra gram- positivos e anaeróbios. Sendo administrados por via IV ou IM e pode se acumular no paciente com insuficiência renal. Um exemplo é o aztreonam, que é relativamente não tóxico, mas pode causar flebite, erupções cutâneas e, ocasionalmente, testes de função hepática anormais. Ele tem baixo potencial imunogênico e apresenta escassa reatividade cruzada com anticorpos induzidos por outros β- lactâmicos. Inibidores de β-lactamase A hidrólise do anel β-lactâmico, seja por hidrólise enzimática com β-lactamase ou por ácidos, destrói a atividade antimicrobiana do fármaco β-lactâmico. Inibidores da β-lactamase, como ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam, contêm um anel β-lactâmico, mas por si não têm atividade antibacteriana significativa nem causam algum efeito adverso significativo. Ao contrário, ligam-se às β-lactamases e as inativam, protegendo, assim, os antimicrobianos que normalmente seriam substratos dessas enzimas. Vancomicina A vancomicina é um glicopeptídeo tricíclico que se tornou importante no tratamento de infecções ameaçadoras à sobrevivência por MRSA e Staphylococcus epidermidis resistentes à meticilina, bem como infecções por enterococos. A vancomicina por via IV é usada em pacientes com prótese de válvulas cardíacas e em pacientes que serão submetidos à implantação de próteses, especialmente em hospitais onde há elevada incidência de MRSA e MRSE. OBS.: é importante restringir o uso da vancomicina para o tratamento das infecções graves causadas por microrganismos gram-positivos resistentes aos β-lactâmico ou para pacientes com infecções gram- positivas que tenham grave alergia aos β-lactâmicos. Daptomicina A daptomicina é um antimicrobiano lipopeptídeo cíclico, bactericida concentração- dependente, e é alternativa a outros antimicrobianos, para o tratamento de infecções causadas por microrganismos gram-positivos resistentes, incluindo os MRSAs e os enterococos resistentes à vancomicina. A daptomicina é indicada no tratamento de infecções complicadas na pele e na estrutura da pele e de bacteremias causadas por S. aureus, incluindo aquelas com endocardite infecciosa do lado direito. OBS.: a daptomicina é inativada pelos surfactantes pulmonares; por isso, nunca deve ser usada no tratamento de pneumonias. Telavancina É um antibacteriano bactericida concentração-dependente, lipoglicopeptídeo semissintético derivado da vancomicina. Inibe a síntese da parede celular bacteriana; seu mecanismo envolve a ruptura da membrana celular da bactéria, devido à presença de uma cadeia lateral lipofílica. OBS.: uso da telavancina na prática clínica é limitado pelos efeitos adversos significativos (p. ex., insuficiência renal), interação com análises laboratoriais anticoagulantes, risco de dano fetal em gestantes e interações com medicamentos que podem prolongar o intervalo QTc. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 Referências: EDITORIA DE WANNMACHER, Lenita; FERREIRAS, Maria Beatriz Cardoso (editora). Farmacologia clínica para dentistas. 3.ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 545. p GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª Ed. Rio de Janeiro; Editora Guanabara Koogan. 2012. WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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