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RESUMO MATERIAL TEORIAS E MÉTODOS EM GEOGRAFIA - O PENSAMENTO GEOGRÁFICO

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TEORIA E MÉTODOS EM GEOGRAFIA - PENSAMENTO GEOGRÁFICO
I - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO
· Etimologicamente o termo Geo significa terra e grafia é descrição.
	Em alguns casos, havia conhecimento no passado mais próximo do que hoje chamamos de Cartografia, essa que antes era vista como geografia, embora em algumas situações estivesse mais próxima da astronomia.
Autores que ficaram conhecidos por estudos que hoje denominados de Geografia:
· Hipócrates - denominada de geografia da saúde, pois relacionava as condições de saúde ao meio em que as pessoas viviam;
· Heródoto - relatou inúmeras guerras entre os persas e os gregos, elaborou também um mapa do que se conhecia na época;
· Eratóstenes - contribuiu para discussão da esfericidade da terra por meio da geometria;
· Cláudio Ptolomeu - produziu estudos enciclopédicos sobre os lugares e produziu mapas do mundo conhecido até então.
MUNDO MODERNO
	A geografia moderna teve sua formação principalmente na Alemanha com Humboldt, Ritter e Ratzel. Os avanços da cartografia e das navegações tinham relação entre si e ambos permitiam esse maior saber sobre os continentes e o mundo. 
· no século XVI a confecção de mapas passou por uma grande mudança, primeiro com a confirmação de que a terra é redonda, e com viagem de circunavegação ao redor do planeta.
· grandes descobrimentos, como do Novo Mundo, permitiu a ampliação do saber geográfico sobre o mundo que anteriormente era mais circunscrito à Europa e à parte da África e Ásia.
· primeiro mapa mundi - Gerard Mercator
· essa produção de conhecimento tem relação como interesse do próprio processo de colonização já que à medida que se conhecia melhor os territórios ocupados, também tornava possível os países colonizadores uma maior condição de exploração.
· os intelectuais começaram a buscar outras formas de explicação para a realidade, causalidades que não fossem mediadas pelo discurso teológico sobre a existência do mundo.
· desse modo, no séc. XVIII e XIX as viagens marítimas ganharam novas características além de comerciais e exploratórias, também científicas agora.
CIÊNCIA GEOGRÁFICA
	Uma perspectiva mais regional, a ideia de que a Geografia estuda as diferentes regiões do mundo:
· relação do homem com o meio;
· descrição da paisagem;
· estudo de diferenciação de áreas;
· modelos matemáticos e análise da realidade geográfica;
· visão dialética do espaço e sua totalidade.
II - GEOGRAFIA MODERNA
	O conjunto de ideias fundamentadas em um novo modo de compreender o mundo, sobretudo a partir da existência vividas pelos europeus, tanto das relações sociais e políticas, quanto pelo conhecimento da natureza é fundado no que alguns autores chamam de iluminismo.
	Com um discurso que via na ciência a possibilidade de conhecer o mundo, explicá-lo mediante o uso de regras de um método que segue uma lógica que pode ser explicada com certo grau de precisão.
ALEXANDER VON HUMBOLDT
	Humboldt tinha a capacidade de ligar diferentes fenômenos levando em conta aquilo que havia então de mais recente nas Ciências Naturais, cada observação se dava separadamente e em seguida recolocada em conexão com as outras, a fim de resgatar uma verdadeira cadeia explicativa. 
	Humboldt usou como método o empirismo “raciocinado”, segundo o qual a paisagem precisaria ser contemplada, observada para depois dessa reflexão, chegar-se à causalidade das conexões existentes na natureza. Além da comparação, procedimento metodológico que permite identificar o que há de comum em alguns fenômenos. O autor buscava desvendar as Leis Gerais da natureza, na tentativa de compreender os processos gerais que podem explicar uma determinada paisagem.
KARL RITTER
	Seus estudos tinham uma perspectiva religiosa, pelo fato de ser sido criado por um pastor, Ritter dizia que tudo que estava no mundo havia sido criado com uma finalidade, contudo, cabia à Geografia desvendar essas realidades já criadas. 
· Ritter e Humboldt viveram no mesmo período e são alemães.	
	Ritter estabelece relações ou conexões entre fatores físicos e humanos, postulando a relação do homem com o meio.
POSITIVISMO - AUGUSTE COMTE
	O positivismo é um método de compreender, analisar e explicar a realidade. Por meio da aparência e da observação do pesquisador, chega-se à explicação da realidade, podendo ainda, mediante essa observação e interpretação, realizar classificações.
3 fases:
· estado teológico
· evolução do homem
· estado positivo
	Fundamentalmente no estado positivo há subordinação da imaginação mediante a argumentação e observação. Um dos maiores problemas dessa concepção é a ideia de que podemos usar o mesmo método para as Ciências Naturais e Humanas dado que um estudo sobre rochas e minerais, não é o mesmo que estudar humanos. 
III - CONCEPÇÕES GEOGRÁFICAS
RATZEL
	A geografia formulada por Friedrich Ratzel, representava os interesses expansionistas da Alemanha, bem como sua formação em Estado. O território, geopolítica e Estado foram temáticas de parte da obra de Ratzel.
	Em sua teoria de espaço vital, diz que um determinado povo, quando organizado, transforma-se em Estado e evidencia que esse povo deve ter equilíbrio com os recursos necessários à sua sobrevivência em um dado território, daí o espaço vital. 
	Para o autor, as condições do território poderiam favorecer ou impedir a existência de um Estado. O estado é visto por ele como uma forma de evolução da humanidade e seus povos. Ele eleva a formação do Estado-Nação como algo comum a povos civilizados, integrado idealmente por um só povo/nacionalidade.
· métodos: empirismo e positivismo
· Determinismo geográfico - as condições do meio são determinantes para explicar situações humanas
PAUL VIDAL DE LA BLACHE
Corrente do possibilismo geográfico, que aborda as influências do homem em relação ao meio, mas afirmava a possibilidade dos grupos humanos transformarem esse meio no qual residem. 
Para o autor, a geografia deveria ser apolítica, cujo objeto corresponderia à relação homem-natureza em uma perspectiva da paisagem. A relação do homem com o meio, criaria obras, modificando-as segundo suas necessidades. 
Seu método de concepção positivista não era diferente de Ratzel, a não ser pelo relativismo e sua perspectiva de Geografia que era regional. Ele também fazia distinção de grupos humanos mais avançados, civilizados dos demais cujas técnicas eram rudimentares.
Ele não discutia classes e desigualdades sociais, a geografia humana de La Blache explica formas e gêneros de vida do homem na Terra, evidenciando suas técnicas e seus meios de produção, sem tocar nos aspectos do capitalismo.
ÉLISÉE RECLUS
	Geógrafo francês, militante político, anarquista. Inovou na introdução de temáticas à Geografia evidenciando problemas sociais e ambientais, bem como apontou questões referentes à propriedade privadas, como um problema. 
IV - GEOGRAFIA DE DIFERENCIAÇÃO DE ÁREAS A GEOGRAFIA PRAGMÁTICA
	Alfred Hether, trouxe à Geografia a concepção de estudo de diferenciação de áreas, numa perspectiva regional, ou seja, estudo das formas da inter-relação dos elementos no espaço terrestre numa determinada área.
	Richard Hartshome, na sua concepção as ciências não teriam suas existências relacionadas ao objeto de estudo, pois para ele o que diferenciava a geografia das demais ciências seria seu método peculiar: decompreender a integração dos fenômenos numa dada área.
Geografia Nomotética - estabelece relações menos profundas;
Geografia Idiográfica - estabelece relações mais aprofundadas e específicas de uma dada área geográfica;
Nova Geografia (Teorética/ Pragmática) - utiliza métodos matemáticos e é mais comum em atividades de planejamento urbano
· autores dessa concepção buscam explicar o mundo de uma forma neutra, buscando distanciar as abordagens tradicionais e críticas. 
· seu maior pecado é que desconhece a existência do tempo e de suas qualidades essenciais, trabalha apenas com resultados, os processos são omitidos;
· ignoram as rugosidades (a existência de uma história que vem do passado e está presente até hoje do espaço).
V - RENOVAÇÃO DAGEOGRAFIA 
GEOGRAFIA CRÍTICA
· método mais comum é o materialismo histórico dialético 
· criticam a ordem capitalista
· evidencia a relação entre a Geografia tradicional e o imperialismo
· propõe que o estudo geográfico tenho cunho social
· para Milton Santos, a sociedade é desigual e há atores hegemônicos e hegemonizados
· natureza é vista como forma de apropriação do espaço.
LÓGICA DIALÉTICA
	O materialismo histórico e dialético é um método que busca entender o mundo como processo histórico que vai sendo construído com inúmeras contradições. Para essa lógica, existe um processo que é sempre um Ir e Vir, uma luta de forças opostas de diferentes formas e níveis de poder.
	É fundamental nesse método duvidar da verdade posta como única, bem como buscar a compreensão da totalidade, evidenciando a relação do todo para explicar uma determinada situação ou condição geográfica. É essencial evidenciar concretamente as situações e seus contextos. 
GEOGRAFIA HUMANISTA E GEOGRAFIA DA PERCEPÇÃO
	Para a perspectiva humanista interessa entender como o homem se relaciona com o rio, qual seu sentimento em relação a natureza. Yi-Fu Tuan tratava da importância de entender marcas que o homem imprime na natureza, como também sua percepção do meio
· na visão humanista o espaço é mais simbólico, mais subjetivo, não importa a descrição mas sim, como percebemos o mundo
· papel da paisagem na reconstituição da memória e do passado, tentando explorar a discussão da paisagem
· destaca o homem, seus significados, valores e dilemas. “raízes” 
VI - GEOGRAFIA NO BRASIL
Ao longo do tempo histórico, houve mudanças na Geografia brasileira, mas tais transformações não devem ser dissociadas da política, das possibilidades históricas de cada tempo social, das escolhas que são feitas mediadas por questões ideológicas.
Alguns autores consideram a institucionalização da geografia no Brasil com a criação dos cursos na USP (1934), na Universidade do Distrito Federal (1935) e da Universidade do Brasil (1939).
No entanto, antes desse período já havia produção geográfica institucionalizada, só não haviam cursos no ensino superior. A história da Geografia é retratada por Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro pelo livro A Geografia no Brasil.]
· as IES católicas cumpriam o papel de apoio ideológico na construção do Estado Novo (1937-1945)
· a geografia nesse panorama tinha um viés ideológico e patriota
· as formações em Geografia até 1950, eram em conjunto com História 
· o Conselho Nacional de Geografia atuava como uma formação complementar aos recém-formados
· a geografia tradicional era a concepção aceita pelos governos autoritários.
POLÍTICAS PÚBLICAS E CURSOS DE GEOGRAFIA
	A partir das mudanças ocorridas com a Constituição Federal de 1988 e a LDBEN de 1996, houve uma expansão dos cursos de Geografia no território brasileiro, sobretudo de licenciatura. 
GEOGRAFIA ESCOLAR
	No Brasil, a inserção da Geografia como disciplina obrigatória surgiu em 1837 no Colégio D. Pedro II, a disciplina era vista como uma forma de despertar certa identidade nacional, transmitindo a imagem de um país grande e unificado, e de trazer cultura geral sobre o mundo às elites brasileiras. 
	Ao longo do século XX a disciplina foi se consolidando, mas o ensino era muito descritivo. A geografia crítica chega para assumir um papel transformador na realidade, e para tanto seria preciso conhecer essa mesma realidade, daí a importância de ver o espaço como heterogêneo, socialmente construído e reflexo da forma de organização societária. 
	Compreender as teorias e métodos da Geografia e saber empregá-las no Ensino Escolar, considerando-se as especificidades do ensino na escola, é fundamental para um futuro profissional.

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