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22 Semiologia do Adolescente

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Semiologia do Adolescente: 
 Semiologia do adolescente: A adolescência é a faixa etária mais diversificada. É também a mais 
negligenciada. Não há um consenso sobre quando começa, quanto tempo dura e quando termina 
a adolescência. Em linhas gerais, a adolescência é o período de transição entre a infância e a vida 
adulta. OMS: período entre os 10 aos 19 anos de idade; Engloba transformações biopsicossociais 
○ Relação “Puberdade x Adolescência”. Relação “Hormônios x Desenvolvimento cerebral” ○ 
Cérebro social, área de prazer, área de recompensa etc. A entrada na vida adulta depende de 
cada indivíduo, sendo precoce em alguns indivíduos e tardia em outros ○ Está muito relacionada 
com a necessidade individual e a independência financeira. No Brasil, segundo o IBGE, os jovens 
correspondem a 18% da população total. O jovem está exposto a maiores riscos (gravidez 
indesejada, aborto, IST/AIDS, drogas e violência) devido ao sentimento de onipotência e 
indestrutibilidade e a curiosidade. Diante dessas peculiaridades, cabe ao profissional de saúde 
conhecê-las para direcionar as ações de saúde. 
 
 Maturação sexual: Idade ou fase da vida em que um organismo pode se reproduzir sexualmente; 
A sequência de eventos que caracterizam a maturação sexual, que ocorrem com homens e 
mulheres, em geral é mais precoce no sexo feminino; A maturação se completa em um período 
de 2 a 5 anos. 
 Sexo feminino: Início com o aparecimento do broto mamário (8 aos 13 anos); A menarca 
costuma ocorrer aos 12,2 anos; 
 Sexo masculino: O primeiro sinal de maturação sexual é o aumento dos testículos (10,9 anos); 
Aparecimento de pelos pubianos; aumento do tamanho do pênis; aparecimento de pelos 
axilares e faciais se dá mais tardiamente. 
 
 Estirão: Grande desenvolvimento corporal que ocorre na adolescência; Menino: média 28cm; 
Menina: média 25cm; Alterações mais evidentes: esqueleto, tecido muscular e sistema 
reprodutor; Há principalmente o crescimento do tronco e das pernas; A relação segmento 
superior/segmento inferior do corpo passa de 1 para 0,92; O estirão não ocorre em todos os 
segmentos do esqueleto ao mesmo tempo (sequência distal-proximal) o primeiro segmento a ser 
afetado é o pé; O início do estirão e seu pico de velocidade estão relacionados com as fases de 
maturação sexual e não com a idade cronológica; Sexo feminino: fases iniciais da puberdade 
(estágios 2 e 3 de Tanner); Sexo masculino: mais tardiamente (estágio 4 de Tanner); Aumento: - 
massa e força musculares - tecidos – órgãos; Involução: tecido linfoide; Diminuição: gordura 
subcutânea. 
 
 Desenvolvimento mamário feminino: As mamas são avaliadas quanto ao tamanho, forma e 
características; Assimetrias mamárias entre M2 e M4, ou pela vida toda. O estágio M4 não é 
observado em todas as garotas, algumas passam direto do estágio M3 para M5, ou então a 
duração do estágio M4 é pequena e não chega a ser registrada em consultas sucessivas. Em 
outras, ao contrário, o desenvolvimento mamário cessa em M4. 
2 
 
 
 
 Pelos pubianos: O crescimento dos pelos pubianos femininos inicia-se entre os 9 e 14 anos de 
idade. O crescimento ocorre em áreas sensíveis a andrógenos devido ao aumento da testosterona 
na puberdade. A escala de Turner descreve e quantifica o desenvolvimento dos pelos pubianos. 
▶ P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem). ▶ P2 (9-14 anos) - presença de pêlos longos, 
macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos grandes lábios. ▶ P3 (10-14,5 anos) - pêlos mais 
escuros e ásperos sobre o púbis. ▶ P4 (11-15 anos) - pelugem do tipo adulto, mas a área coberta 
é consideravelmente menor que a do adulto. ▶ P5 (12-16,5 anos) - pelugem do tipo adulto, 
cobrindo todo o púbis e a virilha. 
 
 
 Características psicológicas da adolescência: A família pode dificultar o período de transição entre 
infância e a adolescência. Atitudes de grande maturidade se alternam com ações infantis. O 
adolescente tende a se refugiar em seu mundo interior e a buscar um grupo de semelhantes. A 
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intelectualização e o ascetismo, são alguns dos recursos de que o adolescente utiliza para superar 
suas ansiedades. Há um aumento real de agressividade, manifestado pela rebeldia. 
 
 Relação médico-paciente: A natureza da relação médico paciente depende das características 
pessoais e da personalidade tanto do paciente como do médico. Desenvolve-se uma relação 
ímpar. Entretanto é possível descrever características gerais; - Relação médico-adolescente; - 
Relação tríadica: médico-adolescente-família. Importância da relação ocorrer em vários 
momentos; - Médico-adolescente-família (Primeiro momento); - Médico-adolescente (Segundo 
momento). A confidencialidade é um direito do paciente adolescente (artigo 103 do Código de 
Ética Médica). - A situação determinará se o consentimento do paciente será necessário para o 
sigilo ser quebrado. - O terceiro momento da consulta inclui adolescente, família e médico. A 
família tem a responsabilidade legal, já o adolescente é o sujeito da consulta. Ambos devem ter 
responsabilidade e participação nas decisões de saúde. - Conflitos com o mundo adulto; - Visão 
do adolescente em relação ao médico; O médico deve: - Construir uma relação sem abandonar 
sua postura de adulto; - Compreender a fase adolescente; - Dar oportunidade ao adolescente de 
falar sobre as suas relações; O médico não deve: - Utilizar, como método de adquirir confiança 
do paciente, a postura de adolescente; - Evitar se posicionar em relação aos conflitos entre família 
e adolescente. 
 
 Exame clínico e anamnese: A anamnese do adolescente possui características próprias. Possui 2 
TEMPOS. Uma pequena parte é realizada junto com o responsável que estiver acompanhando o 
adolescente, a outra é feita apenas com o adolescente. A repetição da busca pela queixa principal 
e história da doença atual é realizada pois pode apresentar o mesmo resultado, mas algumas 
vezes se obtêm mais dados ou histórias diferentes, até contraditórias. Às vezes a consulta é 
motivada mais por preocupação da família do que do próprio adolescente. Em alguns casos, pode 
estar disfarçando problemas comportamentais; em outros, queixas emocionais, manifestadas 
somaticamente. Assim, o médico tem que usar sua perspicácia e sensibilidade para captar o 
verdadeiro motivo da consulta. Em seguida, aplica o interrogatório sintomatológico, de acordo 
com as normas gerais. Pode ser gerado constrangimento durante a investigação e esse é 
diminuído quando a conversa é iniciada com um assunto relativamente "neutro': como a 
investigação sobre a alimentação. É importante lembrar que as enfermidades não incidem 
simplesmente sobre um organismo, mas sim sobre um ser humano, inserido em uma família e 
em uma sociedade, principalmente no caso dos adolescentes, que vivem um momento muito 
especial de sua trajetória. 
 1º tempo: Realizada junto com o acompanhante do adolescente. Investiga-se antecedentes: 
familiares; pessoais fisiológicos; patológicos e imunização (vacinação). Deve-se questionar 
qual a queixa principal do adolescente e fazer a HDA (História da Doença Atual). 
 2º tempo: Deve ser feito apenas com o adolescente. Investiga-se aspectos pessoais, como 
alimentação, hábitos de vida, vida escolar, relação com familiares, e relações sociais. Em 
seguida, são refeitas a queixa principal e HDA. É importante respeitar a personalidade do 
adolescente e levar em conta sua idade. 
 
 Exame físico: 
 1° Entender as necessidades do paciente relacionada à idade. - As modificações corporais 
geram curiosidade → Tranquilidade no exame. 
 2º Segurança: Possibilitar segurança para o paciente e para você mesmo. - Utilizar um 
ambiente seguro; - Ter a presença de outro profissional de saúde presente. 
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 3º Comunicação: Clareza e objetividade. - Lembrar que adolescentes são naturalmente 
ansiosos; - Sanar dúvidas com relação ao próprio exame e a qualquer outro assunto tratado 
pelo paciente. O que o exame físico do adolescente requer? - Análise precisade Peso x Altura: 
Avaliação da condição de crescimento e nutrição; - Olhar cuidadoso sobre a pele: Acne e 
oleosidade: para os adolescentes, a boa aparência é extremamente importante e necessária; 
- Ir de acordo com os segmentos corporais. 
 Exame físico especial: 
- Cabeça: seguir rotina; 
- Pescoço: exame da tireoide é fundamental; 
- Tórax: detectar possíveis patologias; 
- Abdome: seguir rotina; 
- Membros e coluna: examinar as características, particularmente, a postura e a marcha; 
- Sistema nervoso: se não houver queixas, pesquisar os principais reflexos, observar o 
comportamento, a atenção, o humor, a capacidade de concentração e a verbalização. 
- Genitais: determinar a maturação sexual; examinar vulva e testículos; Exame ginecológico 
completo obrigatório nas seguintes situações: Adolescentes com: 1. Atividade sexual; 2. 
Vulvovaginites rebeldes; 3. Amenorreia superior a 6 meses nos 2 primeiros anos após a 
menarca; 4. Amenorreia superior a 4 meses com mais de 2 anos após a menarca; 5. 
Amenorreia de qualquer duração, apresentando hirsutismo ou galactorreia; 6. Dismenorreia 
importante; 7. Dor abdominal ou pélvica importante e 8. Que não apresentaram menarca até 
os 16 anos. 
 Conclusão do exame: Elaboração de hipóteses diagnósticas; - Planejamento das condutas 
necessárias; - Discussão do caso apenas com o adolescente e, depois, com sua família.

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