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CURSO: AUXILIAR DE TESOURARIA www.ifrn.edu.br www.pronatec.mec.gov.br PLANO DE ENSINO 1. IDENTIFIC 2013 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E TESOURARIA (50 HORAS). “Administrar é usar recursos escassos e torná-los suficientes para atingir um objetivo.” Autora: “Eliane de Oliveira”. 2 PLANO DE ENSINO 1. IDENTIFICAÇÃO Curso: FIC em Auxiliar de Tesouraria Disciplina: Administração Financeira e Tesouraria Carga-Horária: 50h Professora-profissional do Pronatec: Rita de Cássia Silva de Menezes 2. EMENTA: Introdução à administração financeira e noções sobre a função de tesouraria para o suporte ao processo decisório. 3. OBJETIVOS: Conhecer as principais atividades relacionadas às rotinas do setor de tesouraria, considerando as estruturas de funcionamento das operações bancárias e financeiras e das áreas da empresa com que se relaciona, além de considerar os controles diários dos recursos financeiros, para obter um fluxo de caixa com segurança e de forma antecipada, dando suporte à tomada de decisão. 4. BASES CIENTIFICO-TECNOLÓGICAS (CONTEÚDOS) Introdução: Perfil do profissional da área financeira e tesouraria ............................. 06 Rotinas do setor financeiro e tesouraria ..................................................................... 06 Estrutura e funcionamento das operações bancárias e financeiras ............................ 10 Conceito e termologia ................................................................................................ 10 Sistema Financeiro Nacional ..................................................................................... 12 Conselho Monetário Nacional ................................................................................... 13 Banco Central do Brasil ............................................................................................. 14 Entidades Privadas ..................................................................................................... 16 Título de crédito ......................................................................................................... 17 Duplicata .................................................................................................................... 17 Nota Promissória ........................................................................................................ 18 Cheques ...................................................................................................................... 18 3 Faturamento.............................................................................................................................21 Nota fiscal ...............................................................................................................................22 Nota fiscal eletrônica e fatura..................................................................................................22 Conciliação bancária................................................................................................................42 Tesouraria; Funções e procedimentos......................................................................................45 Recibos.....................................................................................................................................47 Financiamentos: Curto e longo prazo ......................................................................................50 Taxas de juros...........................................................................................................................51 Cálculos Financeiros.................................................................................................................53 Fluxo de caixa: administrando as sobras ou faltas de recursos.................................................63 Financiamento...........................................................................................................................81 Indicadores financeiros.............................................................................................................84 Anexos......................................................................................................................................93 5. METODOLOGIA Serão utilizados durante as aulas os seguintes procedimentos metodológicos: Aulas expositivas-dialogadas, com a utilização da data show para apresentação dos slides; trabalhos em grupos e individual e atividades de pesquisa e práticas do setor de tesouraria. Recursos didáticos utilizados: Utilização de quadro branco Computador Projetor multimídia; e Vídeos, talonários e programas de software livre. 6. AVALIAÇÃO O aluno será avaliado pelo desempenho apresentado durante a disciplina através da participação contínua nas atividades individuais e em grupo (avaliação contínua), observando- se os seguintes critérios: Assiduidade e pontualidade; Participação nas aulas e avaliação escrita; Capacidade de resolução das situações problemas apresentados. 4 7. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de Giro. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Fundamentos de administração financeira. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. PADOVEZE, Clóvis Luiz. Introdução à Administração Financeira. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração Financeira da pequena e média empresa. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 8. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR FAMÁ, Rubens; BRUNI, Adriano Leal. Matemática Financeira com Hp12c e Excel. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. ROSS, Stephen A,; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira. Corporate Finance. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 9. SOFTWARE DE APOIO MS-EXCEL 2010 (MS-Office 2010). 5 Prefácio: A partir de agora você irá desfrutar de conhecimentos teóricos, e através de atividades práticas irá descobrir a importância do curso de Auxiliar de Tesouraria. Iremos estudar a disciplina Administração Financeira e Tesouraria, abordando às rotinas do setor de tesouraria, e estudando o funcionamento das operações bancárias e financeiras e das áreas da empresa com que se relaciona, e considerando os controles diários dos recursos para obter um fluxo caixa, para a tomada da melhor decisão. 6 INTRODUÇÃO: PERFIL DO PROFISSIONAL DA ÁREA FINANCEIRA E TESOURARIA. Vivemos num mundo globalizado, onde as empresas estão cada vez mais competitivas, e que o mercado determina as regras de gestão. E devido o efeito da competição carecemos de gestores altamente atualizados e capazes para que possam atuar com eficácia as decisões rápidas. A administração financeira serve para manusear da melhor forma possível os recursos financeiros e tem como objetivo aperfeiçoar o máximo que se puder, o valor agregado dos produtos e serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva mediante a um mercado repleto de concorrência, proporcionando assim, o retorno positivo a tudo que foi investido para a realização das atividades da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e satisfação aos investidores. (GITMAN, 2010). Dessa forma a administração financeira se preocupa com as tarefas do administrador financeiro de uma empresa. Este tem como obrigação gerir ativamente a área financeira de qualquer tipo de organização, seja ela pública ou privada, grande ou pequena,com ou sem fins lucrativos. A função de administração financeira pode variar conforme o porte da empresa. Em micro e pequenas empresas a função fica a cargo do proprietário e ou contador. À medida que a organização se desenvolve, a função financeira se transforma em um departamento separado, diretamente ligado ao presidente da empresa, com a supervisão do diretor financeiro. Essa necessidade ocorre independentemente do segmento de atuação, em toda empresa há um fluxo de recursos financeiros que requer atenção para que o capital investido tenha retorno. (GITMAN,2010). ROTINAS DO SETOR FINANCEIRO E TESOURARIA.··. Descreve-se a seguir as principais funções do administrador financeiro: Gestão do caixa: o administrador deve constantemente avaliar o fluxo de pagamentos e recebimentos que a empresa a possui, bem como o respectivo saldo de caixa. Concessão de crédito: abrange normatização dos critérios que devem ser seguidos para conceder prazo de pagamento aos clientes. 7 Administração de cobrança: cabe ao gestor financeiro atuar para que as contas a receber da empresa sejam cobradas de forma tempestiva e ao menor custo possível. Captação e de recursos: que seja o suprimento do montante de capital necessário para manter as atividades da empresa. Planejamento e controle financeiro: implica que o responsável pelas finanças que adote procedimentos que facultem planejar a necessidade, ou disponibilidade de capital da empresa ao longo de um período qualquer. Decisão de investimento: é da responsabilidade do gerente financeiro analisar as informações disponíveis para certificar-se de que os investimentos pretendidos. (GITMAN, 2010). Quanto às modalidades básicas de organização de empresas Gitmam (2010) elenca: Tabela 1 – Pontos fortes e fracos das modalidades jurídicas mais comuns nas empresas: Pontos fortes Pontos Firma individual Sociedade por cotas Sociedade por ações Pontos fortes O proprietário recebe todos os lucros (e assume todos os prejuízos). Pode captar mais recursos do que as firmas individuais. Os proprietários tem responsabilidade limitada, o que garante quando podem perder mais do que investem. Custo baixo de organização. Poder de endividamento ampliado com a existência de mais sócios. Pode alcançar porte substancial com a venda de ações. Lucro incluído e tributado na declaração de rendimento de pessoa física do proprietário. Maior disponibilidade de poder de gestão. As participações (ações) são facilmente transferíveis. Independência Lucro incluído e tributado na declaração de rendimento de pessoa física dos sócios. Duração longa. Sigilo Pode contratar administradores profissionais. Facilidade de dissolução Tem acesso mais fácil a financiamento Obtém algumas vantagens fiscais. 8 Pontos fracos Pontos Firma individual Sociedade por cotas Sociedade por ações Pontos fracos O proprietário tem responsabilidade ilimitada – todo o seu patrimônio pessoal pode ser usado para pagar dívidas da empresa. Os proprietários tem responsabilidade ilimitada e podem ser obrigados a saldar as dívidas de outros sócios. Impostos geralmente mais altos, porque o lucro da empresa é tributado. Os dividendos pagos aos proprietários também são tributados. O poder limitado de capital de Recursos tende a restringir o crescimento. A sociedade dissolvida quando um dos sócios morre. Custo mais elevado de organização que as outras modalidades. O proprietário precisa ser um gestor eclético. É difícil liquidar ou transferir a participação de um sócio. Sujeita a maior regulamentação governamental. É difícil oferecer carreiras de longo Prazo aos funcionários. Não oferece sigilo, porque os acionistas precisam receber demonstrações financeiras. Não tem continuidade com a morte Do proprietário. Fonte: Gitman (2010) Quanto à estrutura de uma sociedade por ações tem-se o seguinte organograma: 9 A estrutura da área financeira conta com o vice-presidente de finanças, o tesoureiro e o controller. O primeiro tem como função planejar, dirigir e controlar as atividades do setor, definindo suas estratégias de atuação. Já o Controller, como o próprio nome sugere, é responsável pela supervisão dos assuntos contábeis da organização, a saber: assuntos fiscais, contabilidade de custos, contabilidade gerencial e financeira. A tesouraria é a área que controla os fundos em moeda corrente de uma empresa, registrando entradas e saídas de dinheiro, administrando atividades relativas à sua área e assegurando a regularidade da movimentação financeira. Empresas de diversos portes e natureza necessitam ter em seus quadros o Auxiliar de Tesouraria, o que torna o profissional mais valorizado no mercado. Este profissional realiza atividades relacionadas à rotina do setor de tesouraria, envolvendo as operações bancárias e financeiras e as áreas da empresa com as quais de relaciona, bem como os controles diários dos recursos financeiros, de modo a obter informações seguras do fluxo de caixa para subsidiar a tomada de decisão. A tabela abaixo lista as possíveis oportunidades de carreira na área financeira: Fonte: Gitman (2010) 10 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS OPERAÇÕES BANCÁRIAS E FINANCEIRAS. Conceitos e terminologia: Como praticamente toda a ciência, as finanças corporativas incorporaram em seu escopo as grandes evoluções do mundo contemporâneo. Seus métodos de avaliação e conteúdo conceitual assumiram um caráter bem mais abrangente, elevando sua importância para as empresas. Basicamente, podem-se entender as finanças como área de conhecimento e subdividi- la em três grandes segmentos: mercado financeiro, finanças corporativas e finanças pessoais. O segmento de mercado financeiro estuda os comportamentos dos mercados, seus vários títulos e valores mobiliários negociados e as instituições financeiras que atuam nesse segmento. Já a parte de finanças corporativas estuda os processos e as tomadas de decisões nas organizações. E recentemente um novo segmento – finanças pessoais – vem ganhando grande importância com o estudo dos investimentos e financiamentos das pessoas físicas, encontrando alta relação com a área de mercado financeiro. A administração financeira é a parte da organização que cuida das finanças da empresa ou, mais especificamente, da sua saúde financeira. Isso quer dizer que toda e qualquer movimentação ou planejamento que envolva valores é contemplado ou está inserido no conceito de administração financeira. Podemos sucintamente dizer que a administração financeira estuda a circulação do dinheiro. As companhias abertas necessitam de recursos financeiros para realizar investimentos produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais, inovação tecnológica, expansão da capacidade, aquisição de outras empresas ou mesmo o alongamento do prazo de suas dívidas. Os investidores, por outro lado, possuem recursos financeiros excedentes, que precisam ser aplicados de maneira rentável e valorizar-se ao longo do tempo, contribuindo para o aumento de capital do investidor. Existem companhias de diferentes portes, com necessidades financeiras variadas. Ao mesmo tempo, investidores podem aplicar com o objetivo de obterem retorno financeiro no curto, médio ou longo prazo, e com diferentes níveis de risco. 11 Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem aos intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir investidores e companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores com as dascompanhias abertas. Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para investimentos, se desejar fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores, possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia. São através das participações de instituições financeiras que se realizam as operações de intermediações financeiras no mercado. A instituição financeira coloca-se entre os agentes econômicos (pessoas, empresas, governo, organizações etc.) que possuam disponibilidade de caixa para aplicações (poupança) e aqueles que necessitam de crédito. A intermediação no mercado financeiro visa conciliar o interesse dos agentes econômicos superavitários em aplicar suas poupanças e dos deficitários em tomar recursos emprestados. Uma instituição financeira pode atuar na intermediação de forma direta, atuando por conta própria, realizada geralmente por bancos comerciais; ou de forma auxiliar (indireta), quando age em nome de terceiros. A ilustração abaixo descreve uma instituição atuando de forma direta no processo de intermediação financeira (Paga Juros) Spread (Recebe Juros) A instituição capta recursos no mercado pagando uma remuneração (juros) aos investidores. Com os recursos levantados, efetua operações de empréstimos, cobrando uma taxa de juros. A diferença entre a taxa de juros cobrada dos tomadores de crédito e a paga aos aplicadores é denominada de spread. O Spread deve cobrir todas as despesas e risco dos negócios realizados e remunerar a atividade de intermediação financeira. Em outras formas de intermediação financeira, mais sofisticadas, a instituição atua de forma indireta, auxiliando os tomadores e aplicadores na realização de negócios. A instituição financeira não atua como parte direta da operação, não capta e nem aplica diretamente recursos. Procura agir mais como um fator auxiliar de aproximação entre as partes, atuando Agente Deficitário Tomador Instituição Financeira Agente Superavitário Poupador 12 por conta dos agentes. Para a execução desses serviços, é cobrada uma comissão pelos serviços prestados. A figura abaixo descreve essa forma de intermediação financeira. (Paga Juros) (Recebe juros) (Comissão) (Comissão) Essa forma de intermediação, geralmente realizada em bolsas de valores, envolve operações de mais longo prazo, como emissão e negociação de títulos de dívida (debêntures, por exemplo), e prazo indeterminado, como ações. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por um conjunto de instituições financeiras, públicas e privadas, que atuam através de diversos instrumentos financeiros, na captação de recursos, distribuição e transferências de valores entre os agentes econômicos. Estrutura do sistema financeiro Nacional se divide em dois grandes subsistemas: o normativo e o de intermediação. Subsistema Normativo O subsistema normativo regulamenta e fiscaliza o mercado financeiro. Fazem parte desse sistema: Conselho Monetário Nacional – CMN; Banco Central do Brasil (BACEN) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) IRB – Brasil Resseguros Tomador Poupador Instituição Financeira 13 Conselho de Gestão e Previdência Complementar (CGPC) Secretaria de Previdência Complementar (SPC) Subsistema de intermediação O subsistema de intermediação é constituído pelos intermediadores financeiros que recebem o dinheiro dos poupadores, repassando-o aos tomadores. Fazem parte desse sistema: Instituições Financeiras bancárias Instituições Financeiras não bancárias Sistema Brasileiro de Poupança e empréstimo – SBPE Instituições Auxiliares Instituições não financeiras CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) É o órgão máximo do sistema Financeiro Nacional. Sua finalidade é fixar as diretrizes para as políticas monetárias, e credito da economia no País. Composição: Ministro da Fazenda (Presidente do Conselho); Ministro do Planejamento e Orçamento; Presidente do Banco Central. Competências: Estabelecer as condições gerais de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras voltadas ao bom funcionamento do sistema financeiro; Controlar o volume de dinheiro da economia (meios de pagamento); e zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; Coordenar as políticas monetária, cambial, de crédito e da dívida pública interna e externa. Vinculados ao CMN, como órgãos normativos do sistema financeiro, encontram-se o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essas 14 três grandes instituições compõem o denominado subsistema normativo do SFN, responsáveis pelo funcionamento do mercado e de suas instituições. BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN É o principal órgão executivo do CMN, atuando principalmente como um organismo fiscalizador do mercado financeiro, gestor do sistema financeiro e executor da política monetária do governo. O BACEN é o órgão executivo central do sistema financeiro. Funciona como secretaria executiva do CMN, cabendo-lhe responsabilidade de cumprir as disposições que regulam o funcionamento do SFN e as normas expelidas pelo Conselho. É considerado o ―banco dos bancos‖. Missão e objetivos: Tem como missão institucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e solidez do Sistema Financeiro Nacional. Seu objetivo subdivide-se em três macroprocessos: Formular e gerir as políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Governo Federal; Regular e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional; Administrar o Sistema de Pagamento Brasileiro – SPB e o meio circulante. Principais atribuições: Emitir papel-moeda e moedas metálicas nas condições limites autorizadas pelo CMN; Exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário; Autorizar o funcionamento de todas as instituições financeiras; Controlar o fluxo de capitais estrangeiros garantindo o correto funcionamento do mercado cambial, operando, inclusive, via ouro, moeda ou operações de crédito no exterior; Executar os serviços do meio circundante; Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no País; 15 Operações de redesconto e empréstimos às instituições financeiras dentro de enfoque de política do Governo ou como socorrem a problemas de liquidez; Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras privadas; Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros de capitais; Exercer o controle do crédito. A atual estrutura do SFN pode ser descrita conforme o diagrama da figura: 16 ENTIDADES PRIVADAS Empresa privada é aquela que não é de propriedade do Estado, ou seja, seu proprietário possui todos os direitos sobre ela. Apesar de ser dono de uma empresa privada, a pessoa jurídica criadora da empresa ainda deve impostos aoEstado. Entidades privadas cuja atividade principal ou acessória é a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira e custódia de valor de propriedade de terceiros, de acordo coma Lei n 4.595 de 31 de dezembro de 1964. EX. O Banco Bradesco é uma empresa privada. DOCUMENTOS IMPORTANTES UTILIZADOS NAS EMPRESAS. Inicialmente descrevemos os documentos básicos que o auxiliar de tesouraria irá manusear. Lago (2011) utiliza-se do minidicionário Aurélio, que explica que um documento ―é qualquer escrito utilizável para consulta, estudo, prova, documento‖. O autor complementa dizendo que em uma empresa os documentos constituem os dados e informações. Estes podem ser contábeis, fiscais, legais, trabalhistas, previdenciários, entre outros. Assim se torna de suma importância guardar os documentos bem como recuperá-los rapidamente quando necessário. Os documentos de uma organização, para fins de arquivamento, podem ser classificados em: contábeis e legais. Lago (2011) assim os descreve: Documentos contábeis - são os documentos que servem para provar a regularidade, legalidade de todas as operações da empresa. Exemplo: Título de crédito; Duplicata; Nota promissória; Cópias de cheques; Notas fiscais; Fatura; Nota fiscal eletrônica; 17 Recibos; Extratos bancários; Conciliação bancária. TÍTULOS DE CRÉDITO: Denominam-se título de crédito os papéis representativos de uma obrigação e emitidos de conformidade com a legislação específica de cada tipo ou espécie. DUPLICATA: A duplicata mercantil é título de crédito que constitui o instrumento de prova de contrato de compra e venda. É obrigatória nas vendas mercantis a prazo e pode ser protestada por falta de pagamento, quando vencida. A emissão da duplicata é uma opção do vendedor. Legalmente, a sua emissão não é obrigatória. Toda fatura pode gerar uma ou várias duplicatas. Uma vez apresentada à cobrança judicial e paga pelo devedor, esta deve ser retirada de circulação. Modelo de Duplicata: Veja a seguir: 18 NOTA PROMISSÓRIA: Nota promissória é uma promessa de pagamento de um título de crédito, emitido pelo devedor, com data, quantia e forma de pagamento. A nota promissória pode ser protestada, por tanto é uma garantia de recebimento para o credor. Veja modelo de nota promissória: Fonte: http://tabelionatoroquedomingues.com.br/images/servicos/np.jpg CHEQUE: É uma ordem de pagamento, à vista, em favor do próprio emitente ou de terceiros, contra um banco, por quem estiver fundos disponíveis e estiver autorizado por ele a emitir cheques, em virtude de contrato expresso. Fundos Disponíveis (Lei 7.357/85, art. 4): - saldo exigível em conta corrente contratual; Valor proveniente de contrato de abertura de crédito; http://tabelionatoroquedomingues.com.br/images/servicos/np.jpg 19 Personagens do Cheque: a) O sacador: emitente do cheque; b) Sacado: aquele que deve pagar o cheque (o banco); c) Favorecido: é aquele a quem deve ser feito o pagamento. Requisitos Essenciais (Lei 7.357/85): a) A denominação ―Cheque‖; b) A ordem incondicional de pagar a quantia nele descrita (em numeral e por extenso); c) O nome do banco sacado; d) A indicação do lugar de pagamento e data de emissão; e) A assinatura do emitente, ou seu representante, que pode ser através de chancela mecânica. Prazos dos Cheques: - Apresentação: Mesma Praça: 30 dias; Outra Praça: 60 dias. Prescrição: 06 meses, após o prazo de apresentação. Tipos de Cheques: a) Nominativos: É aquele que contém o nome da pessoa a quem deve ser feito o pagamento. Se contiver a expressão ―à sua ordem‖, pode ter seu favorecido transferido, mediante endosso. Todos os cheques de valor superior a R$ 100,00 têm que ser obrigatoriamente nominativos. Se o cheque nominativo contiver as expressões não a ordem, ou apenas para depósito na conta do favorecido, este não será passível de endosso. b) Ao Portador: - Não possui o nome do favorecido. Seu valor não pode ser superior a R$ 100,00; c) Cheque Cruzado: - Em branco: atravessado no anverso por dois traços paralelos; - Em preto, ou especial: dentro das linhas paralelas está escrito o nome do banco. Só a ele o cheque poderá ser apresentado; 20 Outras Características do Cheque: Endosso: Admite desde que o cheque contenha a cláusula ―à sua ordem‖. O endosso não pode ser parcial, nem ser do sacado; O endosso: é dispensável quando o cheque é depositado direto na conta do favorecido; A morte do emitente não invalida os efeitos do cheque; - Ninguém é obrigado a receber cheques. Apenas o papel moeda tem curso forçado. Oposição ao Pagamento do Cheque: - Sustação: - Solicitadas pelo emitente ou pelo beneficiário; - Suspensão imediata do pagamento do cheque; - Contraordem; Apenas para cheques já emitidos; Só pode ser solicitada pelo emitente; - Após o encerramento do prazo de apresentação. Principais motivos de devolução de cheques: Por insuficiência de Fundos: Motivo 1 - cheque sem fundos na primeira apresentação; Motivo 12 - cheque sem fundos na segunda apresentação (inclusão no CCF); Motivo 13 - conta encerrada (inclusão no CCF). Impedimento ao Pagamento: Motivo 21 - contraordem (ou revogação) ou oposição (ou sustação) ao pagamento, solicitada pelo emitente ou pelo beneficiário; Motivo 22 - divergência ou insuficiência de assinatura; Motivo 28 - contraordem (ou revogação) ou oposição (ou sustação), motivada por furto ou roubo, com apresentação do registro da ocorrência policial. Cheques com Irregularidades: Motivo 31 - erro formal (sem data de emissão, mês grafado numericamente, sem assinatura, sem valor por extenso); 21 Apresentação Indevida: Motivo 44 - cheque prescrito Motivo 48 - cheque de valor superior a R$ 100,00 (cem reais), emitido sem a identificação do beneficiário, acaso encaminhado ao SCCOP (Sistema de Compensação de Cheques e Outros Papéis), devendo ser devolvido a qualquer tempo; Motivo 49 - remessa nula, caracterizada pela reapresentação de cheque devolvido pelos motivos 12, 13, 14, 20, 25, 28, 30, 35, 43, 44 e 45, podendo a sua devolução ocorrer a qualquer tempo. Exemplo de Cheque preenchido: Fonte: http://www.gratisonline.com.br/como-preencher-um-cheque-comum-nominal-ou- cruzado/ FATURAMENTO: Soma de todos os valores recebidos pela venda de produtos e/ou serviços de uma empresa. Adicionam-se os ganhos obtidos com a venda de ativos e aplicações financeiras. Ex. faturamento mensal da empresa X: Venda de acessórios R$: 2.700,00 Assistência Técnica R$: 9.250,00 Faturamento de novembro R$: 11.950,00 http://www.gratisonline.com.br/como-preencher-um-cheque-comum-nominal-ou-cruzado/ http://www.gratisonline.com.br/como-preencher-um-cheque-comum-nominal-ou-cruzado/ 22 NOTA FISCAL: É um documento fiscal, emitido por pessoa jurídica que demonstra e registra a venda de mercadorias ou a prestação de serviço. O intuito da Nota fiscal e documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Destina-se ao recolhimento de impostos e sua não utilização e emissão desta, caracteriza sonegação fiscal. Nota Fiscal Eletrônica foi introduzida na legislação nacional através do Ajuste SINIEF nº 07/2005, disponível na íntegra no site do CONFAZ, pelo endereço: http://www.fazenda.gov.br/confaz Podemos conceituar a Nota Fiscal Eletrônica como sendo um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços,ocorrida entre as partes. Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia de autoria e de integridade) e a autorização de uso fornecida pelo Fisco, antes da ocorrência do fato gerador. A nota fiscal eletrônica proporciona benefícios a todos os envolvidos em uma transação comercial. Para os emitentes da Nota Fiscal Eletrônica (vendedores) podemos citar os seguintes benefícios: Redução de custos de impressão do documento fiscal, uma vez que o documento é emitido eletronicamente. O modelo da NF-e contempla a impressão de um documento em papel, chamado de Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE), cuja função é acompanhar o trânsito das mercadorias ou facilitar a consulta da respectiva NF-e na internet. Apesar de ainda haver, portanto, a impressão de um documento em papel, deve-se notar que este pode ser impresso em papel comum A4 (exceto papel jornal), geralmente em apenas uma via; Redução de custos de aquisição de papel, pelos mesmos motivos expostos acima; Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais. Atualmente os documentos fiscais em papel devem ser guardados pelos contribuintes, para apresentação ao fisco pelo prazo decadencial. A redução de custo abrange não apenas o espaço físico necessário para adequada guarda de documentos fiscais como também toda a logística que se http://www.fazenda.gov.br/confaz 23 faz necessária para sua recuperação. Um contribuinte que emita, hipoteticamente, 100 Notas Fiscais por dia, contará com aproximadamente 2.000 notas por mês, acumulando cerca de 120.000 ao final de 5 anos. Ao emitir os documentos apenas eletronicamente a guarda do documento eletrônico continua sob-responsabilidade do contribuinte, mas o custo do arquivamento digital é muito menor do que o custo do arquivamento físico; GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos: a NF-e é um documento eletrônico e não requer a digitalização do original em papel, o que permite a otimização dos processos de organização, guarda e gerenciamento de documentos eletrônicos, facilitando a recuperação e intercâmbio das informações; Simplificação de obrigações acessórias. Inicialmente a NF-e prevê dispensa de Autorização de Impressão de Documentos Fiscais - AIDF. No futuro outras obrigações acessórias poderão ser simplificadas ou eliminadas com a adoção da NF-e; Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira. Com a NF-e, os processos de fiscalização realizados nos postos fiscais de fiscalização de mercadorias em trânsito serão simplificados, reduzindo o tempo de parada dos veículos de cargas nestas unidades de fiscalização; Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B). O B2B (business-to-business) é uma das formas de comércio eletrônicos existentes e envolve as empresas (relação "empresa - a - empresa"). Com o advento da NF-e, espera-se que tal relacionamento seja efetivamente impulsionado pela utilização de padrões abertos de comunicação pela Internet e pela segurança trazida pela certificação digital. Para as empresas destinatárias de Notas Fiscais (compradoras), podemos citar os seguintes benefícios: Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias, uma vez que poderá adaptar seus sistemas para extrair as informações, já digitais, do documento eletrônico recebido. Isso pode representar redução de custos de mão-de-obra para efetuar a digitação, bem como a redução de possíveis erros de digitação de informações; Planejamento de logística de recepção de mercadorias pelo conhecimento antecipado da informação da NF-e, pois a previsibilidade das mercadorias a caminho 24 permitirá prévia conferência da Nota Fiscal com o pedido, quantidade e preço, permitindo, além de outros benefícios, o uso racional de docas e áreas de estacionamento para caminhões; Redução de erros de escrituração devido à eliminação de erros de digitação de notas fiscais; GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos, conforme os motivos expostos nos benefícios das empresas emitentes; Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B), pelos motivos já expostos anteriormente. Benefícios para a Sociedade: Redução do consumo de papel, com impacto positivo em termos ecológicos; Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias; Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas; Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados a NF-e. Benefícios para os Contabilistas: Facilitação e simplificação da Escrituração Fiscal e contábil; GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos, conforme os motivos expostos nos benefícios das empresas emitentes; Oportunidades de serviços e consultoria ligados à NF-e. Benefícios para o Fisco: Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito; Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação sem aumento de carga tributária; GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos, conforme os motivos expostos nos benefícios das empresas emitentes; 25 Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria da Receita Federal e demais Secretarias de Fazendas Estaduais (Sistema Público de Escrituração Digital - SPED). Atualmente a legislação nacional permite que a NF-e substitua apenas a chamada nota fiscal modelo 1 / 1A, que é utilizada, em regra, para documentar transações comerciais com mercadorias entre pessoas jurídicas. Também pode ser utilizada em substituição à Nota Fiscal de Produtor, modelo 4. (AJUSTE SINIEF n. 15/ 2010.) Não se destina a substituir os outros modelos de documentos fiscais existentes na legislação como, por exemplo, a Nota Fiscal a Consumidor (modelo 2) ou o Cupom Fiscal. Etapas para emissão de nf-e: Certificado digital: O contribuinte precisa adquirir um certificado digital com o qual assinarão as notas fiscais eletrônicas. Os modelos de certificado mais comuns são o A1 e o A3. Os certificados digitais para empresa devem ser do tipo e-CNPJ ou e-PJ (também conhecido por Certificado de NF-e). Para mais esclarecimentos sobre certificados digitais, sugerimos contatar Autoridade Certificadora (AC) disponíveis no mercado com experiência em fornecimento de certificados digitais para assinatura de NF-e. Software emissor de nf-e: O contribuinte que não possui um software emissor de notas fiscais eletrônicas pode utilizar o software emissor GRATUITO desenvolvido pela SEFAZ/SP e disponibilizado para download no portal nacional da NF-e; O contribuinte que possui software de emissão de notas fiscais deverá solicitar ao fornecedor do seu sistema ou equipe interna de TI a adequação à emissão de NF-e, de acordo com as informações do Manual de Orientação ao Contribuinte, disponível no portal nacional da NF-e. 26 Credenciamento do contribuinte como emissor de nf-e perante a set/RN: Credenciamento obrigatório para emissão de nf-e: Contribuintes que exercem atividades listadas como obrigadas ao envio de NF-e são credenciados de ofício automaticamente. Logo, são cadastrados como emitentes de NF-e na SVAN em produção a partir do dia inicial da obrigatoriedade e habilitado a enviar NF-e para o ambiente de Homologação desde a data da publicação da sua obrigatoriedade. Campos obrigatórios para preenchimento da Nf-e: No DANFE Simplificado deverão ser impressos no mínimo, além da expressão ―DANFE Simplificado‖, da chave de acesso, seu código de barras e do correspondente Protocolo deAutorização de Uso, o conteúdo dos seguintes campos: a) Dados do emitente: Nome/Razão Social, Endereço, Sigla da UF, CNPJ, Inscrição Estadual; b) Dados gerais da NF-e: Tipo de operação (entrada ou saída), CFOP, Série e número da NF-e, Data de emissão; c) Dados do destinatário/remetente: Nome/Razão Social, Endereço, Sigla da UF, CNPJ/CPF; d) Dados dos itens: Descrição dos Produtos/Serviços, NCM, CST, CFOP, Unidade Comercial, Quantidade, Valor unitário, Valor total do item; e) Dados dos totais da NF-e: Valor total da Nota Fiscal. Dados importantes: NCM: significa "Nomenclatura Comum do MERCOSUL" e trata-se de um código de oito dígitos estabelecido pelo Governo Brasileiro para identificar a natureza das mercadorias e promover o desenvolvimento do comércio internacional, além de facilitar a coleta e análise das estatísticas do comércio exterior. Qualquer mercadoria, importada ou comprada no Brasil, deve ter um código NCM na sua documentação legal (nota fiscal, livros legais, etc.), cujo objetivo é classificar os itens de acordo com regulamentos do MERCOSUL (Mercado comum do Sul). 27 A NCM foi adotada em janeiro de 1995 pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e tem como base o SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias). O SH é um método internacional de classificação de mercadorias que contém uma estrutura de códigos com a descrição de características específicas dos produtos, como por exemplo, origem do produto, materiais que o compõe e sua aplicação. Dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são classificações do SH. Os dois últimos dígitos fazem parte das especificações próprias do MERCOSUL. Uma pesquisa pelo código NCM 0102.10.10 permite determinar que se tratasse de: 01 - Animais Vivos 0102 - Animais Vivos da Espécie Bovina 010210 - Reprodutores de Raça Pura 01021010 - Prenhes ou com cria ao pé. Exemplos de NCM 9403.30.00 – do tipo utilizado em escritórios; 9403.40.00 – do tipo utilizado em cozinhas; 9403.50.00 – do tipo utilizado em quartos de dormir; 9403.60.00 – outros móveis de madeira. A classificação fiscal de mercadorias é de competência da SRF (Secretaria da Receita Federal). Acessem o site para melhor detalhamento do NCM. http://www.nfefiscal.com.br/blog/?p=69 http://www.sefaz.mt.gov.br/portal/download/arquivos/Tabela_NCM.pdf http://www.nfefiscal.com.br/blog/?p=69 28 Código de Situação Tributária ou CST, este código determina a tributação (referente ao ICMS) do produto. Composição do CST: A CST, que até 31-12-2000 era composto de dois dígitos na forma AB, a partir de 1- 1-2001 passou a ser composta de três dígitos na forma ABB tendo em vista que a Tabela B passou a ter dois dígitos, conforme segue: Tabelas formadoras do CST: Como descrevemos no item 2, o CST é formado com a junção dos números constantes das Tabelas A e B, que reproduzimos a seguir: Tabela A – Origem da Mercadoria Tabela B – Tributação pelo ICMS (Vigente desde 1-1-2001) 0. Nacional 1. Estrangeira – Importação direta 2. Estrangeira – Adquirida no mercado interno 00. Tributada integralmente 10. Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 20. Com redução de base de cálculo 30. Isenta ou não tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 40. Isenta 41. Não tributada 50. Suspensão 51. Diferimento 60. ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária 70. Com redução da base de cálculo e cobrança do ICMS por substituição tributária 90. Outras Exemplo: Suponhamos que a empresa industrial "X" tenha efetuado vendas de diversas mercadorias de produção própria e adquiridas de terceiros a um determinado cliente, como segue: Primeiro Item - mercadoria nacional; 29 Segundo Item - mercadoria estrangeira de importação direta; Terceiro Item - mercadoria estrangeira adquirida no mercado interno. Assim, considerando a saída tributada, segue, a título de ilustração, o preenchimento do quadro "Dados do Produto". Partindo do princípio acima então: Cód. Produto Descrição dos Produtos Situação Tributária PP001 Cilindro mestre nacional 000 PA001 Cilindro mestre italiano 100 PA002 Cilindro mestre espanhol 200 A CST normalmente é usada em conjunto com o CFOP para emissão de notas fiscais. No emprego desses códigos em software gerenciais, um mesmo produto com diferentes CST e CFOP pode acarretar graves erros de cálculos fiscais. Código Fiscal de Operações e de Prestações das Entradas de Mercadorias e Bens e da Aquisição de Serviços ou sob a sigla CFOP é um código do sistema tributarista brasileiro, determinado pelo governo. São indicados nas emissões de notas fiscais, declarações, guias e escrituração de livros. É utilizado em uma operação fiscal e define se a nota emitida recolhe ou não impostos movimentam de estoque e financeiro. O CFOP é em sua maioria composto por quatro dígitos, onde o primeiro, no caso o prefixo, determina a natureza da operação, ou seja, se é entrada ou saída de mercadorias. Por sua vez o sufixo de determina o código de Situação Tributária. Prefixos 1 - Entrada de Mercadoria ou Aquisição de Serviços de dentro do Estado. 2 - Entrada de Mercadoria ou Aquisição de Serviços de fora do Estado. 3 - Entrada de Mercadoria ou Aquisição de Serviços do Exterior. 5 - Saída de Mercadoria ou Prestação de Serviços para dentro do Estado. 6 - Saída de Mercadoria ou Prestação de Serviços para fora do Estado. 7 - Saída de Mercadoria ou Prestação de Serviços para o Exterior. 30 Exemplos de CFOP mais usados: 1.102 Compra para comercialização Classificam-se neste código as compras de mercadorias a serem comercializadas. Também serão classificadas neste código as entradas de mercadorias em estabelecimento comercial de cooperativas recebidas de seus cooperados ou de estabelecimento de outra cooperativa. 2.102 Compra para comercialização Classificam-se neste código as compras de mercadorias a serem comercializadas. Também serão classificadas neste código as entradas de mercadorias em estabelecimento comercial de cooperativas recebidas de seus cooperados ou de estabelecimento de outra cooperativa. 5.102 Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros Classificam-se neste código as vendas de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros para industrialização ou comercialização, que não tenham sido objeto de qualquer processo industrial no estabelecimento. Também serão classificadas neste código as vendas de mercadorias por estabelecimento comercial de cooperativa destinadas a seus cooperados ou estabelecimento de outra cooperativa. Veja no site cfop http://www.sitecontabil.com.br/tabelas/cfop/pag_um.html Obrigação da validade da assinatura digital: A principal mudança para os destinatários da NF-e, seja ele emissor ou não deste documento, é a obrigação de verificar a validade da assinatura digital e a autenticidade do arquivo digital, bem como a concessão da Autorização de Uso da NF-e mediante consulta eletrônica nos sites das Secretarias de Fazenda ou Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica. Iremos ao site: www.nfe.fazenda.gov.br na aba serviços, selecionamos consultar NF-e completa. http://www.sitecontabil.com.br/tabelas/cfop/pag_um.html file:///C:/Documents%20and%20Settings/Rita%20Menezes/Dados%20de%20aplicativos/Microsoft/Word/www.nfe.fazenda.gov.br 31 Observações: Chave de Acesso: deve ser informado o número de 44 dígitos presentes no DANFE (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica). Código impresso ao lado: digite os 4 caracteres da imagem. Essa informação ajuda a evitar consultas por programas automáticos, que dificultam a utilização do aplicativo pelos demais contribuintes. Para que a consultafuncione corretamente, é necessário que seu navegador esteja habilitado para gravação de "cookies". CUPOM FISCAL: A emissão de cupom fiscal é obrigatória para as empresas brasileiras que faturem pelo menos R$120.000 num ano. Os interessados em emitirem cupons devem contatar uma empresa que esteja creditada pelo CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) para a venda de equipamento emissor de cupom fiscal. Emissores comprados em empresas não certificadas não serão validados. Depois de instalado o software e conectada a impressora o técnico dará autorização de ECF (Emissão de Cupom Fiscal). O modelo do cupom fiscal varia no aspeto, dependendo do software ou do emissor que a empresa tenha instalado. Não é importante o tamanho do cupom ou a letra que é usada. O que é realmente importante é que ele contenha certos elementos essenciais. Eles são o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), número da Inscrição Estadual, o endereço, o nome, a quantia e o preço dos artigos vendidos e o tipo de pagamento usado pelo cliente. Esses elementos são obrigatórios e deverão aparecer em todos os cupons emitidos. A falta de qualquer um desses elementos invalida o cupom. A empresa não tem que se preocupar com o tipo de cupom que deve imprimir. Quando o técnico creditado pelo CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) instala o equipamento, ele verifica se a impressora é válida para a ECF, testa o equipamento e se tudo estiver conforme a lei ele emitirá uma licença para a emissão de ECF para aquele equipamento. Cada ECF precisa de uma licença. Só pessoal creditado pode fazer manutenção dessas máquinas emissoras, e se for necessária alguma alteração ao modelo de cupom serão eles a alterar a configuração da ECF. 32 Fonte:http://www.condor.ind.br/dinheironama o/dicas.p Nota fiscal Modelo 2. http://www.condor.ind.br/dinheironamao/dicas.p http://www.condor.ind.br/dinheironamao/dicas.p 33 Acessado em 18/11/2012: http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/legislacao/regulamentoicms.nsf/cc90333e16d28a8c04257 36e0076800a/ea5e6fad3ae8c00104257391006c2984?OpenDocument http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/legislacao/regulamentoicms.nsf/cc90333e16d28a8c0425736e0076800a/ea5e6fad3ae8c00104257391006c2984?OpenDocument http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/legislacao/regulamentoicms.nsf/cc90333e16d28a8c0425736e0076800a/ea5e6fad3ae8c00104257391006c2984?OpenDocument 34 Fonte: http://www.assimsefaz.com.br/sabercomo/emitir-nota-fiscal-eletronica FATURA: É o documento usado apenas para operações de venda a prazo. Para que seja preenchida, precisa da emissão de uma nota fiscal. Na fatura devem constar informações da mercadoria, como: preço, quantidade, dados do comprador e do vendedor, data de em são, forma de pagamento e também os dados da nota fiscal que originou a venda a prazo. A fatura deve ser assinada pelo comprador no ato da entrega, assim respalda o vendedor em caso de não pagamento. (LAGO 2011). 35 36 Passo a passo de como gerar nfe de entrada. 37 38 39 Passo a passo Nf-e de saída. Passo a passo para extrair dados para o sped fiscal. Obs.: Esse modelo é da impressora Bematech. 40 41 42 CONCILIAÇÃO BANCÁRIA: É um comparativo entre as movimentações existentes em uma conta bancária e as existentes no controle financeiro. Todos nós sabemos que existe um atraso natural entre a emissão de um cheque e sua efetiva compensação no banco, em sua conta bancária. Este atraso causa um saldo temporariamente incorreto, saldo este que a conciliação bancária deve demonstrar e ajudar a corrigir. Uma nova movimentação deve ser feita se o lançamento presente no banco não estiver no controle financeiro. Se um lançamento não for compensado pelo banco, ele deve ser de alguma forma destacado no controle financeiro. Existem extratos eletrônicos que facilitam a conciliação bancária e reduzem a chance de erros quando utilizados por softwares financeiros. Os formatos mais usados para extrato eletrônico são: CNAB400, CNAB240, OFC ou OFX. Relação de bancos que fornecem o Arquivo para a Conciliação Automática do Extrato Bancário (OFC): CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (OFC), BANCO ITAÚ (OFC e OFX), 43 BANCO BRADESCO (Conciliação Bradesco) BANCO DO BRASIL (OFC), BANCO REAL (OFX) BANCO HSBC BAMERINDUS (OFC), BANCO BANESPA (OFX), BBV (Conciliação BBV), SANTANDER (OFX). Modelo de Conciliação Bancária CONCILIAÇÃO BANCÁRIA a) Saldo do Razão no último dia do mês b) Débitos lançados no razão, não lançados pelo Banco. - (-) Data Nº do documento Valor c) Créditos lançados no razão, não lançados pelo Banco. (+) Data Nº do documento Valor d) Débitos Lançados pelo Banco, não lançados no razão. (-) Data Nº do documento Valor e) Créditos lançados pelo Banco, não lançados no razão. - Data Nº do documento Valor f) Saldo do razão ajustado (A - B + C - D+ E) g) Saldo do extrato no último dia do mês http://turma13contabilidade.blogspot.com.br/2011/12/modelo-de-conciliacao-bancaria.html http://turma13contabilidade.blogspot.com.br/2011/12/modelo-de-conciliacao-bancaria.html 44 45 TESOURARIA: FUNÇÕES E PROCEDIMENTOS: A Tesouraria tem como sendo suas atribuições: Realizar e controlar os pagamentos e recebimentos, bem como as suas respectivas contabilizações. Elaborar e controlar a emissão de documentos comprobatórios de pagamentos e recebimentos. Controlar as disponibilidades financeiras em caixa e em bancos. Registrar, controlar e acompanhar os cheques devolvidos por irregularidades, interagindo com as entidades legais, para registro de ocorrência e respectiva cobrança, caso necessário. Manter, organizadamente, a guarda dos documentos de pagamentos e recebimentos, bem como promover a sua efetiva recuperação, quando necessária. Obter um fluxo de caixa com segurança e de forma antecipada, coletar dados precisos para dar suporte à tomada de decisões. Diariamente utilizamos as principais ferramentas de o gerenciamento financeiro listadas a seguir: CONTROLE DE CAIXA – A tesouraria deve saber a todo o momento o seu saldo de caixa e bancos. 46 REGISTRO DIÁRIO DE CAIXA – é composto pelos lançamentos referentes aos desembolsos e recebimentos efetuados durante um determinado período. Conferencia e Fechamento do caixa, verificando se os valores recebidos (Dinheiro, Cheques e Cartões) estão corretos. Efetuar os depósitos bancários em dinheiro e cheques dos mesmos e sua posterior liberação; Enviar à contabilidade todos os movimentos dos caixas com os seus respectivos documentos, os quais servirão de base para conferência da contabilização financeira. CONTROLE DE CONTA CORRENTE – É o extrato elaborado pela tesouraria em função do movimento Diário de Caixa e Bancos, com créditos, débitos e respectivas datas. CONCILIAÇÃO BANCÁRIA – Compara o extrato da tesouraria com o do banco para verificar pendências ou erros. CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA - proporciona ao gestor condições de acompanhar e efetuar conciliações entre contas bancárias, verificando se as entradas e saídas são pertencentes à empresa. Observe que o controle bancário é individual. Lançamento e conciliação deExtrato bancário, pois este processo se faz necessário para as baixas de duplicatas e apropriação de valores nos diversos departamentos; Identificação de Débitos e Créditos pendentes a Classificar; Controlar os recebimentos das Administradoras de cartões de crédito, efetuando o lançamento dos créditos bancários ou baixando os créditos bancários pendentes no dia previsto de pagamento da administradora de cartões de crédito; Conferencia dos Saldos de Banco diariamente, os quais servirão de base para montagem do fluxo financeiro; CONTROLE DE CONTAS A PAGAR – permite aos gestores visualizar os compromissos assumidos pela organização, acompanhar os pagamentos a serem efetuados em determinado período, e avaliar oportunidades de assumir compromissos, de maneira a não centralizar muitos pagamentos em determinadas datas. Tal organização deve ser feita mês a mês ou diariamente. É o agendamento diário por segmento: fornecedores, tributos, despesas administrativas, comerciais e financeiras, provisões etc. CONTROLE DE CONTAS A RECEBER - exige que as vendas a prazo do dia e os recebimentos sejam oportunamente informados aos responsáveis pelo seu preenchimento. Os 47 lançamentos das vendas a prazo devem ser realizados conforme o mês de vencimento, e as baixas, de acordo com os recebimentos. É o agendamento da cobrança em carteira com a bancária. Emissão diária de cheques recebidos e extrato de movimentação da tesouraria. Um dos componentes mais expressivos do capital de giro de uma empresa são as contas a receber provenientes de suas vendas a prazo. A administração de contas a receber a ser tratada aborda principalmente o crédito comercial concedido às pessoas jurídicas. Uma boa administração de contas a receber deve incluir, além da execução, as funções de planejamento e controle, para que as vendas pelo crédito comercial proporcionem resultados efetivos. A cobrança é a principal função operacional de contas a receber. A formulação da política de crédito e o acompanhamento de seus resultados são as funções típicas de planejamento e controle de contas a receber. Utilizamos como comprovantes de uma quitação de um título das contas a receber por meio de Recibo, ou por carnê. RECIBO: Documento Impresso com um valor recebido de determinada empresa ou pessoa, relatando a natureza do serviço ou produto pelo qual se está pagando. Nele devem conter ainda o nome do pagante, de quem está recebendo, data, local e assinatura de quem recebeu o valor pago. É um documento muito importante, pois é a prova de que uma transação financeira foi realizada. É uma declaração por escrito, na qual alguém (pessoa física ou jurídica) declara ter recebido de outrem o que está especificado. Há blocos de recibos já prontos em papelarias, contudo, a empresa pode fazer um próprio, com timbre. Este documento deve constar de duas vias para que fique uma cópia com cada uma das partes envolvidas. É fornecido pela pessoa ou empresa que recebe o dinheiro e todo processo do acordo estará especificado no corpo do texto. No alto, escreve-se RECIBO e à direita o valor da transação em algarismos. 48 Depois do texto, a pessoa que fornece o recibo deve assinar, afirmando ter auferido determinada quantia. No caso do recibo ser emitido por pessoa jurídica, pode haver necessidade de especificar a retenção do Imposto de Renda sob o valor bruto. Pode ou não ter testemunhas. Em um recibo de pagamento simples devem-se constar os seguintes dados: Nome completo da pessoa que efetuou o pagamento, Nome da rua, número, cidade, Do pagamento, local e data. Assinatura de quem recebeu o pagamento Número do CPF/CNPJ/RG Outros documentos de identificação Modelo de Recibo comprado nas papelarias: Fonte: http://www.sabertudo.net/wp-content/uploads/2011/08/modelos-de-recibo.jpg 49 PESSOA FÍSICA: RECIBO R$: 100,00 Recebi da Sra. Almandina Aroldo a quantia supracitada de R$ 100,00 (cem reais), referente à venda de uma calça jeans modelo Slim, fabricação brasileira, marca LGit. Patos de Minas, 25 de janeiro de 2009. ________________ Líria Souza PESSOA JURÍDICA: RECIBO Mão de obra: R$ 2.000,00 Retenção de IR: R$ 320,00 Líquido a receber: R$ 1.680,00 Recebi da empresa Cimentoso – Materiais para construção Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 63.533.312/0001-35, a quantia de R$ 1.680,00 (um mil, seiscentos e oitenta reais) referente aos serviços de acabamento de uma construção civil com 350 m2 (trezentos e cinquenta metros quadrados). Arapuá, 25 de janeiro de 2009. _____________ David Souza Testemunhas: ___________________ ___________________ Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/recibo.htm http://www.brasilescola.com/redacao/recibo.htm 50 FLUXO DE CAIXA DIÁRIO, SEMANAL, QUINZENAL OU MENSAL – É o resumo das contas a receber e a pagar e a projeção do saldo positivo ou negativo em caixa, para efeito de aplicação ou obtenção de crédito. CONTROLE DE ESTOQUES (Ativos Circulantes) – É necessário para gerenciar o volume financeiro investido neste ativo, considerando que o mesmo possui custos de manutenção e oportunidade, que eventualmente podem comprometer a rentabilidade da organização. O controle dos ativos circulantes é o acompanhamento do nível dos estoques e das contas a receber. Arquivo de Documentos – Os documentos já lançados devem ser guardados em uma caixa-arquivo, separados dos tributos, para envio à contabilidade no final do mês. FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO: É importante que o administrador financeiro saiba apurar o custo efetivo dos financiamentos de curto e longo prazo e conheça também os principais instrumentos de captação das empresas. O administrador financeiro precisa identificar, avaliar e escolher as fontes de financiamento a serem utilizadas pela empresa. Valores liberados pelo credor para serem aplicados pelo devedor na aquisição de bens móveis (veículos, máquinas, equipamentos) e imóveis (unidades habitacionais, plantas industriais, etc.). Ou seja, sabe-se exatamente o destino do recurso. Alternativas de financiamentos dividem-se em dois grupos principais: as de curto prazo (até 360 dias) e as de longo prazo (acima de 360 dias). A captação de financiamentos pode ser feita no sistema bancário ou com o lançamento no mercado financeiro de títulos emitidos pela própria empresa. Financiamentos de curto prazo: São considerados financiamentos de curto prazo aqueles que têm uma maturidade de até um ano. Esse tipo de endividamento destina-se a financiar o capital de giro da empresa. Serve para cobrir insuficiências de caixa e propicia condições para administrar as contas a pagar e os estoques. 51 Financiamentos de longo prazo: As linhas de crédito de longo prazo destinam-se a financiar os investimentos permanentes. Idealmente, essas fontes de recursos financeiros devem ter um cronograma de pagamento compatível com a geração de caixa dos projetos por ela financiados. Serve para angariar recursos de terceiros, por prazos superiores a um ano e propicia condições para aumentar a capacidade de produção, e consequentemente das vendas da empresa, para atender aos planos de expansão ou de desenvolvimento tecnológico da empresa. As fontes de financiamento de longo prazo à disposição das pequenas e médias empresas estão concentradas em diversos organismos governamentais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES é a principal fonte de financiamentos de longo prazo no Brasil. Existe uma grande variedade de linhas de crédito, com características diferenciadas de prazo, custos financeiros e formas de pagamento. Classificação de financiamentos: Financiamentos em curto prazo Financiamentos a médioe longo prazo 1. Descontos de Duplicatas/chs. Pré- datados 1. Fundos Especiais de Instituições públicas 2. Empréstimos Banc .conta corrente 2. Recursos captados no Exterior 3. Crédito Direto ao consumidor 3. Debêntures 4. Crédito Mercantil 4. Recursos próprios TAXAS DE JUROS NO BRASIL: A alocação de capital entre poupadores e investidores é determinada em uma economia de mercado pelas taxas de juros. O juro pode ser entendido como o preço pago pelo aluguel do dinheiro, ou seja, o valor que deve ser pago pelo empréstimo de um capital. Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) apontam quatro fatores que afetam o custo do dinheiro: Retorno das oportunidades de investimentos dos tomadores de recursos; Preferências temporais de consumo; Risco do empréstimo; 52 Inflação futura esperada. Quanto mais rentável apresentarem-se as oportunidades de investimento das empresas, mais dispostas elas estarão a pagar mais pelos empréstimos. Empresas com rentabilidades baixas, cujos negócios encontram-se em retração, são menos capazes de remunerar os empréstimos, demandando taxas de juros menores. Os consumidores apresentam preferências temporais por utilizar seu capital para consumo no momento atual ou aplicá-lo na expectativa de consumo maior no futuro. Essa decisão depende do nível de satisfação de suas necessidades e influi sobre o volume de poupança disponível na economia. Quanto maior o consumo atual, menor a taxa de poupança e mais elevadas, em consequência, as taxas de juros da economia pela dificuldade de se dispor de maior montante de capital disponível para financiamento. O aumento da capacidade de poupança, ao contrário, disponibiliza maior oferta agregada de dinheiro na economia, levando a uma redução das taxas de juros. O risco de não se reembolsar um empréstimo no vencimento eleva a taxa de juros exigida pelos poupadores. Evidentemente, quanto maior o risco de inadimplência do devedor, ou seja, quanto mais incapaz ele se mostra de efetuar os pagamentos de juros e principal nas datas pactuadas, mais alta se apresenta a taxa de juros exigida da operação. A taxa básica de juros é a taxa que o governo paga ao vender seus títulos no mercado, ou seja, pelos empréstimos que levanta junto aos investidores. Em verdade, ao adquirir um título público o aplicador estará financiando as necessidades financeiras do governo. Essa taxa básica serve de referência para a formação das demais taxas de juros na economia. A taxa básica de juros no Brasil é a taxa SELIC, sendo divulgada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central. Conforme o Banco Central do Brasil o conceito de taxa Selic é: [1] É a taxa apurada no Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas. Esclarecemos que, neste caso, as operações compromissadas são operações de venda de títulos com compromisso de recompra assumido pelo vendedor, concomitante com compromisso de revenda assumido pelo comprador, para liquidação no dia útil seguinte. Ressaltamos, ainda, que estão aptas a realizar operações compromissadas, por http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Central_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_SELIC#cite_note-bcb-0 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Especial_de_Liquida%C3%A7%C3%A3o_e_de_Cust%C3%B3dia 53 um dia útil, fundamentalmente as instituições financeiras habilitadas, tais como bancos, caixas econômicas, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários. O SELIC publica todos os dias as taxas de juros das negociações com títulos públicos realizadas no mercado monetário que, pela sua importância e alta liquidez, repercutem intensamente em todo o ambiente financeiro nacional. CÁLCULOS FINANCEIROS: O cálculo financeiro é aplicado na solução de diversas questões financeiras relevantes, como comprar a vista ou a prazo, cálculo do custo efetivo de um financiamento, decisões: alugar x comprar, formação dos juros, como escolher entre as alternativas de investimentos mais atraentes, formação de preços de venda e assim por diante. O juro pode ser entendido como o custo do dinheiro. É o preço que se cobra para emprestar dinheiro ou o retorno que se espera ganhar em operações de investimento. Essencialmente, há dois critérios de capitalização dos juros: simples e compostos. Apesar de os juros compostos se constituírem na metodologia de cálculo mais recomendada, o mercado financeiro de curto prazo costuma operar com taxas referenciadas em juros simples. Juros simples (Linear) Os juros são ditos simples quando não ocorre a capitalização dos mesmos, ou seja, não é cobrado juro dos juros. Calcula-se o juro de um período e sobre ele não é mais calculado juro, mesmo que o valor não seja pago. Os juros incidem unicamente sobre o principal (capital inicialmente aplicado) e geram, em consequência, remunerações (ou custos) diretamente proporcionais ao capital e prazo envolvidos na operação. Os juros simples têm as seguintes características: • Os juros gerados em cada período de aplicação são iguais. • Os juros gerados são proporcionais ao tempo de aplicação. Assim, quando o prazo de empréstimo é dobrado, o valor dos juros também dobrará. São adotadas as seguintes simbologias e regras básicas pra o critério de juros simples Capital: PV 54 C (ou PV) = Principal (ou Capital inicial), representativo de uma aplicação financeira ou da obtenção de um crédito. Também denominado por PV; i = taxa de juros, ou seja, taxa contratada na operação. Nas formulações do Cálculo Financeiro a taxa de juros deve estar sempre expressa em termos unitários, e não percentuais. Por exemplo, a taxa percentual é 2,5%. E a taxa unitária é 0,025. Ao se usarem programas de calculadoras financeiras ou planilhas eletrônicas, a taxa considerada é geralmente a percentual; Taxa de juros percentual: é a que representa os juros sobre cada R$ 100,00. Por isso, é acompanhada pelo símbolo de percentagem (%). Assim, se os juros a cada R$ 100,00 são de R$ 15,00 por ano, dizemos que a taxa de juros percentual é de 15% ao ano. A taxa percentual é usada nos cálculos com as funções financeiras das calculadoras. J = Juros n = número de períodos considerado na operação; prazo. IMPORTANTE: deve ser observado que n e i devem estar sempre definidos na mesma unidade de tempo (dias, ou meses, ou semestres, ou anos etc.). M = montante acumulado da operação, sou seja, representa a soma do principal mais os juros calculados durante determinado período. Também denominado de Valor Futuro (FV). São desenvolvidas as seguintes fórmulas de juros simples: Fórmula do Montante (M) ou (FV): que corresponde ao valor do capital inicial acrescido dos juros produzidos na operação. FV = PV + J Fórmula dos Juros (J): J = PV x i x n a) Cálculo dos juros: Calcule o valor dos juros produzidos por um capital de R$ 30.000,00 aplicado a juros simples de 2% ao mês, durante três meses. Dados: 55 Capital (PV) = 30.000,00 taxa de juros mensal (i) = 2% (percentual) ou 0,02 (unitária) prazo (n) = 3 meses juros (J) =? Usando a fórmula de juros, tem-se: J= 30.000,00 x 0,02 x 3 J = 1.800,00 Usando a planilha do excel: 56 57 Ou simplesmente edite a fórmula no excel da seguinte forma: b) Cálculo dos juros considerando o ano civil Calcule o valor dos juros produzidos por um empréstimo de R$ 21.000,00 concedido pelo prazo de 24 dias, a juros simples de 12% ao ano, e considerando o ano civil para fins de cálculo da taxadiária. Dados: Capital (PV) = 21.000,00 taxa de juros anual (i) = 12% ano (percentual) ou 0,12 (unitária) prazo (n) = 24 dias juros (J) =? Calculando a taxa de juros diária, considerando o ano civil (365 dias), vem: = 0,12 ÷ 365 = 0,0003 Logo: Usando a fórmula de juros, tem-se: J = 21.000,00 x 0,0003 x 24 J= 151,20 Pela inclusão da fórmula dos juros (J) na fórmula do Montante (FV = PV + J), pode-se obter outra identidade, amplamente usada na prática de determinação do capital (PV) e do montante (FV), desconhecendo-se os juros (J), ou seja; FV = PV + (PV x i x n) 58 Colocando-se PV em evidência, obtém-se: FV = PV (1 + i x n) Ou PV = _ FV___ (1+i x n) c) Cálculo do montante ou valor futuro Calcular o montante obtido por R$ 300.000,00 aplicados a juros simples de 2% ao mês pelo prazo de três meses. Capital (PV) = 300.000,00 Taxa de juros (i) 2% (percentual) ou 0,02 (unitária) Prazo (n) = 3 meses Montante (M) ou FV= ? Solução: FV= PV (1 + i x n) Logo: FV= 300.000,00 (1 + 0,02 x 3) FV= 300.000,00 (1+0,06) FV= 300.000,00 x 1,06 FV= 318.000,00 Taxa nominal e taxa proporcional: A taxa nominal representa a taxa de juros contratada (ou declarada) numa operação financeira (ativa ou passiva). Essa taxa é normalmente expressa pra um período superior ao da incidência (capitalização) dos juros. Por exemplo, um financiamento pode ser concedido para liquidação em pagamentos mensais, sendo a taxa nominal de juros contratada de 24% a.a. (ao ano). O período da operação é ano e o da incidência do juro é mês. Nesse caso, a taxa mensal a ser considerada no cálculo do valor das prestações é de 2,00 a.m (ao mês): Taxa de juro (I) = 24% = 2,00 a.m 12 meses Deve ser considerado que a taxa nominal de juro não corresponde à taxa efetiva da operação e é inferior nas decisões de crédito, em razão da existência de várias outras 59 obrigações (comissões, IOF – Imposto sobre Operações Financeiras etc.) e do critério linear de cálculo dos juros periódicos. A taxa proporcional, por outro lado, é também típica do sistema de capitalização linear (juros simples), sendo o prazo da taxa geralmente igual ao período de capitalização dos juros. Assim, duas taxas de juros, quando expressas em diferentes unidades de tempo, são definidas como proporcionais quando produzem valores iguais numa mesma unidade de tempo. Por exemplo, considere hoje uma quantia de R$ 100,00 a juros simples de 10% ao mês nominal. Seus respectivos montantes serão: 10% a.m. 20% a.b. 30% a.t. 40% a.q. $ 110,00 $ 120,00 $ 130,00 $ 140,00 $100,00 1 mês 2 meses 3 meses 4 meses Tais montantes corresponderão a ganhos nominais (proporcionais) aos respectivos prazos de investimento, ou seja, 10% ao mês (a.m.), 20% ao bimestre (a.b.), 30% ao trimestre (a.t.) e 40% ao quadrimestre (a.q.). Observe que para transformar uma taxa nominal em outra, basta multiplicar, se desejarmos aumentar de período (10% a.m. vezes 3 meses = 30 a.t.), ou dividir, para diminuir de período (40% ao quadrimestre dividido por 2 bimestres = 20% a.b). Determinar o montante (FV) e os juros (J) de uma aplicação de $ 100.000,00 efetuada pelo prazo de oito meses à taxa de juros simples de 18% a.a. Solução: Dados: n = 8 meses i = 18% / 12meses = 1.5% a.m. PV = $ 100.000,00 FV ==? Montante: FV = PV (1 + i x n) FV = $ 100.000,00 (1 + 0,015 x 8) FV = $ 100.000,00 (1,12) FV = $ 100.000,00 x 1,12 FV = 112.000,00 60 Juros: J = FV – PV J = $ 112.000,00 - $ 100.000,00 J = 12.000,00 Juros compostos (exponencial): Os juros são chamados de compostos quando incidem sempre sobre o saldo acumulado (montante), ocorrendo, dessa forma, juros sobre juros periodicamente. No regime de juros compostos, o juro gerado em determinada data é adicionado (incorporado) ao principal e serve de base para o cálculo de juros do período posterior. Admita que uma pessoa tenha aplicado $ 100.000,00 á taxa composta de 2% a.m. PV = valor presente (capital ou principal); FV = valor futuro (montante), Têm-se os seguintes resultados ao final de cada período (mês). Final do 1º mês: a aplicação de $ 100.000,00 terá gerado juros de $ 2.000,00 (2% x $ 100.000,00) e o montante do período totaliza $ 102.000,00), ou FV = 100.000,00 x (1 + 0,02) FV = $ 102.000,00 Final do 2º mês: o montante do primeiro mês, de $ 102.000,00, eleva-se para $ 104.040,00; $ 4.000,00 representam juros produzidos pelo principal de $ 100.000,00 no bimestre ($ 2.000,00 em cada mês) e $ 40,00 são oriundos dos juros ganhos no período anterior, ou seja, no primeiro mês (2% x 2.000,00). No critério de capitalização composta (ou exponencial), verifica-se a incidência dos juros não somente sobre o principal, mas também sobre os valores de juros acumulados de outros períodos. De outra maneira, o montante pode ser obtido pela multiplicação do capital inicial aplicado pelo fator de crescimento composto dos juros, ou seja: FV = 100.000,00 x (1 + 0,02) x (1 + 0,02) FV = 100.000,00 x (1,02) x (1,02) FV = 100.000,00 x (1,02) 2 = 104.040,00 Final do 3º mês: aplica-se o raciocínio análogo ao do mês anterior, apurando o montante de: 61 FV = 100.000,00 x (1 + 0,02) x (1 + 0,02) x (1 + 0,02) FV = 100.000,00 x (1,02) 3 = $ 106.120,80 Se uma pessoa desejar obter $ 200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar hoje num fundo que rende 3,00% a.t? Em outras palavras, qual o valor presente dessa aplicação? Solução: Dados: FV = $ 200.000,00 n = 1 ano (quatro trimestres, pois a taxa está trimestral). i = 3,00% a.t. Valor presente – PV a ser calculado: FV = PV (1 + i) n 200.000,00 = PV (1,03) 4 PV = 200.000,00 = 200.00,00 (1,03) 4 1,1255088 PV = $ 177.697,41 62 De fato, uma aplicação de $ 177.697,41 hoje produz, à taxa composta de 3,00% a.t., um montante de $ 200.000,00 dentro de um ano. Demonstrando: FV = $ 177.697,41 (1,03) 4 FV = $ 200.000,00 Exemplo de tabela financeira: n\i 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 1 1,0100 1,0200 1,0300 1,0400 1,0500 1,0600 1,0700 1,0800 1,0900 1,1000 2 1,0201 1,0404 1,0609 1,0816 1,1025 1,1236 1,1449 1,1664 1,1881 1,2100 3 1,0303 1,0612 1,0927 1,1249 1,1576 1,1910 1,2250 1,2597 1,2950 1,3310 4 1,0406 1,0824 1,1255 1,1699 1,2155 1,2625 1,3108 1,3605 1,4116 1,4641 5 1,0510 1,1041 1,1593 1,2167 1,2763 1,3382 1,4026 1,4693 1,5386 1,6105 6 1,0615 1,1262 1,1941 1,2653 1,3401 1,4185 1,5007 1,5869 1,6771 1,7716 7 1,0721 1,1487 1,2299 1,3159 1,4071 1,5036 1,6058 1,7138 1,8280 1,9487 8 1,0829 1,1717 1,2668 1,3686 1,4775 1,5938 1,7182 1,8509 1,9926 2,1436 9 1,0937 1,1951 1,3048 1,4233 1,5513 1,6895 1,8385 1,9990 2,1719 2,3579 10 1,1046 1,2190 1,3439 1,4802 1,6289 1,7908 1,9672 2,1589 2,3674 2,5937 63 OBS: Calculadoras financeiras: Além da descrição do uso de planilhas eletrônicas e tabelas financeiras para os cálculos efetuados, podemos usar uma calculadora financeira. E a HP12C, é a calculadora financeira mais conhecida e utilizada no Brasil. FLUXO DE CAIXA: O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo fornecer estimativas da situação de caixa da empresa em determinado período de tempo à frente. São os recursos que transitam (entram e saem) pelo caixa em determinado intervalo de tempo. As necessidades de informações sobre os saldos de caixa podem ser em base diária para o gerenciamento financeiro de curto prazo, ou períodos mais longos, como mês ou trimestre, quando a empresa precisa fazer um planejamento por prazo maior. O fluxo de caixa é o instrumento
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