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Laboratório Reumatologia

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CMA III 2021/1 ART
Aula 01. Introdução a reumatologia: Laboratório. 
Não tem como saber reumatologia sem saber interpretar os exames. Vocês vão ver na 
prática clínica que a reumatologia depende muito de propedêutica, depende muito de 
exame, é de extrema importância saber interpretar esses exames. E sim, são vários, são 
muitos, aqui a gente vai falar dos principais exames, os principais anticorpos, mas na 
prática vocês vão ver que é muito mais que isso. 
Reumatologia, o que é? 
Especialidade que estuda as doenças (dçs) do tecido conjuntivo, como também algumas 
dçs autoimunes que acometem o aparelho locomotor. Em reumatologia a gente estuda as 
dçs do aparelho locomotor e dçs autoimune não cirúrgicas, mesmo que um dia venha a 
ser. É uma especialidade muito ampla. Por exemplo, uma tendinite um reumatologista 
trata, mas se um dia romper o tendão e precisar de cirurgia aí passa pra ortopedia. 
E reumatismo? 
É uma definição muito ampla, em teoria é tudo aquilo que o reumatologista trata, são mais 
de 150 dçs diferentes e isso tudo é considerado reumatismo. Quando o paciente (pct) 
chega e fala “eu tenho reumatismo” isso não quer dizer exatamente nada, só significa que 
o pct tem uma doença(dç) que o reumatologista trata. Na prática clínica a gente vê muito 
o pct usar reumatismo como osteoartrite e artrite reumatóide (reumatismo no sangue). 
Reagentes de fase aguda 
São proteínas que aumentam ou diminuem em resposta a inflamação, ou seja, o corpo 
começou a inflamar algumas proteínas aumentam e algumas diminuem. 
Quais são? 
• VHS 
• PCR 
• Globulinas 
• Ferritina 
• Fibrinogênio 
VHS 
Significa velocidade de hemossedimentação e é um exame muito simples de ser feito, 
qualquer laboratório faz, basicamente é deixar a coluna de sangue do pct em um tubo por 
uma hora, depois de uma hora nós vamos medir o tamanho da coluna de hemácia que 
condensou e ai nós vamos ter o valor do VHS. Ou seja, é um exame que não depende de 
expertise, é fácil de ser feito e diz muito pro reumatologista. 
Exame de alta sensibilidade, ou seja, ele da muito falso + mas pouco falso -. 
É mediados pela IL-6, uma das principais interleucinas pró-inflamatória, no fígado ela 
estimula a produção, por exemplo, do PCR. Então se a gente usa alguma droga no pct 
que reduz a IL-6, a tendência do VHS é cair. 
Alguém conhece alguma medicação que é uma anti-interleucina 6? Tocilizumabe, age na 
IL-6 e diminui a produção. 
O que aumenta o VHS e não é doença? 
Existem alguns fatores que fazem o VHS aumentar e 
não necessariamente é dç, por exemplo, o VHS de uma 
mulher grávida é maior de uma mulher comum, não 
gestante, só de ser mulher o VHS já vem aumentado. 
Existe uma conta pra gente calcular o VHS limite, essa 
conta leva em consideração a idade e o sexo do pct, ou 
seja, quanto mais velho o pct maior o VHS normal dele, 
se é mulher é maior também. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
Por exemplo, um homem de 50 anos de idade, 50/2 = 25 , então até 25 a gente considera 
normal. Uma mulher de 50 anos de idade o estrogênio influencia no VHS, então seria 50/2 
+10 = 35, então até 35 a gente considera normal. 
Não se leva em consideração o valor de referência do laboratório (VR de laboratório 
é um valor fixo, não significa nada). 
Toda vez a gente vai calcular o VHS do pct, por exemplo uma mulher de 100 anos de 
idade um VHS de 50 é normal, porque? 100/2 + 10 = 60, então ela tem um VHS normal 
para ela, não é considerado como VHS aumentado. Uma mulher de 20 anos de idade que 
tem um VHS de 50 é considerado um VHS muito aumentado. 
Obesos também tem tendência a ter um VHS mais aumentado, mas não se usa isso no 
cálculo do VHS do pct. Tem que ter na cabeça, que só a obesidade, que é uma dç 
inflamatória pode gerar um aumento de VHS. 
O que reduz o VHS e não é doença? 
Pct em uso AINE faz reduzir o VHS, corticoide 
faz reduzir o VHS, microcitose, qualquer 
anemia microcítica pode reduzir o VHS, 
falcilização pode reduzir o VHS e a 
esferocitose. 
O que aumenta o VHS e a gente considera doença? 
Qualquer infecção, bacteriana ou viral e 
neoplasia. Então, pct com câncer vai ter VHS 
aumentado, dçs inflamatórias de uma maneira 
geral e a dç renal crônica(DRC), o pct renal 
crônico vai ter um VHS aumentado também. 
Normalmente estas dçs que eu falei não cursam 
com VHS > 100 e dentro da reumatologia não 
são todas as dçs que cursam com VHS > 100, 
um VHS > 100 é considerado um VHS muito 
aumentado. Por exemplo, o Lúpus costuma cursar com VHS > 100? Não, se um pct com 
Lúpus tiver um VHS > 100 começa a desconfiar que isso não é atividade da dç, esse pct 
pode estar infectado. 
O que causa VHS > 100? 
Algumas dçs sozinhas aumentam o VHS em 
valores superiores a 100, dentro da 
reumatologia as duas principais condições são 
a polimialgia reumática (PMR) e arterite de 
células gigantes (ACG). Outras condições que 
cursam com VHS > 100 são as infecções e as 
neoplasias, dentre elas o mieloma múltiplo 
(MM). 
ACG: vasculhe de grandes vasos, antigamente 
era chamada de arterite temporal, por se apresentar principalmente na artéria temporal. 
O que gera um VHS de quase 0? 
Você pega o VHS o pct tem VHS 1,2, 
agamaglobulinemia (ausência de 
gamablobulinas), a policitemia, ausência de 
fibrinogênio e aumento da viscosidade 
sanguínea faz quase zerar o VHS. 
Conclusão: 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
O VHS é muito importante para qualquer médico porque é muito fácil de fazer e tem baixo 
custo, é um exame de excelente valia pra qualquer médico. 
PCR 
Existem 2 PCRs, o RT-PCR viral é a reação em cadeia de polimerase que a gente vê o 
DNA ou RNA viral, não é esse que estamos falando. Estamos falando da Proteína C 
reativa, que também é uma proteína de fase aguda e é produzida no fígado em resposta a 
IL-6. 
Se a gente da ,por exemplo, o tocilizumabe pro pct, mesmo o pct estando inflamado, não 
vai aumentar PCR. Perdemos esse parâmetro. Quando queremos ver se uma dç está 
ativa ou não na reumato um dos exames usados são as provas inflamatórias, o VHS e o 
PCR principalmente, mas se o pct ta tomando tocilizumabe, nem precisa pedir as provas 
inflamatórias, o pct pode ta em atividade, pode ta inflamado que elas vão ta baixas, 
porque o fígado não ta produzindo. 
É uma proteína que aumenta de 4 a 8 horas após lesão tecidual e meia vida curta, então 
a gente consegue fazer curva de PCR. O pct quando ele começa com um quadro de 
infecção ou um quadro inflamação ela sobe muito rápido e quando começa a melhorar ela 
cai muito rápido, então conseguimos fazer a chamada curva, ai vai pedindo seriado de 24 
em 24 horas, 48 em 48 horas e vendo se vai subindo ou descendo, devido a essa meia 
vida muito curta. 
As grandes elevações do PCR estão normalmente relacionados as infecções, vasculhe, 
dçs de cristais (por exemplo gota e pseudogota) e as neoplasias. 
Dentro da reumato normalmente os PCRs também não costumam ser acima de 100, se 
um pct tem um PCR acima de 100 temos que pensar que ele ta infectado também.As 
infecções normalmente cursam com PCR acima de 100, um pct com PCR de 180-200 
possivelmente ele ta infectado, isso não é só atividade de dç. 
Globulinas 
O que são as globulinas? 
São proteínas da corrente sanguínea e da pra dosar, conseguimos medir, como que dosa 
essas globulinas? A gente dosa elas pela eletroforese de proteínas. Como é feita a 
eletroforese de proteínas? Pega essas proteínas e coloca em diferença de carga, devido 
a diferenças de cargas, ou seja, elas serem mais positivas ou mais negativas, elas vão 
migrar e quando elas migram formam bandas e a gente consegue medir essas bandas e 
formar as curvas da eletroforese de proteína. 
As principais curvas avaliadas são a curva 1 que é a curva da Albumina, curva 2 da alfa 1, 
curva 3 da alfa 2 , curva 4 da beta e curva 5 que da gamaglobulina. Sendo que a Alfa 2 
globulina é mais confiável para avaliar inflamação, se um pct tem aumento na curva alfa 2 
possivelmente ele tem um processo inflamatório em atividade. E esse examechega até a 
ser mais confiável que o VHS e PCR. 
Mas é um exame que a gente pede muito na pratica clinica? por exemplo quando a gente 
ta acompanhando um pct com artrite reumatoide. Vamos pedir eletroforese de proteína 
sempre? Não, porque ele é um exame mais difícil de ser feito e o custo é maior. Mas a 
sensibilidade é mais confiável do que VHS e PCR. 
Também se usa a eletroforese de proteínas para avaliar avaliar gamopatias monoclonais, 
entre elas o mieloma múltiplo faz o diagnostico através da eletroforese de proteína. 
Eletroforese de proteína: 
Aqui a primeira curva é a da albumina, a curva que tem maior pico, é a proteína que tem 
maior concentração sérica e é a menor proteína sérica que a gente tem. Por isso que 
perde muito na síndrome nefrótica. 
A segunda curva, o segundo pico é a alfa 1, é aquela que eu estava falando, o alfa 1 e o 
alfa 2 eles servem muito para avaliar inflamação, o alfa 2 mais que o alfa 1, mas um 
aumento de alfa 1 a gente ja começa a ver na inflamação também. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
Quais são as proteínas que 
fazem parte da alfa 1? A 
antitripsina, a proteína 
carreadora do estrogênio, a 
alfafeto-proteína e a 
glicoproteína ácida. Todas 
essas proteínas juntas formam 
a curva alfa 1. 
O que a gente vê quando dosa 
a curva alfa 2? A alfa 2 
globulina, a haptoglobina a 
macroglobulina e a 
ceruplasmina. 
E a curva beta? As principais 
proteínas da curva beta são a 
transferrina a beta-lipoproteina 
e o complemento, porém se 
vocês verem na curva beta as imunoglobulinas, principalmente IgM e IgD ja fazem parte 
da curva beta, ou seja, se o pct ta produzindo muito anticorpo no processo inflamatório 
autoimune, a curva beta ja pode vir alterada, porque? Devido a estes anticorpos, ela vai 
vir maior. 
E a curva gama? Tem basicamente as imunoglobulinas IgG e IgA, IgM acaba pegando 
um pedaço também, IgD tem um pedacinho, mas principalmente IgG e IgA. Então se a 
gente tem um aumento dessa curva aqui significa que o pct ta produzindo muito anticorpo, 
por qual motivo a gente tem que investigar, correto? 
 
Como que vai vir um paciente inflamado? 
Normalmente vem um achatamento da curva da 
albumina, aumento da curva alfa 1 e aumento da 
curva alfa 2. São as principais curvas da 
inflamação, das proteínas inflamatórias. Aqui no 
gráfico você podem ver que ta mais apiculado do 
que naquela outra figura que eu mostrei para 
vocês. 
 
Como que vai vir a eletroforese de um pct 
com deficiência de alfa -1-antitripsina? 
Da DPOC e pode dar cirrose hepática. 
Normalmente uma redução moderada/discreta 
da curva da albumina e uma redução 
importante, quase um achatamento, da curta 
alfa 1. No gráfico, a curva alfa 1 tinha que vir 
maior aqui, então a curva alfa 1 vem reduzida. 
Tem uma discreta elevação das 
gamaglobulinas. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
Como vem a eletroforese do pct com 
síndrome nefrótica? 
Vai vir um achatamento importante da curva 1, 
porque o pct ta perdendo albumina, a principal 
proteína da curva 1 é a albumina. A alfa 1 vai ta da 
mesma maneira, não vai perder muita proteína e a 
alfa 2 vai ter um pico, porque um pico? O pct com 
síndrome nefrótica é um pct inflamado, então tem um 
processo inflamatório ocorrendo, tem um pico em alfa 
2. Vai ter um achatamento em gama, porque? Há 
redução de imunoglobulina em geral, acaba perdendo 
imunoglobulina pelos glomérulos, perde anticorpo, 
então o pct com síndrome nefrótica é um pct 
imunodeficiente, mais sujeito a infecção, então tem 
um achatamento na curva gama. 
E um pct com Mieloma Múltiplo(MM)? 
Essa aqui é a chamada curva do mal, olha como ela 
é diferente, a gente vê essa curva a gente tem que 
dar um jeito no pct, porque possivelmente esse pct 
tem alguma neoplasia ou gamopatia monoclonal, a 
principal causa dessa curva é o mieloma múltiplo, 
nela você tem uma redução de albumina e um 
aumento muito importante em gamaglobulina, e 
essa curva da gamaglobulina faz um pico, então é 
monoclonal, se fosse policlonal, ou seja, várias 
imunoglobulinas, a curva seria como indicado de 
verde no gráfico, seria mais em forma de parábola. 
Viu essa curva é obrigado a pensar em mieloma 
múltiplo, nas gamopatias monoclonais. Se ta 
suspeitando de um MM e pede uma eletroforese de 
proteína e não vem um aumento em gama ? Descarta MM? Não descarta, porque o pico 
monoclonal pode estar na urina, vai ter pico monoclonal na proteína da urina. 
A eletroforese de proteína é um exame importantíssimo e a gente é obrigado a saber interpretar 
uma eletroforese de proteína. 
Ferritina 
A ferritina é outro reagente de fase aguda e nada mais é que uma proteína(PTN) 
intracelular que armazena, libera e transporta o ferro, ou seja, é uma PTN que “guarda”o 
ferro intracelular. 
Algumas causas reumatológicas e não reumatológicas cursam com ferritina aumentada, 
na pratica clínica talvez vocês peçam muita ferritina pra avaliar anemia ferropriva, mas 
tem que saber que ferritina é um reagente de fase aguda. Então, um pct com anemia 
ferropriva pode ta com uma ferritina normal ou aumentada se ele tiver inflamado. 
Quais são as causas reumatológicas que cursam com o aumento da ferritina? 
Principalmente artrite idiopática juvenil sistêmica (AIJ 
sistêmica), a dç de Still do adulto, que é uma dç muito 
inflamatória e a Síndrome da Ativação Macrofágica 
(SAM). Se pediu uma ferritina e veio acima de 1000 é 
obrigado a pensar nessas 3 dçs, principalmente. 
Dç de Still: dç autoinflamatória que cursa com Rash, febre continua, aumento de provas 
inflamatórias, leucocitose e artrite. É uma dç considerada não autoimune, mas auto 
inflamatória, seria um tipo diferenciado da artrite reumatóide, normalmente o pct faz febre 
diária de 38º/39º, durante meses. 
SAM: dç catastrófica, rara, no Ibiapaba hoje tem 01 pct. Devido a vários gatilhos, 
reumatológicos ou não, o pct começa a ativar todo o sistema imunológico e começa a 
liberar citocina inflamatória em todo o corpo e as céls imunológicas começam a fagocitar 
as outras céls, pode ser qualquer célula, do fígado, do pulmão, da corrente sanguínea, 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
por isso que a gente chama de hemofagocitose. Os macrófagos se torna ativados e 
começam a “comer” o próprio corpo. 
Quais outras dçs que cursam com o aumento de ferritina, não acima de 1000, mas 
por causas não reumatológicas? 
 Dçs hepatocelular (cirrose, entre outras), 
IRC, neoplasia e a hemocromatose. 
 
Fibrinogênio 
O fibrinogênio é uma outra PTN da fase aguda, é sintetizada no hepatócito, e faz parte da 
cascata de coagulação, é necessária para formação do coágulo, o fibrinogênio é 
transformado em fibrina e assim forma o coágulo. 
Dçs e condições fisiológicas cursam com o aumento do fibrinogênio. 
O fibrinogênio é uma das maneiras da 
gente diferenciar a Dç de Still da SAM, 
porque? A ferritina na Dç de Still ta 
aumentada e na SAM também, a clínica, 
no início é muito parecida, mas o 
fibrinogênio na Dç de Still, ele ta 
aumentado enquanto na SAM ele ta 
reduzido, então ele é de grande valia 
nessa parte. 
Gravidez pode cursar com fibrinogênio aumentado pra na hora do parto diminuir o quadro 
de hemorragia. Infecções em geral podem cursar com o aumento de fibrinogênio e a S. 
Nefrótica também pode cursar com o aumento de fibrinogênio, a S. Nefrótica é uma 
condição trombótica, cursa com trombose. 
E as condições que cursam com diminuição do fibrinogênio? 
SAM, a coagulação intravascular 
disseminada (CIVD), as hepatopatias 
graves (cirrose, fígado não produz 
fibrinogênio que cai na corrente 
sanguínea) e carcinomas 
 
Auto anticorpos 
Auto anticorpos são anticorpos que produzimos contra antígenos do próprio corpo, que 
não eram considerados antígenos e passam a ser antígenos. 
Quais são os principais autoanticorpos? 
• FAN 
• Fracionamento 
• ANCA 
• FR 
• Anti CCP 
FAN 
Significa fator antinuclear, é o exame que mais usamos pra ver se o pct tem 
autoimunidade ou se ele não tem autoimunidade,ele não é um anticorpo em específico, 
vários autoanticorpos positivam o FAN. Um FAN positivo significa que o pct tem 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
autoanticorpo circulante, não necessariamente que ele tem dç, significa que ele tem uma 
autoimunidade circulante. 
O FAN mais sensível é feito através da Imunofluerescência (IFI) em células HEP-2, 
células de carcinoma de laringe, cultivadas em laboratório como substrato para fazer o 
FAN, porque essa célula de carcinoma de laringe? Porque ela tem muito autoantígeno, 
são células que se multiplicam muito rápido. O FAN nada mais é que a detecção de 
anticorpos contra componentes celulares que podem estar no núcleo, citoplasma e 
aparelho mitótico. 
É um exame de alta sensibilidade, porém é examinador dependente, o que significa isso? 
Eu pedi um FAN, foi positivo, no padrão tal, confia nesse FAN positivo quando a gente 
conhece o laboratório e sabe a procedência. Porque? Porque o FAN é um exame muito 
difícil de olhar, ele gera muito confusão no padrão, o padrão nuclear pontilhado fino é 
muito parecido ,por exemplo, com o padrão nuclear pontilhado grosso. Então o 
examinador pode confundir na hora de avaliar este exame, assim temos que ficar muito 
atentos a isso, um FAN positivo não necessariamente vai ser levado em consideração. 
Alguns padrões ocorrem exclusivamente em pcts com dç, outros padrões podem 
acontecer em pcts normais. 
Significa, por exemplo, que o pct não tem auto anticorpo circulante? Não significa isso, 
esse pct com FAN positivo que não tem dç significa que ele tem autoanticorpo circulante, 
mas esse autoanticorpo não causa dç e não conseguimos dosar esse autoanticorpo. 
Vamos ver mais a frente quais são os padrões comuns em dçs e os padrões que não 
ocorrem em dçs que ocorrem em pessoas saudáveis. 
O que avaliar? 
Tem que avaliar se ele é positivo ou negativo. Se ele for positivo, qual a concentração 
sérica desse FAN, o FAN vai de 1:80 até 1: 1280 de titulação. 
Um pct que tem um 
FAN de 1:80 é uma 
titulação muito 
baixa, significa um 
FAN muito pouco 
reagente. 
Quanto maior a titulação maior é a chance do pct possuir dç, então um pct que tem um 
FAN de 1:1280 tem uma chance muito maior de ter uma dç autoimune do que o pct com 
titulação de 1:80. 
Significa que a doença vai ser mais grave? 
Por exemplo, dois pct tem lúpus, um pct tem um FAN de 1:80 e o outro tem um FAN de 
1:640, o lúpus do pct com 1:640 vai ser mais grave? Não, ele não fala a favor de 
prognóstico. Pra quem ja tem a dç diagnosticada um FAN de 1:80 e um FAN de 1: 640 é a 
mesma coisa e não fala a favor do prognóstico da dç. Um FAN mais alto não significa que 
a dç vai ser mais grave, significa que ele tem mais chance de ter a dç, um pct com um 
FAN muito alto tem uma chance muito maior de ter dç do que um pct com um FAN baixo, 
mas essa dç não necessariamente vai ser mais grave. 
Qual o padrão da imunofluorescência? 
Tem que avaliar também qual é o padrão da imunofluorescência, existem os principais 
padrões de FAN, padrões nucleares, nucleolares, aparelho mitótico, mistos e 
citoplasmáticos. Dentro dos nucleares tem o homogêneo, o pontilhado, o pontilhado pode 
ser fino… tem membrana celular. Pessoal vocês precisam saber isso? Não, não precisa 
saber esses padrões todos de FAN, isso é muito difícil, isso é coisa de especialista, é 
coisa do reumato. 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
O que precisa saber: 
Tem que saber alguns padrões principais, por exemplo, tem que saber o padrão nuclear 
pontilhado fino (NPFD), ele é um padrão normalmente não patológico, pessoas normais, 
cerca de 15-20% da população pode ter esse NPFD e não ter dç. Normalmente a pessoa 
que não tem dç, tem uma titulação menor que 1:160. Então o padrão nuclear pontilhado 
fino denso normalmente acontece em pessoas saudáveis. 
Mas, por exemplo, se tiver um NPFD 1:640 e o pct é sintomático pode predizer dç. 
Quais são os padrões, principalmente patológico? 
Tem o nuclear homogêneo (NH), o nuclear pontilhado grosso, o centromérico… Pessoal 
veio um padrão NH tem que desconfiar de lúpus, mesmo o pct não tendo nenhum 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
Reumatologista tem que saber:
CMA III 2021/1 ART
sintoma, é um padrão que vai ter que acompanhar esse pct pra ver se ele vai desenvolver 
alguma dç. 
O FAN ele não serve para dar prognóstico da dç, se a dç vai ser grave ou não e ele 
também não serve para acompanhar a atividade da dç. O que significa isso? Pediu o FAN 
do pct, o FAN veio positivo, em algum momento da dç do pct você tem que pedir outro 
FAN? NUNCA, não precisa, o FAN do pct é +, ponto e acabou. Ah, mas eu to tratando 
lúpus… Não, não precisa acompanhar com FAN, o FAN ele não sobe e não desce em 
consequência ao tratamento, ele não serve para acompanhar se o pct ta respondendo ao 
tratamento ou não. Pede um FAN, veio positivo ótimo, veio negativo ótimo. 
Aqui os principais padrões de FAN 
e as dçs que eles significam, por 
exemplo o padrão NH, qual 
anticorpo que positiva que da um 
padrão NH? Normalmente o anti-
DNA ou então o anti-Histona, são 
os principais, pct com anti-DNA 
positivo e anti-Histona positivo 
normalmente o FAN dele é o 
nuclear homogêneo. Porque? O 
anticorpo que da aquele padrão é 
o anti-DNA, o anti-DNA dupla 
hélice, hélice simples e anti-
Histona. Quais são as dçs que 
cursam com o nuclear 
homogêneo? Principalmente o 
Lupus Eritematoso Sistêmico 
(LES), disparado. AIJ, LES 
idiopático todos eles podem dar, 
mas o principal, veio NH a gente 
tem que pensar no LES. 
Nuclear Pontilhado Fino pode 
ter na Síndrome de Sjögren que é 
o principal, mas pode ter no LES 
e no LES neonatal. Os 
autoanticorpos que positivam é o 
anti-Ro e o anti-La, ou anti-SSB/
SSA, que é a mesma coisa. 
Nuclear pontilhado grosso principalmente o LES, porque o principal anticorpo é o anti-
Sm e é o anticorpo mais específico pro LES, o pct com anti-Sm tem o padrão pontilhado 
grosso e a principal dç é o LES. Sabemos também que o anti-RNP é um anticorpo que 
positiva no padrão nuclear pontilhado grosso e é um anticorpo muito comum na dç mista 
do tecido conjuntivo (DMTC) e na esclerose sistêmica. O padrão nuclear pontilhado 
grosso ele não é exclusivo do lúpus, mas somos obrigados a pensar em lúpus. 
No padrão nuclear pontilhado grosso reticulado normalmente individuos “sadios “, 
individuos hígidos. 
Membrana nuclear em indivíduos hígidos, o pct tem o padrão de membrana nuclear 
pode não ter dç, ele pode ter dç? Pode, mas normalmente não tem. 
 
Aula digitada Dr. Filipe FAME
CMA III 2021/1 ART
E o nucleolar tem na esclerose sistêmica, 
na dermatomiosite e na polimiosite, 
principalmente. 
Então esses padrões são os principais que 
a gente precisa saber, sabendo esses ta 
ótimo. 
Pediu FAN do pct e o FAN veio negativo, significa não existe nenhum anticorpo 
circulando? 
Não. Se a gente pede um FAN e ele vem negativo pode existir anticorpo circulante sim, o 
anti-Ro pode vir positivo com um FAN negativo, ele pode não positivar o FAN.O anti-Jo1 
também pode não positivar o fan, esses dois anticorpos são os principais que vem 
anticorpos positivos e um FAN negativo. Se estamos desconfiando de SSj e vem o FAN 
negativo, sempre pede um anti-Ro, mesmo o FAN vindo negativo, porque o anti-Ro pode 
vir positivo com um FAN negativo. 
Quais anticorpos pedir quando for fracionar? 
Os autoanticorpos que tem que pedir quando um FAN vem +, os autoanticorpos básicos, 
os principais são: 
Chama isso de fracionamento do FAN, vai quebrar o FAN e ver qual 
anticorpo ta positivando o FAN. Existem outros autoanticorpos que 
pede também por exemplo anti-Histona, anti-Scl70, anti-Jo1, anti-Mi2, 
vários outros autoanticorpos, mas esses a gente pede mais 
direcionado pra dç. Quando um FAN da positivo pedir esses 5 
anticorpos é o mínimo. 
Só dç autoimune positiva FAN? 
Não, o FAN ele pode positivar em outras 
dçs sistêmicas, por exemplo nas dçs 
autoimunes. O LES é o que mais positiva 
o FAN, o último critério de lúpus veiofalando que se o FAN vier negativo exclui 
LES, ou seja, lúpus positiva 100% do 
FAN. Na esclerose sistêmica(ES) ele 
positiva em 80 a 90% dos casos. Na 
artrite reumatoide(AR) o FAN pode vir 
positivo de 50-60% dos casos. Na SSj 
ele é positivo em >90% do casos. 
Nas infecções crônicas pode vir positivo 
de 10 a 50, então o com uma infecção 
crônica, uma tuberculose por exemplo, 
pode vir com FAN positivo, 50% desses 
pcts vem com um FAN positivo. 
As neoplasias podem positivar FAN em 
20-30%, normalmente hematológicas positivam mais, mas qualquer neoplasia pode 
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positivar. 
5 a 13% dos indivíduos sadios positivam o FAN, tem fonte que usa até de 15 a 20% dos 
indivíduos. 
Um pct com um parente de 1º grau com lúpus pode positivar o FAN em 25-50% dos casos 
sem ter a dç, o fato do pct ter um parente de 1º grau com lúpus tem a chance maior de ter 
positividade do FAN sem ter dç. 
FAN não é sinônimo de dç autoimune, FAN num contexto isolado não quer dizer nada. 
FAN significa que o pct pode ta normal, pode ter uma dç autoimune, pode ter uma 
infecção, pode ter uma neoplasia, ou seja, um FAN sem contexto, um FAN isolado não 
quer dizer nada. 
Pra quem nunca viu um FAN ele 
normalmente vem escrito assim, a técnica, o 
FAN HEp-2, vem o nome do pct, tem a 
titulação e ai vem qual parte da célula foi 
reagente, aqui o núcleo foi reagente e o 
núcleo deu padrão nuclear homogêneo. 
Então quando a gente encontrar um FAN a 
gente tem que ver se ele é positivo ou 
negativo, tem que ver o padrão e tem que ver 
a titulação, 
E quais são os principais 
autoanticorpos que a gente dosa 
pessoal? 
O FAN do pct veio + e a gente quer 
fracionar o FAN quais são os 
anticorpos dosados? existem os 
principais mais a gente dosa outros. 
O anti-DNA é o anticorpo mais 
sensível para o lúpus, ou seja, o que 
mais positiva no lúpus. E ele tem 
uma característica importante, ele 
serve para acompanhar a atividade 
da dç, a gente ta acompanhando um 
pct e ele tem anti-DNA negativo, se 
pede o anti-DNA daqui a 6 meses e 
ele positivou, significa que esse pct 
possivelmente ta entrando em 
atividade. 
O pct tem uma nefrite lúpica, ele tem 
um anti-DNA positivo em altos 
títulos, começa a tratar o que se 
espera é que esse anti-DNA caia, 
então o anti-DNA normalmente é um 
anticorpo que a gente pede pra 
acompanhar a atividade da dç, a gente faz no pct com lúpus de 6 em 6 meses e é o mais 
sensível do lúpus. 
O anti-Sm é o anticorpo mais especifico do lúpus, ou seja, se o pct tem um anti-Sm 
positivo a chance dele ter lúpus é muito alta, porém a sensibilidade dele é cerca de 
30-40%, apenas 30% dos pcts com lúpus vai tem o anti-Sm positivo. 
O anti-P ribossomal normalmente vem associado a hepatite autoimune e pode vir um 
anti-P na psicose lúpica também. 
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O anti-RNP ele vem positivo principalmente DMTC no LES, na ES e até na AR. 
O anti-Ro positiva principalmente na SSj, porém ele pode vir positivo no LES, no LES 
neonatal, na ES, na polimiosite, na cirrose biliar primaria(CBP). 
Na reumato nada é muito fixo, muito fechado, tudo depende de critérios. Vocês veem que 
os autoanticorpos vem positivo e não significa que ele tenha aquela dç não pode ter 
varias dçs como pode não ter nenhuma. 
O anti-La é principalmente positivo na SSj, mas pode positivar no LES e no LES neonatal. 
O anti-Scl-70 é exclusivo da esclerose sistêmica cutanea difusa. 
O anti-centromero é da esclerose sistêmica cutâneo limitada mas pode positivar em dçs 
reumatológicas como SSj e na CBP. 
O anti-citrulina a gente tem ele na AR. A Filagrina na AR, mas não são autoanticorpos 
importantes para vocês no momento. 
Logo a gente toma como base que FAN não é um exame de screening, não pede pra 
fazer screening. Pessoal talvez esse seja o slide mais importante dessa aula: FAN NÃO É 
EXAME DE SCREENING!!! 
Você não vai fazer uma revisão laboratório do pct e você vai pedir um FAN, isso não 
existe, isso vai causas confusão, porque se o pct ele vem com um FAN positivo você esta 
ferrado pra falar com aquele pct que ele não tem dç, vai acabar encaminhando pro 
reumato pra descartar dçs autoimunes. Então você só vai pedir FAN quando você tem um 
fator preditivo alto, ou seja, quando você esta desconfiando de dç, se você ta 
desconfiando de lúpus, vou pedir um FAN pra gente diagnosticar lúpus, ah to 
desconfiando de uma ES, vou pedir para diagnosticar ES. Se não ta desconfiando de dç, 
não pede FAN. Se você pedir você vai ficar enrolado se esse FAN vier positivo. 
Aula 02. Introdução a reumatologia: Laboratório. 
Caso clínico 01: 
Mulher 27 anos, previamente saudável, comparece no seu consultório para consulta de 
rotina. 
• Hemograma sem alterações, completamente normal. 
• Enzimas hepáticas normais. 
• Função renal sem alterações, uréia, creatinina, sódio e potássio tudo ok. 
• Glicemia normal. 
• Perfil lipídico sem alterações. 
• FAN: 1:160 NPFD. (Sem necessidade) 
• Exame clínico: sem nenhuma alteração, não tem artrite, não tem alopécia e não tem 
lesões cutâneas. ACV normal, AR normal. 
• Conduta? Alta clínica, o NPFD pode ser não patológico em 15-20% da população, como 
a pct não possui queixas, nem alterações laboratoriais, nem de exame físico, não há 
porque fazer mais investigações nesta pct, portanto a conduta seria a alta clínica. 
• Não tem clínica, não trata FAN, não faz acompanhamento de FAN. Em relação a essa 
titulação, falamos do padrão dela, o padrão nuclear pontilhado fino denso é muito 
associado a pessoas que não tem dç e com a titulação 1:160, que é uma titulação 
baixa. Isso significa alta clínica, vamos orientar o pct, falar que possivelmente ele não 
tem dç nenhuma e no caso de surgimento de algum sintoma indica-se o retorno ao 
consultório. 
Caso clínico 02: 
Mulher 27 anos, gestante de 10 semanas, primigesta, comparece no seu consultório para 
consulta de rotina. 
• Hemograma sem alterações. 
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• Enzimas hepáticas normais. 
• Função renal sem alterações. 
• Glicemia normal. 
• Perfil lipídico sem alterações. 
• FAN: 1:320 NPFD. 
• Exame clínico: sem nenhuma alteração. 
Conduta? Anti-Ro, Anti-La, Anti-Sm, Anti-DNA, Anti RNP. 
A titulação de 1:160 é mais comum ser normal, 1:320 é mais comum não ser nomal, 
porém pode ser normal. 
Este é um caso muito específico que a gente trata de uma maneira diferente, porque? 
Gestação não é condição que positiva FAN, porém toda mulher gestante com FAN 
positivo a gente é obrigado a desdobrar esse FAN porque os 3 principais anticorpos - anti-
Ro, anti-La e anti-RNP- podem ultrapassar a placenta e causar uma entidade que a gente 
conhece como lúpus neonatal(passagem de anticorpos maternofetal causando bloqueio 
cardíaco ou lesão de múltiplos sistemas do bebê). Então toda gestante com o FAN 
positivo a gente faz desdobramento e acompanha, se a pct apresenta um dos 03 
anticorpos positivos fazemos o ecofetal de 16 a 24 semanas(18-24) , semanal. A gestante 
é encaminhada para um pré-natal de alto risco e vai ser feito ecofetal semanal, é uma 
situação muito específica, pct gestante com FAN positivo sempre vamos acompanhar. 
Porque não pedimos FAN para toda gestante? Além de ser caro a incidência do lúpus 
neonatal é baixíssima, então não faz sentido fazer rastreio na população geral. 
Quando se pede FAN em gestante? Só pede FAN em gestante quando tem clínica e 
estamos suspeitando de alguma dç, mas se ela já tem um FAN positivo continuamos a 
triagem e fazemos o acompanhamento. 
Caso clínico 03: 
Mulher 27 anos, previamente saudável, comparece no seu consultório com queixa de 
artralgia de metacarpofalangiana (MCF) e interfalangiana proximal (IFP) de ritmo 
inflamatório. 
• Hemograma sem alterações. 
• Enzimas hepáticas normais. 
• Função renal sem alteração, uréia e creatinina sem alterações. 
• Glicemia normal. 
• Perfil lipidico sem alterações. 
• EAS normal, sem proteinúria ou hematúria. 
• FAN positivo 1:320 nuclearhomogêneo. 
• Complementos normais. 
• Exame físico sem nenhuma alteração. 
• Sem presença de artrites. 
• RX de mãos sem alterações. 
Conduta? Fracionar o FAN, mesmo que todos os autoanticorpos venham negativos essa 
pct tem um FAN nuclear homogêneo, o NH tem associação alta com LES. Mesmo com 
autoanticorpos normais e sem alteração no exame clínico esta pct vale a pena 
acompanhar. 
Esta pct tem uma artralgia de MCP e IFP, apesar de não se ver artrite, tem essa artralgia 
de ritmo inflamatório, então o quadro pode ser inicial, então a gente fraciona e 
acompanha. 
Após 6 meses comparece novamente no seu consultório com as mesmas queixas de 
artralgia de ritmo inflamatório e queixando-se de astenia e edema de membros inferiores. 
• Hemograma: leuco/linfopenia (Leucócito < 4000, Linfócitos <1000) 
• Enzimas hepáticas normais. 
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• Função renal sem alterações. 
• Glicemia normal. 
• Perfil lipídico sem alterações. 
• C3 e C4 consumidos. 
• EAS: PTN 3+, piúria e hematúria microscópica dismórfica importante (ou seja, essas 
hemácias tavam saindo do glomérulo). 
• PNT 24 horas: 2,5g/dia. 
• Exame clínico: edema de membros inferiores de 2+ e artrite em 2 e 3 MCF direita e 
esquerda. 
Diagnóstico? LES clássico, eu coloquei esse quadro clínico para mostrar que os pcts na 
reumatologia eles evoluem, inicialmente eles podem não apresentar nada e 
posteriormente essas dçs podem evolui, chamamos de fase pré-clínica da dç. 
Inicialmente o pct pode não ter sintomatologia nenhuma ou pode ser oligossintomático, 
pode não ter nenhuma alteração no exame clínico, mas com o passar do tempo com a 
produção dos autoanticorpos esse exame clínico pode mudar. A pct apresenta uma 
glomerulonefrite lúdica e pelas características podemos inferir ser uma classe IV, já que 
tem proteinúria subnefrótica com um segmento muito ativo, que é a classe mais comum 
do lúpus e a mais grave. Então essa pct evoluiu pra lúpus e essa é a importância da gente 
saber reconhecer um FAN, saber acompanhar um FAN, quando dar alta para esse pct e 
quando pedir para retornar em consultas. 
LES 
No lúpus o principal anticorpo que positiva no LES é o anti-DNA, 
cerca de 70-80% dos pcts com lúpus tem anti-DNA +, 30% pode 
positivar também o anti-RNP, o anti-RNP é muito associado a 
vasculopatia no LES, faz fenômeno de Raynald, hipertensão 
pulmonar, ulcera digital, então o pct lúpico que veio com o anti-RNP 
+ sempre desconfiar de hipertensão pulmonar. O anti-Sm é o mais 
específico para o LES, porém ele só é positivo em 30%, ou seja, 
ele tem uma sensibilidade baixa, mas se o pct tem um anti-Sm positivo podemos afirmar 
que o pct tem LES. 
O anti-Ro ocorre em cerca de 40% dos pct com LES e o anti-La em 15% dos pct com 
lúpus. 
AR 
Na artrite reumatóide o anti-Ro da positivo em cerca de 5% associado a SSj 
secundária e o anti-La é raro. 
DMTC 
Na doença mista do tecido conjuntivo, o anticorpo que positiva em 100% dos casos é o 
anti-RNP, porque? Porque ele é critério diagnóstico, para sem DMTC o pct tem que ter 
RNP +. 
SSj 
 
Na síndrome de Sjögren primária cerca de 75% dos pcts tem o anti-Ro + , 
40% dos pct tem anti-La +. Nos novos critérios da SSj o anti-La saiu do 
diagnóstico, só o anti-Ro faz parte do diagnóstico. 
ES LIMITADA 
Na esclerose limitada cerca de 70% dos pcts tem o anti-Centrômero +. 
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Temos que reconhecer a importância dos anticorpos, quais dçs eles normalmente estão 
associados e saber a relação dessa frequência. 
Fator Reumatóide (FR) 
Anticorpo contra a fração Fc de um IgG, é um anticorpo contra um anticorpo, 
normalmente é um IgM contra um IgG, mas pode ser IgG, IgM e IgA. 
Possui sensibilidade de 80% e especificidade de 80%, várias dçs podem positivar o FR. 
Então ter um FR + não necessariamente significa dç, lúpus positiva o FR em 15 a 30%, a 
esclerose sistêmica positiva de 20 a 30% dos casos, na DMTC já tem uma associação 
maior cerca de 50 a 60% dos pcts tem FR+, na SSj a gente tem uma alta associação ao 
FR de 75%. Toda vez que a gente tá desconfiando da SSj dosa o fator reumatóide, 
mesmo não fazendo parte dos critérios diagnósticos, FR positivo a chance de ser uma SSj 
é maior. 
Sarcoidose pode positivar o FR em 15% dos pcts e outras dçs 
podem positivar o FR como as neoplasias e outras infecções 
como HIV, HVB, HVC, Hepstein Virus-Bar e TBC 
E cerca de 5% dos idosos tem FR positivo e não tem dç, o que 
que isso quer dizer? Não vai dosar FR atoa, é igual ao FAN, só 
vai pedir se tiver desconfiando de dç. Porque se chega um 
idoso pra você e dosa o FR da positivo isso não quer dizer 
nada, se não tem critérios diagnósticos pra dç nenhuma, se não 
tem sintomatologia o FR+ não quer dizer nada. FR positivo, 
sozinho, não quer dizer nada. 
O IgM é um pentâmero, o IgG normalmente 
é um monômero, então a gente tem um 
antigcorpo contra anticorpo, contra a feação 
Fc do anticorpo. 
Anti-CCP 
O antipeptídeo citrulinado é um anticorpo que tem uma sensibilidade de 67% e 
especificidade de 95% pro diagnóstico da artrite reumatóide. 
Na prática clínica é o anticorpo que a gente considera mais específico para AR, se o 
paciente vem com anti-CCP positivo ele tem alta chance de ter AR, se ele tem clínica 
então fecha o diagnóstico, tem artralgia e tem anti-CCP positivo é igual a AR. 
Como no FR o anti-CCP pode preceder a dç por anos e a gente chama isso de fase pré-
clínica, ou seja, ele pode estar positivo e o pct ainda não ter a dç, os pcts positivam anti-
CCP cerca de 2 a 3 anos antes do início da dç. Então você pode pegar a dç numa fase 
pré-clínica, assim você consegue acompanhar esse doente e tratar ele precocemente, se 
você atendeu um pct com anti-CCP positivo você é obrigado a acompanhar esse pct. 
O anti-CCP nada mais é que um anticorpo contra a citrulina, 
a citrulina vem da deaminação da arginina, a arginina é um 
aminoácido que a gente tem no organismo. A PAD4, a 
enzima que normalmente faz essa citrulização, é uma 
enzima que fica no pulmão, no pulmão a arginina é 
transformada em citrulina e a gente começa a produzir 
anticorpo contra essa citrulina, que é um aminoácido 
considerado “patológico" no organismo, ou seja, infere-se 
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Fc
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que a AR é uma dç que começa no pulmão com este processo de citrulinização e vários 
fatores promovem essa citrunilização. 
HFAM+, tabagismo (faz a citrunilização com maior qtde, produzindo mais citrulina e mais 
anticorpo). 
ANCA 
O ANCA é o anticorpo contra citoplasma de 
neutrófilos. 
 
Quando pedimos ANCA, como no FAN, existem 
03 possíveis padrões c-ANCA, p-ANCA e 
atípico. 
Nunca solicita p-ANCA, nunca solicita c-ANCA, 
o “p” e “c" são um padrão. Quando 
solicitamos, solicitamos como ANCA e o 
laboratório determina o padrão se é c,p, atípico 
ou negativo. 
Então são 04 opções: ANCA negativo, positivo 
com padrão c, positivo com padrão p ou positivo 
com padrão atípico. Existem dçs que dão determinados padrões de ANCA, por exemplo, 
a dç mais associada ao padrão c-ANCA é a Granulomatosa com poliangiite (de Wegener/
GPA), porém o poliangiite microscópica e a GEPA ( Granulomatose eosinofílica com 
poliangiite) também podem dar padrão c-ANCA, mas sabemos que a dç que mais da o 
padrão c é a GPA. O c-ANCA é associado a um autoanticorpo, o anti-PR3, então toda vez 
que temos um c-ANCA positivo provavelmente também temos um anti-PR3 positivo e a 
gente consegue dosar esse anticorpo. Já o padrão p é associado normalmente a 
poliangiite microscópica e a GEPA, porém GPA e drogas podem dar padrão p-ANCA 
positivo, o uso de cocaína pode positivas o ANCA no padrão P, e pode dar vasculhe de 
pequenos vasos. Então quando a gente ta desconfiando de uma vasculhe por cocaína a 
gente pode dosar o ANCA e ver se ele tem um p-ANCA positivo. 
O principal anticorpo que positiva o p-ANCA é o anti-MPO, então toda vez que o pct vem 
com p-ANCA solicitamos um anti-MPO. 
O padrão atípico de ANCA é associadoa Doença inflamatória intestinal(DII - Dç de Crohn, 
retocolite ulcerativa), colagenoses (LES, SSj e ES) e a hepatite autoimune (HAI) podem 
apresentar padrão atípico de ANCA. 
Só vai solicitar ANCA quando estiver desconfiando de uma vasculite de pequenos vasos. 
Existe 01 situação que pedimos o ANCA sem associá-lo a vasculite, na glomerulonefrite 
lúpica, na glomerulonefrite lúpica o pct que vem com ANCA positivo tem prognóstico pior. 
Então solicita o ANCA para guiar tratamento e prever o prognóstico desse pct. 
Se anca positivo, solicita o fracionamento (anti-MPO e anti-PR3), se o fracionamento vem 
negativo, sempre investigar outras dçs como HAI, Dç de Crohn, não aceita-se que esse 
pct não tem nada. 
Diferente do FAN, o ANCA serve para diagnóstico e prognóstico da dç, um pct que tem 
uma vasculite com altos títulos de ANCA significa que essa dç pode ser mais grave, ela é 
pior e serve também para acompanhar atividade da dç, então se temos um pct com 
granulomatose de Wegener tem um ANCA em altos títulos, começamos a tratar e o 
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ANCA tende a cair. Então faz o ANCA seriado até para guiar o tratamento, como por 
exemplo para iniciar nova dose de Rituximabe. 
Então o ANCA ele serve para diagnostico, prognostico e acompanhamento da dç, 
diferente do FAN. 
Na glomerulonefrite lúpica geralmente o c-ANCA vem positivo, mas pode ser qualquer 
padrão, basta ser ANCA +. Pedimos o ANCA para a glomerulonefrite porque se ela vier 
positivo é sinal de gravidade, tem que tratar mais agressivamente. A maioria das 
glomerulonefrites é ANCA negativo. 
 Classificação das vasculares 
Podem ser de grandes, médios ou pequenos vasos. As de pequenos vasos se dividem 
em ANCA positivo e ANCA negativo. As positivas se dividem em p-ANCA (Churg-Strauss 
= GEPA / Poliangiite microscópica = PAM)ou c-ANCA (Wegener = GPA). 
Henoch Schônlein = Vasculite por IgA. 
 
Quando pensar em vasculite de pequenos 
vasos? 
A presença de nefrite, sinusopatia de 
repetição, polineuropatia, hemorragia 
alveolar, vasculite retiniana (fundo de olho 
com vasculite), Síndrome pulmão-rim, 
presença de dor abdominal do tipo 
anginosa (angina abdominal), presença de 
úlcera e necrose cutânea e púrpuras. 
O complemento são proteínas que tem a 
função na imunidade primaria e adquirida do organismo, existem 3 vias de ativação do 
complemento: clássica, da lecitina e alternativa. Então a gente pode ativar o complemento 
e formar imunocomplexo por 3 vias diferentes. Quando dosamos complemento 
geralmente dosamos C3 e C4(via clássica e alternativa), antigamente dosava CH50 
(complemento total), mas se já estamos dosando as frações não precisa dosar o total. 
A queda do complemento pode ser devido 
a produção reduzida do complemento, o 
organismo não ta produzindo 
complemento, ou pode ser devido ao 
consumo, ou seja o pct produz o 
complemento mas por alguma questão 
autoimune o complemento ta sendo 
ativado e consumido. As dçs hereditárias 
como imunodeficiências primárias, por 
exemplo, pct por distúrbio genético não 
produz fração 3 de complemento, ele tem o 
complemento de fração 3 indetectável, 
chamamos de imunodeficiência primaria. Ou 
dçs hepáticas, o complemento é uma proteína 
produzindo no fígado, qualquer dç que reduza 
a função hepática vai reduzir a produção de 
complemente, a principal é a cirrose hepática, 
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desnutrição energético-protéica pode reduzir também complemento e não marcar 
necessariamente dç imune. 
Um pct que tem dç autoimune ativa a via do complemento e forma imunocompleto Ac-Ag, 
ativando a via complemento e consumindo elas para a opconização, consumindo o 
complemento. O complemento também pode ser consumido por dçs, dentro da 
reumatologia o LES é a principal dç que consome complemento, vasculite urticariforme 
(urticarial), crioglobulinemia consome complemento, sepse e SSj podem consumir 
complemento. 
Ou seja, o complemento ajuda muito no diagnóstico diferencial, se pegamos uma 
vasculite de pequenos vasos com complemento consumido vamos pensar em 
urticariforme, crioglobulinemia, vasculite por LES e SSj. Acaba afastando as outras 
causas de vasculite, por exemplo, as vasculites ANCA não consomem complemento, se o 
pct tem vasculite e o complemento ta consumido possivelmente ele não tem GPA ou 
GEPA. 
Algumas glomerulonefrites consomem complemento como a pós-estreptocócica, a 
membrano-proliferativa e a glomerulonefrite lúpica. 
Como saber se foi consumido ou se houve produção reduzida? Não tem como saber isso, 
então por exemplo, um pct cirrótico se a gnt tiver desconfiando de LES o complemento 
pode ser consumido tanto pelo LES quanto pela cirrose. Estamos com um caso de uma 
pct que tem vasculite de pequenos vasos e é desnutrida,60 anos de idade e pesa 29 kg, 
ela tem complemento reduzido, então esse complemento é reduzido pela desnutrição ou 
vasculite? Não sabemos. 
Quando C3 e C4 estão baixos juntos normalmente 
a via de ativação foi a clássica, quando abaixa C3 
e C4 ta normal pensamos em ativação da via 
alternativa, já um C3 normal e um C4 baixo pode 
ser uma deficiência hereditária, o pct normalmente 
não ta produzindo, mas não é patognomônico, o 
pct pode ter C3 baixo e C4 normal e ter deficiência 
hereditária só de C3. 
Na prática clínica LES pode consumir C3 e C4, normalmente consome mais C3 do que 
C4. 
E o CH50? Antigamente dosava o CH50 (complemento total), hoje em dia não dosa mais 
de rotina o CH50.
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