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Vict�ria K. L. Card�so Anemias hem�líticas - esfer�cit�se e elipt�cit�se Introdução Destruição normal dos eritrócitos: ● Sobrevida dos eritrócitos: 120 dias → Nesse momento as células são removidas extravascularmente por macrófagos do sistema retículo endotelial (RE). ○ O metabolismo dos eritrócitos se deteriora visto que as enzimas são degradadas e não são repostas, pois os eritrócitos não têm núcleo. Destruição eritrocitária normal e excreção de seus produtos: 1. Catabolismo heme dos eritrócitos. 2. Liberação de ferro via transferrina plasmática, para os eritroblastos da medula óssea e para a protoporfirina. 3. A protoporfirina é, então, transformada em bilirrubina. 4. A bilirrubina circula para o �ígado e é conjugada, excretada (no duodeno via bile) e convertida em estercobilinogênio e em estercobilina. 5. O estercobilinogênio e a estercobilina são parcialmente reabsorvidos e excretados na urina como urobilinogênio e urobilina. Anemias hemolíticas: resultam do aumento do ritmo de destruição dos eritrócitos. ● Causa geral: hiperplasia eritropoiética e expansão anatômica da medula óssea. Percepção da anemia por hemólise: comumente só é notada quando a sobrevida da hemácia é < 30 dias. ● Explicação: Doença hemolítica compensada - a medula óssea normal do adulto, depois de expansão total, pode produzir eritrócitos em um ritmo até 8x maior do que o normal. Assim, essa anemia por hemólise só é vista quando o corpo não consegue Vict�ria K. L. Card�so acompanhar o ritmo de produção eritrocitária por compensação. ○ Isso também resulta em acentuada reticulocitose. Classificação e aspectos clínicos Classificação: ● Anemias hereditárias: resultam em defeitos intrínsecos. ○ Defeito de membrana: ■ Esferocitose hereditária. ■ Eliptocitose hereditária. ○ Defeito de metabolismo: ■ Deficiência de G6PD. ■ Deficiência de piruvatoquinase. ○ Defeito na hemoglobina: ■ Anormalidades genéticas. ● Anemias adquiridas: resultam em alteração extracorpuscular ou “ambiental”. ○ Autoimunes: ■ Tipo anticorpo quente. ■ Tipo anticorpo frio. ○ Aloimune: ■ Reações hemolíticas transfusionais. ■ Doença hemolítica do recém-nascido. ■ Aloenxertos. ■ Associada com fármacos. Obs: a hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é exceção, pois, apesar de ser um distúrbio adquirido, os eritrócitos têm um defeito intrínseco. Aspectos clínicos: ● Palidez de mucosas. ● Icterícia leve e flutuante. ● Esplenomegalia. ● SEM bilirrubina na urina, mas essa pode ficar escura, por excesso de urobilinogênio. ● Presença de cálculos vesiculares pigmentados (complicação frequente). ● Pode haver úlcera de tornozelo, principalmente se o paciente tiver células falcêmicas. Vict�ria K. L. Card�so Achados laboratoriais Sinais de aumento da destruição eritróide: ● Aumento da bilirrubina sérica. ○ As não conjugadas e ligadas à albumina. ● Aumento do urobilinogênio urinário. ● Ausência de haptoglobinas séricas. ○ Pois ficam saturadas com hemoglobina e são removidas pelo sistema retículo endotelial. Sinais de aumento da produção eritróide: ● Reticulocitose. ● Hiperplasia eritróide da medula óssea. ○ A relação normal de “mielóide-eritróide” sa de 2-1 a 12-1, para 1-1 ou se inverte Sinais de dano eritrocitário: ● Morfologia - ex: microesferócitos, eliptócitos e fragmentos. ● Fragilidade osmótica. ● Testes para enzimas específicas, proteínas ou DNA. Hemólise intravascular e extravascular Hemólise extravascular: ● Hemólise extravascular: excesso de remoção de eritrócitos por macrófagos do sistema RE. ● Hemólise intravascular: destruição direta na circulação. Hemólise intravascular: ● Aqui rapidamente as hemoglobinas saturam as haptoglobinas plasmáticas e o excesso é filtrado pelos glomérulos. ○ Caso o ritmo de hemólise ultrapassar a capacidade de reabsorção tubular renal, o excesso de hemoglobina livre é excretado na urina. ● O ferro liberado da hemoglobina nos túbulos é visto como hemossiderina no sedimento urinário. ● Além disso, a metemalbumina também se forma aqui. ● Caract. laboratoriais: ○ Hemoglobinemia e hemoglobinúria. ○ Hemossiderina. ○ Metemalbunemia. Vict�ria K. L. Card�so Esferocitose hereditária Patogênese: é causada por defeitos das proteínas envolvidas nas interações entre os ossos e a bicamada lipídica da membrana dos eritrócitos. 1. A medula produz eritrócitos bicôncavos normais. 2. Perda de porções da membrana. ○ Essa perda da membrana pode ser por liberação de partes da bicamada lipídicas que não estão tão bem sustentadas pelos ossos. 3. Início do processo de “ficarem mais esféricos”, com a perda da super�ície em relação ao volume. 4. Circulação pelo baço e pelo resto do sistema, deixando os eritrócitos cada vez mais esféricos. 5. Por fim, os eritrócitos se tornam incapazes de passar pela circulação esplênica e morrem prematuramente. Base molecular: ● Deficiência ou anormalidades da anquirina. ● Deficiência ou anormalidades da alfa ou beta espectrina. ● Anormalidades da banda 3. ● Anormalidades da palidina. Aspectos clínicos: é uma doença autossômica dominante. ● Anemia (em qualquer idade). ● Icterícia flutuante. ○ Acentuada caso esteja concomitante à doença de Gilbert → mutação genética da conjugação hepática da bilirrubina. ● Esplenomegalia. ● Cálculos vesiculares pigmentados. ● Crises aplásticas. ○ Geralmente são precipitadas por infecção por parvovírus, causando intensificação da anemia. Vict�ria K. L. Card�so Achados hematológicos: ● Anemia → a gravidade é semelhante nos membros da família. ● Reticulocitose. ● Microesferócitos hipercrômicos, com diâmetro menor do que os eritrócitos normais. Investigação: ● Análise em citometria de fluxo → teste para EH e para a deficiência de proteína da membrana. ● Eletroforese das proteínas de membrana, em casos di�íceis. ● Teste direto de antiglobulina (teste de Coombs) É NEGATIVO, excluindo uma causa autoimune. Tratamento: ● Principal: esplenectomia, preferencialmente laparoscópica. ○ Apenas com indicação clínica por: anemia, litíase biliar, úlceras de perna ou retardo de crescimento. ○ Com a esplenectomia a hemoglobina se normaliza, mas os esferócitos formados no resto do sistema RE continuam. ○ Restrição à esplenectomia: casos assintomáticos, por risco de sepse pós-esplenectomia. ● Casos graves: uso de ácido fólico, para prevenir deficiência de folato. Eliptocitose hereditária Possui semelhanças clínicas e laboratoriais com a esferocitose hereditária, mas a morfologia é diferente e o distúrbio clínico é mais leve. Costuma ser notada ao acaso na microscopia de hemograma, sem a presença de hemólise. Então, apenas alguns pacientes precisam de esplenectomia. Patologia básica: ● Falha na associação de heterodímeros de espectrina para formar os heterotetrâmeros. ● Anemia hemolítica grave - piropecilocitose hereditária: ocorre em Vict�ria K. L. Card�so pacientes homozigóticos ou duplamente heterozigóticos para ovalocitose. Ovalocitose no sudeste da ásia: é comum na Melanésia, na Malásia, na Indonésia e nas Filipinas. ● Causa: deleção de 9 aminoácidos na junção citoplasmática e na transmembrana a proteína de banda 3. ○ As células são rígidas e resistem à invasão dos parasitas da malária. ○ A maioria dos casos é assintomática e não ocorre anemia.
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