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ARTIGO SAÚDE INDÍGENA

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E NUTRICIONAL DOS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS
UBALDO ABOBOREIRA COSTA
Ibicaraí-Ba
2018
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E NUTRICIONAL DOS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS
UBALDO ABOBOREIRA COSTA
Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Saúde Indígena. 
Ibicaraí-Ba
2018
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E NUTRICIONAL DOS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS
Ubaldo Aboboreira Costa
RESUMO
Identificar e analisar o perfil epidemiológico e nutricional dos indígenas brasileiros constitui o objetivo desta pesquisa, sendo esta, uma pesquisa de revisão bibliográfica. Mediante a esse fato, buscamos por meio dos trabalhos produzidos de 2005 a 2017 alcançar o objetivo proposto. Os povos indígenas compõem uma parcela da população brasileira caracterizada pela escassez de informações epidemiológica e nutricional. Observou-se por meio da análise desses trabalhos o aumento do consumo de alimentos industrializados, por causa do contato com a cultura urbana. Os dados alimentares e nutricionais apresentam um quadro desfavorável, multiplicam-se os registros de sobrepeso e obesidade, como consequências surgem doenças como dislipidemias, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Houve importantes modificações nos perfis epidemiológico e nutricional, impactando na saúde indígena, justificando ações de prevenção e tratamento de saúde para essa população.
Palavras-chave: População indígena, perfil epidemiológico e nutricional, transição alimentar.
ABSTRACT
Identifying and analyzing the epidemiological and nutritional profile of Brazilian natives is the objective of this research, which is a bibliographic review research. Through this fact, we seek through the works produced from 2005 to 2017 to reach the proposed goal. Indigenous peoples make up a portion of the Brazilian population characterized by scarce epidemiological and nutritional information. It was observed through the analysis of these works the increase of the consumption of industrialized foods, because of the contact with the urban culture. Food and nutritional data present an unfavorable picture, the records of overweight and obesity multiply, as a consequence of diseases such as dyslipidemias, diabetes mellitus and hypertension. There were important modifications in the epidemiological and nutritional profiles, impacting indigenous health, justifying health prevention and treatment actions for this population.
Keywords: Indigenous population, epidemiological and nutritional profile, food transition.
INTRODUÇÃO
	A população indígena representa uma parcela de um pouco menos de 0,5% da população total do país. Conforme dados do último censo demográfico, a população indígena é composta de 896.917 habitantes no Brasil (IBGE, 2010). Já no Rio Grande do Sul (RS) vivem 33.064 indígenas, dentre os quais 13.820 vivem em centros urbanos e 19.244 vivem em terras indígenas (MENEZES; SCHAUREN, 2015).
	Um tema que vem sendo abordado, discutido e avaliado ao longo dos últimos anos é à saúde do povo indígena. Contudo, existe escassez de dados da saúde indígena atualizados levando à carência de informações epidemiológicas representativas sobre perfil nutricional dessa população (LEITE et al., 2007 apud MENEZES; SCHAUREN, 2015).
	Para Moura (2010), a presença dos índios nos mercados regionais, tem favorecido a migração deles para as cidades brasileiras, ocasionando na transformação cultural, produzindo à transição alimentar a troca de atividade de caça, pesca e coleta pelas culturas comerciais, a fim de satisfazer as necessidades criadas com o novo hábito sociocultural. Segundo Pagliaro; Azevedo e Santos, (2005), as difíceis condições vividas pelo povo indígenas, compõem fator limitante para o reconhecimento das necessidades de saúde para o planejamento de ações preventivas e das necessidades de políticas públicas para enfrentar esta situação. As mudanças na cultura e condições sociais deste povo em questão é preocupante e promove um impacto no perfil nutricional ocasionado pelo contato dos povos indígenas com a cultura das demais etnias no Brasil. Deste modo, estão mais vulneráveis às mudanças dos hábitos de vida, entre eles os hábitos alimentares (BERGAMASCHI; DIAS, 2009 apud MENEZES; SCHAUREN, 2015).
	A criação de vários programas de assistência social do Governo Federal terminou por estimular o aumento no consumo de alimentos industrializados nas últimas décadas, favorecendo o acesso a esses alimentos e a eletrodomésticos, sobretudo dos idosos e crianças, em detrimento ao cultivo, a pesca e a caça para conseguir seu sustento. Essas alterações do modo de vida não significam que os índios estejam burlando sua identidade, mas que é possível adaptar-se às novas mudanças e buscar melhor qualidade de vida por meio desses recursos (DIAS; SANTILLI, 2014).
	Lourenço (2006) corroborou em seu estudo, o crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em populações indígenas, especialmente, pela adoção de um estilo de vida urbano, associadas a mudanças na forma de trabalhar, beber e se alimentar, motivadas pelo uso de produtos industrializados produzidos fora das aldeias, o que elevam a prevalência da síndrome metabólica (SM) (segundo Varella, (2017) uma doença da civilização moderna, associada à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e do sedentarismo), e elevação de doenças cardiovasculares, a obesidade, hipertensão e diabetes e, respectivamente, à manutenção de doenças como a desnutrição infantil. Diante deste contexto, nota-se mudanças no perfil epidemiológico e o surgimento de doenças oportunistas decorrentes do contato com a civilização urbana. 
	Se torna intrigante essa sobreposição de perfis epidemiológicos para a saúde indígena, pois os índios já sofrem transformações no seu modo de vida particular, gerando conflitos marcantes e afetando a saúde e a qualidade de vida deste povo (DIAS; SANTILLI, 2014).
	Com base nos fatos, observa - se relevantes e rápidas mudanças culturais e ambientais vividas pelas várias e distintas comunidades indígenas que influenciam em seu perfil epidemiológico e em seu estado nutricional. 
Nas últimas décadas, o perfil epidemiológico e nutricional das populações indígenas tem passado por relevantes modificações. As mudanças comprometem diversas extensões da vida destes povos e os sujeitam a maiores riscos de desenvolvimento de problemas nutricionais, com todas as implicações que esses processos podem trazer à saúde (GARNELO; PONTES, 2012 apud OLIVEIRA, 2017). 
Os poucos estudos que existem sobre perfis epidemiológicos e nutricional das populações indígenas são contundentes em assegurar uma deficiência de indicadores de saúde e causas de adoecimento e morte em populações indígenas brasileiras. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do censo de 2010, apontam que por esse motivo há a demanda de estudos voltados para a área, que não somente mostrem a problemática das condições de vida entre os indígenas, mas estimulem a melhoria na qualidade da assistência a esses povos (OLIVEIRA, 2017).
Além disso, mostra-se necessária a intervenção ou o monitoramento por meio de programas dirigidos à assistência, à saúde, ao saneamento básico, ao acesso à terra e à educação, bem como programas nutricionais e educacionais a fim de acompanhar as condições nutricionais desses indivíduos e, concomitante, atuar na promoção da saúde para as comunidades indígenas que passaram pelo processo de transição alimentar.
Assim, o conhecimento do perfil epidemiológico e nutricional é de fundamental importância para que autoridades e profissionais competentes voltados a esta área se mobilizem a fim de melhorar a saúde e a qualidade de vida da população indígena, uma vez que torna possível, traçar metas e reduzir o número de internações e mortes por causas evitáveis. 
Diante do exposto,o objetivo deste trabalho foi o de identificar por meio dos textos selecionados, já que esta é uma pesquisa de revisão, o perfil epidemiológico e nutricional dos indígenas brasileiros.
METEDOLOGIA
	O presente artigo foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica, cuja abordagem teórica procurou atender o objetivo do mesmo, a partir da seleção de periódicos que abordassem essa temática. Selecionamos artigos científicos e literaturas publicadas no período de 2005 a 2017, sobre o perfil epidemiológico e nutricional dos povos indígenas e os tabulamos pelas categorias de análise – pontos convergentes e divergentes – a partir de elementos textuais tais como: Título do artigo, Autor, Revista, Objetivo, e Resultados, a fim de identificar e analisar os dados levantados pelos autores para finalmente apresentar o perfil epidemiológico e nutricional dos povos indígenas brasileiros. 
Em se tratando de trabalhos de revisão bibliográfica, Noronha e Ferreira (2000, p. 191) conceituam estas produções como: 
Estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-da-arte sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada. Trata-se, portanto, de um tipo de texto que reúne e discute informações produzidas na área de estudo. Pode ser a própria revisão de um trabalho completo, ou pode aparecer como componente de uma publicação, ou ainda organizadas em publicações que analisam o desenvolvimento de determinada área no período de um ano. Pretende oferecer subsídios para análise de achados no decurso da pesquisa e tem nas informações retiradas do material bibliográfico elementos para a interlocução e compreensão do universo investigado. Revisar significa olhar novamente, retomar os discursos de outros pesquisadores.
RESULTADOS
		O perfil epidemiológico e nutricional dos povos indígenas é muito pouco conhecido, por isso tem sido assinalada como um dos temas preferenciais de investigações pela escassez de dados ainda persistente sobre o tema. 
	A epidemiologia desses povos mostrou crescentes taxas de incidência de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e obesidade, que caracterizam uma transição no perfil epidemiológico alimentar e nutricional da população indígena. 
	Os hábitos alimentares do povo indígena foram submetidos a estudos e avaliados, dos quais identificou aumento do consumo de produtos industrializados, como: o sal, leite em pó, açúcar, extrato de tomate, óleo de soja, refresco em pó, chá erva-mate, linguiça, caramelos e pão francês. Tais produtos fazem parte da cesta básica fornecida pelo governo do Estado. Além desses alimentos outros são adquiridos e consumidos pelos indígenas, como os salgadinhos, refrigerantes, guloseimas, e bebidas alcoólicas. Mesmo sendo proibido pelas comunidades, eram usados pelos indígenas aposentados ou assalariados conseguidos por outras fontes de renda (RIBAS; PHILIPPI, 2005).
	No Brasil, a situação de saúde dos povos indígenas se apresenta abstruso e dinâmico por conta dos processos históricos de mudanças sociais, econômicas e ambientais, em seu estilo de vida, com o progresso do consumo de alimentos processados, ricos em sódio e açúcares e de bebidas alcoólicas, produzindo aumento da ocorrência de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, e câncer em todo o país (SANTOS; COIMBRA JR., 2003 apud MENEZES; SCHAUREN, 2015). Ainda assim percebe-se a valorização da agricultura e o predomínio do plantio de mandioca, arroz, feijão e milho para assegurar a alimentação apropriada (VEIGA, 2006).
De acordo à análise de dados de 113 aldeias situadas em todo o país referentes à saúde das crianças e mulheres indígenas no Brasil, revelam prevalências elevadas de alterações de saúde em mulheres indígenas não grávidas de 30,3% de sobrepeso, 15,8% de obesidade, 32,7% de anemia e 13,2% de hipertensão. Já entre as crianças foram observadas taxas de prevalências elevadas para déficits de altura/idade (A/I) de 25,7%, anemia de 51,2% das crianças analisadas, além do elevado percentual de internações nos 12 meses anteriores ao estudo (19,3%) e de diarreia na semana anterior ao estudo (23,6%) (COIMBRA JR., 2004 apud MENEZES; SCHAUREN, 2015).
Um estudo realizado por Rocha, et al. (2011), no Rio Grande do Sul (RS), avaliou a prevalência de síndrome metabólica (SM), em indígenas maiores de 40 anos de idade de etnias Kaingang e Guarani, associando a faixa etária, hábitos de vida, sexo, hábitos alimentares, Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), etnia e idade, além dos hábitos alimentares mostram maior prevalência de SM em mulheres Kaingang (85,0%) em relação aos homens (40,3%), devido ao baixo consumo de vegetais, frutas e legumes, além de maior consumo de doces, bebidas alcoólicas, refrigerantes e da baixa prática de atividade física. Tais descobertas corroboram o fácil acesso ao consumo de alimentos industrializados, a mudança no padrão dos hábitos alimentares associada ao processo de transição alimentar dos indígenas ao longo dos anos, além da transição demográfica e das modificações de estilo de vida, procedendo no aumento da prevalência da síndrome metabólica.
Numa outra pesquisa realizada por Castro, et al (2010) com crianças, adolescentes e adultos matriculados em escolas indígenas localizadas no RS com 5.102 matriculados mostra a prevalência de excesso de peso em 80% dos adultos e complicações metabólicas pela circunferência da cintura (CC) foram encontradas em 41% dos participantes.
Já no estudo realizado por Barreto; Cardoso e Coimbra Jr. (2014) com crianças indígenas Guarani menores de cinco anos de idade residentes em cinco aldeias no Estado do Rio de Janeiro aponta a prevalência de desnutrição em 50,4%, a prevalência para anemia foi de 65,2%, considerado grave em relação às crianças não indígenas no Brasil (20,9%), superando valores médios para o conjunto de crianças indígenas do Brasil (51,2%), para crianças indígenas residentes no Sul/Sudeste (48%) e para crianças do Norte (66,4%).
O Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas realizado em 2008/2009, foi o primeiro grande estudo nacional envolvendo os povos indígenas do Brasil, sobre a situação nutricional destes povos. Esse inquérito foi feito por meio de amostras representativas de crianças e mulheres em idade reprodutivas pertencentes às grandes macrorregiões do país. Através dele foi possível apresentar o perfil nutricional desta população que até então era invisível aos grandes inquéritos de saúde e nutrição surgidos no Brasil nos últimos anos (FÁVARO, 2011).
Os resultados do inquérito revelam uma situação gritante na saúde indígena, onde, tanto as mulheres, quanto as crianças são afetadas por problemas de saúde muito semelhantes com os enfrentados pela população não indígena. Constatou-se uma situação crítica de excesso de peso e níveis pressóricos elevados nas mulheres, alta incidência de anemia em mulheres e crianças (FÁVARO, 2011).
 	Levando em consideração o que foi assinalado pelo Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos indígenas, a desnutrição é um dos principais problemas de saúde pública nas crianças menores de cinco anos (OLIVEIRA, 2017).
	Nessa situação, podemos observar, diversidade nos perfis epidemiológico e nutricional entre os indígenas no Brasil, que ao longo dos anos vão se transformando com a mudança de cultura, a escassez de terras para seu sustento e o processo de transição nutricional. Podemos salientar a realidade vivida por algumas comunidades indígenas no Brasil, onde vivem em constante contato com a civilização urbana, alterando seus hábitos alimentares e seu estilo de vida, adaptando-se ao novo contexto sociodemográfico e cultural. 
CONCLUSÃO
	Com a presente pesquisa pôde-se notar que, com o passar dos anos, os perfis epidemiológico e nutricional dos indígenas vêm se transformando. No passado, as sociedades indígenas dependiam, da agricultura,caça, pesca e coleta para a subsistência. A interação com as frentes de expansão, a instalação de novos regimes econômicos, a diminuição dos limites territoriais, entre outros fatores, levou a drásticas alterações nas economias de subsistência, ocasionando, via de regra, empobrecimento e carência alimentar. Por falta do cultivo os indígenas começaram a consumir alimentos inadequados, com alto índice lipídico e calórico e pouco nutritivo acarretando em carências nutricionais e doenças crônicas não transmissíveis e com consequente impacto nos perfis epidemiológico e nutricional, prejudicando a saúde dessa população.
	Nos dias de hoje, além das etnias com parcelas expressivas de suas populações vivendo em áreas urbanas, portanto não mais produzindo diretamente os alimentos consumidos é muito difícil controlar os hábitos alimentares dos indígenas, devido à proximidade com a civilização urbana, como resultado, sofrem as consequências, como: déficit e carências alimentares de micronutrientes pela falta de subsídios para manter as necessidades básicas nutricionais, por carência de moradia. Atualmente outros povos indígenas vivem em áreas nas quais as pressões populacionais, aliadas a ambientes degradados, além da ausência de prática de atividade física comprometem a manutenção da segurança alimentar. 
Para modificarmos esse cenário, é indispensável conhecer melhor os perfis epidemiológico e nutricional dos indígenas para que possam ser adotadas medidas de mudança no seu estilo de vida, além de ofertar programas que gerem ações sociais e preventivas, visando à assistência à saúde na promoção de melhor qualidade de vida entre esses povos.
	O acesso a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes e adequados à cultura alimentar ainda é um obstáculo a ser ultrapassado por essas populações. À falta de saneamento básico ou doenças, não se resumem nos desafios na gestão indígena, e sim a exclusão desse povo aos benefícios que pode ser realizado para promoção e prevenção da saúde dos indígenas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, C. T. G; CARDOSO, A. M; COIMBRA JR, C.E.A. Estado Nutricional de
Crianças Indígenas Guarani nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 30, n. 3, p. 657-662, mar, 2014. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2014.v30n3/657-662/. Acesso em 28/04/2018.
CASTRO, T.G. et al. Estado Nutricional dos Indígenas Kaingáng matriculados em Escola do Estado do RS, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 9, p.1766-1776, set, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n9/10.pdf. Acesso em: 30/05/2018.
DIAS, L; SANTILLI, P. Índios brasileiros desenvolvem doenças “Urbanas” após mudanças no estilo de vida. UNESP. Araraquara, Brasil, 2014. Disponível em: https://saudeamanha.fiocruz.br/indios-brasileiros-desenvolvem-doencas-urbanas-apos-mudancas-no-estilo-de-vida. Acesso em: 04/05/2018.
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