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1. Laudo Pericial Contábil: O laudo pericial deve conter uma estrutura mínima para a sua elaboração e apresentação aos autos do processo em litígio, conforme disciplinado pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e pelo Artigo 473 do novo CPC. Segundo Aguiar (2015, p.42) o laudo pericial contábil é um documento que precisa ser direcionado em conformidade com o seu objeto, com conteúdo claro, conciso e preciso dos fatos em discussão, sob pena de perder a sua credibilidade. O juiz não está obrigado a aceitar o laudo se não contiver provas e evidências irrefutáveis, podendo adotar como provas outros documentos juntados aos autos, ou seja, outras provas que surgirem mais robustas que o laudo pericial. Conforme Sá (2009, p.11): (...) os laudos podem ser, (I) isolados, (II) de uma junta ou colegiado de Peritos. (I) Isolados: de um só perito. (II) Junta ou Colegiado de Peritos: na perícia judicial são três ou mais peritos. O laudo pode obedecer a critérios diferentes, depende de cada caso. “Não existe um padrão de laudo, o que existem são formalidades que compõe a estrutura dos mesmos”, explica Sá (2009, p.44). A estrutura do Laudo Pericial deve ser composta dos seguintes elementos. I. Elaboração do Laudo: de posse de toda a documentação obtida diretamente das partes, juntada aos autos pelas mesma de forma tempestiva, dos eventuais elementos trazidos por terceiros e órgãos públicos. II. Prólogo do encaminhamento (assim entendida a identificação e o pedido de anexação aos autos). Por este motivo o laudo é dirigido ao Juiz, identificada a Vara, a Comarca, o número do processo, os autores e os réus, a natureza da ação, bem como o perito, nas pericias judiciais. III. Abertura: de início é a indicação do procedimento ordenatório, identificando sua numeração, as partes envolvidas, no litígio ou setor o qual a perícia se manifestará. Indica-se a vara ou junta que o processo tramita, bem como a caracterização do juízo, apontando o nome do juiz e do escrivão ou diretor de secretaria. IV. Considerações Preliminares: é a parte introdutória da peça técnica pericial, ou seja, a parte relativa ao relatório pericial. São dividida em alguns subtópicos. (a) Primeiro subtópico deve descrever, sucintamente, o pedido formulado pelo proponente da ação constate da inicial. (b) Segundo subtópico é o que relata os procedimentos de trabalhos, os contornos e limites do trabalho pericial. (c) Terceiro subtópico aborda de forma breve, os principais procedimentos técnicos adotados, determinar alguns limites quanto á responsabilidade do perito no desenvolvimento de seu trabalho. V. Quesitos: nas perícias judiciais os quesitos são divididos em: quesitos dos autores; e, quesitos dos réus. VI. Respostas: as respostas devem seguir-se aos quesitos. VII. Conclusão: a conclusão do laudo pericial deve considerar as situações de quantificação de valor quando o tipo de procedimento processual exigir, tais como nos casos de apuração de haveres; liquidação de sentença, processos trabalhistas; dissoluções societárias; avaliação patrimonial, apuração de saldo devedor em contratos de mútuo. VIII. Assinatura do Perito: a exigência da assinatura do laudo, a firma a dada pelo Perito do Juízo perfaz, para as partes e terceiros a certeza jurídica da responsabilidade daquelas informações técnicas apresentadas, podendo imputar ao seu subscritor as penalidades da lei quanto a inverdade e falsa perícia. IX. Anexos: os anexos ilustram as repostas, para evitar que tornem longas demais, ou então reforçam a opinião. X. Pareceres (se houver), de outros especialistas, ou de notáveis profissionais podem ser requeridos para efeito de reforço da opinião do perito ou até para suplementá-la. 1.2. O laudo pericial deve conter: (a) Identificação do processo e das partes; (b) Síntese do objeto da perícia; (c) Resumo dos autos; (d) Metodologia dos quesitos e suas respectivas respostas para o laudo pericial contábil; (e) Relato das diligências realizadas; (f) Transcrição dos quesitos e suas respectivas repostas para o laudo pericial contábil; (g) Transcrição dos quesitos e suas respectivas respostas para o parecer técnico- contábil, onde houver divergência das respostas formuladas pelo perito do juízo; (h) Conclusão (i) Termo de encerramento, constando a relação de anexos e apêndices; (j) Assinatura do perito: deve constar sua categoria profissional de contador, seu número de registro em Conselho Regional de Contabilidade, comprovada mediante Certidão de Regularidade Profissional (CRP) e sua função: se laudo, perito do juízo e se parecer, perito – assistente da parte. É permitida a utilização da certificação digital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil. 2. Parecer Pericial Contábil. O parecer contábil é trabalho técnico e responsabilidade do perito indicado ou contratado. É elaborado por determinação judicial ou em função de contrato. Para o primeiro caso será denominado Parecer Pericial Contábil Judicial, no segundo caso, será um Parecer Contábil Extrajudicial. Conforme a legislação perito, na função de assistente técnico, é responsável pela oferta de Parecer Pericial Contábil, isto é, por meio de trabalho próprio emite sua opinião técnica a respeito do laudo pericial contábil elaborado pelo perito judicial, que pode ser crítica ou concordante. Segundo a Lei nº 8.455/92, art.433, o perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo Juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Já o parágrafo único, que trata dos assistentes técnicos, prevê que estes oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias após a apresentação do laudo, independentemente de intimação. Para Alberto (2009), parecer pericial contábil é uma espécie de laudo, no qual o profissional discorre sobre determinada matéria, fazendo-o segundo as técnicas e as abrangências periciais geradas por quem deles tenha de fazer uso para a defesa de interesses próprios, ou para elucidar algum assunto, e o classifica em: (a) Extrajudicial: Quando a parte necessita de opinião fundamentada de um técnico sobre determinado assunto contábil, ou caso necessite dele para a realização de um negócio. (b) Judicial: Pode ser gerado pela parte para instruir a inicial da ação a ser proposta ou para servir de razões a contestar em ações que esteja sofrendo. (c) Própria opinião: é o parecer técnico do assistente indicado pela parte para uma perícia judicialmente determinada. 2.1. Estrutura do Parecer Pericial Contábil (segundo a NBC TP 01). a) Identificação do processo e das partes; b) Síntese do objeto da perícia; c) Metodologia adotada para os trabalhos periciais; d) Identificação das diligencias realizadas; e) Transcrição e repostas aos quesitos, onde houver divergência parcial ou total nas repostas. f) Conclusão; g) Anexos; h) Apêndices; i) Assinatura do perito: fará constar sua categoria profissional de contador e o seu número de registro em Conselho Regional de Contabilidade, comprovada mediante Certidão Regularidade Profissional – CRP. É permitida a utilização digital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infraestrutura Chaves Públicas Brasileiras – ICP Brasil. Para Ornelas (2003, p.104) o trabalho do assistente técnico não perde as características de laudo, à medida que emite juízo ou defende tese ou critério técnico divergente do laudo pericial contábil oficial. Bibliografia. Disponível em: <NBC_TP_01.pdf (cfc.org.br) acesso em 29 de maio de 2021. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil, 9.ed. São Paulo: Atlas, 2009. ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2009._____. Lei nº 8.455, de 24 de agosto de 1992. Altera dispositivo da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, referentes à prova pericial. Disponível em:< Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br). Acesso em: 29 de maio de 2021. ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil 4.ed. São Paulo Atlas, 2003. AGUIAR, João Luis & SOUZA, Edmilson de. Manual de Procedimentos Periciais. Goiânia. https://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBC_TP_01.pdf https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1992/lei-8455-24-agosto-1992-376231-publicacaooriginal-1-pl.html
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