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Erica Marques Aspectos de fisiologia das plantas forrageiras relacionados ao manejo das pastagens Toda relação animal-planta envolve fatores bióticos e abióticos. Fatores bióticos são todos fatores ligados ao ecossistema animal, todos os organismos vivos que fazem parte daquele ecossistema. Os fatores abióticos são todos os fatores inerentes a esse ecossistema porém são inertes, por exemplo o clima e solo. Ecossistema aberto: sistema de produção em pastagem (ocorre exportação de nutrientes daquele sistema, são exportados na forma de produtos animais, como carne, leite e lã). Ecossistema fechado: é um ecossistema em equilíbrio, ocorre retroalimentação (os nutrientes vem dele próprio). OBS: a pastagem é um ecossistema pobre. OBS: a matéria orgânica é decomposta por macro e micro organismos. Não basta os nutrientes estarem presentes no solo, pois muitas das vezes eles estão disponíveis porém não no formato que a planta consegue utilizar. Planta forrageira persistente: sua produtividade é contínua ao longo do tempo, característica encontrada em muitas das plantas forrageiras cultivadas, contribui para a sustentabilidade. Plantas perenes: plantas que tem a capacidade desde quando os fatores bioticos e abioticos estejam predisponentes e equilibrados ela tem condição de continuar produzindo, mesmo que o fator reprodutivo não esteja pleno (emissão de flores, frutos e sementes) (capacidade de rebrotação). Reprodução por células meristemáticas: adaptação da planta, emissão de perfilhos. Para isso ocorrer a planta precisa ter uma quantidade mínima de energia, essa energia vem das reservas de amidos localizadas na raiz e base do caule. Fotossíntese: CO2 + H2O + Energía luminosa → [CH2O] + O2 (a energia produzida serve para o desenvolvimentos dos seus tecidos, e esses tecidos alimentam os animais herbívoros). Respiração: 6[CH2O] + 6O2 → 6CO2 + 6H2O. Forragem: todo e qualquer alimento destinado à alimentação animal diária. Planta forrageira: plantas destinadas à alimentação animal. Não possuem princípios tóxicos, possuem nutrientes e são aceitas pelos animais. Não existe a melhor, e sim a mais adequada ao sistema. Ciclo de calvin: formação e geração de energia. Formas de fixação do CO2: há três tipos de assimilação fotossintética de CO2 pelas plantas clorofiladas, segundo as quais estas são classificadas em plantas C3, C4 e CAM. As plantas C3 são de clima temperado, possuem variabilidade menor no seu desenvolvimento em relação ao valor nutricional. As plantas C4 são de clima tropical, velocidade de crescimento maior, variabilidade maior no seu desenvolvimento em relação ao valor nutricional, apresenta maior aproveitamento da energia luminosa. A denominação C3 advém do fato da maioria das plantas verdes formar como primeiro produto estável da cadeia bioquímica da fotossíntese, o ácido 3-fosfoglicérico (3PGA), uma molécula de 3 carbonos. As plantas C4 são assim chamadas por formarem como primeiro produto da fotossíntese o ácido oxalacético (4C), o qual é rapidamente reduzido à ácido málico e ácido aspártico, ambos com 4C, porém mais estáveis. Plantas suculentas de deserto ou habitats sujeitos a secas periódicas apresentam fotossíntese diferenciada das plantas C3 e C4. Elas apresentam o metabolismo ácido crassuláceo, por isso são conhecidas como plantas MAC ou CAM. O aspecto lenhoso da planta é dado pela lignina (composto fenólico), quanto mais perto de seu estado reprodutivo pleno maior o teor de lignina. Carboidratos complexos estruturais da planta: celulose e hemicelulose. São degradados no rúmen por bactérias e protozoários. Proteínas de alto valor biológico: são compostas por aminoácidos essenciais. A principal fonte de proteínas para os ruminantes são as proteínas bacterianas, provenientes da flora ruminal. Alimento muito fibroso: quando a planta fica muito madura, diminui o valor nutritivo, pois tem alto teor de lignina, e a lignina se complexa aos carboidratos estruturais através de ligações covalentes e pontes de hidrogênio, dificultando a quebra dessas ligações pelas enzimas produzidas pela flora ruminal. Assim não ocorre a digestão direito, diminuindo a digestibilidade, passando direto, aumentando o tempo de permanência no trato digestivo, e excretando-o, assim diminui o consumo, e diminui a performance e o desempenho animal. FATORES QUE AFETAM A TAXA DE FOTOSSÍNTESE DA PLANTA: ● Eficiência fisiológica da planta ● Intensidade e qualidade da luz ● Teor de nutrientes do solo ● Disponibilidade de água ● Temperatura ● Concentração de dióxido de carbono na atmosfera ● Área foliar (quantidade e qualidade) OBS: folhas novas são mais consumidas, o animal é seletivo. Possui maior concentração de nutrientes por kg de matéria seca. Porém quando a planta é muito jovem possui pouca matéria seca. Quando o animal come a planta muito jovem não dá tempo da planta fazer a recomposição. OBS: quando a planta se recupera lentamente ela dá espaço a plantas invasoras. Inverno e verão agrícola: o verão possui fatores mais predisponentes a planta. Senescência precoce: pode ocorrer pelo sombreamento, ou agressão de plantas invasoras. Folhas velhas são fazem fotossíntese e os animais não comem pois não são nutritivas. Cada planta tem um padrão de crescimento, é interessante que em um pasto se utilize plantas com um padrão de crescimento parecido. Hábito e velocidade de crescimento de grande importância na resposta ao corte: ● Quando os cortes são frequentes e baixos as plantas devem apresentar perfilhamento abundante, hábito prostrado de crescimento e elevado ritmo de expansão de área foliar a fim de que, logo após o corte, ocorra maior interceptação de luz. ● Plantas cespitosas: elongam as hastes e proporciona melhor distribuição da luz dentro da massa de forragem e maior eficiência fotossintética das folhas com elevada produção quando os cortes não são frequentes. Índice de área foliar: é a área ocupada por folha em relação a superfície do solo. Para a rebrota a planta utiliza metabólitos produzidos pela fotossíntese e a energia de reserva. Características importantes para a rebrotação: ● Índice de área foliar remanescente (importante a altura de entrada e de saída). ● Teor de reservas orgânicas. ● Eliminação do meristema apical (depende da planta forrageira, no capim elefante perde um pouco do vigor de rebrota, o que é interessante na proporção caule folha, já no capim panicum, não é interessante a eliminação do meristema apical). ● Desfolhação. Frequência de pastejo: frequência com que o animal come a planta. O erro da frequência de pastejo pode provocar a morte prematura da planta (degradação da pastagem). No método de pastejo contínuo não há intervalo definido entre um pastejo e outro. Já no método de pastejo rotacionado há um intervalo de pastejo entre o ciclo de recuperação da planta. Unidade de manejo: área da propriedade formada por pastagem para alimentar uma ou mais categorias animais (tamanhos variados). Superpastejo: frequência de pastejo maior em determinadas áreas. O tempo de recuperação da pastagem depende da espécie forrageira, e vai influenciar no período de descanso. Lotação:número de unidades animais por hectare. Unidade animal: um animal adulto de 450 kg. Capacidade: condição de alimentar determinado número de animais mantendo o sistema sustentável. Pressão de pastejo: número de animais por unidade de área em função da quantidade de alimento (disponibilidade de massa). Ex: se a pressão de pastejo em uma pastagem é de 4%, entende-se que estou disponibilizando para cada unidade animal que está comendo 4% do seu peso vivo, que significa 18 kg. Se o animal come 3% ele comera cerca de 13,5 kg por dia, o resto é área foliar remanescente. Atenção! disponibilidade não é consumo. Quando eu disponibilizo o alimento, já se sabe que parte o animal come e outra parte sobra, que é justamente a parte foliar que vai possibilitar a rebrota.
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