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Larissa Rossi Paratormônio, calcitonina, metabolismo de cálcio e fosfato, vitamina D, ossos e dentes Metabolismo do cálcio e fosfato BALANÇO DE CÁLCIO E FOSFATO Posterior a tireoide temos as glândulas paratireoides que secretam o paratormônio e agem de forma oposta ao hormônio calcitonina (que é produzido pelas células parafoliculares/células C). Tanto o paratormônio quanto a vitamina D controlam as concentrações desses íons e dessas substâncias no nosso organismo. O CÁLCIO desempenha um papel critico em muitos processos celulares como: -> secreção de hormônio por meio da ativação de um mecanismo de segundo mensageiro – por meio da proteína G -> contração muscular – troponina C > tropomiosina > ligação actina/miosina (sem cálcio a contração muscular não acontece, já que a ligação do cálcio é quem libera o sitio de ligação lá na molécula de actina) -> condução nervosa (inclusive para liberação dos neurotransmissores), fecha canais de cloreto e deixa a célula mais positiva interiormente -> exocitose -> ativação e inativação de enzimas (a ação das enzimas no organismo é muito importante já que elas regulam muitos processos) O FOSFATO desempenha um papel critico no metabolismo da energia, porque o fosfato é um componente do ATP (adenosina trifosfato) a qual é uma molécula de energia utilizada em processos celular, além disso também atua na ativação e inativação de enzimas (como exemplo as proteínas quinases). Dessa forma, a homeostase do cálcio e do fosfato estão intimamente relacionadas, porque ambos constituem a maior parte da fase mineral do osso (então aquele processo de mineralização, a formação da matriz óssea está composta em grande parte pelo cálcio e fosfato) e também pelo fato do cálcio e fosfato serem regulados pelos mesmos hormônios, que são o paratormônio (reabsorve cálcio para o LEC/corrente sanguínea) e a calcitonina (secretada pela tireoide, age no tecido ósseo depositando cálcio e fosfato). O paratormônio age nos ossos junto coma vitamina D promovendo a reabsorção, ou seja, tirando o cálcio e fosfato dos ossos e levando até a corrente sanguínea para que os processos aconteçam de forma adequada e de forma oposta faz a calcitonina ao remover o cálcio e o fosfato da corrente sanguínea levando para os ossos para controlar as concentrações. A concentração de cálcio no liquido extracelular é normalmente regulada de forma precisa (então eu não tenho uma variação muito grande, variou um pouco eu já tenho a secreção do paratormônio, o paratormônio estimula a secreção da vitamina D e ambos fazem a reabsorção de cálcio dos ossos). Larissa Rossi Quando há um aumento da concentração de cálcio ocorre uma hipercalcemia e quando há uma redução ocorre uma hipocalcemia. No liquido extracelular tenho aproximadamente 0,1% de cálcio e menos de 1% de fosfato, nas células e organelas tenho cerca de 1% de cálcio (que está dentro das mitocôndrias, do RE liso) e fosfato cerca de 14 a 15%, nos ossos 98,9% de cálcio e 85% de fosfato -> eu tenho aqui as vezes algumas variações grandes entre os dois íons, mas de uma forma geral, os dois são regulados pelos mesmos hormônios. CÁLCIO NO PLASMA E NO LIQUIDO INTERSTICIAL Esse cálcio lá no nosso plasma pode se apresentar de 4 formas: 1º - cerca de 41% está ligado a proteínas plasmáticas e nesse caso não são difusíveis através da membrana dos capilares, pelo fato de estarem ligadas a essa proteína, eles não conseguem atravessar a barreira/a bicamada lipídica, então ficam ai no plasma mesmo. 2º - cerca de 9% é o cálcio unido a ânions (não necessariamente o cálcio ionizado), esses se difundem através da membrana dos capilares e também se combinam com substâncias aniônicas (como o citrato e fosfato). 3º - a maior parte, cerca de 50% é o cálcio iônico que se difundem através da membrana dos capilares e está no formato ionizado. FOSFATO INORGÂNICO NOS LIQUIDOS EXTRACELULARES Em relação ao FOSFATO nós temos que ele se encontra basicamente em duas formas no plasma, pode ser encontrado como hidrogenofosfato (HPO4²-) em aprox. 1,05 mmol/L e temos o dihidrogenofosfato (H2PO4-) em aprox. 0,26 mmol/L. Uma vez que o pH está mais ácido, ocorre um aumento de concentração do dihidrogenofosfato (H2PO4-) e diminuiu concentração de hidrogenofosfato (HPO4²-). E o pH alcalino faz o oposto. EFEITO DAS ALTERAÇÕES NAS CONCENTRAÇÃO DE CÁLCIO E FOSFATO De forma geral, quando eu falo do fosfato eu não tenho representações clinicas tão importantes e visíveis, ou seja, variações nas concentrações de fosfato no liquido extracelular não provoca efeitos imediatos importantes sobre o organismo. Porém, quando eu tenho qualquer alteração de cálcio, ou seja, leves aumentos ou quedas do cálcio no liquido extracelular podem causar efeitos fisiológicos extremos e imediatos, no qual pode levar o indivíduo ao óbito. EFEITO DA HIPOCALCEMIA Uma baixa concentração de cálcio plasmático -> isso pode fazer com que os nossos tecidos excitáveis se tornem mais permeáveis ao sódio, se eu tenho uma maior permeabilidade da membrana ao sódio isso significa que o sódio que é mais concentrado no LEC consegue entrar nas Larissa Rossi nossas células e ao entrar causa uma despolarização que leva a um aumento da excitação do sistema nervoso e que vai disparar diversos potenciais de ação para várias partes do nosso corpo. Quando tenho uma redução do cálcio para baixo de 50% do volume normal eu posso ter o desenvolvimento de contração muscular tetânica, na qual o indivíduo acaba não tendo o controle sobre essa contração muscular e ele fica com o membro deformado. EFEITO DA HIPERCALCEMIA Um aumento da concentração de cálcio plasmático -> (1) posso ter uma depressão do sistema nervoso, meio que bloqueia a permeabilidade do sódio na membrana plasmática, com isso eu tenho atividades reflexas lentificadas. Além disso, (2) pode causar uma redução do intervalo QT do coração/do eletrocardiograma (no eletrocardiograma, temos a onda P que está relacionada a despolarização e contração dos átrios; o complexo QRS relacionado com a despolarização e contração dos ventrículos; e a onda T relacionada com a repolarização dos ventrículos), nesse intervalo entre despolarizar e repolarizar os ventrículos é reduzido levando ao indivíduo ter problemas cardíacos. E (3) também causa uma depressão da contratilidade do trato gastro intestinal e com isso diminui a mobilidade do trato gastro intestinal fazendo com que o indivíduo tenha falta de apetite (porque quanto mais tempo o conteúdo luminal/o bolo alimentar/o quimo fica ali, isso vai ficar sinalizando o sistema nervoso de que o indivíduo está saciado, levando a uma falta de apetite) e causa constipação (por que tem muita absorção de agua). O cálcio meio que faz uma barreia ao redor da membrana plasmática, se eu tenho muito o sódio não consegue atravessar, ocorre uma depressão do sistema nervoso; já se eu tenho pouco cálcio isso faz com que o sódio consiga passar mais facilmente, tendo uma maior excitabilidade. - arritmia cardíaca ELETROCARDIOGRAMA Onda P: despolarização e contração atrial Complexo QRS: despolarização e contração ventricular Onda T: repolarização ventricular Larissa Rossi ABSORÇÃO E EXCREÇÃO DE CÁLCIO E FOSFATO - DE CÁLCIO Absorção intestinal e excreção fecal Excreção renal A absorção de cálcio é dependente de hormônios derivados da vitamina D, dentre eles o calcitriolresponsável por ativar a proteína pré transportadora de cálcio denominada calbindina considerada indispensável para absorção. Temo no quadrinho rosa uma média da quantidade de cálcio que deve estar disponível nos nossos líquidos extracelulares (corrente sanguínea), temos uma concentração mais ou menos de 1000 miligramas de cálcio por decilitros de sangue/plasma, e isso deve ser mantido nessa concentração. Toda vez que há uma alteração nessas concentração nos temos algumas ações hormonais com o objetivo de normalizar isso, fazer com que tenhamos a homeostase do cálcio. Nos consumimos por dia cerca de 1000mg de cálcio, em torno de 50% de cálcio vai ser absorvido no nosso intestino delgado, isso é favorecido pela ação da vitamina D, aqui ela promove a absorção do cálcio lá no intestino levando ele para a corrente sanguínea; esse cálcio da corrente sanguínea vai ser direcionado para os nossos ossos participando do processo de formação dos nossos ossos (quem faz isso de fato é a calcitonina, ela deposita esse cálcio nos nossos ossos para que esse cálcio participe do processo de mineralização óssea). O paratormônio atua em vários desses processos, uma vez que eu tenho redução da concentração de cálcio na corrente sanguínea, o paratormônio age nos nossos ossos juntamente com a vitamina D promovendo uma reabsorção desse osso. Então, se houve redução eu preciso tirar cálcio de algum lugar, se eu não tiver cálcio para absorver lá no meu intestino eu tenho que tirar de onde tem um estoque, e o estoque aqui no caso são os nossos ossos, logo, esse cálcio é reabsorvido e levado para a corrente sanguínea para manter a homeostase. Parte desse cálcio é filtrado pelos nossos rins, outra é eliminada através da urina e outra é secretado da corrente sanguínea para o intestino para ser liberada por meio das fezes. Então, temos vários sistemas agindo em decorrência da ação da vitamina D e do paratormônio para que temos uma quantidade adequada de cálcio na nossa corrente sanguínea. 1. Ca2+ é proveniente da dieta, uma parte será absorvida no intestino delgado promovida pela vitamina D; Obs: dessa forma, se o indivíduo possui deficiência na vitamina D, ele terá dificuldade em absorver Ca2+ (↓ vitamina D ↓ Ca2+ absorvido); 2. Quando há diminuição na [ ] de Ca2+ no LEC o Ca2+ sairá dos ossos e essa retirada é promovida pelo paratormônio (reabsorção de Ca2+); 3. Uma parte do Ca2+ é eliminado nas fezes e na urina. Larissa Rossi - DE FOSFATO Absorção intestinal e excreção fecal Excreção renal Basicamente é a mesma situação, nós temos aqui um consumo de 1400mg/dia de fosfato na nossa dieta e destes 1100 são absorvidos do nosso intestino, esse fosfato também é encaminhado lá para os nossos ossos para participar do processo de formação e temos lá nos nossos ossos cerca de 600g de fosfato. Uma vez que acontece variações da concentração de fosfato na corrente sanguínea nós podemos ter essa reabsorção, digamos que eu tive uma reabsorção para menos (pouco fosfato) temos uma condição de hipo, esse fosfato é reabsorvido do nossos ossos, assim como pode também ser reabsorvido dos tecidos moles e dos rins no processo de formação de urina. Uma vez que tenho excesso de fosfato na corrente sanguínea ele pode ser encaminhado para nossos ossos, ser eliminado através da urina, eliminado através das fezes ou encaminhado para nossos tecidos moles. O objetivo tanto do cálcio quanto do fosfato é manter uma concentração adequada na corrente sanguínea para que nossos processos metabólicos aconteçam de forma adequada. Toda vez há uma necessidade desse componente, tanto do cálcio quanto do fosfato, ele precisa ser retirado de algum lugar – absorvido do nosso intestino em maior quantidade, reabsorvido dos nossos ossos ou reabsorvido nos ductos do nefron do nosso rim. Quando tenho excesso isso precisa ser tirado da corrente sanguínea, secretando isso lá no nosso TGI para ser eliminado através das fezes, encaminhando para nossos ossos ou eliminando através da urina. No caso do fosfato existe o mecanismo de transbordamento, que sinaliza nossos rins a excretarem maiores quantidade de fosfato através da urina. Fosfato não leva a alterações significativas a ponte de se tornaram uma correlação clínica. REMODELAGEM ÓSSEA Devemos ter conhecimento dos tipos de célula e das suas funções nos ossos. Um pouco acima dessa matriz óssea bem mineralizada e calcificada (bem dura) há células chamadas de osteoblastos, que O fosfato é ingerido na dieta e excretado pelas fezes na urina MECANISMO DE TRANSBORDAMENTO: - ↑ [ ] de fosfato no LEC, ao passar do limite esse será eliminado através da urina após passar dela filtração glomerular; - ↓ [ ] de fosfato no LEC o paratormônio entra em ação para realizar a reabsorção do fosfato, ao invés de permitir que esse seja eliminado através da urina o PTH promove a reabsorção, resultando no aumento da [ ] de fosfato no LEC. Larissa Rossi são células jovens responsáveis pela formação da matriz óssea, essa células vão depositando cálcio, fosfato, magnésio e outras substâncias. Uma vez que eles produzem matriz óssea suficiente para serem englobados por essa própria matriz, esses osteoblastos se transformam em osteócitos, que são as células adultas dos nossos ossos. Os osteócitos estão localizados dentro de lacunas e essas lacunas projetam ali ramos chamados de canalículos para que ocorra a comunicação entre esse osteócitos; o canalículo sai de uma lacuna para outra para que essas células se comunicam. Além disso nós temos os osteoclastos que são as células mais maduras/ “idosas” e que são responsáveis por esse processo de reabsorção óssea. A vitamina D e o paratormônio (PTH) primeiramente vão agir nessa conformação nos nossos osteoblastos isso faz com que essas células secretem osteoprotoglandinas (OPGL) e essas OPGL vão ativar receptores nas células pré-osteoclastos (células precursoras), essas células se tornam osteoclastos multinucleados maduros que a partir dos lisossomos vai liberar enzimas e ácido nessa matriz óssea, e a liberação dessas enzimas e ácidos vão causar o processo de reabsorção/reasorção óssea. Assim, o cálcio e o fosfato vão ser removidos da matriz óssea e encaminhados para a corrente sanguínea. Paratormônio ANATOMIA FISIOLÓGICA DAS GLÂNDULAS PARATIREOIDES Paratormônio (PTH) é um hormônio produzido pelas glândulas paratireoides – são 4 pequenas glândulas localizadas na parte posterior da tireoide – formada por dois tipos celulares, um são as células principais que são responsáveis pela produção do paratormônio (hormônio peptídeo) e outra são as células oxifílica, são ditas como células principais modificadas ou depletadas e são células que perderam a sua capacidade de produção de hormônios, então elas estão ai compondo essa estrutura mas elas não são capazes de produzir o paratormônio ou outros hormônios. Nessa estrutura temos a infiltração de capilares sanguíneos, então esse paratormônio uma vez que é produzido ele é liberado dessa célula e cai na corrente sanguínea para agir nos nossos ossos, no Larissa Rossi nosso intestino ou nosso rim para produzir os processos de reabsorção de cálcio, fosfato ou excreção desses íons. É um hormônio da classe dos polipeptídicos e proteicos, então ele tem um processo muito semelhante a todos os outros dessa mesma classe. Temos essa molécula chamada de pré pró paratormônio, é uma moléculaque contém uma sequência sinal, uma sequência pró, a parte/o segmento biologicamente ativo – o próprio paratormônio, além de uma sequência terminal chamada de fragmento C. Essa molécula aqui é o meu RNA mensageiro, isso sai lá do nosso núcleo, é traduzido e lá no RE a sequência sinal é removida; uma vez que eu tenho a remoção dessa sequência sinal eu tenho a formação do pró paratormônio, que possui apenas a sequência biologicamente ativa (sequência pró) e o fragmento. Isso é encaminhado para o complexo de golgi, no qual a sequência pró é removida pela ação de enzimas formando o paratormônio, nesse caso o fragmento C ou peptídeo C não é removido dessa sequência, não há a dissociação dessa sequência C, ela caba compondo essa molécula mas de qualquer forma temos a sequência biologicamente ativa e essa conformação é capaz de se ligar nos receptores específicos lá nos nossos tecidos para causar os efeitos do paratormônio. CONTROLE DE SECREÇÃO É controlado pela concentração plasmática de cálcio. Toda vez que o Cálcio está elevado na nossa corrente sanguínea, essa célula é inibida -> o aumento na concentração de cálcio plasmático inibe a síntese e secreção do paratormônio (PTH). Quando tenho uma redução da concentração de cálcio, se for uma redução significativa que pode causar alguns fatores comentados anteriormente, o processo aqui vai ser estimular a produção desse hormônio para que ele seja secretado e assim eu tenha o aumento da concentração desse íon na minha corrente sanguínea. Resumindo, se aumenta minha concentração de cálcio plasmático, esse cálcio se liga aos receptores lá nas células principais o que ativa uma proteína G do tipo GQ, a qual ativa uma enzima efetora chamada de fosfolipase C que quebra os fosfolipídios de membrana em IP3 e DAG, o DAG vai ativar uma proteína quinase do tipo C (PKC) a qual vai impedir com que essa vesícula seja mobilizada até a membrana plasmática e assim aconteça a secreção do paratormônio. Além disso, o IP3 vai agir na membrana do RE impedindo com que haja a liberação do cálcio e essa mobilização. O objetivo aqui é inibir a síntese do paratormônio e o IP3 é quem vai impedir a liberação/secreção Larissa Rossi do cálcio por exocitose e o DAG e o PKC vai impedir a produção. Então, toda vez que aumenta cálcio plasmático não acontece a produção e nem a secreção desse paratormônio. GRÁFICO: esse gráfico mostra uma condição genética de indivíduos que podem apresentar uma hipocalcemia ou hipercalseuria (quando tenho alterações na liberação do cálcio pela urina). A linha preta mostra o aumento da concentração de cálcio plasmático e redução da secreção do paratormônio, no eixo x nós temos a concentração do cálcio (primeira linha é a concentração total de cálcio plasmático e a linha de baixo é a concentração de cálcio livre no nosso plasma) e no eixo y temos a taxa de secreção do paratormônio. Perceba que quando eu tenho 6/7 mg de cálcio plasmático eu tenho uma taxa de secreção/produção de paratormônio máxima; com a ação desse paratormônio tenho um aumento da concentração plasmática de cálcio, conforme esse cálcio plasmático vai aumentando eu vou tendo uma redução da taxa de secreção até chegar a praticamente zero. Então, toda vez que aumenta o cálcio vai reduzindo a atividade das minhas células principais lá na paratireoide fazendo com que eu tenha redução da secreção do paratormônio. EFEITOS DO PARATORMÔNIO Age nos ossos, rins e intestino. Ação do paratormônio para a produção da vitamina D: temos a célula principal da paratireoide secretando o paratormônio, esse paratormônio vai agir lá nos nossos rins estimulando a conversão da vitamina D - uma das etapa da vitamina D é ela ser encaminhada para nossos rins e lá nos rins acontece o processo de ativação ou conversão dessa vitamina D. Nos nossos OSSOS o paratormônio vai agir estimulando a reabsorção de cálcio e fosfato (imagina que eu tenha uma redução da concentração plasmática de cálcio, isso estimula minhas células principais a secretar o paratormônio o qual age nos nossos ossos promovendo a reabsorção). Essa reabsorção pode acontecer de duas formas: fase rápida ou fase lenta. Na fase rápida esse paratormônio haja diretamente nos nossos osteócitos, que são as células adultas dos nossos ossos. - Nas células principais há receptores, os quais recebem o Ca2+ quando esse encontra-se em excesso, dessa forma o processo a seguir NÃO ocorre uma vez que há Ca2+ suficiente no LEC. - Para que ocorra o processo é necessário que não haja Ca2+ ligado aos receptores das células principais da paratireoide. 1. Na ausência de Ca2+; 2. Ativação de uma proteína G; 3. Subunidades da proteína G ativam a fosfolipase C; 4. A fosfolipase C forma DAG e o IP3; 5. O IP3 possui ação do reticulo endoplasmático e ativa a liberação de Ca2+; 6. DAG possui ação nas vesículas de PTH, as quais serão secretadas para reabsorverem Ca2+. Larissa Rossi Na fase lenta tenho uma maior ativação dos osteoclastos que irão liberar enzimas. Em ambas as fases vão fazer com que esse cálcio seja reabsorvido e encaminhado para a corrente sanguínea, se normalizou a minha concentração de cálcio plasmática eu tenho uma alça de retroalimentação negativa que impede ou inibe a secreção do paratormônio, então, o aumento do cálcio inibe a secreção do paratormônio. Também age nos RINS aumenta a reabsorção de cálcio (então se reduziu concentração de cálcio plasmática eu vou agir lá nos meus rins reabsorvendo esse cálcio, impedindo que esse cálcio seja excretado através da nossa urina, esse cálcio é encaminhado para a corrente sanguínea normalizando a secreção, alça de retroalimentação negativa novamente). O paratormônio nos rins também faz com que tenhamos uma inibição da reabsorção do fosfato, consequentemente pela ação do paratormônio tenho um aumento da excreção do fosfato (faço com que mais fosfato seja eliminado através da urina pela ação do paratormônio). Aumenta a conversão de vitamina D, essa vitamina D auxilia o paratormônio a agir em alguns dos nossos tecidos, por exemplo, a vitamina D vai agir lá no nosso INTESTINO delgado aumentando a absorção de cálcio, cálcio que veio proveniente da nossa alimentação, então promove essa absorção levando o cálcio para a corrente sanguínea; nesse sentido, temos aqui que o paratormônio no intestino age de forma indireta porque ele ativa/induz a conversão da vitamina D e é a vitamina D que vai agir no nosso intestino promovendo essa absorção de cálcio (esse efeito indireto se dá pela ativação da vitamina D). Essa vitamina D ainda vai promover outras ações, essa vitamina faz uma alça de retroalimentação negativa impedindo ou inibindo a sua própria conversão para que nós não tenhamos excesso de vitamina D no organismo, então uma vez que acontece essa conversão, ela tem um efeito autocrino sobre ela mesma para impedir conversões adicionais; vitamina D faz com que eu tenha aumento da reabsorção de fosfato, se eu tenho aumento da reabsorção consequentemente tenho redução da excreção de fosfato (é um efeito oposto da que o paratormônio faz); vitamina D assim como o paratormônio estimula a reabsorção de cálcio nos nossos rins e nos ossos fazendo com que esse cálcio seja encaminhado para a corrente sanguínea. O paratormônio estimula a reabsorção de cálcio nos ossos e nos rins, inibe a reabsorção de fosfato e ativa vitamina D. A vitamina D estimula a absorção de cálcio no intestino, a reabsorção de cálcio nos nossos ossos, inibe sua própria conversão e aumenta reabsorção de fosfato e reduz a excreção de fosfato.OSSOS: ↓ [ ] Ca2+ -> secreção de PTH, o qual chega aos ossos e promove a reabsorção de cálcio e fosfato que vão para a corrente sanguínea. RINS: ↓ [ ] Ca2+ -> secreção de PTH, o qual chega aos rins promove a reabsorção de cálcio, evitando que esse seja eliminado pela urina; Com a chegada do PTH nos rins, esse promove a MENOR reabsorção de fosfato, estimulando a eliminação do fosfato pela urina; INTESTINO: O PTH realiza a hidroxilação da vitamina D (ativação da vitamina D) nos rins; A vitamina D no intestino vai atuar na reabsorção de Ca2+. Larissa Rossi ANORMALIDADES DE SECREÇÃO Quando eu tenho uma redução drástica da secreção de paratormônio pelas paratireoides nós temos uma condição chamada de HIPOPARATOREPODISMO, as glândulas paratireoides não secretam quantidade suficiente de paratormônio (PTH), se eu não tenho quantidade suficiente de paratormônio eu não tenho as suas ações, com isso tenho uma redução da reabsorção de cálcio nos ossos (levando a uma hipocalcemia), inativação dos osteoclastos (que são os responsáveis pela reabsorção do cálcio), queda de cálcio nos líquidos corporais e desenvolvimento de sinais típicos de tetania (contrações tetânicas). Então aqui mesmo que eu consuma cálcio ele não é absorvido no nosso trato gastrointestinal, assim como não é reabsorvido dos ossos e rins para compor a concentração adequada. O contrário disso é o HIPERPARATIREOIDISMO, existem dois tipos: no hiper primário, no qual tenho uma secreção excessiva dos paratormônios e com isso tenho uma atividade osteoclástica extrema; os meus osteoclastos, que são minhas células que reabsorvem o cálcio e o fosfato dos nossos ossos são super ativadas fazendo com que eu tenha uma maior reabsorção de cálcio e fosfato, isso vai causar um aumento da concentração de cálcio no liquido extracelular e uma diminuição da concentração de fosfato por conta de um aumento de excreção renal. No hiper secundário, ele não acontece diretamente lá nas células principais da paratireoide, isso acontece em decorrência de uma hipocalcemia (baixa concentração de cálcio). É uma secreção excessiva do paratormônio para compensar a hipocalcemia. Nesse caso também temos assim como no hipo, todos os fatores relacionados ao sistema nervoso, ao intervalo das ondas do eletrocardiograma e fatores relacionados ao sistema gastrointestinal. Além da hipocalcemia, o hiperparatireoidismo também pode ser causado por deficiência de vitamina D ou doença renal crônica (individuo com doença renal crônica não é capaz de ter o processo de conversão da vitamina D, em decorrência disso eu tenho uma hipocalcemia pois não absorvo o cálcio do intestino não tendo uma concentração adequada). DOENÇA ÓSSEA: vimos que o paratormônio inibe a reabsorção do fosfato, aumentando a excreção, com isso tenho concentração baixa de fosfato na corrente sanguínea. Todos esses processos podem levar a fatores relacionados aos nossos ossos, no hipo temos uma descalcificação extrema dos nossos ossos, eles ficam mais frágeis, isso pode levar a múltiplas fraturas. Pode levar a uma osteíte fibrosa cística que é um processo inflamatório. Áreas císticas – osteoclastos. Vitamina D FORMAÇÃO DA VITAMINA D Temos lá na nossa pele um componente chamado de 7-desidrocolesterol, uma vez que tomamos sol, essa 7-desidrocolesterol é convertida em colecalciferol (forma inativa da vitamina D) esse colecalciferol é encaminhado para o fígado onde acontece o processo de hidroxilação do colecalciferol transformando em 25-hidroxicolecalciferol sendo encaminhado para nossos rins, onde o paratormônio promove uma nova hidroxilação no carbono 1 dessa molécula tendo 1-25 diidroxicolecalciferol (é a forma ativa da vitamina D) essa que vai agir no epitélio intestinal para promover essa absorção de cálcio ali que é proveniente da nossa dieta, ela tem sua ação numa proteína de membrana fazendo com que haja essa absorção de cálcio, então a passagem do cálcio Larissa Rossi pelo epitélio intestinal, ativa uma ATPase e isso vai causar uma maior absorção de cálcio e uma fosfatase alcalina. ). A 25-hidroxicolicalciferol quando não vira vitamina D ativa fica armazenada nos rins aguardando, se eu tiver paratormônio ela é convertida se não tiver ficar armazenada. Temos uma maior absorção de cálcio por conta da vitamina D, e é um efeito indireto do paratormônio. Uma vez que eu tenho uma concentração de cálcio plasmático adequado eu tenho inibição da secreção do paratormônio e consequentemente inibição da secreção de vitamina D; mas como mencionado a vitamina D tem um efeito autocrino, então ela mesmo age nos rins inibindo a sua própria secreção. MECANISMO DE RETROALIMENTAÇÃO -> nós temos a retroalimentação que acontece a nível de paratireoide, ou seja, a ação da vitamina D em relação a absorção de cálcio intestinal vai fazer com que eu tenha um aumento da concentração plasmática de cálcio, esse aumento acaba inibindo a secreção do paratormônio, quando tenho inibição de paratormônio eu não tenho quantidades suficiente de paratormônio para ativar a hidroxilação da vitamina D (aqui tenho uma alça de retroalimentação negativa). Além disso, a própria vitamina D age nos rins inibindo a sua própria conversão, então quando eu tenho um aumento da concentração de vitamina D ativa (1-25 diidroxicolecalciferol) ela mesmo inibe a sua própria conversão para inibir excesso de vitamina D na corrente sanguínea. São basicamente duas alças de retroalimentação, os efeitos da vitamina D na concentração do cálcio inibindo o paratormônio ou a própria conversão da vitamina D que inibe a sua própria secreção. 1. Na pele tem Calecalciferol (vitamina D3), ou seja, a vitamina D na forma inativa; 2. Ao pegar sol a Calecalciferol é encaminhada para o fígado, onde será transformada em 25- hidroxicolecalciferol e segue para os rins; 3. O 25-hidroxicolecalciferol nos rins sofre a ação do PTH e só assim será ativa em forma de 1, 25- hidroxicolecalciferol (VITAMINA D ATIVA); 4. A vitamina D ativa se dirige ao intestino passa assim realizar a reabsorção de Ca2+ intestinal; 5. Com o aumento na [ ] de Ca2+ no LEC haverá uma inibição do PTH. Obs: esse processo é considerado um feedback negativo, dado que a ação da vitamina D promove a inibição da sua formação adicional. Larissa Rossi AÇÕES DA VITAMINA D Age no INSTESTINO promovendo um aumento da absorção de cálcio, a vitamina D aumenta a absorção das formas de fosfato (diidrofosfato – HPO4 -² ou hidrofosfato – H2PO4 -) e aumenta a síntese/produção de proteínas de membrana. Nos RINS a vitamina D promove aumenta da absorção de cálcio e fosfato, redução da excreção de fosfato e inibi a hidroxilação do carbono 1 da vitamina D. Nos OSSOS temos um efeito direto mobilizando o cálcio dos ossos para a nossa corrente sanguínea e um efeito indireto no intestino e rins, a ação da vitamina D vai disponibilizar o cálcio para que aconteça o processo de mineralização óssea. VITAMINA D junto com o PARATORMÔNIO promove o processo de reabsorção óssea fazendo com que eu tenha uma aumento da concentração de cálcio nos meus líquidos extracelulares. Ao mesmo tempo vitamina D promove aumento de absorção cálcio no epitélio intestinal fazendo com que tenha aumento da concentração de cálcio, se aumentar a concentração de cálcio plasmático pela ação da vitamina D no epitélio intestinal eu preciso que esse cálcio seja jogado para algum lugar – em decorrência disso precisamosda ação de outro hormônio, nesse caso é a CALCITONINA, que vai pegar o cálcio da corrente sanguínea e levar para nossos ossos para que aconteça a mineralização óssea. Larissa Rossi ANORMALIDADES DE SECREÇÃO RAQUITISMO causado por deficiência de vitamina D -> principalmente em crianças, deficiência de cálcio e fosfato no liquido extracelular, enfraquecimento ósseo. OSTEOMALACIA -> “raquitismo no adulto”, acontece em decorrência da deficiência de vitamina D e de cálcio também, mas essa é por conta de uma esteatorreia – quando tenho essa esteatorreia eu tenho muita eliminação de gordura através das nossas fezes, as fezes são gordurosas, se eu elimino muito colesterol eu não tenho colesterol para começar a formação da vitamina D, tendo deficiência de vitamina D e como consequência deficiência de cálcio porque a vitamina D age no intestino promovendo absorção de cálcio para que ele seja disponibilizado no organismo. Eu tenho eliminação de vitamina D e de cálcio nas fezes; tenho absorção deficiente de cálcio e fosfato - raquitismo. -> não tenho cálcio suficiente para participar do processo da mineralização, não tenho vitamina D para absorver o cálcio leva ao raquitismo. OSTEOPOROSE -> condição mais comum dentre as osteopatias no adulto, é mais comum em mulheres; a mulher quando está no processo de menopausa tem redução do hormônio estrogênio, se eu reduzo o estrogênio e ele é responsável pelo processo de mineralização, eu não tenho esse processo acontecendo, consequentemente, redução da matriz óssea e enfraquecimento dos ossos; nos homens também acontecem por redução de testosterona. Causada também por falta de estresse físico (inatividade), desnutrição, deficiência de vitamina D, falta de estrogênio ou testosterona e idade avançada. Calcitonina É secretado pela glândula tireoide pelas células parafoliculares ou células C. A calcitonina e paratormônio tem efeitos opostos em relação a concentração do cálcio, o paratormônio tem como função principal aumentar a concentração de cálcio no plasma e reabsorver o cálcio dos nossos ossos, então eu tiro cálcio dos ossos e levo para a corrente sanguínea. A calcitonina faz o contrário do paratormônio, ela pega o cálcio da corrente sanguínea e leva para os ossos. O papel da calcitonina é praticamente insignificante para nosso organismo. Mas de forma geral ela reduz a concentração plasmática do cálcio. O papel quantitativo de calcitonina nos seres humanos é bem menor que o do paratormônio na regulação de concentração do cálcio iônico. EFEITOS DA CALCITONINA Diminui a concentração plasmática de cálcio fazendo com que haja: - redução da atividade absortivas dos osteoclastos - diminuição da formação de novos osteoclastos – queda no número de osteoblastos Apresenta efeito fraco sobre a concentração de cálcio no humano adulto por dois fatores: - redução de cálcio plasmático causado pela calcitonina leva à potente secreção do paratormônio (qualquer efeito da calcitonina na concentração de cálcio plasmático já faz com que eu tenha um aumento da secreção do paratormônio); quando o indivíduo faz remoção da tireoide, eu não tenho mais calcitonina sendo secretada, então, a concentração sanguínea de cálcio não tem alterações mensuráveis - intensidade de absorção e deposição do cálcio no adulto é pequena; efeito em crianças é muito maior – remodelagem óssea ocorre mais rapidamente.
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