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Técnicas de Orçamento de Capital Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Marcio Gomes de Mesquita 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Técnicas de Orçamento de Capital Para início de conversa… .................................................................. 04 Objetivos .......................................................................................... 05 1. Valor Presente Líquido (VPL) ................................................. 06 2. Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................... 12 3. Payback ............................................................................. 16 Referências ....................................................................................... 18 4 Administração Financeira Para início de conversa… Um investidor/empreendedor deve, antes de alocar seus recursos, verificar a viabilidade de seu projeto, ou seja, é preciso averiguar se o projeto em questão dará retorno e quanto será esse retorno. Será visto, então, ao longo dos próximos subtemas deste capítulo, três métricas que são utilizadas, cada uma com sua característica. Cada uma delas tem um objetivo particular, mas no geral, elas determinam a viabilidade ou não de um projeto de investimento de acordo com o que o investidor/empreendedor pretende. Em termos de métrica, dado que o Valor Presente Líquido (VPL) retorna um valor, a Taxa Interna de Retorno (TIR) retorna uma taxa e o Payback retorna um período de tempo. Ao aplicar seus recursos em qualquer projeto de investimento, o investidor tem que ter diversas informações para poder aplicar seus recursos; ele deve saber o prazo do projeto independente do tempo que levará para dar retorno, o custo de oportunidade do capital e outras variáveis que influem na determinação do fluxo de caixa do projeto. Entretanto, mesmo como essas informações, em virtude de alteração nas variáveis que fazem parte do projeto, o resultado obtido pode ser diferente do projetado inicialmente. Objetivos ▪ Desenvolver conhecimentos e práticas presentes nas Finanças Empresariais. ▪ Desenvolver as competências e habilidades essenciais à formação do profissional contábil, garantindo a ele o acesso e a permanência no mercado de trabalho. 5Administração Financeira 1. Valor Presente Líquido (VPL) O Valor Presente Líquido (VPL) ou Net Present Value (NPV) é a representação do valor gerado em um determinado investimento, após o desconto a uma taxa mínima de atratividade (TMA) dos fluxos de caixa futuro de um projeto. Ele pode ser calculado pela fórmula: Onde: Io = Investimento inicial. r = Taxa de desconto. FCLt = Fluxo de caixa dos períodos futuros. Exemplo: Uma empresa precisa fazer a expansão de seu parque fabril em virtude da perspectiva de aumento da demanda por seus produtos. Para tanto, ela precisará investir R$1.000.000,00 (um milhão de reais). A vida útil do projeto é de 5 anos e o custo de capital associado ao investimento é de 8% ao ano. Os fluxos de caixa estimados para o período são de R$300.000,00 a cada ano. Calcule o VPL. Para a solução do exemplo, precisa-se descontar cada fluxo de caixa no seu respectivo período à taxa informada de 8%: Ano 0 = 1.000.000,00 investimento inicial. Ano 1 a ano 5 = 300.000,00. Assim, o desconto do fluxo de caixa futuro à uma taxa de 8% ao ano fica da seguinte forma: Ano 1 = 300.000,00/(1+0,08)1 = 277.777,78. Ano 2 = 300.000,00/(1+0,08)2 = 257.201,65. Ano 3 = 300.000,00/(1+0,08)3 = 238.149,67. 6 Administração Financeira Ano 4 = 300.000,00/(1+0,08)4 = 220.508,96. Ano 5 = 300.000,00/(1+0,08)5 = 204.174,96. Como o VPL é o somatório dos fluxos de caixa futuro descontados à taxa de 8%, deduzidos do investimento inicial, tem-se: VPL = 277.777,78 + 257.201,65 + 238.149,67 + 220.508,96 + 204.174,96 - 1.000.000,00 = 197.813,02. Então, o VPL do exemplo é 197.813,02. Critérios de Decisão Utilizando o VPL Pode-se chegar a três resultados possíveis para o VPL: Se o VPL >0, aceita-se o projeto. Se o VPL<0, rejeita-se o projeto. Se o VPL=0, o investidor é indiferente. Apesar do resultado zero do VPL ser pouco provável, ele existe, mas será visto no próximo subtema, quando falaremos do significado do VPL ser igual a zero. O mesmo cálculo pode ser feito com uma calculadora financeira. Utilizando-se, por exemplo, a HP12c, o cálculo fica da seguinte forma: ▪ 1.000.000,00 CHS g PV torna o valor positivo em negativo e memoriza como Io. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o primeiro fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o segundo fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o terceiro fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o quarto fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o quinto fluxo de caixa. ▪ 8 i memoriza a taxa. ▪ f PV calcula o VPL. 7Administração Financeira Observe um outro jeito de fazer, mas que só pode ser utilizado quando há fluxos iguais e consecutivos: ▪ 1.000.000,00 CHS g PV torna o valor positivo em negativo e memoriza como Io. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o primeiro fluxo de caixa. ▪ 5 g FV memoriza a quantidade consecutiva dos fluxos de caixa. ▪ 8 i memoriza a taxa. ▪ f PV calcula o VPL 197.813,02. Uma observação deve ser feita no que tange ao cálculo do VPL por meio da calculadora financeira. Se entre os fluxos de caixas de um projeto houver um valor negativo ou até mesmo zero (principalmente), este deve ser informado como fluxo de caixa do período. Caso não seja informado, o valor do VPL encontrado ao final do cálculo estará comprometido. O cálculo do VPL também pode ser efetuado pelo Excel, utilizando a fórmula: =vpl(taxa;fcx), sendo que, após digitar os campos do fluxo de caixa futuro na sintaxe da fórmula e fechar a chave, deve-se informar o valor do investimento inicial com o sinal negativo. a b 1 ano 0 1.000.000,00 2 ano1 300.000,00 3 ano2 300.000,00 4 ano3 300.000,00 5 ano4 300.000,00 6 ano5 300.000,00 Tabela 1: Fluxo de caixa. Fonte: Elaborado pelo autor. Baseado no mesmo exemplo do cálculo do VPL pela planilha, tem-se que: =vpl(8%;b2:b6)-b1 = 197.813,02. 8 Administração Financeira Vantagens do uso do VPL ▪ Considera o valor do dinheiro no tempo. ▪ Considera também o custo de capital da empresa, seja qual for o nome dado a ele (custo de oportunidade, taxa mínima de atratividade etc.). ▪ Independente do fluxo de caixa, seja ele convencional ou não, o VPL pode ser utilizado. ▪ Considera que os reinvestimentos são feitos ao mesmo custo de capital utilizado no início do projeto. Desvantagens do uso do VPL ▪ A precisão dos valores de entrada e saída, bem como o custo de capital devem ser bem apurados. ▪ Projetos com elevados investimentos iniciais tendem a apresentar retornos maiores, se comparados com outros de menor valor inicial, indicando que, para ter alto retorno, só com elevados investimentos, o que não é necessariamente uma verdade. Para que um capital seja investido, quando há dois projetos de investimento de investimento, é necessário que ambos possam ser comparados. Para tanto, eles devem ter a mesma vida útil, ou seja, deve haver uniformidade no que diz respeito ao prazo dos projetos. Abaixo, há dois projetos “A” e ”B” que consideram um investimento com vida útil distinta para a substituição de uma máquina. Fluxo de caixa projeto A Fluxo de caixa projeto B Ano 0 -10.000,00-10.000,00 Ano 1 -13.000,00 5.000,00 Ano 2 5.000,00 Ano 3 5.000,00 VPL 1.818,18 2.434,26 TIR 30% 23,38% Tabela 2: Comparativo fluxos de caixa. Fonte: Elaborado pelo autor. 9Administração Financeira Pode-se observar, na Tabela 2, que ambos os projetos têm VPL positivo e a TIR é acima do custo de capital (10%). Entretanto, pela ótica do VPL, o projeto escolhido seria o B, e se a ótica fosse pela TIR, o projeto A. Então qual deve ser o projeto que retorna mais valor para a empresa? A solução a esse questionamento passa pela adequação do mesmo horizonte econômico dos projetos. Para que isso ocorra, torna-se necessário que o investimento no projeto “A” possa ser replicado de forma que atinja o mesmo período do projeto “B”; dá-se o nome de regra da cadeia para esta técnica. Abaixo, segue a aplicação da regra da cadeia no projeto “A” de forma que o horizonte econômico fique igual ao projeto “B”, e que dessa forma, ambos possam ser comparados. FCX A 1ª substituição 2ª substituição Fluxo Líquido Ano 0 -10.000,00 -10.000,00 Ano 1 13.000,00 -10.000,00 3.000,00 Ano 2 13.000,00 -10.000,00 3.000,00 Ano 3 13.000,00 13.000,00 VPL 4.973,70 Tabela 3: Regra da cadeia. Fonte: Elaborado pelo autor. Então, igualados os horizontes econômicos por meio da regra da cadeia, a alternativa “A” passa a ser preferível em relação ao projeto “B” (4.973,70 > 2.434,26). A utilização do VPL como técnica de orçamento de capital para projetos com horizontes distintos pode acarretar em tomada de decisão incorreta, e com isso, não maximizar o retorno para a empresa. Os horizontes de projeto de investimento com períodos distintos são igualados utilizando-se o mínimo múltiplo comum de seus prazos, porém se tivermos projetos com discrepância muito grande entre os períodos de fluxo de caixa, seria muito cansativo ficar replicando os fluxos até que os projetos tivessem prazos iguais. Para evitar as repetições sucessivas, há a técnica conhecida como Anuidade Uniforme Equivalente (AUE), que demonstra a distribuição do retorno gerado ao longo dos anos do projeto, não necessitando de equalização dos horizontes econômicos, ou seja, seria como dividir o VPL ao longo da vida útil do projeto, transformando em uma série uniforme equivalente. A AUE pode ser calculada por meio da seguinte fórmula: 10 Administração Financeira Onde: K= Custo de capital do projeto. n= Número de períodos. Aplicando a fórmula nos exemplos, tem-se: Projeto A = 2.000,00 Projeto B = 978,85 Utilizando a HP12c: Projeto A: 1.818,18 CHS PV 1 N 10 I PMT Projeto B: 2.434,26 CHS PV 3 N 10 I PMT Uma outra técnica para averiguar a viabilidade de um projeto de investimento é o Custo Benefício, que considera a divisão dos benefícios do projeto pelos seus custos. Caso o índice encontrado seja superior à unidade, o projeto é viável. O índice pode ser encontrado pela fórmula: 11Administração Financeira Onde: b = Benefícios/entrada de caixa. c = Custos/saída de caixa. k = Custo de capital. t = Número de períodos do projeto. Lembrando que é interessante que este indicador não seja analisado de forma isolado, e sim, em conjunto com outra técnica. 2. Taxa Interna de Retorno (TIR) A segunda técnica de orçamento de capital a ser estudada é a Taxa Interna de Retorno (TIR) ou Internal Revenue Rate (IRR). A TIR é a taxa que iguala os fluxos de caixa futuros ao investimento inicial de um projeto; em outras palavras, ela é a taxa que torna o VPL igual a zero. Algebricamente, a TIR pode ser determinada de acordo com a fórmula: O cálculo da TIR sem a utilização de uma calculadora financeira ou software específico é muito difícil, visto que muitos dos projetos de investimento são longos e para “n” períodos, teremos “n” expoentes. Pode- se utilizar o exemplo do subtema anterior para verificar a dificuldade de se calcular a TIR sem a utilização da tecnologia. 0=300.000,00/(1+TIR)1 + 300.000,00/(1+TIR)2 + 300.000,00/ (1+TIR)3 + 300.000,00/(1+TIR)4 + 300.000,00/(1+TIR)5 - 1.000.000,00. De acordo com o exemplo, tem-se na equação, por serem cinco períodos, o quinto ano elevado a quinta potência. Por meio da HP12c e do Excel, pode-se chegar ao resultado de forma fácil. 12 Administração Financeira Por meio da calculadora financeira: ▪ 1.000.000,00 CHS g PV torna o valor positivo em negativo e memoriza como Io. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o primeiro fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o segundo fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o terceiro fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o quarto fluxo de caixa. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o quinto fluxo de caixa. ▪ f FV retorna a TIR = 15,24%. Ou também: ▪ 1.000.000,00 CHS g PV torna o valor positivo em negativo e memoriza como Io. ▪ 300.000,00 g PMT memoriza o primeiro fluxo de caixa. ▪ 5 g FV memoriza a quantidade consecutiva dos fluxos de caixa. ▪ f FV retorna a TIR = 15,24%. Critério de Decisão Utilizando a TIR Se a TIR for maior que o custo de capital, aceita-se o projeto, caso contrário, rejeita-se. Em um fluxo de caixa convencional, ou seja, aquele em que há somente uma mudança de sinal, se o VPL for positivo, a TIR será maior que o custo de capital; se o VPL for negativo, a TIR será menor que o custo de capital. Dessa forma, tem-se que, qualquer que seja a técnica escolhida, ambas indicarão a mesma decisão. Vantagens da TIR ▪ Por ser expressa em termo percentual, a TIR tem boa aceitação entre os gestores financeiros, em comparação ao VPL, por este representar um número. 13Administração Financeira ▪ A facilidade de interpretação da TIR, pois ao ser feita a comparação entre dois projetos, aquele que apresentar a maior TIR deve ser o aceito. Desvantagens da TIR ▪ A TIR não demonstra a possível perda que um investimento pode gerar, ou seja, ela mostra o retorno, mas não o risco do projeto de investimento. ▪ Se os fluxos de caixa não forem uniformes ou convencionais, ou seja, só possuírem uma mudança de sinal, para cada mudança de sinal é gerada uma nova TIR. ▪ Alguns projetos, ao longo de sua execução, podem precisar de reinvestimento para se manterem e a TIR não captura essa informação. Assume-se, assim, que os fluxos de caixa gerados pelo projeto serão reinvestidos pela própria TIR, quando o mais adequado seria pelo custo de oportunidade. A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) é uma outra técnica que traz os fluxos de caixa negativos para a data zero, e leva para o final do projeto os fluxos de caixa positivos, eliminando as trocas de sinais que levam a uma avaliação errada da TIR. A TIRM pode ser calculada conforme a fórmula abaixo: 1 1 0 1 0 .(1 ) 1 .(1 ) n n n t PT t n t NT t FC k FC k − = − = + − + ∑ ∑ Onde: K1 = Taxa que remunera a aplicação de recursos. K2 = Custo dos recursos aplicados. FCpt = Fluxo de caixa positivo do ano t. FCnt = Fluxo de caixa negativo do ano. 2 14 Administração Financeira O exemplo a seguir demonstra o cálculo da TIRM: Uma empresa precisa ampliar seu parque fabril, adquirindo novas máquinas, além de mudar a disposição do maquinário de forma a ganhar produtividade. Para tanto, ela pretende investir R$800 mil que serão investidos integralmente no início do projeto. Os fluxos gerados serão de R$240 mil ao ano durante todo o projeto. Entretanto, a empresa estima que um novo investimento será necessário no final do sexto ano, na ordem de R$400 mil, causando reversão no fluxo de caixa no valor de R$160 mil. No ano terminal, ou seja, no décimo ano, a empresa calcula que poderá vender todo o equipamento por 10% do investimento inicial, que deverá ser agregado ao fluxo do ano. Sabe-se que a empresa capta e aplica recursos a 15% ao ano, e é este o retorno mínimo exigível. Período FCX anual FCX positivo capitalizado para n=10 FCX negativo descapitalizado para n=0 0 (800,00) (800,00) 1 240,00 844,29 2 240,00 734,17 3 240,00 638,40 4 240,00 555,13 5 240,00 482,73 6 (160,00) (69,17) 7 240,00 365,01 8 240,00 317,409 240,00 276,00 10 320,00 320,00 Soma 4.533,13 (869,17) Tabela 4: Exemplo TIRM. Fonte: Elaborado pelo autor. 15Administração Financeira Aplicando a fórmula da TIRM: 4.533,13 869,17 TIRM = 1/10 -1 = 0,1796 = 17,96%. A análise de critério de decisão pela TIRM é a mesma da TIR, ou seja: se TIRM>k, então aceita-se o projeto. se TIRM=k, então é indiferente. se TIRM<k, então rejeita-se o projeto. 3. Payback O período de payback é o tempo necessário para que os fluxos de caixa cubram o valor do investimento. Payback Simples O payback simples não considera o valor do dinheiro no tempo. Para seu cálculo, temos: Pb = Io/FCX para fluxos de caixas iguais e consecutivos. Para fluxos de caixa diferentes, deve-se diminuir o valor de cada fluxo do investimento inicial até o saldo dessa diferença tornar-se negativo. Período (anos) 0 1 2 3 4 Fluxo de caixa -1.000,00 300,00 400,00 400,00 500,00 Fluxo de caixa acumulado -700,00 -300,00 100,00 600,00 Tabela 5: Exemplo payback simples. Fonte: Elaborado pelo autor. Como pode ser visto na Tabela 5, o investimento é pago entre o segundo e terceiro anos; para ser mais preciso, são 2,75 anos. Payback Descontado Como o próprio nome diz, os fluxos de caixa são descontados a um custo de oportunidade e deduzidos do investimento inicial. Essa é a única 16 Administração Financeira diferença para o payback simples. Para exemplificar, tem-se as informações a seguir: Período (anos) 0 1 2 3 4 Fluxo de caixa -1.000,00 500,00 500,00 500,00 500,00 Fluxo de caixa descontado 462,96 428,67 396,92 367,51 Fluxo de caixa descontado acumulado -537,04 -108,37 288,55 656,06 Tabela 6: Payback descontado. Fonte: Elaborado pelo autor. O exemplo acima serve, também, para comparar as duas modalidades de payback: o simples e o descontado. Se fosse considerado o simples, seriam dois anos o payback, mas como o exemplo é para o descontado, pode-se notar que, considerando-se o custo de capital de 8% ao ano, o payback está entre o segundo e terceiro anos, mais precisamente 2,27 anos. A parte fracionária (correspondente aos meses do ano) pode ser encontrada dividindo-se (em valor absoluto) o fluxo de caixa descontado acumulado antes de virar positivo, pelo fluxo de caixa descontado do período seguinte, ou seja: 108,37/396,92 = 0,27. O payback como instrumento para determinação de viabilidade de projeto é muito subjetivo, pois o prazo vai depender basicamente do que cada gestor financeiro quer. O certo é que quanto mais rápido for o retorno do capital, melhor, pois o risco também não é considerado neste tipo de análise. Estudamos, assim, as principais técnicas de orçamento de capital; existem outras, mas não tão difundidas como as constantes aqui. O VPL e a TIR são muito aplicadas entre os gestores financeiros e cada um utiliza aquela que melhor atende às necessidades profissionais e características de cada projeto. O estudo das técnicas de orçamento de capital é só o pontapé inicial para entender como as empresas tomam decisões com o objetivo de gerar valor para o negócio. Portanto, é bom ter em mente que os ensinamentos aqui deverão ser mantidos até o final da disciplina; e para aqueles que atuam ou desejam atuar na área, é um ensinamento precioso. 17Administração Financeira Referências GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2010. ROSS, S. A. et al. Administração financeira: versão brasileira de corporate finance. 10 ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. Disponível em: https://integrada. minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554328/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 30 jul. 2019. SAMANEZ, C. P. Matemática financeira: aplicações à análise de investimentos. 4 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 18 Administração Financeira https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554328/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554328/cfi/0!/4/2@100:0.00 Título da Unidade Objetivos Introdução Princípios de Administração Financeira Para início de conversa… Objetivo 1. Objetivos da Administração Financeira 2. Função do Administrador Financeiro 2.1 Objetivos Corporativos 2.2 Maximização do Lucro 2.3 Maximização de Vendas Referências Governança Corporativa Para início de conversa… Objetivo 1. Conceitos Introdutórios de Governança Corporativa 2. O Conflito entre os Sócios e os Gestores 3. Níveis de Governança Corporativa de Acordo com a BM&FBOVESPA(B3) Referências Técnicas de Orçamento de Capital Para início de conversa… Objetivos 1. Valor Presente Líquido (VPL) 2. Taxa Interna de Retorno (TIR) 3. Payback Referências Tipos de Projeto de Investimento Para início de conversa… Objetivo 1. Projetos Independentes 2. Projetos Mutuamente Excludentes 3. Projetos Dependentes Referências
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