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Perícias médicas

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Perícia é todo e qualquer ato propedêutico ou exame realizado por médico, com a finalidade de contribuir com 
as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias na formação de juízos a que estão obrigadas (ajuda no 
parecer sobre o caso). 
 
O que é a perícia médica? 
A fialidade da perícia é produzir a prova, e a prova é o elemento demonstrativo do fato (acidente de trabalho, 
incapacidade, crime etc). Assim, tem a perícia a faculdade de contribuir com a revelação da existência ou da não 
existência de um fato contrário ao direito, dando ao magistrado a oportunidade de se aperceber da verdade e 
formar sua convicção. 
 
Perito 
É todo e qualquer profissional especializado em determinados ofícios, artes ou ciências, capaz de conduzir quem 
quer que seja à verdade, quando para tal é solicitado. É todo técnico que, designado pela justiça, recebe o encargo 
de esclarecer fatos/acontecimentos num processo. Sua atuação ocorre em qualquer fase, policial ou judiciária, do 
processo. 
A legislação define, no Capítulo XI do CEM, nos artigos 92 a 98, as normas de condutas pertinentes ao 
desempenho ético da perícia médica. 
 
Capítulo XI do CEM – Auditoria e Perícia Médica 
É vedado ao médico: 
Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal caso não tenha realizado 
pessoalmente o exame. 
Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha 
relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. 
Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, 
ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório. 
Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de 
dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios. 
Art.96. receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na 
função de perito ou de auditor. 
Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos 
propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou 
iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente. 
Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem 
como ultrapassaar os limites de suas atribuições e de sua competência. 
Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial. 
 
*Quando se recebe o ofício (intimação para fazer a perícia) há perguntas bem objetivas da defesa/periciado, da 
promotoria e do juíz, para chegar na formação de juízo. 
 
O perito, em geral, não tem funções fiscalizadoras, mas função específica no exame de documentos, objetos ou 
pessoas. Na área médica, consiste no exame de pessoas (ou cadáveres no caso do IML), com a finalidade de 
avaliar lesões, causas, quantificar sequelas e disfunções para fins de indenização, mensurar comprometimento da 
capacidade laborativa em trabalhadores ou atestar capacidade para ato ou função. 
 
*Perícias na psiquiatria: esfera criminal, avaliar a capacidade de entendimento (se o indivíduo sabia o que estava 
acontecendo) e autodeterminação (componente cognitivo, se o indivíduo conseguiria não cometer o crime em 
função de uma doença mental). Se atestado não entendimento ou autodeterminação, o indivíduo deixa de cometer 
o crime no código penal e vai para uma medida de segurança, a pena pode ser reduzida até 1/3, ou internação em 
manicômios judiciários, ou tratamento ambulatorial direto. 
 
Normas no desempenho da função pericial 
1. Perito judicial é o profissional habilitado e nomeado pelo juiz para opinar sobre questões técnicas de sua 
especialidade. 
2. A perícia, quando pertinente a profissões regulamentadas, será exercida por profissionais legalmente 
habilitados, sendo requeridos, ainda, reconhecida idoneidade moral, capacidade técnica e experiência 
profissional (comprovar antecedentes éticos). 
3. É dever do perito honrar sua função, seguindo os preceitos do CEM. 
4. A indicação e a nomeação para exercer a função de perito devem ser sempre consideradas como distinção 
e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do profissional, que delas declinará quando impedido 
por lei, quando ocorrer suspeição de natureza íntima, quando a matéria em litígio não for de sua 
especialidade ou por motivo de força maior. 
5. Ciente da indicação e antes de assumir o compromisso, deve o perito inteirar-se dos autos, verificar se não 
há incompatibilidade e se realmente tem condições de assumir o compromisso e realizar o trabalho. 
6. Na hipótese de recusa, esta deve ser fundamentada em petição dirigida ao juiz, o mais breve possível. *Na 
vara cívil e criminal daqui pode ser enviado por e-mail. 
7. Qualquer dificuldade aposta ao bom andamento do trabalho pericial deve ser comunicada ao juiz mediante 
petição. *Por exemplo, em falta de exames, pode solicitá-los para elucidação do caso. 
8. O perito não cria e nem crê, isto é, insere no seu laudo os fatos e atos examinados e estudados, não fundado 
em simples suposições ou probabilidades, devendo apresentar suas conclusões com toda a objetividade, 
mantendo sempre a isenção e imparcialidade. 
9. Admite-se assessoramento no trabalho pericial, desde que sob controle e revisão do perito, que deve adotar 
os melhores critérios para expressar sua opinião de forma clara e categórica, em linguagem adequada, tendo 
presente que tais características e o estilo na confecção do laudo definem e denunciam seu autor. *Se for 
usar linguagem técnica, colocar significado entre parênteses. 
10. Todos os quesitos devem receber respostas esclarecedoras e fundamentadas, evitando-se simples 
afirmativas ou negativas (expressões “sim” ou “não”). *Algumas questões eles solicitam respostas simples 
e objetivas. 
11. O perito deve evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, não admitindo, em 
nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato ou situação que possa comprometer sua 
independência intelectual e profissional. 
12. O perito deve arbitrar seus honorários mediante petição ao juiz, em que indicará o tempo despendido e a 
complexidade do trabalho. É vedado auferir honorários diretamente das partes, qualquer que seja e a 
qualquer título. *Unidade de pagamento de acordo com a complexidade do caso. 
13. O perito, cônscio de sua responsabilidade e da distinção que lhe foi conferida, deve zelar por suas 
prerrogativas, usando-as moderadamente e nos limites de sua função, fazendo-se respeitar como auxiliar 
da justiça e agindo sempre com seriedade e discrição, observando o sigilo necessário do que apurar ou 
souber. 
 
Perito médico x Médico assistente 
A atividade médico-pericial é especialmente particular, pois difere frontalmente da atividade da medicina 
assistencial. Nesta, há a necessidade de um estreito vínculo médico-paciente; naquela, assume o papel de juiz. 
No entanto, nada impede ao profissional, sob o ponto de vista ético-legal, desempenhar seu papel de médico e 
seu papel de perito médico. Evidentemente, deve evitar periciar situações em que haja constrangimento ou 
impedimento, visando afastar a suspeita de legislar em próprio interesse. 
 
Médico perito 
O médico perito deve estar atento à ética particular de sua atividade. Precisa ter em mente que, ao contrário da 
medicina assistencial, em que o médico está sempre em estreito vínculo profissional com o paciente, o médico 
perito é colocado pela instituição seguradora como um juiz, devendo manter um equilíbrio adequado entre as 
postulações desejadas e as possibilidades da lei vigente que ele deve conhecer. 
Deve estar preparado parareconhecer o direito, concedendo o que deva ser concedido, mas negar as pretensões 
ilegítimas, fruto de desejos pecuniários sem abrigo na lei constituída. 
 
Médico assistente 
Na relação com o médico assistente, o paciente retrata toda a sua intimidade, tem todo o interesse de informar 
detalhes sobre os seus sintomas, angústias e outros. Ao contrário da relação pericial, o periciando normalmente 
aborda os sintomas e outras informações pertinentes naquela ocasião, podendo até omitir ou distorcer informações 
necessárias à conclusão pericial. 
É eticamente recomendado que o médico assistente não utilize nos atestados médicos o termo incapacidade 
laborativa, termo que é prerrogativa da elaboração de laudos periciais, segundo o Parecer nº 72/06 do Conselho 
Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul acerca da relação médico assistencial versus médico 
perito. *Quem emite laudo e prevê o tempo de afastamento é a perícia médica. 
 
Áreas de atuação profissional 
• Administrativa: contratados da prefeitura para avaliação laboral, admicional, demicional. 
• Judicial/forense 
• Médico-legal 
• Previdenciária 
• Securitária: DPVAT 
 
Perícia administrativa 
Exame médico-pericial realizado no servidor público, regido por estatuto ou regimento próprio, contribuinte de 
órgão previdenciário também próprio, de uma unidade administrativa, seja federal, estadual ou municipal. 
Destina-se aos servidores públicos civis e militares, os quais são avaliados quanto á capacidade laboral mediante 
exame pericial pelo órgão competente. 
Atua como ferramenta imprescindível para o equilíbrio social e financeiro das instituições. 
 
Perícia judicial/forense 
É o meio de prova realizada por profissional da medicina legalmente habilitado, visando informar e esclarecer 
alguma autoridade sobre fato próprio de sua especificidade funcional, no interesse da justiça e da administração. 
As perícias forenses têm o objetivo de instruir ações judiciais em curso que requerem a produção da prova pericial 
médica. 
 
Perícia médico legal 
É um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de 
interesse da justiça, ou um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a 
existência ou não de certos acontecimentos capazes de interferir na decisão de uma questão judiciária ligada à 
vida ou à saúde do homem. Segundo a definição de Maranhão (1989, p.27), é o uso de conhecimentos médicos e 
biológicos a serviço do direito constituído e do direito constituendo, isto é, aplica-se tanto na elaboração quanto 
na aplicação das leis. Medicina legal é, portanto, a ciência médica a serviço da justiça. 
 
Perícia previdenciária 
Tem por finalidade precípua a emissão de parecer técnico conclusivo, quando da avaliação da incapacidade 
laborativa, em face de situações previstas em lei; faz análises sobre o requerimento dos benefícios referentes à 
aposentadoria especial, do enquadramento do Benefício de Prestação Continuada/Lei Orgânica de Assistência 
Social e dos portadores da síndrome de talidomida; assesora as procuradorias e juntas de recurso com o 
acompanhamento de processos judiciais, emitindo parecer técnico em juízo, quando convocado ou indicado como 
assistente técnico do INSS. 
Homologa as concessões do auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e o acréscimo de 25%; avalia o 
dependente maior inválido, bem como delega competências de acordo com os atos vigentes; trabalha em conjunto 
com a fiscalização na identificação da presença e agentes nocivos nos ambientes de trabalho e estabelece nexo 
causal entre as doenças do trabalho; atua como um dos setores mais importantes da Seguridade Social. 
 
Perícia securitária 
A perícia securitária constitui procedimento técnico diretamente ligado à medicina de seguros e ao ramo de seguro 
de pessoas. 
Faz avaliação de doenças preexistentes, valoração de danos para indenização e avaliações excludentes de 
pagamento (suicídio/acidente). 
Os peritos desta área podem atuar como assistentes técnicos em ações judiciais. 
 
Preceitos desejáveis da atuação médico-pericial 
1. Evitar conclusões intuitivas e precipitadas; 
2. Falar pouco e em tom sério; 
3. Agir com modéstia e sem vaidade; 
4. Manter o sigilo exigido; 
5. Ter autoridade para ser acreditado; 
6. Ser livre para agir com isenção; 
7. Não aceitar a intromissão de ninguém; 
8. Ser honesto e ter vida pessoal correta; 
9. Ter coragem para decidir; 
10. Ser competente para ser respeitado. 
 
Resolução CFM nº 1.497/98 
Art. 1º Determinar que o médico nomeado perito execute e cumpra o encargo, no prazo que lhe for determinado, 
mantendo-se sempre atento às suas responsabilidades ética, administrativa, penal e civil. Parágrafo único – O 
médico fará jus aos honorários decorrentes do serviço prestado. 
 
Art. 2º O médico designado perito pode, todavia, nos termos do artigo 424 do Código de Processo Civil, escusar-
se do encargo alegando motivo legítimo. 
 
Art. 424 O perito pode ser substituído quando: 
I – carecer de conhecimento técnico ou científico; 
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado. 
 
*Parte criminal: prazo de 10 dias para aceitar ou não o processo, aí tem o prazo para intimar e marcar a perícia, 
após a avaliação do periciado tem 15 dias para entregar o laudo e protocolar na secretaria do fórum da cidade (se 
não tiver assinatura eletrônica).

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