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A herança multifatorial é uma complexa correlação dos fatores genéticos e ambientais e, como o próprio nome já diz, esse modelo de herança manifesta-se suas características devido inúmeros fatores envolvidos. A base química que os genes contêm terá sua característica configurada dentro do ambiente. Pode-se dizer que gene e ambiente são inseparáveis. Uma herança genética pode manifestar-se em determinado ambiente e em outro não. Doenças na idade adulta como câncer, coração e diabetes, não são causadas por alteração de um único gene ou apenas anomalias nos cromossomos, resultam da interação complexa com fatores ambientais. Para entendermos a influência do ambiente no desenvolvimento de uma doença, como a coronariana, ressalta-se que o tabagismo e a obesidade são fatores ambientais que aumentam o risco de desenvolver a doença; já exercícios físicos e dieta equilabrada com baixo teor de gorduras diminuem o risco (PRIMON, 2016). Nos distúrbios mentais e doenças mentais os diversos processos patológicos afetam a função do sistema nervoso central e podem ter causas genéticas e ambientais. As causas ambientais podem ser no desenvolvimento como uso de álcool e drogas pela gestante, infecções como rubéola, sífilis entre outras, desnutrição materna e fetal, bebês prematuros. Depois do nascimento podem ser causadas por envenenamento, traumas e infecções (PRIMON, 2016). Casos de deficiência intelectual podem ter causas genéticas em consequências de síndromes ou alterações cromossômicas, ou resultando da interação de fatores genéticos e ambientais. As malformações congênitas caracterizam-se por anomalias estruturais e funcionais do recém-nascido, manifestadas ou latentes. O Lábio Leporino/Fenda Palatina, defeitos de Fechamento do Tubo Neural, Espinha Bífida ocorrem devido heranças genéticas, doenças maternas preexistentes ou adquiridas no início da gestação e consumo de medicamento nos primeiros meses da gravidez (PRIMON, 2016). A genética do comportamento estuda as características normais e patológicas dos mecanismos genéticos e neurobiológicos. A discussão do que é normal é ampla, pois ao olhar de uma sociedade algo pode ser considerado normal e, em outra não. As reações e atitudes de um indivíduo pode ser determinado por fatores internos que são influenciados pelo contexto ambiental. Um comportamento compreende vários genes e, mutações sofridas por alguns desses genes irá influenciar o comportamento. “Podemos afirmar que, apesar de qualquer um dos muitos genes poder perturbar o desenvolvimento do comportamento, existe uma faixa normal de variação comportamental que é coordenada por um sistema de muitos genes, cada um deles com um pequeno defeito” (PRIMON, 2016 p. 180) Características normais do comportamento que sofrem influência genética como a inteligência, personalidade e homossexualidade podem ser citadas. Segundo Primon (2016), a homossexualidade é definida como o padrão de atração erótica ou atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo. O sentimento de pertencer a um gênero ou outro, ser homo, bi, ou heterossexual, diz respeito ao indivíduo e, não se sabe a razão dessa pertença. Alguns estudiosos acreditam ser a interação entre ação dos genes e fatores ambientais, a herança multifatorial. Segundo El-Hania, Moreira, Souza, Andrade, Silva, Forastieri, Mott & Pereira, (1997) estudos realizados por Deam Hamer, resultaram em forte evidência da contribuição de fatores genéticos para orientação sexual. No livro com título “A Ciência do Comportamento: A busca do gene gay e a biologia do comportamento”, publicado em 1994, apesar de se buscar um gene que determine a orientação sexual, é improvável que um único gene seja determinista. É mais plausível que os fatores genéticos tenham uma participação apenas indireta, relacionando-se a traços comportamentais que interagem por outras influencias de caráter psicossocial”. (EL-HANI et al, 2017). EL-HANI, C.N,; MOREIRA, L.M.A,; SOUZA, A.L.M,; ANDRADE, C.P.; SILVA, M.S.; FORASTIERI, V.; MOTT, L.R.B.; PEREIRA, A.M. Conflitos e Perpectivas nas Relações entre Biologia e Cultura. Congresso Internacional de Saúde Mental, realizado em Canela-RS, de 1 a 4 de maio de 1997. Publicado em Interfaces (Salvador-BA), Vol.1, n. 1, pp. 10-16. Disponível em: https://www.academia.edu/506351/Conflitos_e_perspectivas_nas_rela%C3%A7%C3%B5es_entre_biologia_e_cultura. Acesso em: 08/04/2001 PRIMON, Cátia Sueli Fernandes. Bases Biológicas do Comportamento. Londrina. Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2016.
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