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RESUMO PSICOLOGIA

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RESUMO PSICOLOGIA 
A MEDICINA DA PESSOA 
Mudanças ao longo da história: 
• Intuitiva 
• Natural 
• Mística/sobrenatural 
RENASCENÇA 
“Natureza é a mãe de todos os autores” - Da Vinci 
 Importância do estudo empírico e da 
observação 
 Confronto com a verdade baseada na autoridade 
RACIONALISMO E EMPIRISMO 
Raciocínio dedutivo, analítico e matemático 
VS 
Raciocínio empírico e indutivo 
Dúvida em relação ao conhecimento existente e crença 
em uma ordem passível de descoberta 
Rene descartes – dualismo ontológico e metodológico 
(pressupõe que as matérias mentais e físicas são 
diferentes) 
A MEDICINA CIENTIFICA 
Robert Koch – desenvolvimento da microbiologia 
Louis Pasteur – teoria microbiológica da doença 
Claude Bernard – medicina experimental 
Rudolf virchow – patologia celular 
MODELO BIOMÉDICO 
Exclusão do psíquico e perda da visão integral do 
adoecer 
Doença deveria ser compreendida com base na 
decomposição do complexo em partes mais simples 
Processos psíquicos reduzidos a processos 
microbiológicos ou a química do cérebro 
Fenômenos psicológicos  foco das ciências humanas; 
abordagens consideradas não-cientificas 
Teoria da evolução das espécies – comportamento 
humano é fenômeno natural 
DIVISÃO DE FOUCAULT 
Medicina das espécies  descrição de espécies 
nosológicas (doença como “ser”) 
Medicina clínica (séc. XVIII)  sintomas como problemas 
dinâmicos, sinais indicativos de um quadro patológico 
Medicina dos tecidos (séc. XIII-XIX)  teoria 
anatomoclínica (crença na objetividade) 
Medicina: conjunção de sintomas 
O MODELO BIOMÉDICO E A FORMAÇÃO MÉDICA 
• Foco nos aspectos biológicos e exclusão dos 
psicossocioculturais 
• Tecnicismo e superespecialização 
• Complexo de Procrusto – cortava membros 
para que viajantes “coubessem” na cama 
• Holismo ingênuo – modelo biopsicossocial; ideia 
de que existe inter-relação entre processos 
psíquicos e biológicos 
O RESGATE DO PSICOLÓGICO 
Freud – teoria psicanalista dos problemas mentais  
elucidação dos mecanismos inconscientes e os conceitos 
de transferência/contra; conversão de uma memória em 
sintoma físico 
Transferência e contratransferência 
Atribuímos coisas aos outros que dizem respeito ao 
nosso conteúdo inconsciente 
Contribuiu para o desenvolvimento da medicina 
psicossomática – relação entre sofrimento psicológico e 
sintomas físicos (introduzida na medicina por Franz 
Alexander) 
Michael Balint – incorporou o conhecimento psicanalítico 
à prática médica (grupos Balint) 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SUBJETIVIDADE 
Consciência ligada a propriedade de perceber que eu 
sinto 
PSIQUISMO 
É a percepção/sensorialidade 
Afeto / emoções / sentimentos – nomeamos emoções 
igualmente, mas os sentimentos são diferentes (ex: 
frustração / raiva)  nas duas existem afetos negativos 
e ações negativas 
 
Pensamentos / ideias 
Memória – registro das atividades 
SENSAÇÃO X PERCEPÇÃO 
Percepção depende de coisas externas, a percepção 
física básica não é perfeita 
A maior parte das relações entre elementos 
fundamentais do psiquismo é inconsciente, mas algumas 
são conscientes 
 
 
LINGUAGEM E O PSIQUISMO 
A linguagem é composta por palavras e seus significados, 
além dos elementos de conexão entre elas 
Pode depender também do contexto não-verbal ou 
elementos para linguísticos 
Importante saber quem fala e como fala  
características da expressão verbal e estado afetivo 
 
Pode ser algo horrível ou um lugar em que a pessoa se 
sente confortável 
A DEFESA CONTRA AS ANGUSTIAS 
Todo evento vivenciado imprime em nosso psiquismo 
traços de memória e significação 
Em alguns casos, o sistema psíquico utiliza estratégias 
para lidar ou se defender das ideias e afetos despertados 
pelas vivencias atuais 
MECANISMOS DE DEFESA – conjunto de operações com 
a função de reduzir / suprimir conteúdos de desequilíbrio 
protegendo a integridade do aparelho psíquico; alteram 
a percepção, comportamento, memória, sensação; são 
comuns e não necessariamente patológicos 
REPRESSÃO OU RECALQUE 
• Supressão de parte do conteúdo da consciência, 
alterando a percepção e memória dos fatos e a 
tomada de decisão consciente; pode incluir 
deslocamento do afeto 
Ex: brigar com a esposa na véspera de um feriado 
fazendo com que uma viagem não desejada seja 
cancelada e culpabilizando a parceira pela perda do 
compromisso 
NEGAÇÃO 
• Estratégias de recusa ou negação de uma 
realidade, ou de um conteúdo interno, de forma 
a tentar evitar enfrentar uma vivencia dolorosa 
ou geradora de angustia 
Ex: Paciente se nega a aceitar um diagnóstico e busca 
repetidas consultas e exames com diferentes 
profissionais, ou mesmo passa a agir como se nada 
estivesse acontecendo 
 A pessoa se nega a aceitar que um relacionamento 
terminou e cria fantasias sobre a pessoa desejada estar 
apenas precisando de um tempo ou de outras 
experiências para retornar 
PROJEÇÃO 
• A pessoa desloca para outros os conteúdos, 
sentimentos, desejo, ideias, sobre si mesmo que 
geram angustia ou que nega 
Ex: Perceber a corrupção nos outros embora apresente 
uma grande tendência a ser corrompido 
 Atribuir a falta de interesse dos outros sobre si, 
quando a própria pessoa tem dificuldade em aceitar suas 
características 
 Atribuir preocupações e medos nos outros, enquanto 
não observa seus próprios medos 
FORMAÇÃO REATIVA 
• Expressão de um sentimento ou ideia contrário 
ao conteúdo recalcado; direcionada a outras 
pessoas ou a si mesmo 
Ex: Exprimir alegria em excesso ou raiva ao 
experimentar sentimentos de medo e angustia 
 Aversão a pessoas que tem sucesso devido a uma 
insatisfação com o sucesso pessoal 
 Aumento de postagens felizes nas redes sociais ao 
enfrentar uma perda importante e dolorosa 
RACIONALIZAÇÃO 
• Oferecer explicações racionais que não 
condizem com os fatos ou sentimentos originais 
que motivaram ou que desviem a atenção 
destes conteúdos 
Ex: Estudar todos os aspectos técnicos de um 
tratamento para evitar entrar em contato com 
sentimentos de medo e angustia 
 Oferecer explicações inventadas sobre a falta de 
engajamento no tratamento, de forma a evitar de entrar 
em contato com sentimentos angustiantes 
 Explicar o fracasso em um processo seletivo dizendo 
que “não era o que eu queria” 
SUBLIMAÇÃO 
• Desviar os impulsos ou conteúdos dolorosos 
para pensamentos, sentimentos ou 
comportamentos 
Ex: Individuo com tendências agressivas se torna um 
soldado 
ANGUSTIAS E MECANISMOS DE DEFESA DO 
PROFISSIONAL 
Mecanismos de defesa são parte fundamental do 
psiquismo e não são necessariamente patológicos 
Como o profissional lida com essas situações 
• Envolvimento exagerado 
• Distanciamento emocional 
• Automatismo 
• Insegurança 
• Irritação 
TRANSFERÊNCIA 
Processos pelos quais desejos inconscientes se atualizam 
sobre determinados objetos no quadro de certos tipos 
de relações estabelecidas por ele 
Repetição de protótipos infantis sentidos como 
atualizados 
Modo padrão de lidar com a vida que reaparece em 
diferentes contextos, distantes do momento inicial de 
aprendizagem 
CONTRATRANSFERÊNCIA 
Reações emocionais do profissional em relação ao 
paciente 
Parte intrínseca da relação médico-paciente; o que se 
faz a partir das reações emocionais é que é relevante 
A compreensão dos motivos pelos quais o fato ocorre 
ou pelo qual o profissional erage de certa forma pode 
ajudar a reelaborar a situação, produzindo ações mais 
efetivas no sentido terapêutico e humano 
MODELOS DE COMUNICAÇÃO 
Passagem de informações de um organismo ao outro 
Pode servir para informar sobre o ambiente ou sobre 
um estado especifico do organismo 
Alguns animais podem aprender a comunicação por 
símbolos 
 
Significado deriva das dinâmicas interacionais e 
intersubjetivas 
A comunicação não apenas constitui-se nas inter-
relações, mas participam doprocesso de constituição 
dos sujeitos 
COMUNICAÇÃO E HUMANIZAÇÃO 
É um processo – caso amala e kamala (viviam como 
animais) 
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO NA RELAÇÃO COM O 
OUTRO 
Relações são a base constitutiva do sujeito social – 
incorporamos sempre relações 
EXEMPLOS 
Mae acolhedora – reconhece e acalma o bebe, com voz 
tranquila e segura, enquanto procura alguma forma de 
confortar o estresse do bebê 
Bebe aprende – existe alguma ameaça, no entanto 
existe alguém que é capaz de se manter estável diante 
da mesma enquanto busca uma forma de resolvê-la. A 
ameaça pode ser resolvida 
Mãe ansiosa – desesperadamente busca acalmar o bebe, 
pode se estressar e desesperar, amplificando a resposta 
de ansiedade 
Bebe aprende – a possível ameaça é realmente 
ameaçadora e com poucas possibilidades de eliminar, 
devendo ser eliminada a qualquer custo 
Os padrões relacionais (sociais) moldam os padrões 
interacionais das pessoas com seu mundo externo e 
interno 
WILFRED BION – RÊVERIE MATERNA  capacidade de 
tolerar a identificação projetiva do pânico, contendo e 
transformando essa emoção (caótica), fazendo com que 
o bebê “receba de volta sua personalidade” de maneira 
tolerável 
Esse tipo de relação permite uma evolução no padrão 
emocional e pode ser tomado como uma visão do que 
seria a humanização 
Oposição à humanização estereotipada – 
comportamentos que aparentam ou se assemelham à 
preocupação, cuidado e continência, no entanto não 
produzem essa função 
A CULTURA E O DESENVOLVIMENTO MORAL E 
ÉTICO 
Ser humano no nascimento – imaturidade e plasticidade 
Sujeito se constitui no processo de transmissão cultural 
Heranças culturais no nível técnico, ético, estético e 
emocional 
Bondade “inata” ou moral aprendida  internalização da 
punição 
Implicação da vida emocional para a ética e a moral  
empatia e sentimentos morais 
COMUNICAÇÃO EM SAÚDE 
Razões 
• Melhoria nas habilidades de explicitar as histórias 
e preocupações dos pacientes e de transmitir 
informações 
• Aumento dos conflitos entre pacientes e 
médicos relacionada a uma maior “consciência” 
do paciente como consumidor 
• Mercantilização da saúde – como melhorar a 
satisfação paciente/cliente 
• Padrões de comunicação afetam a evolução e 
cuidado dos pacientes (efeitos sobre a adesão 
ao tratamento, satisfação e até evoluções 
biomédicas) 
• Comunicação ruim interfere na habilidade do 
paciente em lidar com a ansiedade, entender 
suas opções e tomar decisões sobre o processo 
terapêutico 
• Necessidade da melhora da comunicação entre 
profissionais em um cenário de especialização 
DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO 
Percepção ética, estética e emocional 
Depende do conhecimento sobre os fatores que 
constituem a pessoa e como esses fatores influenciam 
no processo de saúde e doença 
O QUE É RELEVANTE? 
• Percepção do outro 
• Percepção da dinâmica emocional presente na 
relação 
• Manutenção de uma postura ética 
• Compreensão dos aspectos estéticos e sua 
influência no processo 
Comunicação como habilidade – pode ser treinada e 
desenvolvida 
Entrevista – modelo biomédico ou biopsicossocial 
 Biomédico – centrado nos aspectos biológicos; 
baseia-se nos conhecimentos sobre anatomia, 
fisiologia e fisiopatologia 
 Biopsicossocial – pessoa e processo de adoecer; 
inclui as dinâmicas dos mecanismos 
Como se preparar para uma compreensão biopsicossocial 
 Disciplinas acadêmicas, como filosofia / psicologia 
e sociologia 
 Artes – nos fornecem exemplos de vivencias e 
perspectivas 
DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES DE 
RELACIONAMENTO 
• Possibilidade iminente de ansiedade 
• Necessidade de reconhecimento 
• Importância de considerar os níveis de ansiedade 
Envolve reconhecer as diferentes possíveis perspectivas 
sobre um fato 
Em certos contextos não há necessidade ou possibilidade 
de consenso, apenas a compreensão da perspectiva do 
outro 
 
CONTINÊNCIA 
Capacidades de permanecer com aquilo que é, sem 
tentativas prematuras de se “resolver” ou de “se livrar” 
Envolve principalmente uma dificuldade de permanecer 
com situação angustiantes, mas pode ser também a 
convivência paciente com uma expectativa positiva 
EMPATIA 
Sintonia emocional com o que ocorre com o outro, por 
meio de uma aproximação vivencial – diferente da 
identificação 
Perspectiva, autoconsciência, consciência do outro, 
flexibilidade, reavaliação da emoção, além da expressão 
verbal e não verbal 
Possibilita a compreensão do sentimento do outro e a 
tomada de medidas que possam minorar o sofrimento 
Não confundir com reasseguramento 
Na comunicação é importante cuidar tanto da linguagem 
quanto dos componentes para linguísticos e não-verbais

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