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didatica aplicada pessoas com deficiencia

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Prévia do material em texto

Didática Aplicada 
à Pessoas com 
Deficiência
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Sueli Yngaunis
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Deficiência e Educação: Contexto
• De Qual Lugar Falamos como Professores:
• Revendo Conceitos-chave;
• Educação Especial ou Educação Inclusiva?
• Reconhecer o papel ativo do professor na Educação Inclusiva;
• Reconhecer e valorizar as diferentes formas de comunicação e de aprendizado dos 
alunos com defi ciência;
• Desenvolver habilidades de pesquisar novas formas de intervenção em sala de aula, 
considerando a especifi cidade de cada aluno.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Defi ciência e Educação: Contexto
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Deficiência e Educação: Contexto
De Qual Lugar Falamos como Professores?
Se você fizer uma busca nos sites de pesquisa disponíveis na internet, encontra-
rá muitas coisas sobre deficiência como, por exemplo, a legislação, artigos médicos, 
conceitos e tipos de deficiência, artigos escritos por pesquisadores de várias áreas 
do conhecimento; porém, se prestar mais atenção, perceberá que majoritariamente 
se tratam de pesquisas e relatos de quem aprende agora com o tema, no exercício 
de suas profissões. E a maioria foi escrita por especialistas, muito pouco por pesso-
as com deficiência. É alguém que tenta encontrar a melhor forma de proceder com 
a pessoa com deficiência, na sua área de atuação.
Então vêm as seguintes perguntas: o que escrever sobre didática aplicada à 
pessoa com deficiência? O que aplicaremos? Temos que encontrar alguma 
fórmula mágica que resolverá todas as dificuldades do aluno com deficiência? 
Por que a dificuldade de um aluno que não tem deficiência é mais aceitável, 
do que a do aluno que tem deficiência?
A culpa dessa dificuldade é da doença. Sim, a deficiência sempre foi vista como 
uma doença, um mal que deve ser curado. Refletiremos sobre os estereótipos que 
aprendemos ao longo de nossas vidas? Vamos nos lembrar que a maioria dos pro-
fessores que chegam às salas de aula sequer teve qualquer formação sobre como 
proceder se tiver um aluno surdo ou cego em sua sala de aula, e que as dificulda-
des deixam de ser somente do estudante, passando também a ser compartilhadas 
pelo professor, o que configura excelente oportunidade de aprendizado para todos; 
muitas vezes causa desconforto, pois significa repensar as práticas docentes que 
costumam dar certo para a grande maioria.
Pensar estratégias práticas de ensino para alunos com deficiência pressupõe po-
tencializar a aprendizagem desses estudantes, a partir das especificidades de cada 
um, uma vez que diferentes tipos de deficiência acarretam desafios e dificuldades 
inerentes ao tipo de comprometimento que a deficiência impõe e essas dificuldades 
são causadas pela ausência dos recursos necessários para a equiparação de opor-
tunidades – que devem ser iguais para todos.
Ou seja, não é a deficiência em si que coloca a pessoa em desvantagem, mas sim 
o fato de não lhe ser disponibilizadas as condições adequadas ao seu desempenho 
no ambiente escolar – para que este seja satisfatório.
Porém, é importante ressaltar que os desafios não existem somente para os alu-
nos com deficiência, mas também aos professores que, na maioria das vezes, dão 
aulas para turmas regulares, precisando dar conta da tarefa de passar o conteúdo 
de sua disciplina tanto aos alunos com diferentes tipos de deficiência, como tam-
bém ao restante da turma. A pergunta que fica é: como dar conta dessa tarefa, 
em um ambiente onde a diversidade fica mais evidente, quando há alunos 
com deficiência na turma em que o professor dá aulas?
Tal questão é pertinente nos tempos atuais, já que vivemos em um momento 
de aprender fazendo, ou seja, devemos nos atentar que a inclusão é uma demanda 
8
9
recente na sociedade. Por milênios, as pessoas com deficiência ficaram à margem 
da coletividade – primeiramente foram eliminadas, depois segregadas em casas 
de assistência. A ausência de pessoas com deficiência nas ruas, escolas e na vida 
social poupou a sociedade em desenvolver maneiras e estratégias para lidar com 
essas pessoas, de modo que a sociedade não foi estruturada de forma a atender às 
necessidades específicas das pessoas com deficiência.
Esse contexto configurou uma situação de desvantagem para essas pessoas, as 
quais foram responsabilizadas por não conseguir o nível ideal de participação nas 
diversas atividades sociais; logo, a culpa pelo fracasso recaía sobre as quais – e isto 
ainda acontece nos dias atuais, quando a sociedade valoriza mais o que as pessoas 
com deficiência não conseguem fazer do que as suas competências.
Dois documentos foram importantes para que o mundo começasse a pensar em 
políticas públicas de Educação Inclusiva – sendo que Educação Especial e Educação 
Inclusiva são diferentes, embora estes termos sejam empregados como sinônimos.
O primeiro documento é a Declaração de Jomtien, assinada em 1990, afir-
mando que a Educação é um direito de todos; já a Declaração de Salamanca, 
assinada em 1994, recomenda que a Educação das pessoas com deficiência deve 
acontecer no ensino regular – e não separadamente.
A Declaração de Jomtien é um documento elaborado na Conferência Mundial sobre Edu-
cação para Todos, que aconteceu na Cidade de Jomtien, Tailândia, em 1990. Essa Declaração 
fornece definições e novas abordagens sobre as necessidades básicas de aprendizagem, com 
o objetivo de que os signatários desse documento assumissem o compromisso de garantir 
a todas as pessoas os conhecimentos básicos necessários a uma vida digna, visando a uma 
sociedade mais humana e justa. Confira o documento em: https://uni.cf/2FxL0o9
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Figura 1
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Deficiência e Educação: Contexto
A Declaração de Salamanca é um documento elaborado na Conferência Mundial sobre 
Educação Especial, em Salamanca, Espanha, em 1994. É considerada um dos principais 
documentos mundiais, com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a formulação e 
reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão social, 
consolidando a Educação Inclusiva. Confira este documento em: http://bit.ly/2sXfmxOEx
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O foco principal do professor deve ser as potencialidades do estudante com defi-
ciência – e não as suas limitações. O docente deve ter em mente que esse estudante 
vive as suas dificuldades desde o momento em que foi constatada a sua deficiência, 
seja qual for – visual, auditiva, intelectual e/ou física. Necessitou aprender a lidar 
com as suas dificuldades e encontrar caminhos alternativos para a resolução dos 
desafios que encontrava no dia a dia. As questões que ficam para o professor são: 
como lidar com o conteúdo, tornando-o acessível ao estudante com defici-
ência? Como esse estudante aprende? Como a informação lhe chega? Como 
consegue dar a sua devolutiva?
Se o professor usar os mesmos parâmetros empregados à grande maioria dos 
alunos, certamente colocará o estudante com deficiência em desvantagem – não 
porque este não aprendeu, mas porque não encontrou canais alternativos disponí-
veis, tanto de aprendizagem, quanto para demonstrar o que sabe.
Podemos elencar cinco pontos que merecem atenção no planejamento das au-
las, sendo importante:
• Conhecer as especificidades do tipo de deficiência;
• Conhecer as especificidades de cada aluno com deficiência;
• Conhecer os recursos de acessibilidade disponíveis para auxiliar no ensino;
• Conhecer os instrumentos alternativos de avaliação da aprendizagem;
• Descobrir como estimular a aprendizagem desses alunos.
Por exemplo, no Núcleo de Acessibilidade de uma instituição de Ensino Su-
perior é adotada uma entrevista inicial com o aluno que se matriculou em algum 
curso dessa universidade. O objetivo não é apenas saber qual é a sua deficiência, 
mas também o de conhecer a experiência anterior desse estudante, saber como 
foi o seu percurso nas escolas que frequentou. Muitas vezes o próprio aluno revela 
estratégias que podem ser adotadas pelos professores, relatando como aprende, 
assimila a informação, como consegue demonstrar o que aprendeu. O processo de 
inclusão na escola deve ser de construção coletiva, pois é conversando, observan-
do, trocando ideias que se torna possível encontrar um caminho viável para todos. 
É claro que com o estudante jovem ou adulto fica mais fácil, uma vez que já 
percorreu uma trajetória escolar, tendo o que contar. Para quem trabalha com Edu-
cação Básica, a experiência acontece no dia a dia, por meio da observação e apli-
cação das metodologias aprendidas. Porém, a flexibilidade e adaptação devem fazer 
parte da rotina docente, necessitando estar aberto para testar novas abordagens, 
assim como para as frustrações, pois não há metodologia única que atenda a todos.
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11
Neste sentido, reveja os seus paradigmas sobre o que é deficiência. Perceba que 
a nossa atenção pode estar mais voltada ao que a pessoa com deficiência não pode 
fazer – do que para as suas competências. Essa mudança de olhar foi proposta 
pela Union of the Phisically Impaired Against Segregation (Upias), no Reino 
Unido, uma organização fundada em 1972, por Paul Hunt, quem defendia a abor-
dagem social da deficiência em contraposição à abordagem médica, surgindo, en-
tão, o modelo social da deficiência (UNION OF THE PHISICALLY IMPAIRED 
AGAINST SEGREGATION, 1976). Para esse grupo não é a deficiência em si a 
causa da exclusão social, mas a forma como a sociedade responde ou interage com 
uma pessoa com deficiência. Com esse movimento, as pessoas com deficiência 
reivindicam que as suas vozes sejam ouvidas – e não apenas as dos especialistas.
O vídeo a seguir foi escolhido com a preocupação – docente – em saber se era legendado ou não 
– assim devemos pensar para poder atender às pessoas com deficiência auditiva – neste caso e 
vídeo é possível acionar a legenda no YouTube. Disponível em: https://youtu.be/jQKD5mIMJsM
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Em resumo, podemos concluir que a pessoa com deficiência não é incapaz, pois 
são as condições do ambiente que inviabilizam a sua participação na sociedade de 
forma plena. Assim, nós, professores, por exemplo, devemos analisar as condições 
da sala de aula, as nossas metodologias de aula, as condições da escola e encontrar 
meios para adequar tanto as aulas, como os espaços para as demandas dos alunos 
com deficiência.
Mas qual é o papel da escola na vida do estudante? O que é esperado do aluno 
após a escolarização? Deve conhecer os saberes que foram historicamente acumu-
lados; deve aprender a atuar de forma crítica nos processos deliberativos da socie-
dade; deve aprender a ser solidário e dialógico, respeitar e valorizar as diferenças no 
cotidiano. Como podemos criar estímulos para que os alunos possam desenvolver 
essas habilidades? Não basta dominar as disciplinas, mas se constituir como um ser 
social capaz de interagir com o ambiente em que se vive?
Não é diferente em relação ao aluno com deficiência, a única mudança reside 
nos recursos de acessibilidade e adaptação na didática e metodologia de aula – as-
pectos que serão necessários para que possa se desenvolver.
Por exemplo, há alunos surdos que alertam sobre a necessidade de os professo-
res explorarem mais os recursos imagéticos em suas aulas, afinal, o principal canal 
de absorção de informações desses estudantes é o visual. No entanto, acredita-se 
ainda que a simples presença do intérprete da língua de sinais – no Brasil, a Língua 
Brasileira de Sinais (Libras) – seja suficiente. Mas se assim fosse para todos, pode-
ríamos imaginar uma aula expositiva em que o professor só falasse em voz rítmica 
e mecânica, sem variação na entonação de voz ou outros ruídos característicos de 
uma sala de aula. Ao surdo resta apenas observar os movimentos constantes do 
intérprete que está à sua frente, perdendo o que acontece ao redor – pois precisa 
prestar atenção aos sinais.
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UNIDADE Deficiência e Educação: Contexto
Importante!
Segundo o Parágrafo único da Lei n.º 10.436, aprovada em 24 de abril de 2002, entende-se 
como Libras a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza 
visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de trans-
missão de ideias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas em nosso país.
Você Sabia?
Figura 2
Fonte: Getty Images
Revendo Conceitos-chave
É importante fazer uma distinção sobre alguns termos utilizados muitas vezes de 
forma leviana, ou seja, é necessário ter clareza sobre o que significa cada conceito. 
Assim, reveremos algumas palavras, não na forma de um glossário padrão, mas 
contextualizadas para a realidade da relação professor e aluno, a fim de que possa-
mos compreender melhor a nossa atuação em sala de aula.
Muito se diz sobre acessibilidade, mas a primeira imagem que deve vir às nos-
sas mentes pode ser a de uma rampa para cadeiras de rodas; igualmente a bengala 
é um instrumento de acessibilidade para o cego; o intérprete de Libras o é para um 
aluno surdo em sala de aula ou em algum espetáculo.
Ao nos referirmos a uma aula, a acessibilidade acontece quando é propiciado 
ao aluno com deficiência os recursos necessários para a sua participação plena na 
aula: se for um estudante cego, que possa receber a transcrição das figuras que o 
professor utilizar para ilustrar algum conteúdo abordado; se for um aluno surdo e 
o professor trouxer um vídeo, que este seja legendado; se se tratar de um discente 
com deficiência intelectual como, por exemplo, o autismo, que lhe seja propicia-
do um ambiente tranquilo e o ritmo da aula possa atender à sua necessidade. 
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Acessibilidade em sala de aula significa adotar medidas para que a informação 
possa chegar ao aluno com deficiência e seja assimilado por este; logo, saber como 
processa as informações e aprende é de suma importância.
O modelo médico da deficiência responsabiliza esta pelas limitações que a pes-
soa com deficiência tem; porém, como já vimos, não é a posição do modelo social 
da deficiência, o qual afirma serem as barreiras que a sociedade impõe que limitam 
a participação de pessoa com deficiência em condições de igualdade. 
Mas o que significam condiçõesde igualdade? Equidade, ou seja, não se trata de 
disponibilizar o mesmo recurso para todos, mas segundo a sua necessidade, para 
que todos participem em pé de igualdade. Por exemplo, um aluno cego pode muito 
bem fazer uma prova sozinho se lhe for dado um computador com software de 
voz, para que possa realizar a avaliação com autonomia, por meio do computador. 
Quando esse recurso não é disponibilizado, configura uma barreira para que esse 
estudante possa realizar a prova – tal como a ausência do intérprete de Libras em 
sala de aula impede que o aluno surdo possa acompanhar o professor.
Igualdade e Equidade, disponível em: http://bit.ly/36phkp2
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Acessibilidade: segundo a Lei brasileira da inclusão, trata-se da possibilidade e condição de 
alcance para a utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamen-
tos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive os seus sistemas 
e as suas tecnologias, bem como de outras instalações e serviços abertos ao público, de uso 
público, coletivo ou privado, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência 
ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2015).
Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça 
a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à 
acessibilidade, liberdade de movimento e expressão, comunicação, ao acesso à informação, 
à compreensão, circulação com segurança, entre outros aspectos (BRASIL, 2015).
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Quando mencionamos barreiras, não são apenas físicas, presença ou ausência 
de algum recurso de tecnologia assistiva ou de acessibilidade arquitetônica. A Lei 
brasileira de inclusão (BRASIL, 2015) menciona seis tipos de barreiras: urbanísti-
cas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações, atitudinais e tecnológicas. 
Na área da Educação interessa para a nossa atuação como docentes prestar mais 
atenção nas barreiras nas comunicações e atitudinais.
Segundo a Lei brasileira de inclusão, entende-se como barreiras nas comunica-
ções “[...] qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou 
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por 
intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação”. (BRASIL, 
2015) Por exemplo, uma aula acontece em determinado horário e lugar, quan-
do o professor transmite informações aos alunos, caracterizando um processo de 
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UNIDADE Deficiência e Educação: Contexto
ensino, que é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos. Se houver 
algo que impeça o aluno com deficiência de receber essas informações, configura-
-se uma barreira de comunicação – não apenas do que o professor fala em sala de 
aula, mas também em relação ao material didático disponibilizado.
Já a barreira atitudinal aparece quando existem atitudes ou comportamentos 
impedindo que pessoas com deficiência participem da sociedade em igualdade 
de condições e oportunidades com as demais pessoas. Por exemplo, quando um 
professor não adapta a sua aula para atender a uma necessidade específica de 
um aluno com deficiência pode se configurar em uma barreira atitudinal. Porém, 
frise-se que o professor sozinho não consegue dar conta desse desafio, necessi-
tando receber o suporte da instituição, em que todos estejam comprometidos em 
encontrar soluções para garantir a plena participação desse estudante em todas 
as atividades acadêmicas.
Seguindo com o nosso glossário contextualizado, discorreremos sobre 
comunicação sob o ponto de vista da Educação Inclusiva, dado que este termo é 
citado na Lei brasileira da inclusão (Lei n.º 13.146).
Comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as lín-
guas, inclusive a Libras, visualização de textos, o Braille, sistema de sinalização ou de co-
municação tátil, os caracteres ampliados, dispositivos multimídia, assim como a linguagem 
simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e meios de voz digitalizados e os modos, meios 
e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da infor-
mação e das comunicações (BRASIL, 2015).
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Já mencionamos as barreiras de comunicação, de modo que veremos as formas 
de comunicação que podem e devem ser adotadas para que pessoas com defici-
ência possam acessar a informação transmitida em qualquer atividade acadêmica.
Quando um dos sentidos está comprometido, é necessário adotar formas de co-
municação alternativas. No caso da deficiência visual, pode variar desde algum tipo 
de baixa visão até a cegueira total, esta última pode demandar material em Braille, 
quando o aluno foi alfabetizado em Braille, ou mesmo o uso de um computador 
com software de voz, que possibilite a conversão de textos escritos para a síntese 
de voz, para áudio, permitindo que a pessoa com deficiência visual possa gerenciar 
computadores. Porém, uma pessoa com baixa visão poderá demandar diferentes 
tipos de recursos; são pessoas que não conseguem enxergar os detalhes do dia a 
dia como, por exemplo, um aluno pode enxergar a lousa, mas não conseguir ler o 
que está escrito nessa – em tais casos é necessário pensar em material com fonte 
ampliada, por exemplo.
O que é visão subnormal ou baixa visão? disponível em: http://bit.ly/2QQ4pG4
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O próximo conceito que abordaremos será adaptações razoáveis, que são as 
modificações e os ajustes que podem ser adotados, sem grande ônus, para que as 
pessoas com deficiência consigam desempenhar – em igualdade de condições – as 
atividades do cotidiano. 
Quando nós, professores, preparamos uma avaliação e providenciamos a sua 
impressão, talvez precisemos imprimir algumas com fontes ampliadas como, por 
exemplo, fonte Arial 18. Com tal providência o aluno com baixa visão e que es-
colheu esse tamanho de fonte poderá realizar a sua prova com autonomia. É um 
exemplo de adaptação razoável, uma vez que não demanda grandes mudanças.
Em outro exemplo, um aluno surdo que foi alfabetizado na língua de sinais e 
que não domine a língua portuguesa, pode ter dificuldade em entender enunciados 
longos e com muitas palavras abstratas, por isso, a presença do intérprete é impor-
tante; no entanto, outra adaptação razoável nesse caso pode ser permitir ao aluno 
responder às perguntas da prova por meio da língua de sinais; as escolhas depen-
derão do modo como a instituição de ensino organizou as práticas pedagógicas – o 
quarto Capítulo da Lei brasileira da inclusão, especificamente em seu Artigo 28, 
prevê essa adaptação:
V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que 
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com 
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a 
aprendizagem em instituições de ensino.
Tais medidas individualizadas são consideradas adaptações razoáveis.
Com este tópico esperamos ter estimulado a reflexão sobre o uso desses concei-
tos na prática docente. O objetivo não foi técnico, pois paralelamente há discussões 
sobre as tecnologias assistivas disponíveis, sendo fundamental acompanhar estas 
novidades, pois muitos aplicativos que fornecem auxílio para vários tipos de defici-
ências sensoriais têm surgido.
Educação Especial ou Educação Inclusiva? 
Receber alunos com deficiência e realizar as adaptações necessárias significa 
lidar com as diferenças dos estudantes e as suas limitações em sala de aula, sendo 
o atendimento educacional especializado garantido pelo Artigo 208 da Constitui-
ção Federal, significando que aprender não é responsabilidade somente do aluno, 
devendo ser compartilhada com os pais e com os professores – assim como o cur-
rículo deve receber as adaptações necessárias. 
A Educação Inclusiva implica na inclusão de alunos com necessidades especiais 
na escola regular; embora existam muitas controvérsias a respeito, é importante 
que você assista ao vídeo sobre a política nacional para a Educação Inclusiva: 
15
UNIDADE Deficiência e Educação:Contexto
avanços e desafios – indicado no Material Complementar desta Unidade –, a fim 
de conhecer a opinião de pesquisadores que defendem essa abordagem. 
A Educação Inclusiva não dispensa o atendimento educacional especializado, 
que auxiliará o aluno em suas necessidades especiais, tais como aprender Braille, 
saber lidar com o material digitalizado etc. Mas o conhecimento é transmitido pelo 
professor da disciplina – e não pelo docente responsável pelo atendimento educa-
cional especializado.
Atendimento Educacional Especializado  (AEE): é um serviço da Educação Especial que 
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as bar-
reiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas 
(BRASIL, 2008).
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Já a Educação Especial pressupõe que o estudante que tenha algum tipo de de-
ficiência seja educado em uma sala especial, separado dos demais alunos. Porém, 
devemos nos atentar que a sala de aula é o espaço onde os estudantes podem 
socializar as suas experiências com os seus colegas, favorecendo o seu desenvolvi-
mento afetivo, cognitivo e social; portanto, a convivência do estudante com defici-
ência com os demais alunos é enriquecedora para todos, inclusive para o professor, 
que terá a oportunidade para desenvolver um olhar diferenciado para ensinar esses 
alunos, sem se esquecer que o seu papel é o de estimular o estudante a aprender, 
respeitando a forma como aprende.
Embora ambas as denominações sejam largamente utilizadas, o importante para 
esta Disciplina é que lhe fique claro que não existem “receitas de bolo” para a Edu-
cação Inclusiva ou Especial; afinal, se todos os seres humanos são diferentes entre 
si, tornam-se necessárias medidas individualizadas. Embora isto possa assustar o 
professor que venha a ter uma turma numerosa, verá que com o tempo a sua prá-
tica docente incorporará aos poucos as necessidades que identificar no aluno com 
deficiência.
A inclusão se constrói dia a dia, experimentando, inovando, criando, de modo 
que algumas estratégias funcionarão e outras não. Mas vale registrar essas experi-
ências e respeitar as diferenças de cada um.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Diálogos | Educação Especial e Inclusiva
https://youtu.be/iaPpSYGm7Ww
A política nacional para a Educação Inclusiva: avanços e desafios – legendado 
https://youtu.be/NgLUGoaYjtU
 Leitura
Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015 
Lei brasileira de inclusão
http://bit.ly/31JStZV
O papel do professor da Educação Especial na construção e no desenvolvimento do projeto político 
pedagógico da escola
http://bit.ly/2T2ZtR9
17
UNIDADE Deficiência e Educação: Contexto
Referências
BRASIL. Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei brasileira de inclusão da pes-
soa com deficiência. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 20 set. 2018.
______. Decreto n.º 5.626. Regulamenta a Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 
2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), e o Artigo 18 da Lei 
n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
22 dez. 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 26 set. 2016.
______. Ministério da Educação. Política nacional de Educação Especial na 
perspectiva da Educação Inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de Traba-
lho nomeado pela Portaria n.º 555/2007, prorrogada pela Portaria n.º 948/2007, 
entregue ao ministro da Educação em 7 de janeiro de 2008. Brasília, DF, 2008.
UNION OF THE PHISICALLY IMPAIRED AGAINST SEGREGATION. The 
fundamental principles of disability. London, 1976. Disponível em: <https://
disability-studies.leeds.ac.uk/wp-content/uploads/sites/40/library/UPIAS-
fundamental-principles.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2019.
18