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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA POLO TABOÃO DA SERRA MATEMÁTICA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E TECNOLOGIA Adriano da Silva Gomes RA: 0555415 Tatiele Batista dos Santos RA: 1825480 Adriano da Silva Gomes Tatiele Batista dos Santos EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E TECNOLOGIA Trabalho Monográfico - Curso de Graduação Licenciatura em Matemática, apresentado à comissão julgadora da UNIP Polo Taboão, sob a orientação do professor Reginaldo B. Ferreira. UNIP - SP 2020 Banca Examinadora _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................... 5 ABSTRACT ................................................................................................................ 6 1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO .................................................. 7 2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8 3. OBJETIVOS ........................................................................................................... 8 3.1 Geral ................................................................................................................................. 8 3.2 Específicos ........................................................................................................................ 8 4. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 9 4.1 A importância das novas tecnologias ............................................................................... 9 4.2 O surgimento das novas tecnologias na educação matemática ...................................... 11 4.3 A matemática e as novas tecnologias ............................................................................. 12 4.4 Aspectos da História da Matemática aliado as tecnologias ............................................ 13 4.5 Peculiaridades do uso das tecnologias no ensino de Matemática ................................... 14 4.6 Os computadores como nova ferramenta ....................................................................... 15 4.7 As redes digitais como novos espaços de aprendizagem na educação básica ................ 17 4.8 As TICS como ferramentas nos ambientes de aprendizagem ........................................ 21 4.9 Tecnologias móveis e ensino de matemática .................................................................. 25 4.10 Tecnologia e Educação ................................................................................................. 29 4.11 Tecnologia e Educação Matemática ............................................................................. 30 4.12 Ferramentas tecnológicas nas aulas de Matemática Calculadora e planilhas eletrônicas auxiliam a turma na resolução de problemas........................................................................ 32 4.13 A importância da tecnologia no processo de aprendizagem ......................................... 33 4.14 A relação tecnologia e professor .................................................................................. 34 4.15 Como usar a tecnologia no processo de aprendizagem? .............................................. 35 4.16 Tornar o processo mais interativo e divertido .............................................................. 35 4.17 Possibilitar novas experiências ..................................................................................... 36 4.18 Contextualizar o conteúdo ............................................................................................ 36 4.19 Facilitar a comunicação ................................................................................................ 36 4.20 Tecnologia na educação infantil: como as escolas devem lidar? ................................. 37 4.21 Por que usar a tecnologia na educação infantil? ........................................................... 37 4.22 Como inserir a tecnologia na educação infantil? .......................................................... 38 4.22.1 Usar as redes sociais .............................................................................................. 38 4.22.2 Tirar fotos “pedagógicas” ...................................................................................... 38 4.22.3 Ensinar a usar a tecnologia .................................................................................... 39 4.22.4 Proporcionar leituras online................................................................................... 39 4.22.5 Trabalhar com vídeos ............................................................................................ 39 4.22.6 Fazer uso da gamificação ...................................................................................... 40 4.22.7 Auxiliar a avaliação e a comunicação ................................................................... 40 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 41 6. METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................... 43 7. CRONOGRAMA................................................................................................... 44 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45 5 RESUMO Contextualizando a Educação Matemática e Tecnologia verificamos que é preciso mudar a forma de ensinar e adequá-la ao nosso tempo. Em pleno século XXI a inserção da tecnologia no sistema educacional ainda é um desafio para todo o corpo docente e discente, apesar de vivermos em um tempo bem avançado continuamos com aulas arcaicas e muitas vezes monótonas. A falta de investimento e valorização na educação é um fator que contribui bastante para que o sistema não se desenvolva por completo. Hoje com a pandemia da COVID-19 o sistema de ensino teve que passar por uma mudança abrupta e repentina, pois todos foram pegos de surpresa e a escola teve que se reinventar para que as aulas não parassem de acontecer e que o ano letivo não fosse perdido. Está claro que o sistema de ensino precisa mudar e inserir novas tecnologias na sala de aula; e na matemática não é diferente tendo em vista que é uma disciplina que a grande maioria dos alunos apresentam dificuldades de aprendizagem nesta disciplina. A Educação Matemática e Tecnologia deve ser muito mais explorada mostrando aos alunos a importância desta ferramenta no ambiente escolar e como a tecnologia pode deixar a aula atrativa e que a matemática está presenta em quase tudo que nos rodeia. Segundo Perrenoud, as instituições escolares precisam evoluir e acompanhar o desenvolvimento social do país, onde as novas tecnologias da informação estão cada vez mais presentes e transformando espetacularmente a comunicação, o trabalho, a decisão e modo de pensar das pessoas. Borba, Scucuglia e Gadanidis destacam que “[...] é fundamental explorarmos não somente os recursos inovadores de uma tecnologia educacional, mas a forma de uso de suas potencialidades com base em uma perspectiva educacional”. Palavras chave: Educação; Matemática; Tecnologia. 6 ABSTRACT Contextualizing Mathematics Education and Technology, we verify that it is necessary to change the way of teaching and adapt it to our time. In the midst of the 21st century, the insertion of technology in the educational system is still a challenge for the entire faculty and students,although we live in a very advanced time, we continue with archaic and often monotonous classes. The lack of investment and valuation in education is a factor that contributes a lot to the system not being fully developed. Today with the COVID-19 pandemic, the education system had to undergo an abrupt and sudden change, as everyone was taken by surprise and the school had to reinvent itself so that classes would not stop happening and the school year would not be over. lost. It is clear that the education system needs to change and introduce new technologies in the classroom; and in mathematics it is no different considering that it is a discipline that the vast majority of students have learning difficulties in this discipline. Mathematical Education and Technology should be explored much more, showing students the importance of this tool in the school environment and how technology can make the classroom attractive and that mathematics is present in almost everything around us. According to Perrenoud, school institutions need to evolve and follow the country's social development, where new information technologies are increasingly present and spectacularly transforming people's communication, work, decision and way of thinking. Borba, Scucuglia and Gadanidis point out that "[...] it is essential that we explore not only the innovative resources of an educational technology, but the way to use its potentialities based on an educational perspective". Keywords: Education; Mathematics; Technology. 7 1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO A educação matemática é um dos maiores desafios da educação básica. Sabemos que os desafios na educação matemática acontecem em todas as regiões e, por isso, precisamos pensar em soluções do tamanho do Brasil. Um sistema educacional aberto à inovação e com foco na aprendizagem precisa ser pensado como um ecossistema. Este ecossistema envolve desde o desenvolvimento de soluções inovadoras, apoio a professores e infraestrutura até uma política efetiva de conectividade. É fundamental garantir que as tecnologias educacionais sejam realmente inclusivas. Por exemplo: se contarmos com excelentes soluções online, mas nossas escolas não tiverem acesso ou se este acesso depender do nível socioeconômico das famílias, as tecnologias podem gerar mais desigualdade e exclusão do que inclusão. Hoje com a pandemia do COVID-19 fica ainda mais evidente que a tecnologia deve ser inserida dentro do sistema educacional, tendo em vista que muitas escolas continuam as aulas de forma remota, possibilitando aos alunos que terminem o ano letivo. O trabalho burocrático, demorado, manuscrito, cedeu lugar ao digital, bem mais rápido com as máquinas fotocopiadoras, com o computador ligado à internet. Vê-se quanto importante são estas tecnologias de informação e de comunicação no âmbito da instituição escolar. Se o trabalho escolar burocrático foi contemplado com as tecnologias digitais, vale perguntar: as tecnologias foram inseridas como ferramenta no trabalho pedagógico das salas de aulas de ensino fundamental das escolas? A utilização dos computadores nas aulas de Matemática das séries do Ensino Fundamental pode ter várias finalidades, tais como: fonte de informação; auxílio no processo de construção de conhecimento; um meio para desenvolver autonomia pelo uso de softwares que possibilitem pensar, refletir e criar soluções. O computador também pode ser considerado um grande aliado do desenvolvimento cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que possibilita o desenvolvimento de um trabalho que se adapta a distintos ritmos de aprendizagem e favorece que o aluno aprenda com seus erros. 8 As tecnologias têm contribuído muito para o ensino da Matemática. Deve-se levar em conta que toda novidade traz certa resistência, como houve na década de 1970. Surgiram as calculadoras, contudo, o uso delas demorou a ser inserido nas escolas. Estamos vivendo a era dos computadores, da internet, do celular, os quais afetam todos os setores da sociedade. Assim, se a escola, em curto prazo, não passar ao uso das tecnologias digitais, distanciará da realidade vivida pelos alunos. 2. JUSTIFICATIVA É fundamental a inserção da tecnologia na educação uma vez que esta ferramenta torna as aulas mais atrativas, e oferecem ferramentas que geram maneiras diferentes de ensinar. Além da importância desta ferramenta, um exemplo significativo são dois alunos de polos e estados diferentes terem a possibilidade de fazerem um trabalho junto. 3. OBJETIVOS 3.1 Geral Mostrar a importância da inserção da tecnologia na educação matemática, tornando a aula mais atrativa. 3.2 Específicos Através de pesquisas e questionários demonstrar a importância da tecnologia na educação matemática. Tendo em vista que a tecnologia está cada dia mais avançada e que a educação deve modernizar-se a cada dia que passa. 9 4. DESENVOLVIMENTO 4.1 A importância das novas tecnologias Nossas salas de aula atualmente possuem um modelo pedagógico estático e restrito, onde alunos e professores vivem numa realidade presa a livros didáticos e aulas puramente expositivas. Esse modelo de aprendizagem comprovadamente está Ultrapassado, pois nossa sociedade precisa estar preparada para um futuro tecnológico e digital. Portanto, deve-se reconhecer a importância das mudanças na Educação, em especial, na Matemática, pois as tecnologias serão capazes de divulgar as informações, as novas descobertas científicas, diminuir as distâncias, enfim ter a certeza que o mundo virtual pode proporcionar melhor qualidade na educação. A importância da tecnologia na educação hoje é inegável, visto que as novas ferramentas técnicas auxiliam todos os atores envolvidos na cadeia escolar, seja facilitando o trabalho do professor e do coordenador com a otimização de processos, ou contribuindo para a aprendizagem do aluno com a resolução de exercícios. [...] a presença isolada e desarticulada dos computadores na escola não é, jamais, sinal de qualidade de ensino; mal comparando, a existência de alguns aparelhos ultramodernos de tomografia e ressonância magnética em determinado hospital ou rede de saúde não expressa, por si só, a qualidade geral do serviço prestado à população. É necessário estarmos muito alertas para o risco da transformação dos computadores no bezerro de ouro â ser adorado em Educação. (CORTELLA, 1995, p. 34). Antigamente, o principal método de avaliação de desempenho eram as provas. O professor explicava os conteúdos, fazia exercícios, tirava-se a prova, por um bom tempo esse método era quase que padrão. Hoje em dia sabemos que pode até ser um método eficaz, porém, é ineficiente. Cada vez mais estamos entendendo que os alunos da geração digital precisam ser estimulados e avaliados de formas diferentes. Quando as escolas implementam os dispositivos tecnológicos que os jovens utilizam para acessar redes sociais, por exemplo, o aumento dos níveis de 10 motivação e engajamento é notado no ambiente escolar. Assim, o uso da tecnologia é um grande avanço para as instituições que procuram se adaptar as novas realidades e metodologia de ensino, o uso de tecnologias educacionais que possuem uma interação digital e dinâmico com os alunos são formas de trazer a realidade tecnológica para sala de aula. A informática começou a disseminar-se no sistema educacional brasileiro nos anos de nos anos 80 e início de 90, do século XX, com uma iniciativa do Ministério da Educação. Inicialmente o MEC patrocinou um projeto, denominado EDUCOM, destinado ao desenvolvimento de pesquisasse metodologias sobre o uso do computador como recurso pedagógico, do qual participavam cinco universidades públicas, nas quais foram implantados centros-pilotopara desenvolver investigações voltadas ao uso do computador na aprendizagem (Almeida, 2004, p. 711-712). Diante do poder e fascínio que as Novas Tecnologias podem promover no ensino da Matemática, levando o aluno a um conhecimento rápido, fácil, interativo e acompanhado de um raciocínio - lógico, é que tanto o professor como o aluno têm a obrigação de acompanhar essa evolução tecnológica e, assim, inserir-se nesse mundo cada vez mais digitalizado, sobre pena de ser evadido do sistema social. A educação Matemática tem o objetivo de transformar o ensino em um saber lógico por meio do exercício do raciocínio. Portanto, precisa oferecer uma aprendizagem centrada nas evoluções tecnológicas e na interdisciplinaridade, formando seres capazes e preparados para viver e agir nesse mundo cada vez mais complexo, onde as coisas evoluem e modificam rapidamente. Pesquisadores como Silva (2000) e Bairral (2009) concordam que a interação em ambientes virtuais de aprendizagem oferece nuances cognitivas diversificadas. Silva (2000) por exemplo, enfatiza a comunicação hipertextual como fundamental para uma educação online de qualidade: [...] investir em multiplicidade de nós e conexões – no sentido mesmo do hipertexto, do rizoma, utilizando textos, fragmentos de programação da tv, filmes inteiros ou fragmentos, gravuras, jornais, música, falas, performance, etc. Nesse ambiente o professor disponibiliza roteiros em rede e oferece ocasião de exploração, de permutas e potenciações (dos temas e dos suportes). Ai ele estimula a co-autoria e a fala livre e plural. E se não há multimídia ou internet, 11 bastaria um fragmento em vídeo para detonar intricada rede de múltiplas conexões com alunos e professores interagindo e construindo conhecimento (Silva, 2000, p. 78 grifo do autor). 4.2 O surgimento das novas tecnologias na educação matemática O surgimento das Novas Tecnologias na Educação Matemática teve início no ano de 1970 por meio de programas implantados pelo Ministério da Educação e Cultura com o intuito que promover inovação e evolução no ensino. O Programa Nacional de Informática na educação (PROINFO) foi criado e lançado no país por volta de 1997, pela secretária de Educação à distância do Ministério da educação. Esse programa é responsável em implantar dentro das escolas o serviço de informática, desencadeando a verdadeira inclusão das Novas Tecnologias na sala de aula (BRASIL, 2000). Embora os governos Federais e Estaduais tivessem a responsabilidade em oferecer toda a estrutura física e legal para que as instituições escolares pudessem desenvolver um trabalho voltado para a informatização escolar, tal iniciativa não foi suficiente para que a qualidade do ensino fosse atingida nas instituições escolares (estaduais e municipais), pois as falhas e os prejuízos foram pontuando problemas e Preocupações. A principal questão consiste em: Será que as escolas, os gestores e, principalmente os professores estão preparados para desempenhar essa nova função dentro da educação atual? Será que os professores possuem formação para utilizarem as Novas Tecnologias na educação matemática no Ensino Médio? Que a educação tem passado por momentos revolucionários que nos fazem pensar, organizar e traçar um plano de ação sobre todas essas tecnologias que estão batendo em nossas portas e que os professores reconhecem a importância de um ensino informatizado, isso é fato. Agora, será que esses profissionais possuem o amparo e o apoio para assumir essa nova responsabilidade? Acredita-se que uma das barreiras mais difíceis nessa situação escolar consiste no fato de que nossa sociedade precisa mudar de pensamento, na forma de agir, conscientizar-se de que essa realidade ter que ser assumida, que não pode 12 ser mais adiada ou ignorada pelos educadores, pelos governantes e, também, pela sociedade em geral. Dessa forma, o espaço escolar deve ser reestruturado não só fisicamente. Professores e gestores devem planejar e desenvolver ações a fim de qualificar profissionais que possam atender a essa demanda educativa, incorporando a realidade virtual no ensino e na aprendizagem, no currículo escolar, nas metodologias inovadoras. Como? Promovendo formação adequada aos profissionais de Matemática, fazendo alianças e parcerias e, assim adequando o espaço escolar às necessidades dos educandos. 4.3 A matemática e as novas tecnologias As instituições escolares precisam evoluir e acompanhar o desenvolvimento social do país, onde as novas tecnologias da informação estão cada vez mais presentes e transformando espetacularmente a comunicação, o trabalho, a decisão e modo de pensar das pessoas (PERRENOUD, 2000). Não podemos mais negar a importância do ensino da Matemática na atualidade e na vida de cada ser humano. Porém, a disciplina de matemática sempre foi o bicho de sete cabeças para muitos alunos ao longo da sua formação. E essa perspectiva está atrelada à má formação por parte de alguns professores de matemática que atuam no ensino da matemática oferecendo as respostas prontas, não oportunizando que o aluno construa seus próprios conceitos. De acordo com Valente (1999, p.34-35), ensinar Matemática dentro das nossas escolas hoje, é promover o desenvolvimento disciplinado do raciocínio lógico-dedutivo, ou seja, o ensino tradicional de Matemática está ultrapassado e fora de uso. É preciso que as inovações tecnológicas devam ser encaradas de forma a contribuir no espaço escolar. Não podem ser vistas com olhos de reprovação ou desdém. Mudanças devem ser vistas com otimismo e principalmente aceitas e introduzidas no âmbito escolar a fim de promover a verdadeira educação a serviço do bem comum na busca de construir um futuro melhor, uma sociedade mais humana e igualitária. 13 Nosso dever como cidadão é contribuir para que nosso País se modernize de forma geral na educação e, principalmente que estejamos preparados para aceitar essa evolução que se consiste em uma ação irreversível em franca execução e expansão. Valente (1999) ressalta que o computador já faz parte do cenário da escola e que ele consiste na oportunidade de organizar e desenvolver novas metodologias no ensino a fim de melhorar os resultados do aprendizado da disciplina de matemática. O computador abre o espaço para a construção de novas e necessárias mudanças no ensino, mas ele não é o único responsável e mentor para a resolução de todos os problemas educacionais de nosso país. Moran (2002), um dos maiores especialistas brasileiros no uso das tecnologias em sala de aula, faz duas afirmações preciosas que a tecnologia sozinha não garante a comunicação de duas vias, a participação real. O importante é mudar o modelo de educação porque aí, sim, as tecnologias podem servir-nos como apoio para um maior intercâmbio. “A tecnologia é tão somente um ‘grande apoio’, uma âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evitar o naufrágio”. Ao que tudo indica, nosso grande desafio é, não somente defender as novas tecnologias como alternativa de aprendizagem no mundo contemporâneo, mas, socializar o acesso a esses recursos, garantindo aos professores da zona rural a formação necessária para uma intervenção eficaz, e aos alunos as mesma condições oferecidas aos centros urbanos. 4.4 Aspectos da História da Matemática aliado as tecnologias Compreende-se que a aprendizagem é cumulativa, e as experiências atuais são influenciadas por experiências passadas. Esse processo possibilita a constituição de novos padrões de conhecimento que são incorporados na resolução de problemas pelos alunos. Na educação matemática, o surgimento de softwares de Geometria Dinâmica facilita a compreensão da matemática, pois dinamiza a plotagem em ambientes de duas e três dimensões, assim como exibe diversas representações de um objetomatemático. 14 Ao estabelecer-se conexões entre áreas do conhecimento distintas como a História da Matemática e as tecnologias, propicia-se ao aluno diversos olhares sobre um objeto matemático, possibilitando a percepção de suas diversas representações, assim como, a ampliação de sua consciência acerca da origem dos conceitos matemáticos. Swetz (1989) apud (Miguel e Miorin, 2011) corroboram com esta, salientando que o uso da História da Matemática pode proporcionar ao aluno o esclarecimento e o reforço de conceitos, métodos e propriedades matemáticas, aumentando a compreensão da realidade cultural e sociológica da evolução da matemática. As inquietações teóricas de várias sociedades e culturas em momentos históricos diferentes faz com que o estudante perceba o movimento constante do desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos. 4.5 Peculiaridades do uso das tecnologias no ensino de Matemática Borba e Penteado (2010, p. 45) salientam que “Entendemos que uma nove mídia como dentro do próprio conhecimento é que é possível haver uma ressonância entre uma dada pedagógica, uma mídia e uma visão de conhecimento”. Vive-se em uma sociedade em que a escola está cada vez mais inserida em um mundo digital, neste sentido, considera-se que alunos estão conectados. Vozes – Seriam as grandes descobertas da humanidade, como a teoria da relatividade de Newton, a teoria da queda dos corpos de Galileu, demonstrações matemáticas etc. Quando tais Vozes são apropriadas e ressignificadas por pessoas de outras épocas e de outros contextos, diz-se que produzem Ecos. Um eco é, portanto, uma conexão remota estabelecida entre pessoas de diferentes épocas e culturas com base em seus diferentes propósitos, experiências, concepção e sentidos. (MIGUEL e MIORIN, 2011, p. 141). Os softwares e ambientes voltados para a educação são uma alternativa para tornar o ensino mais lúdico e prazeroso. Desse modo, atividades que incentivem a criatividade e que forneçam desafios podem ser uma alternativa. Borba, Scucuglia e Gadanidis (2014) destacam que a tecnologia permite a exploração e o surgimento de novos cenários na educação, especialmente no 15 aprendizado de matemática. O envolvimento dos alunos com as tecnologias torna-os ativos nos seus processos de aprendizagem. Borba, Scucuglia e Gadanidis (2014, p. 49) destacam que “[...] é fundamental explorarmos não somente os recursos inovadores de uma tecnologia educacional, mas a forma de uso de suas potencialidades com base em uma perspectiva educacional”. Ao fazer uso de um software de geometria dinâmica, os objetivos matemáticos ganham dinamicidade e dependência entre as representações, permitindo que o aluno desenvolva um novo olhar sobre seu processo de aprendizagem. Borba e Penteado (2010, p.100) presentam também que “[...] a presenta dos ambientes de aprendizagem baseados nas tecnologias educacionais educativas na escola, podem mudar a forma pela qual os estudantes se relacionam com a matemática, pois esses ambientes fornecem novas perspectivas ao uso da linguagem matemática”. O estabelecimento de conexões entre áreas do conhecimento distintas como as tecnologias e a matemática, propicia ao aluno um ambiente adequado para a pesquisa, no qual este levanta e testa suas próprias hipóteses. 4.6 Os computadores como nova ferramenta Recentemente, a atenção dada aos kits’s tecnológicos cedeu espaço à expectativa de uma outra ferramenta ainda mais fascinante: o computador. Mesmo assim, apenas uma escola da rede municipal em Escada tem um “laboratório” de informática e está situa-se no centro urbano. A popularização dos computadores no mundo contemporâneo tem gerado uma certa euforia de alguns dos seus usuários. A informática, presente nos bancos, supermercados, indústrias, casas lotéricas, em jogos de “videogames” e agências de governo, anuncia sua presença nas escolas públicas das cidades. Esse advento é seguido pela justificativa de incluir digitalmente aqueles que não têm acesso. Apesar do sentimento que tenta reproduzir no computador a solução contemporânea para os males do fracasso escolar sob a bandeira da inclusão digital, é preciso afirmar que a simples “inclusão digital” por si só não significará a emancipação social nem a construção de cidadania, moldes de uma sociedade verdadeiramente moderna. 16 Schwartz (2001) [19] enfoca justamente essa preocupação com o uso de computadores em sala de aula quando não utilizados a serviço da transformação social, da humanidade e da ética. Segundo ele, (...) os computadores, a internet, a televisão digital e outras potentes ferramentas tecnológicas podem até mesmo facilitar essa transformação, mas estão longe de garantir que ela ocorra”. “Se ela não ocorrer, os indivíduos que usam essas máquinas serão apenas escravos delas, dados numa planilha de marketing estratégico, usuários de um sistema controlado com finalidades usuários de um sistema controlado com finalidades duvidosas e pouco transparentes (...)”. Desde o início da década de 1980 a informática começou a se firmar como um importante elemento presente nas políticas educacionais de MEC. Segundo Moraes (2000), em 1982 um documento apresentado pelo Brasil, na Oficina Intergovernamental para a Informática, que aconteceu na Itália, expressava claramente essa postura: “A informática representa uma das poucas esperanças para superar o atraso Norte-Sul” (p. 60). A partir de então, segundo o mesmo autor, foram desencadeadas outras ações com o objetivo de tornar factíveis as diretrizes na área de informática educacional. As discussões têm gerado importantes contribuições literárias, mas as dúvidas estão longe do esgotamento. Pelo contrário, há inúmeras variáveis ainda sem respostas e que desafiam o entendimento sobre a eficiência dos computadores na aprendizagem dos alunos. Um desses aspectos que tem pautados esse debate refere-se ao perfil de competências dos professores para se adaptarem a essa nova perspectiva de ensino. Não há como exigir melhor qualidade de aprendizagem sem discutir profundamente a qualidade da prática pedagógica dos professores, a didática no ensino da disciplina e o avanço no conhecimento de todos os atores que compõem a educação, sobretudo os profissionais do magistério. Questionário recente, proposto a 131 professores de várias cidades do Estado de Pernambuco, indica que para 99,2% destes professores, o quadro ainda é a ferramenta mais frequente em suas aulas, enquanto apenas 6,9% usam o computador. O acesso à internet é ainda mais difícil: apenas 2,3% dos professores respondentes usam a internet como instrumento de trabalho em sala de aula. 17 Este problema, entretanto, não é exclusivo do Estado de Pernambuco. Artigo publicado por Gomes e Lins (2002) indicam que, segundo The National Center for Education Statistics, metade dos professores dos Estados Unidos da América que têm acesso a computadores e a web não usam em sala de aula. E não se trata apenas do uso da máquina. Os softwares educacionais específicos para o ensino da matemática também são pouco utilizados. Há que se reconhecer, dessa forma, que a simples introdução de laboratórios equipados com os computadores e outros periféricos não garantirá, por si só, a tão propalada inclusão digital, nem tampouco a melhoria na qualidade do ensino. Pode, inclusive, gerar dificuldades, se a atitude de incluir tais ferramentas não estiver responsavelmente vinculada a uma política séria de formação docente, que contemple uma discussão profunda entre os agentes envolvidos nesse processo de construção do conhecimento. Hoje, os computadores, cada vez mais avançados, possibilitam cálculos em fração de segundos e, desta, feita, vemos que a lógica matemática está para a evolução da história dos computadores, como a evolução histórica da informática estápara o aperfeiçoamento e desenvolvimento do ensino da matemática (MARQUEZE, 2005, p. 12). 4.7 As redes digitais como novos espaços de aprendizagem na educação básica As discussões acerca do conceito de espaços de aprendizagem vêm crescendo, com uma nítida tendência para utilização do espaço virtual em rede, como novos cenários de aprendizagem, que podem ter um impacto direto no processo de ensino, contribuindo com a aprendizagem significativa dos estudantes da era digital. A partir das reflexões apresentadas sobre esses novos cenários, discutimos possibilidades de novos designs e estratégias pedagógicas para Educação Básica, contribuindo assim para a transformação efetiva da prática docente e para a aprendizagem significativa no contexto educacional da era digital, considerando os EA como preferências individuais e intransferíveis no processo, assim como a sua importância no contexto educacional atual com o uso das tecnologias. 18 Percebemos que apesar do surgimento de novas abordagens pedagógicas e metodológicas na educação, o desenho dos espaços das salas de aula pouco mudou e tendem a enfraquecer o poder que essas novas práticas exercem sobre o currículo e os EA dos estudantes. Com o passar do tempo e com as novas modalidades de educação não presenciais, o conceito de aula e o de sala de aula também sofreram alterações em conformidade com essas transformações, da mesma forma que a aprendizagem, que hoje não está mais restrita à instituição educacional e muito menos à sala de aula. A aprendizagem pode ocorrer em qualquer lugar e esse lugar, físico ou virtual, pode ser transformado num espaço de aprendizagem. As redes virtuais se configuram um espaço propício para essas novas formas de aprendizagens. O principal desafio é desenvolver competências e habilidades específicas para promover práticas de mediação efetivas para facilitar estas formas de aprendizagens. Os alunos de hoje, os ditos nativos/residentes digitais, consideram a Internet seu universo de informações mais importante. E, ao invés de tentar saber tudo, estudantes e professores confiam em redes de pares e bases de dados de informação. Mas a aprendizagem continua sendo a atividade central das instituições de ensino. O espaço - seja físico ou virtual - pode ter um impacto na aprendizagem. Pode servir para integrar as pessoas, pode incentivar a exploração, a colaboração e o diálogo, mas, também, pode transportar uma mensagem de silêncio e desconexão (OBLINGER, 2006). De acordo com Oblinger (2006), os espaços têm que refletir as pessoas dentro do seu tempo atual; entretanto os espaços de aprendizagem, principalmente as salas de aula, não condizem com os estudantes da atualidade. Os estudantes da nossa era são mais ativos, interativos, participativos, colaborativos e altamente motivados e conectados em redes. Assim, o comportamento do estudante deve corresponder aos seus estilos e às preferências de aprendizagem. O conceito de Aprendizagem que adotamos está relacionado com o conceito de desenvolvimento integral do ser humano, em suas diferentes esferas: cognitiva, sensitiva, de competências e de atitudes ou valores. Em um processo de aprendizagem, o aluno assume um papel ativo e participante (não mais passivo e repetidor), protagonista de ações que o levam a aprender e a mudar seu comportamento. “Essas ações, ele as realiza sozinho (autoaprendizagem), com o professor e com os seus colegas (interaprendizagem). (...). Estas interações (aluno- 19 professor-alunos) conferem um pleno sentido à co-responsabilidade no processo de aprendizagem” (MASETTO, 2000, p. 141). Quanto mais entendermos a respeito de como nossos estudantes aprendem e sobre seus EA, mais mudaremos nossas concepções e perspectivas de espaços de aprendizagem. Para atender às demandas de aprendizagem desses estudantes da era digital, estes espaços de aprendizagem devem ser cada vez mais flexíveis e interconectados em rede, que possibilitem reunir atividades formais e informais, que reconheçam que a aprendizagem pode ocorrer em qualquer lugar, a qualquer momento, em espaços físicos ou virtuais. As redes interferem diretamente na forma como processamos e damos significados às informações que recebemos, pois os modos como as informações circulam e chegam até nós representam um novo ambiente cognitivo, característico da era digital, em que o pensamento é elaborado, processado e experimentado a uma velocidade muito diferente da que seria possível antes dessa era (MARTINO, 2015). O maior desafio continua sendo transformar a mera informação em conhecimento através de uma postura crítica e reflexiva. Pensando sobre as diferentes formas de aprender em rede a partir dos EUEV, entendemos que o conhecimento se constrói através de uma rede de conexões, tendo em vista que a experiência de aprendizagem, ela mesma, pode definir-se como o momento em que adquirimos, de forma ativa, o conhecimento que nos faltava para completarmos uma tarefa necessária ou resolvermos um problema. Assim, na cultura digital, o conhecimento está disponível através de redes e o ato de aprender constitui-se a capacidade de construir uma ampla rede de conexões, ou seja, aprender é criar redes e navegar por redes (SILVA, 2020). O uso das redes sociais no desenvolvimento de projetos pedagógicos vem crescendo cada vez mais. Aos poucos, as redes começam a ser exploradas como meio para auxiliar professores e alunos nos processos de ensino e aprendizagem. Podem ser utilizadas como ferramentas pedagógicas para o ensino e aprendizagem em grupo, permitindo ao estudante e ao professor a flexibilidade do tempo e do espaço para ensinar e aprender, extrapolando os limites da sala de aula (VALENTE, 2011). O conceito que adotamos para rede digital de aprendizagem corresponde a um ambiente virtual, composto por uma comunidade de estudantes e professores que aprendem juntos de forma aberta e compartilhada, trocando experiências e 20 conhecimentos, de maneira interativa e colaborativa, ou seja, a base da rede de aprendizagem é a colaboração, envolvendo a articulação complexa, dialógica, criativa, reflexiva e democrática, em que a mobilidade do conhecimento é a maior riqueza para as redes de aprendizagens colaborativas, a partir de redes de relações com intencionalidade educativa (OLIVEIRA, 2018). As redes digitais de aprendizagem se caracterizam como um espaço fértil para a aprendizagem colaborativa e para a coaprendizagem. No ambiente de rede, os professores podem orientar os estudantes de forma que eles passem a ser colaboradores do seu próprio processo de aprendizagem, considerando seus estilos de aprendizagem e seus Estilos de Uso do Espaço Virtual predominantes. As redes de aprendizagens também se oferecem como espaço propício para trabalharmos um currículo mais inovador, em que os estudantes possam buscar nas redes informações e conteúdos para construção coletiva de novos saberes, de maneira participativa, onde todos sejam parceiros nesse processo colaborativo de aprender, compreender e construir significados (SILVA; OLIVEIRA; ABRANCHES, 2019). Já a aprendizagem em rede é uma forma específica de aprender, apoiada pelo suporte contínuo do ambiente de rede de aprendizagem, de forma a oportunizar aos estudantes a possibilidade de combinar as vantagens do ensino online e presencial. A aprendizagem em rede oportuniza maior autonomia de aprendizagem e maior liberdade ao estudante para organizar os conteúdos de aprendizagem e seu progresso de acordo com suas competências, habilidades e tempo. Isso requer do aluno autodisciplina para planejar e organizar o aprendizado, os conteúdos e a prática, tendo efeito significativo na melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Pensar nas redes digitais como novos espaços de aprendizagem para a Educação Básica implica pensarmos o desenvolvimento de um ambientevirtual que contemple os diversos cenários, elaborados pedagogicamente por uma equipe multidisciplinar que contemple as dimensões técnicas e pedagógicas necessárias ao processo de ensino e aprendizagem, onde estudantes e professores troquem informações e conhecimentos e aprendam com seus pares, em rede, de forma aberta, participativa e colaborativa. As redes digitais vêm se destacando como uma nova modalidade de comunicação e interação na internet e isso implica nas formas de veiculação de informação na web. O poder de uso da web para autoria e download de conteúdos 21 tem favorecido a cultura do conhecimento e a aprendizagem em rede. Nas redes, é possível pesquisar informações nos mais diferentes sites de busca, portais educacionais, blogs, cursos, exames e simulados on-line, entre outros. A partir da busca online, os usuários da rede também podem compartilhar as informações encontradas e os conhecimentos adquiridos (SILVA, 2020). A partir dessa compreensão de rede e de rede de aprendizagem, analisamos os EUEV e as competências digitais para o desenvolvimento da coaprendizagem em rede, compreendendo que as redes de aprendizagem funcionam como espaços para novas aprendizagens e formas de aprender. Assim, indicamos possibilidades para o uso dessas redes, como um espaço que se converte em um leque de complexidades e que está intrinsecamente relacionado aos EUEV dos estudantes. 4.8 As TICS como ferramentas nos ambientes de aprendizagem As principais TICs provocaram mudanças por seu impacto significativo sobre a cultura e reorientaram as perspectivas sociais, econômicas, científicas e políticas. Em 1873, James Clerk Maxwell (1831 - 1879) publicou o tratado sobre eletricidade e magnetismo que constituiu um importante avanço e abriu espaço para muitos equipamentos de comunicação e informação, partindo dos primeiros equipamentos como a impressão tipográfica de Johannes Gutenberg (1394 - 1468), aparelho de telégrafo, telefone, TV, computadores até chegar na rede mundial de computadores. A sociedade evolui desde os primórdios com essas tecnologias e, hoje, cada dia mais a sociedade depende delas. Para Musacchio (2014, p.1), “a sociedade atual é conhecida como Sociedade da Informação ou do Conhecimento, na qual se tem o acesso democratizado, universal, global e total à informação através dos meios de comunicação e equipamentos eletrônicos com acesso à internet”. Porém, para gerar conhecimento, as pessoas precisam interagir em rede e colaborar umas com as outras de forma que as diversas informações se inter-relacionem mutuamente, criando uma rede de significados que se interiorizam. Nessa sociedade da informação, as TIC foram disseminadas no nosso dia a dia, no trabalho, na escola, na faculdade, em todos os lugares. Assim, a forma de ensinar e aprender mudou, pois a informação está disponível a qualquer hora e em qualquer lugar. 22 O fato de todas as áreas da sociedade terem passado a utilizar as TIC faz com que as Instituições de Ensino Superior (IES) acompanhem essa mudança, visto que, no desenvolvimento das diversas profissões e na busca pelo conhecimento, as tecnologias são consideradas elementares e essenciais (COSTA, 2005). Portanto, não adianta apenas ter acesso a elas, e não saber usá-las de forma dinâmica, por isso o professor tem um papel fundamental nesse processo, fazendo com que o aluno seja questionador, pesquisador e construa seu conhecimento. Moran (2012, p. 33) afirma: [...] a aquisição da informação dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – papel principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los e a contextualizá-los. O papel do educador é mobilizar o desejo de aprender, para que o aluno se sinta sempre com vontade de conhecer mais (grifo nosso). A afirmação acima tem relação com a teoria de Siemens segundo a qual o professor apoia as interações dos alunos para que possam fazer conexões com as existentes e os ajuda nos novos caminhos, utilizando novos recursos de aprendizagem. Ensinar e aprender, hoje, não se limita ao trabalho dentro da sala de aula. Implica modificar o que se faz dentro e fora dela, nos ambientes presencial e virtual, organizando ações de pesquisa e de comunicação que possibilitem continuar aprendendo em ambientes virtuais. Muitas ações podem ser feitas como: pesquisar textos e artigos na internet, trocar mensagens, discutir questões em fóruns ou em salas de aula virtuais, divulgar pesquisas e projetos. Um dos grandes desafios para o educador de hoje é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial. A incorporação das TIC dentro do ensino e aprendizagem é um fenômeno relevante que influenciou a evolução recente da educação superior. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, 2015, p. 43), “o e-learning está a tornar-se cada vez mais relevante no domínio do ensino superior”. Pode-se dizer que o e-learning foi baseado na educação a distância (EaD) 23 que foi a primeira forma de educação além dos muros da sala de aula. A educação a distância foi iniciada no século XIX com o ensino por correspondência cujo material era enviado para o aluno. A geração que utilizou ferramentas tecnológicas foi a do rádio e da TV. A segunda geração incorporou as fitas cassetes e os vídeos para a transmissão do material. A terceira geração se solidificou com o uso dos computadores e, finalmente, com o advento da internet, criaram-se novas possibilidades de ensino e aprendizagem. Segundo OECD (2015, p. 41), “um dos mais importantes desenvolvimentos na educação superior mais recente foi o chamado “open education movement” que, impulsionado pela incorporação de TIC no ensino superior, levou ao surgimento de recursos educacionais abertos (REA)”. Os Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEA) têm promovido mudanças significativas na forma de ensinar e aprender, afetando a relação aluno- professor, sejam eles utilizados na modalidade presencial ou a distância. Segundo Hew e Cheung (2014), o ambiente virtual de aprendizagem tem o objetivo de facilitar a interação aluno-professor, fazendo uso de ferramentas capazes de enriquecer esse processo, como chats, fóruns e tarefas. A utilização dessas “interfaces”, com o intuito de aumentar a eficácia e eficiência da aprendizagem por parte dos professores e utilizadores das mesmas, tornou-se uma realidade no século XXI. Uma das prioridades dos AVEA é a troca de informações entre os participantes, de modo que isso melhore a interação entre eles. A forma de aprendizagem que embasa as necessidades do nosso tempo se fundamenta em um modelo dinâmico, no qual o aluno é levado em conta com todo o seu arsenal de conhecimento. A verdadeira aprendizagem se dá quando o aluno (re)constrói o conhecimento e forma conceitos sólidos sobre o mundo, o que vai lhe proporcionar meio de agir e reagir diante da realidade. Esse aluno precisa ser autônomo, no sentido de gerir sua aprendizagem, ser capaz de organizar sozinho o seu estudo, sem total dependência do professor, administrando eficazmente o seu tempo de dedicação ao aprendizado e escolhendo de forma eficiente as fontes de informação disponíveis. Quando se fala em Ensino e-learning ou EaD, pretende-se que o aluno aplique o conceito de autonomia na educação. Para Moore e Kearsley (2008, p. 301), “o conceito de autonomia do aluno significa que os alunos têm capacidades diferentes para tomar decisões a respeito do seu próprio aprendizado”. Hoje, na sociedade do conhecimento, faz-se necessário, então, construir e talvez reconstruir os novos rumosdessa educação cidadã, dinâmica, libertadora, 24 autônoma, consciente e popular, respaldando o aprendizado para a vida, procurando orientar o aluno para uma via de produção coletiva, mas, ao mesmo tempo, desenvolvendo a autonomia em cada um. Em seus estudos, Wissmann (2006), apud Serafini (2012, p.73), afirma que “... a autonomia do aprendiz requer não só a aprendizagem, mas aprender a aprender”. Segundo o autor, a concepção de autonomia pode ser entendida como produto de um processo interativo definido pela essência interdependente de cada indivíduo como ser social que é. Assim, os aprendizes em EaD também podem ser ajudados a adquirir autonomia por meio de um processo de interação semelhante à aprendizagem prensencial. Com isso, a figura do professor/mediador é de extrema importância nesse processo. Segundo Guimarães (2012, p. 128): A aprendizagem em tempos de convergência digital é um processo fundamentalmente colaborativo, em que as redes sociais se destacam ao redor de interesses comuns, facilitando e orientando a construção do conhecimento; O aprendente assume um papel central no processo de aprendizagem e não pode ser tratado como um receptor passivo da informação, devendo necessariamente ser incluído como um autor, cocriador, avaliador e comentador crítico [...]. Percebe-se na educação que a questão da autonomia envolve outros fatores e não somente a vontade do aluno. Algumas variáveis influenciam no processo para se atingir a autonomia nos diversos ambientes de aprendizagem, são elas: a vontade e organização do aluno, o currículo nacional (presencial e a distância, os quais não têm flexibilidade), a estrutura física da faculdade, as TIC disponíveis, a metodologia, a forma de avaliação. Na modalidade a distância, o aluno tem a liberdade de aprender por meio da mediação pela tecnologia, interagindo através das diversas ferramentas com colegas e professores. O papel do professor deve ser de mediador nessa aprendizagem, como também o aluno deve ter habilidade técnica, saber tomar decisões em relação ao que quer aprender, desenvolver seu plano pessoal de aprendizagem e saber buscar recursos para sua aprendizagem. Nos dias de hoje, fala-se muito das metodologias ativas, sendo uma das mais conhecidas a Sala de Aula Invertida, cujo próprio nome já diz: é o contrário do que acontece na educação tradicional. Para Bergmann e Sams (2016, p.11), 25 “basicamente o conceito de sala de aula invertida é o seguinte: o que é tradicionalmente feito em sala de aula, agora é executado em casa, e o que é tradicionalmente feito como trabalho de casa, agora é realizado em sala de aula”. O aluno estuda em casa (vê os vídeos, pesquisa, faz leituras de textos), e o espaço da sala de aula é para tirar dúvidas, dialogar com os professores e colegas, fazer atividades e resolver problemas. Dessa forma, a aprendizagem é centrada nos alunos, eles são mais ativos, aproveitam melhor o tempo no presencial, e têm mais autonomia no seu processo de aprendizagem. Outra metodologia ativa, a Aprendizagem baseada em problemas (ABP) ou Problem-Based Learning (PBL), originou-se nas Faculdades de Medicina da Universidade de Mcmaster, entre as décadas de 60 e 70. Ela tem como princípio o uso de problemas da vida real para estimular o desenvolvimento de pensamento crítico e habilidades de solução de problemas e a aprendizagem de conceitos fundamentais da área de conhecimento estudada. Ribeiro (2005, p. 32), “embora concebida para o ensino da Medicina, seus princípios têm se mostrado suficientemente robustos para fundamentar implementações no ensino de outras áreas de conhecimento (BOUD; FELETTI, 1999) e em outros níveis educacionais, isto é, nos ensinos fundamental (e.g., GLASGOW, 1997) e médio (e.g., FOGARTY, 1998) ”. 4.9 Tecnologias móveis e ensino de matemática As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são ferramentas habituais no século XXI, que instigam transformações na sociedade trazendo benefícios ao desenvolvimento humano, social, intelectual, mas também provocando adversidades. A geração dos nativos digitais, aqueles que já nasceram numa época em que explorar o mundo digital é tão comum quanto explorar o mundo real, utilizam as mídias digitais de forma indissociável do cotidiano (PRENSKY, 2001). Esse hábito, de uso constante das tecnologias, tem acarretado diversos problemas como: obesidade, dificuldade de concentração, lesões por esforços repetitivos, vício, redução da criatividade, prejuízos à leitura, problemas emocionais, isolamento, entre outros (SETZER, 2014). 26 Por outro lado, as tecnologias quando bem utilizadas viabilizam a autonomia e possibilitam a aproximação entre pessoas, otimizando processos e ações de interesse geral o que torna relevante sua utilização no âmbito escolar. Segundo Dias: “pode-se afirmar que, na atualidade, embora com alguns impasses, a presença das tecnologias é uma realidade nas escolas.” (2016, p.40). E por sua vez, a escola precisa estar em alinhamento com as várias realidades sociais nas quais os alunos estão inseridos, o que implica reescrever a dinâmica da sala de aula, onde os conteúdos passam a ser abordados de maneira inovadora, interativa e dinâmica (KENSKI, 2007). Somente inserir as TIC de maneira displicente nos ambientes educacionais, não possibilita melhorias no processo de ensino-aprendizagem, pois como pontua Castro: Contudo, vale salientar que não basta introduzir tecnologias digitais da informação e comunicação nas escolas por modismos, sem objetivos claros e planejamento adequado. Faz-se necessária uma ampla discussão acerca das possibilidades dessas tecnologias para os processos de ensino e de aprendizagem (2018, p. 18). Dessa forma, de acordo com os pressupostos de Dias (2016) a discussão a respeito das estratégias pedagógicas adotadas pelos professores ao fazer uso de recursos tecnológicos em suas aulas, em especial nas aulas de matemática, também é um assunto que precisa de discussão imediata, haja vista que: Nessa perspectiva, subentende-se que o uso de recursos didáticos tecnológicos pode favorecer a elaboração de problemas e de questões investigativas, nas quais as respostas matemáticas podem ser exploradas de forma menos cristalizada e sem a ênfase apenas em cálculos, os quais são facilitados por essas ferramentas (DIAS, 2016, p.41). Por sua vez, os dispositivos móveis possibilitam um acesso rápido às informações, pois não necessitam de um ambiente específico de interação como são as salas de informática, apresentando-se com uma alternativa tecnológica por não exigirem um alto custo para inserção e manutenção e estão cada vez mais populares e acessíveis à população. De acordo com Castro (2018, p. 27) na “aquisição dos dispositivos móveis, em especial dos smartphones, dentre outras 27 facilidades atuais, a internet está acessível para pessoas de quase todos os poderes aquisitivos”. Entretanto, Moran (2013) pondera que na sala de aula poderá haver tensões, desafios e novas possibilidades com a chegada das tecnologias móveis. De acordo com o autor: As tecnologias digitais móveis desafiam as instituições a sair do tradicional, em que o professor é o centro, para uma aprendizagem mais participativa e integrada, com momentos presenciais e outros com atividades à distância, mantendo vínculos pessoais e afetivos, estando juntos virtualmente. Podemos utilizar uma parte do tempo de aprendizagem com outras formas de aulas, mais de orientação à distância. Não precisamos resolver tudo dentro da sala de aula (2013, p.30). Desse modo, quando o ambiente de ensino parece ser desestabilizado pelo novo, “a tecnologia”, e este ciclo tradicional tem sua constância finalizada, o professor é motivado a se reformular. Para Moran o professor deixa de ser o centro da atividade educacional, indicando a emersão do papelde mediador, ou seja, o professor como agente que conduz ao conhecimento, estimula, e não mais como o único provedor do conhecimento. Função esta que o professor muitas faz sozinho, construindo e reconstruindo seus saberes e prática docente. Para Vieira (1998, p. 23) Na sociedade atual, em constante evolução, cada vez mais heterogênea sob todos os pontos de vista, onde a capacidade de refletir criticamente, de resolver problemas, de efetuar escolhas e tomar decisões é quase condição de sobrevivência, a autonomia assume um lugar imprescindível na vida de cada um, e a escola não pode alhear-se desse fato. Em pesquisa realizada com estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental, abordando conceitos de retas paralelas e transversais com o uso de um aplicativo móvel de geometria dinâmica, Henrique e Bairral (2019) ressaltam que muitas descobertas feitas pelos alunos através do aplicativo não seriam possíveis se estivessem utilizando, como ferramentas, somente papel e lápis. Ressalvam ainda, 28 que além dos conceitos abordados, foi possível articular outros conceitos como: quadriláteros inscritos ou ângulos inscritos. Todavia, salientam alguns pontos desafiadores ao utilizar os aplicativos móveis, que podem ocorrer pela dificuldade no manuseio do software e de realização das construções geométricas, como também na visualização de propriedades, uma vez que a tela dos smartphones é pequena. Ao discutir o uso de dispositivos móveis, em especial os tablets, Oliveira (2014) aponta que estas ferramentas têm potencial nas atividades colaborativas, viabilizando a aprendizagem mesmo fora da sala de aula. Esclarece que é comum que na implantação de uma nova tecnologia os professores tentem utilizá-la do mesmo modo como utilizavam as tecnologias anteriores, sem se dar conta que há novos recursos. Dessa forma, o desenvolvimento de pesquisas que fundamentem e explorem o potencial destes recursos é importante na atualidade, principalmente quanto a melhoria de desempenho acadêmico. As tecnologias móveis têm potencial para: “[...] aumentar a autonomia do aluno na busca de informações e na construção de seu conhecimento.” (OLIVEIRA, 2014, p. 125). Entretanto, para que as tecnologias móveis propiciem a autonomia do aluno, a intervenção do professor é fundamental, pois “[...] os estudantes possuem facilidade quanto ao manuseio de recursos, como tablets e ambientes virtuais, característica comum dos nativos digitais.” (PRADO, 2017, p.120), mas diante de situações-problema ou em atividades propostas em sala de aula, em que surgem dúvidas, o papel do professor torna-se fundamental para a promoção da aprendizagem. Numa análise do uso de dispositivos móveis no contexto da educação financeira, Fernandes (2018), afirma que ainda não são salientes as contribuições positivas do uso destas tecnologias no contexto escolar, mas evidencia que embora existam desafios significativos, “[...] os dispositivos móveis podem contribuir de diversas maneiras em tarefas que envolvam a tomada de decisão sobre assuntos financeiros.” (FERNANDES, 2018, p. 62). Destaca ainda que estes dispositivos possuem grande potencial para auxiliar as atividades, tanto nos espaços presenciais, quanto em não presenciais, o que corrobora com os achados de Oliveira (2014). Ao explorar a abordagem de sistemas lineares 3x3, por meio uma sequência didática, utilizando um software de plotagem gráfica, com uma turma de alunos do 29 segundo ano do Ensino Médio, Jordão e Bianchini (2012) destacam que o software permitiu ao aluno: visualizar, compreender e interpretar os conceitos de sistema linear. Conforme Jordão e Bianchini, durante uma aula tradicional "os alunos resolvem os sistemas lineares de forma mecânica, sem dar sentido a eles." (2012, p. 14), por sua vez o software é ferramenta relevante que propicia uma melhor compreensão e a aprendizagem destes conceitos. Os resultados da pesquisa ressaltam ainda que mesmo com o uso do software os alunos tiveram dificuldades de visualização dos planos, fato que indica que a presença do professor continua sendo importante nos ambientes de aprendizado, e suas ações promovem a interação não apenas do aluno com a máquina, mas também entre os atores do cenário escolar, pois como afirma Kenski “Os alunos, isolados, em interação exclusiva com o computador e o conteúdo, logo desanimam.” (2007, p.88). 4.10 Tecnologia e Educação As tecnologias nos últimos anos se desenvolveram rapidamente, e isto inclui também a disseminação dos computadores e do acesso à internet. Uma pesquisa realizada pelo Pew Institute Research, dos Estados Unidos mostra que o número de pessoas que utilizavam computador em 2002 era 22% e este percentual duplicou em 2007. Com esta perspectiva, a sociedade impõe o uso da tecnologia na educação e é um belo instrumento que pode ajudar a melhorar a qualidade do ensino. O uso do computador vem para desestabilizar a relação professor-aluno, pois existem muitas informações na internet e os jovens estão conectados neste meio, então eles têm acesso à muita informação. O docente pode utilizar este recurso para aprofundar conhecimentos em sala de aula, para refletir sobre um conteúdo, para testar hipóteses, entre outras finalidades. Este é o lado positivo da tecnologia na educação, mas ela também tem o lado negativo. A internet possui várias matérias de fácil acesso, isso acaba deixando muitas vezes os alunos acomodados, por exemplo, na realização de um trabalho existem dois tipos de trabalho: o com aprendizagem e o copia-cola que muitas vezes nem é lido pelo jovem. Segue abaixo uma reportagem que fala sobre a tecnologia na escola. 30 O professor deve estar atento a esta tecnologia e desenvolver junto com a criança esta capacidade de pesquisar inteligentemente para não tornar o ensino mecanizado, como era na pedagogia empírica. A tecnologia pode ser usada para o bem ou para o mal, tudo depende do docente que encaminha o uso deste instrumento. Esta tecnologia faz com que os professores se adaptem nesta nova forma de ensinar, e com isto as licenciaturas têm que mudar um pouco o seu currículo para desenvolver esta capacidade. No curso de Matemática na UCS, os professores estimulam a pesquisa e já possui algumas disciplinas semipresenciais para estimular o uso de ambientes virtuais, por exemplo, este blog desenvolvido surgiu através de uma disciplina do currículo da Matemática. Estas disciplinas trazem uma reflexão e uma aprendizagem imensa, pois ao postar no fórum uma dúvida você tem que ser tão claro como aquela pessoa que vai responder. Além disto, o docente geralmente não dá a resposta, e sim indica alguma bibliografia ou faz algum questionamento fazendo com que o acadêmico pense sobre o assunto e vá atrás do conteúdo. Ao questionar, vemos que a pedagogia relacional está presente até mesmo no ambiente virtual, nesta pedagogia existe a relação professor-aluno e aluno-aluno, ela preenche as lacunas deixadas pelas aulas presenciais. 4.11 Tecnologia e Educação Matemática Em todas as áreas houve uma resistência dos professores adorarem os meios tecnológicos, pois tudo que é novo muitas vezes e visto como algo diferente e que não vai ajudar em nada. Na matemática não foi diferente. O que muda do ensino em sala de aula para num laboratório? Bom, o pensar matemático deve ser mantido, a interdisciplinaridade está mais próxima e também tem a facilidade propiciada por softwares gratuitos. Segundo Zorzan, com a tecnologia, a educação matemática tem o “objetivo de estimular a curiosidade, a imaginação, a comunicação, a construção de diferentes caminhos para a resolução de problemas e o desenvolvimento das capacidades: cognitiva, afetiva, moral e social” (p. 88). Existem vários softwares que ajudam o professor de matemática a desenvolver atividades interessantes, como: Cabri-Geometry,Régua e compasso, 31 Graphequation, Winplot, Tangram e Winmat. Estes softwares ou até mesmos sites possibilitam que a criança pesquise, faça simulações, manipulações de cálculos numéricos, visualizações de objeto em 2D e 3D, teste de hipóteses e reorganizar seu pensamento. Quem sabe com a tecnologia, a matemática deixe de ser algo somente para gênios e permita que todos encarem a matemática como conhecimento natural. Com os softwares, existe uma mudança no enfoque dos conteúdos, por exemplo, ao trabalhar o conteúdo de representação geométrica de funções, o aluno perde um tempo considerável para construir o gráfico. O computador constrói o gráfico em segundos, e o restante do tempo o docente pode aproveitar para fazer uma análise gráfica. Claro que é importante o jovem saber desenhar um gráfico e este trabalho deve ser feito, mas quando eles já sabem, fica um exercício de repetição. Esta repetição acaba deixando a aula desinteressante e neste momento pode entrar a tecnologia para deixar a aula mais atraente, sem esquecer o enfoque principal do software que é auxiliar a desenvolver a aprendizagem. Com esta tecnologia, “o saber matemático passa a constituir-se pelo mundo imaginário, pelo uso da criatividade, pela experimentação e pela possibilidade de ensaios, hipóteses e erros, deixando de ser uma ciência pronta, acabada e um saber dogmatizado” (ZORZAN, p. 91). Abaixo tem um anexo em slides que apresenta uma síntese deste texto. Portanto, este é um ótimo meio que pode melhor a qualidade do ensino, cabe a cada docente aprender a lidar com esta ferramenta e fazer seu uso correto em algumas de suas aulas. A tecnologia não precisa estar presente em todas as aulas, isto poderia se tornar chato, ela é um recurso para ser usado durante o ano letivo, podendo fazer uma mescla entre a pedagogia construtivista e os meios tecnológicos. As tecnologias vêm para auxiliar o professor a atingir seus objetivos pedagógicos. O docente se torna um mediador fazendo com que o grupo reflita, desenvolvendo um pensamento lógico e tornando o jovem um ser crítico. Para Moran (2015, p. 16), O que a tecnologia traz hoje é a integração de todos os espaços e tempos. O ensinar e o aprender acontecem numa interligação simbiótica, profunda, 32 constante entre o que chamamos mundo físico e mundo digital. Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso a educação formal é cada vez mais blended, misturada, híbrida, porque não acontece só no espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que incluem os digitais. 4.12 Ferramentas tecnológicas nas aulas de Matemática Calculadora e planilhas eletrônicas auxiliam a turma na resolução de problemas Nenhuma das inovações tecnológicas substitui o trabalho clássico na disciplina, centrado na resolução de problemas. Estratégias como cálculo mental, contas com algoritmos e criação de gráficos e de figuras geométricas com lápis, borracha, papel, régua, esquadro e compasso seguem sendo essencias para o desenvolvimento do raciocínio matemático. Entretanto, saber usar calculadoras e conhecer os princípios básicos de planilhas eletrônicas do tipo Excel são hoje demandas sociais. Você deve introduzir esses recursos nas aulas - mas com o cuidado de pontuar que eles não fazem mágica alguma. Ao contrário, sua utilidade se aplica apenas a situações específicas. "O professor deve mostrar que eles são importantes para poupar tempo de operações demoradas, como cálculos e construções de gráficos, quando o que importa é levantar as ideias mais relevantes sobre como resolver a questão", defende Ivone Domingues, coordenadora pedagógica da Escola da Vila. Enquanto as propostas com calculadora parecem estar mais disseminadas (é comum em várias escolas, por exemplo, utilizá-las para conhecer propriedades do sistema de numeração ou validar contas), o trabalho com planilhas eletrônicas ainda ensaia os primeiros passos. Vale a pena considerar o uso desses aplicativos, já que eles permitem aliar vários conteúdos: coleta de dados, inserção de fórmulas algébricas para cálculos, elaboração de tabelas e tratamento da informação (leia a sequência didática no quadro ao lado). É importante que as atividades incluam desafios que questionem e ampliem o conhecimento da turma: o que acontece com os resultados da tabela se modificarmos um dos dados da fórmula? E com o gráfico, caso troquemos os valores da tabela? Para mostrar dados cuja soma chega a 100%, qual o tipo mais adequado de gráfico: o de colunas, o de linhas ou o de pizza? "Nessas explorações, o aluno 33 aprende a controlar melhor as alternativas de resolução que a ferramenta oferece", argumenta Ivone. Por fim, na área de Espaço e Forma, a mesma economia de tempo - dessa vez, na construção de figuras - é possibilitada por programas como o GeoGebra (disponível gratuitamente em www.geogebra.org) e o Cabri Gèométre (pago), que deixam a garotada analisar as propriedades de sólidos e planos, movimentando-os, marcando pontos ou traçando linhas sem a necessidade de redesenhar. 4.13 A importância da tecnologia no processo de aprendizagem A tecnologia no processo de aprendizagem é indiscutivelmente necessária para preparar as pessoas a nova realidade e, ainda, transformar a educação em uma experiência completamente diferente da qual estávamos acostumados a presenciar. Apesar de o ensino-aprendizagem mudar de acordo com a evolução da sociedade, nunca houve tantas alterações como nas duas últimas décadas. E essas transformações só ocorreram por conta da Revolução Digital. A Revolução Digital trouxe smartphones, computadores, notebooks e tablets, que facilitaram, e muito, o acesso a conteúdos, agora disponibilizados em diversos formatos, outra consequência dessa evolução. Neste artigo, vamos entender sobre a importância da tecnologia no processo de aprendizagem e como a tecnologia influencia uma drástica mudança nesse processo, contribuindo para que ele se torne mais democrático. A evolução do mundo transforma as relações e o modo com que elas acontecem. E não é diferente quando se trata de ensino-aprendizagem. Foi-se o tempo em que o processo de aprendizagem era realizado apenas na forma mecânica, com quadro negro, giz, mediador à frente, alunos quietos. Este não é o modelo que a sociedade atual requer e necessita. Novas relações, novo mercado de trabalho, antigas profissões sendo exterminadas e novas profissões sendo criadas. Este é o cenário que a revolução digital criou e que irá perpetuar às demais gerações que estão por vir. Isso significa que o processo de aprendizado também precisou mudar, para garantir que mais competências e habilidades fossem desenvolvidas, e que o 34 profissional atual seja independente, tenha a capacidade de lidar e resolver os problemas, seja autodidata para executar suas tarefas e adquira conhecimentos que, antes da tecnologia, não eram requeridos. Pode-se então afirmar que a tecnologia no processo de aprendizagem é crucial para preparar as pessoas para a nova realidade presente. Para constatar essa afirmação, é preciso entender mais acerca do cenário em que vivemos, qual o papel de um aluno e de um professor nesse ambiente. A Primeira Revolução Industrial trouxe diversas mudanças, mas a maior foi a implementação de máquinas no processo de trabalho. Depois desse marco, novos níveis de industrialização foram surgindo, na Segunda Revolução Industrial, por exemplo, surgiu a produção em massa, trabalhos foram automatizados, novos processos criados e a eletricidade implementada. A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Informacional, aconteceu após a Segunda Guerra Mundial (1930-1945) e ocorre até osdias de hoje. Essa revolução simboliza um grande período de desenvolvimento tecnológico, que apresentou as modernidades as quais conhecemos e nos relacionamos atualmente. Foi na Terceira Revolução Industrial que a tecnologia começou a ser importante no processo de aprendizagem. O mundo passou a requerer pessoas com habilidades e competências para lidar com as novas máquinas, que ainda começaram a ser ferramenta para aquisição dessas e de outras aptidões. Portanto, no ambiente educacional, a tecnologia se tornou um conector. 4.14 A relação tecnologia e professor Ao pensar que a tecnologia possibilita o acesso a qualquer conteúdo através da internet, é normal pensar na situação do professor nesse ambiente. Será que a tecnologia substituirá esse profissional? Bem, antes da Revolução Informacional, o professor era visto como aquele que detinha todo o conhecimento e os alunos frequentavam as instituições de ensino para aprender com ele. Como a tecnologia possibilitou que novas fontes de conhecimentos fossem acessadas, o professor precisou repensar em qual seria seu 35 papel nesse cenário. Mas não, essa não é uma profissão que será extinta com a tecnologia. Atualmente, o docente em sala de aula deve instigar a busca por novos conhecimentos, colocar o estudante em posição de questionador, de modo que ele expresse suas perspectivas, emoções e sentimentos. Dessa forma, ele se torna o mediador nesse processo de descoberta. A tecnologia passa a ser um recurso facilitador desse conhecimento, que possibilita o desenvolvimento de aulas contextuais, dinâmicas, diferentes e práticas, que vão ao encontro das necessidades do novo público e mercado. 4.15 Como usar a tecnologia no processo de aprendizagem? A tecnologia no âmbito da aprendizagem é utilizada de diversas formas. É possível, por exemplo, perceber que este recurso funciona como ferramenta de apoio e extensão da sala de aula. Isso porque ela pode entregar desde o acesso a referências, o que intensifica o conteúdo original, até esclarecer dúvidas em potenciais no momento de estudo. 4.16 Tornar o processo mais interativo e divertido Qualquer conteúdo pode ser ensinado de forma mais interativa e divertida, mesmo os mais técnicos e densos. Na verdade, essa é até mesmo uma necessidade do mercado atual, onde o público prefere conteúdos mais dinâmicos, e a tecnologia é um recurso fundamental para essa nova realidade. Alguns exemplos que podemos citar, e que agregam tecnologia ao processo de aprendizagem de forma mais lúdica é o uso de jogos ou gamificação. Essas alternativas são possibilidades para qualquer tipo de ambiente de aprendizado, desde salas de aula à treinamentos corporativos. 36 4.17 Possibilitar novas experiências A tecnologia no processo de aprendizagem também pode ser utilizada para possibilitar novas experiências. Plataformas de chamadas de voz e vídeo via internet, por exemplo, proporcionam contato com pessoas do mundo inteiro. Essa alternativa se torna interessante quando há um especialista de interesse para contribuir com o assunto que será abordado, visto que ele pode ser chamado para tornar a aula mais interessante. 4.18 Contextualizar o conteúdo Por muito tempo o aprendizado se dava através das palavras, poucas imagens inseridas no livro didático e, às vezes, por meio de música. Hoje, são inúmeras as formas que um único conteúdo pode ter. Imagens, vídeos, palestras, artigos, filmes, jornais, blogs e até mesmo os famosos “memes” são algumas das alternativas que a tecnologia apresentou ou facilitou o acesso. E, por serem ferramentas utilizadas no mundo todo, trazer esses recursos para o ambiente de aprendizado é torná-lo mais contextual e os estudantes mais suscetíveis a absorvê-lo. 4.19 Facilitar a comunicação A última Revolução Industrial mudou, principalmente, a forma com que nos comunicamos. Foi nesse ambiente que surgiram as redes sociais, os aplicativos de compartilhamento de informação e outros. Com esse recurso, os estudantes podem desenvolver um ambiente de contato só deles, para compartilhar outros materiais que possam auxiliar no processo de aprendizagem: criar trabalhos em conjunto e em tempo real, realizar encontros on-line para discussão de projetos e mais. 37 4.20 Tecnologia na educação infantil: como as escolas devem lidar? É inegável que nossas crianças já estão nascendo imersas em um universo digital. Nesse sentido, o uso da tecnologia na educação infantil deve ser um aliado para despertar a sua curiosidade e estimular seu desenvolvimento motor e sua linguagem Seu uso deve ser intencional e planejado, e o seu foco deve ser sempre a melhoria da qualidade do aprendizado. Você sabia que o uso da tecnologia é um dos fatores que os pais consideram na hora de escolher uma escola? Neste post, você descobrirá a razão pela qual ela se torna tão necessária na educação desde cedo e conhecerá várias formas interessantes de incluí-la no dia a dia da rotina escolar. 4.21 Por que usar a tecnologia na educação infantil? Essa é considerada a fase mais importante no desenvolvimento e no aprendizado do ser humano, por isso é necessário dar a ela uma atenção especial. Os alunos nessa idade têm sido conhecidos por serem a geração de nativos digitais. A tecnologia faz parte da vida das crianças desde muito cedo. Mesmo antes de saberem ler ou escrever, elas já têm domínio sobre muitas tecnologias. Essas habilidades e competências são adquiridas fora do ambiente escolar. Não incentivar o seu uso nas escolas é negar sua presença na vida dos alunos, o que é um grande erro. Seu uso no processo de ensino e aprendizagem tem o objetivo de atuar como parceiro na educação, deixando-a mais moderna, tornando os materiais didáticos mais atraentes para os alunos e estimulando o aprendizado. Ele deve ser parte do PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola e ser orientado de forma a estar apropriado à idade da criança e ao seu desenvolvimento. Além disso, deve-se levar em consideração seu contexto cultural e social. Ocorrer de modo positivo, seguro, responsável e inclusivo é essencial para ter um bom resultado. 38 Os educadores devem estar abertos a novas experiências. As escolas têm a responsabilidade de proporcionar a capacitação necessária para que eles utilizem de maneira correta as tecnologias educacionais. 4.22 Como inserir a tecnologia na educação infantil? São várias as possibilidades de uso da tecnologia na educação infantil. Apresentaremos agora algumas dicas de como inseri-la no aprendizado das crianças. 4.22.1 Usar as redes sociais É muito importante conscientizar os alunos sobre os perigos da exposição excessiva nas redes sociais. O risco de fazer publicações públicas e de aceitar amizades de pessoas desconhecidas deve ser reforçado para a segurança da criança. Entretanto, é possível usar as redes sociais de forma educativa. O professor pode criar perfis para o grupo ou para um projeto e usá-los para informar outras pessoas sobre o que seus alunos estão aprendendo. Eles gostarão de publicar suas pesquisas e descobertas e se empenharão em seu trabalho. 4.22.2 Tirar fotos “pedagógicas” Tirar selfies só para agradar ao próprio ego não pode ser o objetivo das fotos. Pode-se estimular os alunos a fazerem fotos que tenham o propósito de demonstrar conteúdos que foram estudados em sala de aula. Essas fotos podem ser colocadas em painéis na escola ou nos perfis apropriadamente criados para essa finalidade. O importante é que haja sempre uma reflexão por trás das imagens. Essa reflexão ajudará as crianças a desenvolverem seu senso crítico e sua autonomia. 39 4.22.3 Ensinar a usar a tecnologia Muitos pais e professores ainda acham melhor proibir o uso da tecnologia nas escolas, afinal é mais fácil proibir do
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