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Métod� Radiográfic� d� Local�açã� Para solucionar alguns inconvenientes como a sobreposição indesejada das imagens radiográficas de estruturas contíguas, foram idealizadas algumas técnicas especiais de fácil execução destinadas ao cirurgião-dentista clínico geral, e possíveis de serem realizadas no próprio consultório. Os métodos de localização mais praticados, adequados e acessíveis ao cirurgião-dentista clínico são o método de Clark e o método de Miller-winter. Método de Clark (método do princípio da paralaxe, técnica do deslizamento, técnica do deslocamento horizontal do tubo) Ele é indicado para a localização de dentes não irrompidos, corpos estranhos e processos patológicos na maxila, localização radiográfica de pontos de reparo anatômicos como os forames incisivos e mentuais, distinguindo-os de alterações apicais e para dissociar raízes de condutos radiculares. A técnica consiste na variação da angulação horizontal da incidência dos feixes de raios X. Ela é baseada no princípio da paralaxe: → Se observarmos dois objetos semelhantes em linha reta, o objeto mais próximo encobrirá o mais distante. → No entanto, se houver uma deslocação para a direita ou esquerda, haverá uma dissociação do objeto, na qual um dos objetos acompanhará o nosso deslocamento, enquanto o outro se movimentará no sentido oposto ao nosso deslocamento. Na imagem do meio, pode-se observar os dedos em linha reta. Contudo, quando o ponto de vista é deslocado para a esquerda, o dedo posterior fica evidente no lado esquerdo, e o mesmo ocorre quando o ponto de vista é deslocado para a direita. Portanto, pode-se concluir que o objeto mais próximo sempre se desloca no sentido contrário ao observador, enquanto o objeto mais distante sempre acompanha o deslocamento do observador. Aplicando esse princípio nas radiografias, deve-se substituir o objeto pela estrutura a ser examinada radiograficamente (dente não irrompido, corpo estranho) e o observador pelo tubo de raios X (cabeçote do aparelho). Então, para o registro da imagem, o filme periapical deve ser posicionado atrás das estruturas e o tubo de raios X deve ser deslocado no sentido mesial ou distal. Desse modo, seguindo o princípio da paralaxe, se o tubo de raios X se deslocar para a mesial, a estrutura que acompanhará o seu deslocamento (para a mesial) estará mais distante e a estrutura projetada no sentido contrário (distal) estará mais próxima do tubo. Para a execução, o método de Clark necessita de duas incidências radiográficas utilizando-se filmes periapicais, as quais serão comparadas no tocante ao deslocamento do tubo e das estruturas. A primeira incidência é chamada de ortorradial e não é nada mais que uma radiografia periapical da região onde a estrutura se localiza. Já a segunda, é chamada de mesiorradial se o tubo de raios X for deslocado para a mesial, e chamada de distorradial caso o desvio seja distal. Ainda é válido lembrar que apenas o cabeçote será movimentado para distal ou mesial, devendo-se posicionar os dois filmes radiográficos na mesma posição. Método de Miller-Winter (técnica do ângulo reto) Devido às diferenças anatômicas da maxila e da mandíbula, em 1914, o Dr. Fred Miller idealizou um novo método para a localização radiográfica de estruturas mandibulares nas três dimensões. Ela é indicada para a localização de dentes não irrompidos, em geral o terceiro molar inferior, corpos estranhos e processos patológicos na mandíbula. A técnica consiste do princípio da dupla incidência: uma radiografia periapical e uma oclusal cujas incidências são perpendiculares entre si. Primeiramente, executa-se a radiografia periapical da região em que se encontra a estrutura, obtida de preferência por meio da técnica do paralelismo. Então, para localizar o terceiro molar inferior não irrompido, por exemplo, a radiografia deve registrar a imagem por inteiro do referido dente. Essa incidência fornecerá a posição do dente em altura e largura (sentido mesiodistal). Faltará então a sua posição vestibulolingual, que será obtida através da segunda incidência, uma radiografia oclusal utilizando um filme periapical. O filme deve repousar sobre a superfície oclusal dos molares inferiores, o mais distal possível, e será mantido em posição com um leve fechamento da boca do paciente. O paciente, por sua vez, deve inclinar a cabeça para trás, com o seu plano sagital mediano (PSM) perpendicular ao plano horizontal, para o feixe de raios X incidir perpendicular ao plano do filme. O tempo de exposição será maior na radiografia oclusal, devido à maior quantidade de estruturas a serem atravessadas pelos raios X. Portanto, para a localização radiográfica de um terceiro molar inferior não irrompido, indica-se o método de Miller-Winter. Caso a radiografia periapical não mostre inteiramente o referido dente, deve ser aplicado um método conhecido como método de Parma. E se o mesmo ocorrer na radiografia oclusal de Miller-Winter, o impasse é solucionado utilizando a técnica de Donovan. Método de Parma Dependendo da posição do terceiro molar, a radiografia periapical não consegue registrar inteiramente a sua imagem. Então, em 1936, Parma modificou o posicionamento do filme e solucionou o problema. Na radiografia periapical convencional, o longo eixo do filme acompanha o plano oclusal do paciente. Sendo assim, Parma sugere que o filme seja inclinado, deixando a sua borda distoinferior próxima ao assoalho bucal, formando um ângulo entre o longo eixo do filme e o plano oclusal. Utiliza-se o mesmo tempo de exposição de uma radiografia periapical convencional. Na primeira incidência (à esquerda), não se pode observar as raízes do terceiro molar inferior. Inclinando o filme radiográfico (à direita) o problema é resolvido. Método de Donovan É indicado quando a radiografia oclusal do método de Miller-Winter não registra o terceiro molar inferior não irrompido. O posicionamento do filme radiográfico deve ser alterado, fazendo com que, consequentemente , a incidência do feixe de raios X também se altere, de modo que o filme permaneça inclinado sobre o ramo da mandíbula. Isso deve ser feito com o paciente mantendo o dedo indicador da mão do lado oposto a ser radiografado, mantendo a outra borda do filme apoiada na superfície mésio-distal do segundo molar inferior, assim o filme estará voltado para a região do trígono retromolar. O paciente também deve inclinar a cabeça para trás e virar-se para o lado oposto a ser radiografado, para que os feixes de raios X incida de maneira perpendicular ao plano do filme no sentido ângulo da mandíbula-ápice nasal. O tempo de exposição deve ser maior visto que a quantidade de estruturas atravessadas pelos raios X é ainda maior.
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