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MATERIAL DE APOIO ESQUEMATIZADO A finalidade deste material não é exaurir o conteúdo, mas trazer de forma complementar, direcionada e esquematizada, fazendo com que o aluno tenha contato com os temas de maior incidência nas provas de concursos públicos, baseando-se em pesquisas e análise das provas e na nossa experiência. Além disso, utilizamos o processo de aprendizado avançado, explicitando informações na medida suficiente e necessária para que o aluno consiga estudar, revisar e memorizar com qualidade. Nosso conteúdo é exclusivo para nossos alunos, a confecção do material leva em conta o “tempo” que você não tem hoje para estudar, por isso o material oferece uma linguagem objetiva e com diversas técnicas para facilitar a sua memorização e afastar a curva do esquecimento. Estamos com as matrículas abertas na TURMA CARREIRA POLICIAL que abrangerá os concursos de Agente, Investigador, Inspetor e Escrivão da PC/DF, PA, PR, CE, RJ, RN, AL, BA, AM, MT etc. Serão mais de 7 mil vagas em 2020. Veja o quadro de informações ao final do material e se planeje. WhatsApp (47) 98885-9764 Saiba mais sobre nossas turmas LEI 13.869/2019 – NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE SUMÁRIO 1. Conceito ......................................................................................................................................................4 1.1. Sujeito: Ativo X Passivo (dupla subjetividade passiva) .................................................................... 4 1.1.1. Elemento subjetivo especial ............................................................................................... 6 1.2. Ação Penal: Pública X Privada subsidiária da pública ..................................................................... 7 1.2.1. Efeitos da condenação ..................................................................................................... 10 1.2.2. Penas restritivas de direitos .............................................................................................. 12 1.2.3. Sanções de natureza civil e administrativa ....................................................................... 12 1.2.4. Competência: Justiça Federal X Estadual X Militar .......................................................... 14 2. Dos Crimes e das Penas .........................................................................................................................15 3. Alterações de legislação penal especial ................................................................................................23 Página | 3Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Informação de relevância sobre a vacância desta nova legislação extravagante que foi alterada duas vezes, no entanto, não houve alteração quanto à sua vacatio, na qual previu em seu artigo 45, o lapso temporal de 120 dias para sua vigência, nesta senda, vale a contagem a partir da primeira publicação, a do dia 5/9/2019. Como regra, seguem o comando do artigo 8ª da Lei Complementar 95/98, com a redação dada pela LC 107/2001, que dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do artigo 59 da Constituição Federal. Neste sentido, o artigo 8º, §1º da aludida Lei Complementar, “para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância”, incluindo-se a “data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.” Portanto, contando-se 120 dias incluindo-se o dia 05 de setembro de 2019, seu o transcurso encerra no dia 2 de janeiro de 2020, entrando em vigor no dia subsequente, portanto no dia 3 de janeiro de 2020. Página | 4Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1. Conceito 1.1. Sujeito: Ativo X Passivo (dupla subjetividade passiva) COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA Quem pode ser considerado SUJEITO ATIVO na nova Lei de abuso de autoridade? Resposta: É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a (rol exemplificativo): Art.2º I. servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II. membros do Poder Legislativo; III. membros do Poder Executivo; IV. membros do Poder Judiciário; V. membros do Ministério Público; VI. membros dos tribunais ou conselhos de contas. ATENÇÃO! Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo (Parágrafo único do art.2º). Quem pode ser considerado SUJEITO PASSIVO na Nova Lei de Abuso de Autoridade? Resposta: A pessoa física ou jurídica diretamente atingida ou prejudicada pela conduta abusiva e o Estado (Poder Público). O que se entende por “DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA”? Resposta: A doutrina destaca que os crimes de abuso de autoridade previstos na Lei nº 13.869/2019 são delitos de “dupla subjetividade passiva”. Por quê? Resposta: São condutas que atingem dois sujeitos passivos. Quais seriam os DUPLOS sujeitos passivos? Resposta: O sujeito passivo principal ou imediato é a pessoa física ou jurídica diretamente atingida ou prejudicada pela conduta abusiva. O sujeito passivo secundário ou mediato é o Estado (Poder Público) que tem a sua imagem, credibilidade e até patrimônio ofendidos quando um agente seu pratica ato abusivo. Página | 5Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Vejamos o Quadro Esquemático: SUJEITOS ATIVO PASSIVO Qualquer agente público, seja servidor público ou não, da administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território. Principal ou imediato: Pessoa física ou jurídica diretamente atingida ou prejudicada pela conduta abusiva. Secundário ou mediato: o Estado (Poder Público) que tem a sua imagem, credibilidade e até patrimônio ofendidos quando um agente seu pratica ato abusivo. TEMA POTENCIAL Os crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem ser praticados por “agentes públicos”, nos termos do art. 2º. Nota-se a ausência de previsão do “particular” como autor do crime de abuso de autoridade, na medida em que não possui atribuições públicas. Em que pese o particular não constar na relação do art. 2º da Nova Lei de Abuso de Autoridade, pode praticar o crime de abuso de autoridade quando atua em conjunto com um agente público e, excepcionalmente, ainda que atue sozinho. VAI CAIR NA PROVA! Embora sejam crimes próprios, os delitos previstos na Lei nº 13.869/2019 admitem a coautoria e a participação. Isso porque a qualidade de “agente público”, por ser elementar do tipo, comunica-se aos demais agentes, nos termos do art. 30 do Código Penal, desde que eles tenham conhecimento dessa condição pessoal do autor. TOME NOTA Para você que não conhece o “tome nota”, aqui são expostas as redações legais debatidas anteriormente. Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a: I. servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II. membros do Poder Legislativo; III. membros do Poder Executivo; IV. membros do Poder Judiciário; V. membros do Ministério Público; VI. membros dos tribunais ou conselhos de contas. Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo. VAMOS PRATICAR 1. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) A Lei nº 13.869/2019 não define em seu rol a possibilidade da prática do crime de abuso de autoridade por parte de um Defensor Público. Neste sentido, a doutrina considera que o art. 2º da referida Lei é numerus clausus (lista fechada) Certo ou Errado Página | 6Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 2. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Os crimes de abuso de autoridade previstos na Lei nº 13.869/2019 são delitos de dupla subjetividade passiva. Neste sentido, o sujeito passivo principal ou imediato é o Estado e o sujeito passivo secundário ou mediato é a pessoa física ou jurídica. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 1. COMENTÁRIO: A pegadinha está na afirmação que a Nova Lei de Abuso de Autoridade tem seu rol de “agente ativo” fechado (numerus clausus), haja vista que o próprio legislador entendeu de forma diversa. Vejamos a parte final do artigo 2º desta Lei: “É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a”: (...). Pois bem, isso quer dizer que a lista é aberta, que além dos: I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II - membros do Poder Legislativo; III - membros do Poder Executivo; IV - membros do Poder Judiciário; V - membros do Ministério Público; VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas; outros agentes públicos podem figurar como sujeito ativo no crime de abuso de autoridade. O item está errado. 2. COMENTÁRIO: A pegadinha está na troca da conceituação entre Sujeito Imediato e Mediato. Vejamos: O sujeito passivo principal ou imediato é a pessoa física ou jurídica diretamente atingida ou prejudicada pela conduta abusiva. Enquanto o sujeito passivo secundário ou mediato é o Estado que tem a sua imagem, credibilidade e até patrimônio ofendidos quando um agente seu pratica ato abusivo. O item está errado. 1.1.1. Elemento subjetivo especial COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA O que seria “elemento subjetivo especial” na Nova Lei de Abuso de Autoridade? Resposta: Inicialmente, destaca-se que NÃO há delito culposo de abuso de autoridade, porquanto TODOS os delitos previstos na Lei nº 13.869/2019 são dolosos. Ademais, exige-se para sua ocorrência o elemento subjetivo especial, ou seja, especial fim de agir, “antigo dolo específico”. É o que está preceituado no § 1º do art. 1º da Lei: “As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”. Vejamos o Quadro Esquemático: ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE O agente só comete crime de abuso de autoridade se: Ao praticar a conduta tinha a finalidade específica de: 1) prejudicar alguém ou 2) beneficiar a si mesmo ou a terceiro Tiver praticado a conduta por mero capricho ou satisfação pessoal. Página | 7Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. CUIDADO! A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade (§ 2º do art.1º). Tais situações são consideradas causa de exclusão da tipicidade. TOME NOTA Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. VAMOS PRATICAR 3. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) As condutas descritas na nova Lei de abuso de autoridade só podem ser praticadas dolosamente. Neste caso, a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade por haver a exclusão da tipicidade. Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 3. COMENTÁRIO: Pois bem, questão tranquila e muito importante para provas futuras. Fique atento com as regras expostas em epígrafe, com certeza as bancas irão cobrar muitas questões sobre este tema. O item está certo. 1.2. Ação Penal: Pública X Privada subsidiária da pública COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA Qual é a ação penal dos crimes previstos na nova Lei de Abuso de Autoridade? Resposta: A Lei prevê expressamente que os crimes nela previstos são de ação penal pública INCONDICIONADA. Ainda, estabelece a Lei que será admitida a ação privada (no prazo de seis meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia) se a ação penal pública não for intentada no prazo legal (Ação penal privada subsidiária da pública), cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Página | 8Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Vejamos as espécies de Ações Penais e suas definições no Quadro: AÇÃO PENAL PÚBLICA Incondicionada Condicionada à representação da vítima Condicionada à requisição do Ministro da Justiça É a mais comum, aplica-se quando o texto legal não especifica que é cabível outro tipo de ação. Depende de representação do ofendido para instauração do inquérito ou oferecimento da denúncia. Atende razões de ordem política e dependem de ordem ministerial. Não cabe à vítima perdoar o acusado. O ofendido ou seu representante legal devem exercer o direito de ação até 6 meses após o conhecimento da autoria. Nos crimes contra a honra, praticados contra o Presidente da República e delitos praticados por estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil. É indisponível, o MP não pode desistir da ação, pode apenas pedir absolvição ou oferecer acordo ou transação penal. Após o oferecimento da denúncia, a ação passa a titularidade para o MP e o ofendido não decide mais sobre os rumos do processo. A requisição pode ser feita a qualquer tempo, até que seja extinta a punibilidade do agente infrator. AÇÃO PENAL PRIVADA Exclusiva Personalíssima Subsidiária da Pública Pode ser promovida pelo ofendido ou por seus representantes legais Pode ser promovida apenas pelo ofendido Quando o MP perde o prazo de 05 ou 15 dias para oferecer denúncia, o ofendido passa a ter esse direito, concomitante ao MP pelo prazo de 06 meses. O Ministério Público tem um prazo previsto na lei para o ajuizamento da ação penal pública. Se o membro do Parquet não oferecer a denúncia neste prazo, o ordenamento jurídico permite que o ofendido (a vítima) tome a providência que o MP deveria ter feito e ofereça a ação penal em nome próprio. Neste caso, o ofendido apresenta uma queixa-crime substitutiva (supletiva) da denúncia. O prazo para o oferecimento da denúncia está previsto no art. 46 do CPP: Estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial. Se o réu estiver solto ou afiançado, o prazo é de 15 dias. Ação privada subsidiária é instrumento para suprir eventual inércia do MP, não para se contrapor à providência adotada pelo órgão ministerial. Ao final do prazo legal previsto no art. 46 do CPP, omembro do Ministério Público tem, basicamente, quatro possibilidades: 1) oferecer denúncia; 2) requisitar a realização de novas diligências; 3) pedir o arquivamento; 4) requerer a declinação de competência. Para que o ofendido possa ajuizar a ação privada subsidiária, é necessário que o membro do MP fique completamente inerte no prazo legal do art. 46 do CPP, ou seja, que não adote nenhuma dessas quatro providências. Assim, se o Promotor de Justiça/Procurador da República pedir o arquivamento do inquérito policial, o ofendido, mesmo que discorde disso, não poderá ajuizar a ação privada subsidiária considerando que não houve inércia do MP. Página | 9Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Se o ofendido oferecer ação privada subsidiária neste caso, o juiz deverá rejeitar a queixa substitutiva por ilegitimidade de parte. Resumindo, a ação privada subsidiária só pode ser ajuizada em caso de inércia do MP, não servindo como instrumento para que o ofendido discorde da providência tomada pelo Parquet. LEGITIMIDADE A legitimidade para a ação privada subsidiária é do ofendido (vítima) ou de seu representante legal (art. 31 do CPP). Prazo para oferecimento da ação privada subsidiária Segundo o § 2º do art. 3º da nova Lei de abuso de autoridade, o ofendido tem o prazo de 6 meses para oferecer a queixa substitutiva: Importante esclarecer que se trata de um prazo decadencial impróprio considerando que, mesmo após ele se esgotar, o Ministério Público pode ajuizar a denúncia ou tomar outras providências. O simples decurso do prazo de 6 meses não gera a extinção da punibilidade. A única consequência que acarreta é o fato de o ofendido não poder mais ajuizar a ação privada subsidiária não influenciando nos poderes do MP. TOME NOTA Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. VAMOS PRATICAR 4. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Os crimes preceituados na nova Lei de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada e será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 4. COMENTÁRIO: De acordo com o art. 3º da Lei 13.869/2019: Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. O item está certo. Página | 10Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1.2.1. Efeitos da condenação COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA Quais são os efeitos da condenação na nova Lei de Abuso de Autoridade? Resposta: A Lei 13.869/2019 estabelece como efeitos da condenação os seguintes: 1) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; 2) A inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; BIZU! Cuidado que ANTES na antiga Lei 4.898/65 era de até TRÊS anos. Vejamos: Art.6º, §3º, alínea c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. Possivelmente será uma das pegadinhas para tornar a questão errada será trocar o período de inabilitação de 1 (um) a 5 (cinco) anos para três. 3) A perda do cargo, do mandato ou da função pública (é condicionada à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não é automática, devendo ser declarada motivadamente na sentença). VAI CAIR NA PROVA! Os efeitos previstos nos itens (2) e (3) em epígrafe são condicionados à ocorrência de REINCIDÊNCIA em crime de abuso de autoridade e NÃO será automática a perda do cargo, devendo ser declarada motivadamente na sentença. FIQUE LIGADO! Esse será um dos pontos mais cobrados nas provas de concurso. Vejamos os efeitos da condenação do crime de abuso de autoridade e tortura, posto que os examinadores das bancas misturam os efeitos para induzir o candidato ao erro na hora da prova. EFEITOS DA CONDENAÇÃO Nova Lei de Abuso de Autoridade Lei dos crimes de Tortura Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; A inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Página | 11Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. A perda do cargo, do mandato ou da função pública NÃO será automática, devendo ser declarada motivadamente na sentença. A perda do cargo se dá automaticamente consoante entendimento firme da jurisprudência*. JURISPRUDÊNCIA *Ao analisar a controvérsia, o Min. Relator Nefi Cordeiro (STJ), observou que, de acordo com “a jurisprudência desta Corte, a perda do cargo decorrente dos efeitos do art. 92 do CP não constitui efeito automático da condenação, salvo a hipótese de crime de tortura, de modo que necessita de fundamentação específica na sentença condenatória, consoante parágrafo único do citado dispositivo legal”( recurso especial (STJ - REsp nº 1.737.795-GO)/2018). TOME NOTA Art. 4º São efeitos da condenação: I- tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; II- a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; III- a perda do cargo, do mandato ou da função pública. Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença. VAMOS PRATICAR 5. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. A condenação por crime de abuso de autoridade acarreta automaticamente a perda do cargo, do mandato ou da função pública, além disso, será necessário a reincidência no referido delito. Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 5. COMENTÁRIO: A casca de banana está na PRIMEIRA PARTE em afirmar que a perda do cargo, mandado ou função pública é automática, quando, na verdade, a nova Lei de Abuso de Autoridade estabelece que este efeito da condenação NÃO é automático e DEVE SER declarado motivadamente na sentença. A segunda parte da questão está correta: Art.4º, parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamentena sentença. O item está errado. Página | 12Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1.2.2. Penas restritivas de direitos COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA Quais são as penas restritivas de direitos previstas na Lei 13.869/2019? Resposta: São duas, que podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente: 1) Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; 2) Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens. TOME NOTA Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são: I- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; II- suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens; III- (VETADO). Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. VAMOS PRATICAR 6. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. A nova Lei de Abuso de Autoridade estabelece que poderá ser aplicada pena restritiva de direitos consistente na suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, sem a perda dos vencimentos e das vantagens. Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 6. COMENTÁRIO: A pegadinha da questão está em afirmar que não haverá a perda dos vencimentos e das vantagens durante a suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato. De acordo com o Art. 5º: As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são: II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens. O item está errado. 1.2.3. Sanções de natureza civil e administrativa COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA Além das penas previstas na nova Lei de Abuso de Autoridade, podem ser aplicadas também sanções de natureza civil ou administrativa? Resposta: Em regra, as penas (sanções criminais) previstas na Lei nº 13.869/2019 devem aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis (princípio da independência de instâncias). Assim, em regra, as responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal. Página | 13Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. VAI DESPENCAR NA PROVA! Quais seriam as Exceções? Resposta: 1) Se o juízo criminal decidir sobre a existência ou a autoria do fato, essas questões NÃO poderão mais ser questionadas nas esferas civil e administrativa. 2) Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Em caso de falta funcional, o órgão da corregedoria deverá ser informado. As notícias de crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 que descreverem falta funcional deverão ser informadas à autoridade competente com vistas à apuração. TOME NOTA Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis. Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração. Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal. Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. VAMOS PRATICAR 7. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Em regra, as responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, contudo, não se poderá mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tiverem sido decididas no juízo criminal. Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 7. COMENTÁRIO: A lei 13.869/2019 prevê em seu art. 7º: As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, NÃO se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal. O item está certo. Página | 14 1.2.4. Competência: Justiça Federal X Estadual X Militar COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA DOUTRINA De quem será a competência para julgar os crimes da nova Lei de Abuso de Autoridade? Resposta: O primeiro passo para se definir a competência no caso de crimes da Lei do Abuso de Autoridade é verificar se a Constituição Federal prevê foro por prerrogativa de função para o agente público que praticou o delito. Se a autoridade que praticou o delito no exercício das suas funções goza de foro por prerrogativa de função, deverá ser julgada pelo respectivo Tribunal. Sendo a competência do juízo de 1ª instância, será necessário analisar se a competência é da Justiça Estadual ou Federal. A competência para julgar o delito será, em regra, determinada pela esfera ao qual estiver vinculado o agente público que praticou o crime. Assim, em regra: Se o delito foi praticado por autoridade (agente público) federal no exercício dessa função: o crime será de competência da Justiça Federal, considerando que, neste caso, o delito terá sido praticado em detrimento de um serviço público federal. Obviamente, para a competência ser da Justiça Federal, o crime deve estar relacionado com as funções federais exercidas pelo agente público. Se o delito foi praticado por autoridade (agente público) estadual ou municipal no exercício dessa função: o crime será, em regra, de competência da Justiça Estadual, que é residual. Justiça Militar pode julgar crime de abuso de autoridade? Resposta: Sim. Vejamos a Súmula 172, STJ: Compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. Destaca-se que esta súmula está superada pela Lei nº 13.491/2017, que alterou o art. 9º, II, do CPM. Antes da alteração, se o militar, em serviço, cometesse abuso de autoridade ele seria julgado pela Justiça Comum porque o art. 9º, II, do CPM afirmava que somente poderia ser considerado como crime militar as condutas que estivessem tipificadas no CPM. Assim, como o abuso de autoridade não está previsto no CPM, mas sim na Lei nº 4.898/65, este delito não podia ser considerado crime militar nem podia ser julgado pela Justiça Militar. ATENÇÃO Isso mudou com a nova redação dada pela Lei nº 13.491/2017 ao art. 9º, II, do CPM. Com a mudança, a conduta praticada pelo agente, para ser crime militar com base no inciso II do art. 9º, pode estar prevista no Código Penal Militar ou na legislação penal “comum”. Dessa forma, o abuso de autoridade, mesmo não estando previsto no CPM pode agora ser considerado crime militar (julgado pela Justiça Militar) com base no art. 9º, II, do CPM. Logo, a Justiça Militar pode sim julgar crime de abuso de autoridade. JURISPRUDÊNCIA 1. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas1. Súmula 147, STJ: Compete à justiça federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. 1 STF. Plenário AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900). Página | 15 VAMOS PRATICAR 8. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) A Justiça Militarnão possui competência para julgar crime de abuso de autoridade. Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 8. COMENTÁRIO: Fique atento! O entendimento atual é de que a Justiça Militar pode sim julgar crime de abuso de autoridade conforme explicado acima. O item está errado. 2. Dos Crimes e das Penas COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA IMPORTANTE Prevê o art. 10 da nova Lei de Abuso de Autoridade: “Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.” Em que consistiria a Condução coercitiva Resposta: A condução coercitiva consiste em capturar a testemunha, o perito, o ofendido, o investigado ou o réu e levá-lo, ainda que contra a sua vontade, à presença de uma determinada autoridade para que seja ouvido, identificado ou pratique outros atos de interesse da investigação ou da ação penal. BIZU! A condução coercitiva, embora não listada no rol das medidas cautelares diversas da prisão dos arts. 319 e 320 do CPP, também funciona como medida cautelar de coação pessoal2. A condução coercitiva é sempre determinada pelo magistrado? Resposta: Não. A legislação prevê a possibilidade de que outras autoridades também determinem a condução coercitiva. Veja alguns exemplos: 1) autoridade policial; 2) membros do Ministério Público; 3) Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). IMPORTANTE! O STF, recentemente, decidiu que não é válida a condução coercitiva do investigado ou do réu para interrogatório no âmbito da investigação ou da ação penal3. O CPP, ao tratar sobre a condução coercitiva, prevê o seguinte: “Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.” 2 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 694. 3 STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018 (Info 906). Página | 16Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi recepcionada pela Constituição Federal. Assim, caso seja determinada a condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, tal conduta poderá ensejar: 1) a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade 2) a ilicitude das provas obtidas 3) a responsabilidade civil do Estado. O delito previsto no art. 10 consiste em: CONDUÇÃO COERCITIVA E ABUSO DE AUTORIDADE Decretar condução coercitiva de... Testemunha ou Investigado De forma manifestamente descabida; ou Sem que a testemunha ou investigado tenham sido previamente intimados para comparecerem espontaneamente ao juízo TEMA POTENCIAL! Perceba, portanto, que existem DUAS HIPÓTESES em que haverá abuso de autoridade na condução coercitiva: 1) quando ela for manifestamente descabida; ou 2) quando a autoridade judicial não der oportunidade para que a testemunha ou o investigado compareçam espontaneamente ao juízo. A primeira hipótese abrange a segunda. Isso porque se a testemunha ou o investigado não foram previamente intimados para comparecerem espontaneamente, essa condução coercitiva é abusiva, desproporcional, ou seja, é manifestamente descabida já que não houve recusa. BIZU! Vejamos os pontos relevantes que devem ser cobrados nos próximos concursos: 1) Os crimes serão punidos somente com detenção e multa, ou seja, NÃO há reclusão; 2) As penas de detenção serão de 6 meses a 2 anos ou 1 ano a 4 anos. Destarte, variam entre crimes de menor e de médio potencial ofensivo, cabendo em todos os delitos a suspensão condicional do processo, na forma do artigo 89 da Lei 9.099/95. 3) Não há majorantes; 4) A perda do cargo, agora, somente na reincidência. VAMOS PRATICAR 9. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Os crimes previstos na Lei 13.869/2019 podem ser punidos com reclusão. Certo ou Errado GABARITO COMENTADO 9. COMENTÁRIO: Os crimes previstos na nova Lei de Abuso de Autoridade serão punidos somente com detenção e multa, ou seja, não há reclusão. Página | 17Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. O item está errado. TEMA POLÊMICO! O art. 22, §1º, inciso III desta nova Lei preceitua que: “cumprir mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h ou antes das 5h”. Boa parte da doutrina já entendia que a expressão “durante dia” se tratava do “período compreendido entre as 6 e 18 horas; ou do amanhecer ao pôr do sol”. Oportuno destacar que o próprio Código de Processo Penal menciona a busca durante o dia: “Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência. § 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.” VAMOS PRATICAR 10. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Para a nova Lei de abuso de autoridade, incorre em abuso de autoridade aquele que cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 18h (dezoito horas) ou antes das 6h (seis horas). Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 10. COMENTÁRIO: A nova Lei de Abuso de Autoridade considera crime: Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei (...) § 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem: (...) III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). O item está errado. ATENÇÃO Algumas bancas têm por hábito expor redações vetadas como vigentes, por isso chamo atenção para os preceitos que foram vetados para você não confundir na prova e errar. CRIME VETADO JUSTIFICATIVA Executar prisão ou busca e apreensão sem flagrante ou mandado. Um flagrante pode se alongar no tempo, dependendo do caso. Fotografar ou filmar preso sem consentimento (exceção: produção de provas, documentação de condições carcerárias). Não é possível o controle absoluto da captação de imagens por parte de particulares ou da imprensa. Página | 18Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Usar algemas sem necessidade (a pena é dobrada se o/a detido o/a for menor ou grávida ou se o ato acontecer dentro de unidade prisional). Já existe súmula vinculante do STF regulamentando o tema (Súmula 11) Executar mandado de busca e apreensão com mobilização desproporcional de aparato de segurança. O planejamento e a logística das operações competem às forças de segurança Instigar prática de crime para obter um flagrante (exceções: flagrante esperado ou prorrogado) – a pena é maior se o ato resulta em captura. Texto muito subjetivo e interpretativo, pode prejudicar a atividade investigativaOmitir dados ou informações sobre fato judicialmente relevante e não sigiloso pertinente a uma investigação, para prejudicar o investigado. Pode conflitar com a Lei de Acesso à Informação, permitindo/exigindo a divulgação de informações que ela protege Deixar de corrigir erro conhecido em processo Conduta análoga à prevaricação, que é um crime já tipificado. Proibir ou dificultar a reunião pacífica de pessoas para fins legítimos. Direito já garantido pela Constituição VAMOS PRATICAR 11. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Incorrerá em abuso de autoridade aquele que executar mandado de busca e apreensão com mobilização desproporcional de aparato de segurança. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 11. COMENTÁRIO: O dispositivo citado na questão foi vetado, tendo em vista que o planejamento e a logística das operações competem às forças de segurança. O item está errado. TEMA POTENCIAL! Tenha atenção redobrada com os crimes que tiveram o veto presidencial derrubado pelo Congresso Nacional e retornaram para a Nova Lei. Vejamos as condutas: 1) Não se identificar como policial durante um interrogatório 2) Impedir encontro do preso com seu advogado 3) Impedir que preso/réu/investigado sente-se e consulte seu advogado antes e durante audiência 4) Negar ao investigado acesso a documentos relativos a etapas vencidas da investigação 5) Atribuir culpa publicamente antes de formalizar uma acusação 6) Decretar prisão fora das hipóteses legais 7) Não relaxar prisão ilegal 8) Não substituir prisão preventiva por outra medida cautelar, quando couber 9) Não conceder liberdade provisória, quando couber 10) Não deferir habeas corpus cabível 11) Constranger o preso a produzir prova contra si ou contra outros 12) Insistir no interrogatório de quem optou por se manter calado Página | 19Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 13) Insistir no interrogatório de quem exigiu a presença de advogado enquanto não houver advogado presente 14) Iniciar investigação contra pessoa sabidamente inocente BIZU! Fique muito atento, por ter sido ponto de conflito há uma tendência que as bancas cobrem mais essas condutas que voltaram a ser tipificadas na nova Lei de abuso de autoridade. Outro detalhe, a maioria dessas condutas estão ligadas aos direitos do preso ou investigado, não se preocupe em decorar todo o artigo, mas a sua essência e os pequenos detalhes. TOME NOTA Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: I- relaxar a prisão manifestamente ilegal; II- substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III- deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’ Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 11. (VETADO). Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I- deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; II- deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; III- deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; IV- prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal. Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: I- exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; II- submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; III- produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. Art. 14. (VETADO). Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Página | 20Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: I- de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou II- de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono. Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. Art. 17. (VETADO). Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja. Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência. Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem: I- coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; II- (VETADO); III- cumpre mandado de busca e apreensão domiciliarapós as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: Página | 21Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de: I- eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligência; II- omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo. Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude. Art. 26. (VETADO). Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. (VETADO). Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado. Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Página | 22Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido. Art. 34. (VETADO). Art. 35. (VETADO). Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. VAMOS PRATICAR 12. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Uma das situações que se configuram como abuso de autoridade é decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo Certo ou Errado 13. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Constitui abuso de autoridade constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. Certo ou Errado 14. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Não pratica o crime de abuso de autoridade aquele que procede à obtenção de prova, em procedimento de investigação, ainda que por meio manifestamente ilícito, mas o pratica aquele que faz uso desta prova, em desfavor do investigado, conhecendo a sua ilicitude. Certo ou Errado 15. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Constitui abuso de autoridade divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado Certo ou Errado 16. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Não pratica crime de abuso de autoridade o responsável pela investigação que antecipa, por meio de comunicação, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação. Página | 23Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. GABARITOS COMENTADOS 12. COMENTÁRIO: Consoante art. 10: Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. O item está certo. 13. COMENTÁRIO: Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro. O item está certo. 14. COMENTÁRIO: Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude. O item está errado. 15. COMENTÁRIO: Nos termos do art. 28. Divulgar gravação ou trecho degravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado. O item está certo. 16. COMENTÁRIO: Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação. O item está errado. 3. Alterações de legislação penal especial COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA Prisão Temporária – Lei 7.960/89 O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva. Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária. Interceptação das comunicações telefônicas – Lei 9.296/96 Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. Página | 24Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Estatuto da Criança e do Adolescente – 8.069/90 Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. TEMA POLÊMICO No dia 24 de setembro de 2019 o Congresso Nacional derrubou o veto ao artigo 43 da Nova Lei de Abuso de Autoridade que altera a Lei n. 8.906/94 – Estatuto da Advocacia e da OAB – para passar a prever o crime de violação à prerrogativa de advogado, nos seguintes termos: “Art. 7º-B. Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II a V do caput do art. 7º: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.” Ocorre que tal conduta (violar prerrogativas de advogados) já é crime e não passou a ser crime com a Nova Lei de Abuso de Autoridade, razão pela qual a Nova Lei de Abuso de Autoridade não criminaliza a violação às prerrogativas do advogado, pois já é criminalizado. Não há um crime novo, mas mera continuidade normativo-típica. Isto é, revoga-se um artigo de lei ou uma lei, mas mantém a conduta prevista na norma revogada como crime em outro artigo de lei ou lei. Na verdade o que houve foi uma restrição às condutas consideradas criminosas quando se trata de violação às prerrogativas dos advogados, pois o art. 3º, “j”, da Lei n. 4.898/65 (atual Lei de Abuso de Autoridade até a entrada em vigor da Nova Lei, o que ocorrerá em 03 de janeiro de 2020) considera criminosa qualquer violação aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional, o que abrange a violação a qualquer direito dos advogados previstos no art. 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB, que supera vinte. Com o advento da Nova Lei de Abuso de Autoridade somente a violação aos direitos dos advogados previstos nos incisos II, III, IV e V do art. 7º da Lei n. 8.906/94 é considerada crime. “Art. 7º São direitos do advogado: II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008) III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)”. Basta analisar todos os direitos e prerrogativas dos advogados para concluir que houve na verdade abolitio criminis, pois antes qualquer violação a direitos dos advogados no exercício da profissão poderia ser considerada crime, desde que presente, por óbvio, o elemento subjetivo do tipo (dolo específico). Agora, somente as condutas previstas na Nova Lei de Abuso de Autoridade são consideradas criminosas – e não mais qualquer violação aos direitos dos advogados no exercício da função. Para a ANTIGA Lei de Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65) é suficiente que haja qualquer atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional para que o crime fosse consumado (crime de atentado), enquanto para a Nova Lei de Abuso de Autoridade é necessário que a conduta reúna todos os elementos do tipo penal para que haja a consumação. Ou seja, antes havia um rigor maior, pois o crime de abuso de autoridade sempre seria consumado e para a nova lei o crime pode ser Página | 25Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. tentado ou consumado e no crime tentado a pena pode ser reduzida de um a dois terços. De qualquer forma, as penas da Nova Lei de Abuso de Autoridade são mais rigorosas, pois o crime de violação às prerrogativas dos advogados prevê como pena a detenção de 03 (três) meses a 01 (um) ano, enquanto que a atual Lei de Abuso de Autoridade prevê pena de detenção de 10 (dez) dias a 06 (seis) meses. Todavia, para ambos os casos é possível a concessão dos benefícios da Lei n. 9.099/95, razão pela qual, na prática, os efeitos poderão ser os mesmos. VAMOS PRATICAR 17. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, que realizou alterações na Lei 7.960/1989 julgue o item a seguir. Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, apenas se houver nova ordem da autoridade judicial neste sentido, pôr imediatamente o preso em liberdade. Certo ou Errado 18. (Simulado - Carreira Policial - Método Aprovação em Concursos) Com base no disposto na Lei nº 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Diante da Nova Lei de Abuso de Autoridade, o fato de o juiz deixar de receber advogados não poderá mais ser considerado crime de abuso de autoridade. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 17. COMENTÁRIO: O art. 40 da Nova Lei de Abuso de Autoridade prevê a seguinte alteração na Lei 7.960/1989: “Art.2º, § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva”. O item está errado. 18. COMENTÁRIO: Diante da Nova Lei de Abuso de Autoridade, o fato do juiz deixar de receber advogados não poderá mais ser considerado crime de abuso de autoridade, pois essa prerrogativa do advogado está assegurada no inciso VIII do art. 7º da Lei n. 8.906/94 e a Nova Lei de Abuso de Autoridade prevê como crime violar os direitos previstos nos incisos II, III, IV e Vdo art. 7º da Lei n. 8.906/94. O item está certo. Página | 26Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Vejamos os concursos previstos para Carreira Policial no geral: Salve, salve Guerreiro (a)! Você já planejou como será 2020? Pois bem, estou aqui para lembrá-lo que teremos mais de 4.500 vagas para Agente/Investigador e mais de 2.500 vagas para Escrivão, totalizando mais de 7 mil vagas em diversos Estados. Seja sincero, você se sente preparado? Quero ensinar o método que me aprovou na PRF, na Polícia Penal Federal, em Investigador do RJ e outros 7 concursos. Ainda dá tempo de mudar e fazer de 2020 um ano de conquistas na sua vida, sua realização profissional e financeira. MAIS PERGUNTADO: Professor, essa Turma CARREIRA POLICIAL serve para Escrivão da PCDF? Dará tempo de estudar o cronograma? Resposta: SIM. O edital publicado está enxuto, além disso com o estudo direcionado fica melhor ainda. Destaco que será lançada a Turma Avançada início de janeiro para Escrivão da PCDF, mas se você estiver precisando de conteúdo (Edital Codificado e Material de Apoio Esquematizado) aconselho que já comece na Turma Carreira Policial. Neste contexto, gostaria de destacar informações importantes sobre os concursos que o “curso” (TURMA CARREIRA POLICIAL) online irá abranger: DISTRITO FEDERAL CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS ESCRIVÃO SUPERIOR 8,698 MIL REAIS 300 AGENTE SUPERIOR 8,698 MIL REAIS 1500 PARÁ CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS ESCRIVÃO SUPERIOR 6,3 MIL REAIS 252 INVESTIGADOR SUPERIOR 6,3 MIL REAIS 818 PAPILOSCOPISTA SUPERIOR 6,3 MIL REAIS 160 RIO DE JANEIRO CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS PERITO LEGISTA MED. ODONT. FARMÁCIA E BIOQUIMICA 10.311,32 54 INSPETOR SUPERIOR 6.711,29 597 INVESTIGADOR MÉDIO 6.108,85 118 Página | 27Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. PERITO CRIMINAL ENG. INFORM. FARMÁCIA, VET. BIO. FÍSICA, QUIMICA, ECON. 5.234,81 (desatualizado. Dados de 2013) 20 TÉC. DE NECROPSIA MÉDIO 7.287,36 16 AUX. DE NECROPSIA FUNDAMENTAL 4.732,23 12 CEARÁ CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS ESCRIVÃO SUPERIOR 2.600 (IRREGULAR) A DEFINIR INSPETOR SUPERIOR 3.200 (IRREGULAR) A DEFINIR RIO GRANDE DO NORTE CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS AGENTE SUPERIOR 3.022,11 235 ESCRIVÃO SUPERIOR 3.022,11 26 SÃO PAULO CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS INVESTIGADOR SUPERIOR 3.743,98 900 ESCRIVÃO SUPERIOR 3.743,98 1.600 MÉDICO LEGISTA 7.516,02 189 ALAGOAS CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS AGENTE SUPERIOR 3.800 300 AMAZONAS CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS INVESTIGADOR SUPERIOR 13.097,08 200 ESCRIVÃO SUPERIOR 13.097,08 98 PERITO CRIMINAL ENG. FLORESTAL INFOR. COMPUTAÇÃO E PROC DE DADOS QUÍMICA FARMÁCIA E BIOQUIMICA C. CONTÁBEIS BIOLOGIA BIOMEDICINA ENG. MEC. NAVAL 20.897,31 27 PERITO LEGISTA MEDICINA 16.942,17 8 Página | 28Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. PERITO ODONTO ODONTOLOGIA 20.897,31 3 AUX. PERITO MÉDIO INDISPONÍVEL 16 PADIOLEIRO FUNDAMENTAL INDISPONÍVEL 10 RORAIMA CARGO ESCOLARIDADE SALÁRIO INICIAL VAGAS LEGISTA SUPERIOR 11.620,68 6 ODONTOLEGISTA SUPERIOR 11.620,68 2 PERITO CRIMINAL SUPERIOR 11.620,68 14 ESCRIVÃO SUPERIOR 4.552,75 120 AGENTE SUPERIOR 4.552,75 100 PAPILOSCOPISTA SUPERIOR 4.552,75 15 AUX. PERITO MÉDIO 3.035,16 23 AUX. NECROPSIA MÉDIO 3.035,16 15 Destacamos os concursos de Delegado previstos: 1. PA (com 265 vagas e inicial de R$ 18 mil) 2. PR (com 50 vagas e inicial de R$ 17 mil) 3. RJ (com 100 vagas e inicial de R$ 18.483,95) 4. RN (com 41 vagas e inicial de R$ 12.303,27) 5. SP (com 265 vagas e inicial de R$R$12.250,00) 6. AM (com 62 vagas e inicial de R$ 18,500,00) 7. AL (com 40 vagas e inicial de R$ 15 mil) 8. CE (com 150 vagas e inicial de R$ 14.592,39) 9. RR (com 50 vagas e inicial de R$ 15 mil) 10. BA (com 82 vagas e inicial de R$12.250,00) SERÃO MAIS DE MIL VAGAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA WhatsApp (47) 98885-9764 Saiba mais sobre nossas turmas Página | 29Copyright © 2011-2020 – Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1. Conceito 1.1. Sujeito: Ativo X Passivo (dupla subjetividade passiva) 1.1.1. Elemento subjetivo especial 1.2. Ação Penal: Pública X Privada subsidiária da pública 1.2.1. Efeitos da condenação 1.2.2. Penas restritivas de direitos 1.2.3. Sanções de natureza civil e administrativa 1.2.4. Competência: Justiça Federal X Estadual X Militar 2. Dos Crimes e das Penas 3. Alterações de legislação penal especial
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