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APS Trabalho e Subjetividade_final

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI 
 
 
 
AMANDA ASSUNÇÃO DE SIQUEIRA CUNHA (21460430) 
BIANCA SANTANA DOS SANTOS (21455151) 
ÍSIS PASCHOAL TORRES (21382086) 
TAMIRES CARDOSO SOARES DE SOUZA (21468594) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
Trabalho e subjetividade 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
INTRODUÇÃO 
 
O trabalho é fundamental na vida do ser humano, pois é através dele que o 
homem transforma a si e o meio em que vive. Segundo Coutinho (2009), quando 
falamos de trabalho nos referimos a uma atividade humana, individual e coletiva, de 
caráter social, complexa, dinâmica, mutante e que se distingue de qualquer outro tipo 
de prática animal por sua natureza reflexiva, consciente, propositiva, estratégica, 
instrumental e moral. As definições da palavra trabalho no dicionário derivam da ideia 
de um fruto de acontecimentos históricos que estão associados ao discurso ideológico 
de suas épocas. A partir disso, pode-se considerar que o sentido do trabalho é oriundo 
de uma historicidade, isto é, está em consonância com a época, com a cultura, com o 
modo de relacionar-se e compreender o mundo de cada sujeito e do grupo do qual ele 
fez e faz parte (SACHUK e ARAÚJO, 2007). 
O presente trabalho tem como foco principal analisar o sentido que os 
profissionais trabalhadores compreendem na realização de seu oficio em diferentes 
gerações, visando discutir tanto a sua satisfação na realização de suas atividades em 
sincronia com seus ideais, quanto pela necessidade socioeconômica de 
sobrevivência. 
O primeiro capitulo tem como objetivo apresentar o questionário utilizado nas 
entrevistas. A metodologia utilizada foi a pesquisa do tipo descritiva, pois tem como 
função principal descrever as características de um determinado fenômeno e 
estabelecer uma relação com o referencial teórico e conhecimentos que adquirimos 
ao longo do semestre. Segundo Mattar (1993), “a pesquisa descritiva serve para 
descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-
los”. Utilizamos uma ferramenta chamada google forms, enriquecida com 15 
perguntas, entre elas duas dissertativas e as demais alternativas com o fim de coleta 
de dados. 
O segundo capitulo será abordado a caracterização da pesquisa e a discussão 
sobre os aspectos mais relevantes que identificamos como fatores chave em sintonia 
com o conteúdo das matérias e pôr fim a nossa conclusão e referências. 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 
 
Questionário sobre trabalho 
Responder de acordo com sua própria experiência no seu trabalho atual 
01 - Idade 
02 - O que o trabalho significa para você? Responder com apenas uma ou duas palavras 
03 - É um prazer realizar minhas tarefas 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
04 - Trabalhando, tenho oportunidades de estar sempre mais profissionalizado. 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
05 - As pessoas sabem quanto é importante o meu trabalho 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
06 - Ter um emprego é uma garantia 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
07 - Sinto que todos os dias estou repetindo as mesmas coisas 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
08 - Trabalhando, sinto-me como máquina ou animal 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
09 - Todos que trabalham têm os mesmos direitos 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
 
 
 
Questionário sobre trabalho 
10 - O trabalho é a minha sobrevivência. 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
11 - Esforço-me muito e ganho pouco 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
12 - O trabalho é a principal força da existência humana 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
13 - Quem trabalha está bem de cabeça 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
14 - Trabalhando, sinto-me gente 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
15 - Mereço ganhar mais pelo meu trabalho 
 1 2 3 4 5 
Não concordo Concordo muito 
 
 
CATEGORIZAÇÃO E ANÁLISE DAS RESPOSTAS 
 
Desde os primórdios da humanidade, o trabalho existe como forma de 
sobrevivência e investigativo nas comunidades de caçadores e coletores em meados 
de 8.000 anos a. C. passando por outras categorizações da sociedade nas civilizações 
antigas. Muitas mudanças foram acontecendo ao longo dos séculos, até chegarmos 
ao surgimento do capitalismo, onde se consolida o conceito de trabalho nas 
organizações. O capitalismo levou as pessoas a necessidade de vender seu trabalho 
em benefício das organizações, o que passou da exploração extensiva, a 
 
mecanização e ou especialização ao tipo de trabalho que vivemos hoje, onde o capital 
humano é reconhecido e valorizado na maioria das empresas. 
A humanidade se estrutura histórica, culturalmente e politicamente em função 
do conceito de trabalho, envolvendo condições socioeconômicas nas quais as 
atividades exercidas desenvolve-se com um significativo no sentido de valores e 
ideais. Antunes (2000) relaciona o sentido do trabalho com o sentido da vida, 
afirmando que uma vida desprovida de sentido no trabalho é incompatível com uma 
vida cheia de sentido fora do trabalho. Sendo assim, para que haja uma realização 
pessoal, é necessário que o individuo encontre uma realização no ambiente de 
trabalho. Há algumas décadas, passou a ser importante para a psicologia do trabalho 
ou organizacional, avaliar a importância atribuída aos processos psicológicos 
envolvidos na produção de sentidos, nas cognições, sociais e pessoais, envolvidas 
nos mecanismos de construção social da realidade (Berger & Luckmann, 1967). 
De acordo com esses conceitos, abordaremos a seguir os resultados e análise 
da entrevista feita com 17 pessoas de gêneros diferentes e idades variando entre 20 
e 78 anos. 
O objetivo do trabalho é analisar a percepção que as pessoas possuem do seu 
trabalho atual e se essa percepção condiz com seus planejamentos de vida. 
Ao pedir para os entrevistados descreveram o seu trabalho em uma ou duas 
palavras, os significados variaram bastante e as palavras “liberdade”, “realização”, 
“sonho” e “responsabilidade” foram as que mais apareceram. 
Foram feitas afirmações acerca do que seria o trabalho e os entrevistados 
puderam escolher, numa escala de 1 a 5, se concordavam ou não com as afirmações. 
O valor “1” correspondia a “não concordo” e o valor “5” a “concordo muito”. As 
afirmações eram: “É um prazer realizar minhas tarefas”; “Trabalhando, tenho 
oportunidades de estar sempre mais profissionalizado”; “As pessoas sabem quanto é 
importante o meu trabalho”; “Ter emprego é uma garantia”; “Sinto que todos os dias 
estou repetindo as mesmas coisas”; “Trabalhando sinto-me como máquina ou animal”; 
“Todos que trabalham têm os mesmos direitos”; “O trabalho é a minha sobrevivência”; 
“Esforço-me muito e ganho pouco”; “O trabalho é a principal força da existência 
humana”; “Quem trabalha está bem de cabeça”; “Trabalhando sinto-me gente” e 
“Mereço ganhar mais pelo meu trabalho”. 
Dessas afirmações, as que mais obtiveram consenso foram: “Trabalhando, 
tenho oportunidades de estar sempre mais profissionalizado”, “Mereço ganhar mais 
 
pelo meu trabalho” e “É um prazer realizar minhas tarefas” com 88,9%, 72,2% e 66,7% 
escolhendo a resposta “Concordo muito”, respectivamente. 
 
Gráfico 1: Profissionalização 
 
Fonte: autoral 
 
Gráfico 2: Remuneração 
 
Fonte: autoral 
 
 
Gráfico 3: Trabalho prazeroso 
 
 
Fonte: autoral 
 
As afirmações “Trabalhando sinto-me como uma máquina ou animal” e “Todos 
que trabalham têm os mesmos direitos” foram o contrário das outras apresentadas, 
com 64,7% e 47,1% dos respondentes optando pela resposta “não concordo”, 
respectivamente. 
 
Gráfico 4: Sentimento em relação ao trabalho 
 
 
Fonte: autoral 
 
 
Gráfico 5: Direitos no trabalho 
 
Fonte: autoral 
 
Analisando essasprincipais afirmações que foram uma forma de consenso, 
podemos observar que a maioria considera o trabalho como algo profissionalizante e 
de aprimoramento profissional e pessoal. Além disso, mais da metade considera 
realizar suas tarefas do trabalho como algo prazeroso. Isso pode estar relacionado 
com a satisfação no trabalho, que por si só está relacionada a fatores como confiança 
com a empresa que se trabalha, permanência na organização que oferece 
 
reconhecimento pelo trabalho de seus funcionários e uma maior frequência no 
trabalho. 
Enquanto isso, uma falta de satisfação com o trabalho pode levar a 
consequências como abandono da empresa, tentativa ativa e construtiva de melhorar 
as condições, espera passiva de que as condições melhorem e negligência, 
ocasionando uma redução no desempenho e aumento dos índices de erro. (Robbins, 
2009). 
De acordo com novas pesquisas e revisões das pesquisas na área, existem 
quatro fatores que conduzem a altos níveis de satisfação com o trabalho: trabalho 
intelectualmente desafiante, recompensas justas, condições de apoio no trabalho e 
colegas colaboradores. Há também evidências que indicam que a satisfação no 
trabalho está muito mais relacionada com os níveis genéticos do que com o trabalho 
exercido em sim. Dessa forma, os executivos devem focar mais em seu processo de 
seleção do que em “mudanças das características do trabalho, das condições laborais 
e das recompensas”. Em Robbins, 
 
Se uma empresa deseja ter funcionários satisfeitos, precisa se certificar que 
seu processo de seleção evite a contratação de indivíduos mal-ajustados, 
negativos e criadores de caso, que tiram pouca satisfação de qualquer coisa 
relacionada com seu trabalho. (Robbins, 2009, p. 72) 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Através da pesquisa em artigos e livros científicos, além da realização do 
questionário, pudemos notar que a satisfação do trabalhador está associada a muitas 
coisas além de apenas o salário, como realização pessoal e organização empresarial. 
 Além disso, com este trabalhamos nos aprofundamos em técnicas e 
conhecimentos para que o trabalho seja mais prazeroso, funcional e ainda assim 
tranquilo, melhorando a qualidade de vida daqueles que estão exercendo suas 
funções. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
COUTINHO, M. C. Sentidos do trabalho contemporâneo: as trajetórias 
identitárias como estratégia de investigação. Cadernos de Psicologia Social do 
Trabalho, 2009, vol. 12, n. 2. 
 
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Vol. 1, 1993. São Paulo, Atlas. 
 
PUENTE-PALACIOS, K.; PEIXOTO, A. L. A. (Org.). Ferramentas de diagnóstico para 
organizações e trabalho: um olhar a partir da psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2015. 
 
ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson, 2009. 
 
SACHUK, M. I.; ARAÚJO, R. R. Os sentidos do trabalho e suas implicações na 
formação dos indivíduos inseridos nas organizações contemporâneas. Revista 
de Gestão USP, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 53-66, janeiro/março 2007.

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