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FILOSOFIA – 2.º ANO ANOTAÇÕES DE AULAS DO PROF. ANTÔNIO MARQUES CAPÍTULO 9. O TRABALHO[footnoteRef:1]* – 3 Aulas [1: * COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. Vol. único. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 176-190. ] Aula 1/3 do Cap. 9 – p. 176 a 180 Trabalho: características e história · Papéis do trabalho · Trabalho na história Objetivo: Estudar o trabalho, suas características e seus aspectos históricos. ANÁLISE E ENTENDIMENTO (p. 180) 01. O que significa dizer que o trabalho é uma “atividade tipicamente humana”? Argumente. 02. Como tem sido valorizado o trabalho braçal ou manual ao longo da história? Justifique. 03. Comente as diferenças entre a interpretação de Hegel e a de Marx a respeito do trabalho. RESPOSTAS 01. R. Significa dizer que é uma atividade que caracteriza e distingue os seres humanos dos animais, pois implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. 02. R. Com exceção, talvez, dos primórdios da história, percebe-se que o trabalho intelectual, realizado por poucos, foi sempre mais valorizado que o manual ou braçal, realizado pela maioria. 03. R. Hegel destaca o aspecto positivo do trabalho, vendo-o como um elemento de autoconstrução e de libertação do ser humano, enquanto Marx analisa o papel negativo que o trabalho adquiriu nas sociedades capitalistas, deixando de ser esse elemento de autoconstrução e libertação. RESUMO DA AULA Trabalho: características e história – p. 176 a 180 Todo mundo trabalha, trabalhou ou vai trabalhar um dia. Portanto, o trabalho é mais uma dessas coisas banais que todos conhecemos. Geralmente relacionamos trabalho com emprego e remuneração (dinheiro). Mas você já parou alguma vez para compreender o que é essencialmente o trabalho e qual é a sua função? iniciemos nossa investigação a esse respeito buscando uma definição genérica e contemporânea. Podemos dizer que trabalho é toda atividade na qual o ser humano utiliza suas energias para satisfazer uma necessidade ou atingir determinado objetivo, individual ou coletivo. Por intermédio do trabalho, o ser humano acrescenta um mundo novo – a cultura – ao mundo natural já existente. Na análise de um dos principais teóricos do tema que estamos examinando, o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), o trabalho é uma “atividade tipicamente humana”, ou seja, o trabalho é uma atividade que caracteriza e distingue os seres humanos dos animais, pois implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. Marx nos lembra que, pelo trabalho, o indivíduo molda a realidade, mas também se expressa e transforma a si próprio. Podemos, então, dizer que o trabalho promove a realização individual, a edificação da cultura e a solidariedade entre as pessoas. Mas nem sempre é assim. Apesar de ser uma categoria central da existência para a expressão de nossas potencialidades, o trabalho muitas vezes não cumpre sua função libertadora, tornando-se uma verdadeira prisão. É o que observamos com frequência em nosso cotidiano. Por que isso ocorre? Na interpretação de Marx, ao longo da história, a dominação de uma classe social sobre outra desviou o trabalho de sua função positiva. Em vez de servir ao bem comum, o trabalho passou a ser utilizado para o enriquecimento de alguns. De ato de criação virou rotina de reprodução. De recompensa pela liberdade transformou-se em castigo. Enfim, em vez de ser fonte de realização, o trabalho tornou-se fonte de alienação. Com exceção, talvez, dos primórdios da história, o trabalho braçal ou manual, realizado pela maioria, ao longo da história foi sempre menos valorizado que o trabalho intelectual, realizado por poucos. No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Hegel (1770-1831) definiu o trabalho como elemento de autoconstrução do ser humano. Ele destaca, assim, o aspecto positivo do trabalho, o fato de o indivíduo não apenas se formar e se aperfeiçoar por meio do trabalho, mas também se libertar pelo domínio que exerce sobre a natureza. Karl Marx, por sua vez, analisou o aspecto negativo que o trabalho adquiriu nas sociedades capitalistas. Para Marx, a liberdade do trabalhador se viu abalada quando ele foi destituído dos meios de produção e, sem outra opção para sobreviver, encontrou-se obrigado a vender sua força de trabalho para quem detém os meios de explorá-la. Marx destacou também as condições degradantes a que os trabalhadores tiveram de se submeter no sistema da produção capitalista, apontando seus efeitos danosos sobre os indivíduos, como o é, entre outros, o processo de alienação. Portanto, Hegel destaca o aspecto positivo do trabalho, vendo-o como um elemento de autoconstrução e de libertação do ser humano, enquanto Marx analisa o aspecto negativo que o trabalho adquiriu nas sociedades capitalistas, deixando de ser esse elemento de autoconstrução e libertação. QUESTÃO 08 Cotrim e Fernandes (2107, p. 178-180) fazem uma síntese histórica das principais concepções de trabalho. Sobre isso, faça a relação alfanumérica entre as duas colunas, isto é, entre os períodos históricos e as características do trabalho predominantes em cada um desses períodos. · PRIMEIRA COLUNA A - Pré-História. B - Antiguidade. C - Idade Média. D - Idade Moderna. E - Idade Contemporânea. · SEGUNDA COLUNA 1) Visão do trabalho como uma forma de sofrimento que preparava para o céu. 2) Surgimento da divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual. 3) Divisão das atividades de pesca, caça, proteção do grupo etc. com base no sexo. 4) Análise do trabalho como fonte de autoconstrução, mas também de alienação humana. 5) Valorização do trabalho como fonte de riqueza e de sucesso. A relação correta é: (A) A-3; B-1; C-2; D-4; E-5. (B) A-3; B-1; C-3; D-5; E-4. (C) A-2; B-3; C-1; D-5; E-4. (D) A-2; B-1; C-3; D-4; E-5. (E) A-3; B-2; C-1; D-5; E-4. FILOSOFIA – 2.º ANO ANOTAÇÕES DE AULAS DO PROF. ANTÔNIO MARQUES CAPÍTULO 9. O TRABALHO[footnoteRef:2]* – 3 Aulas [2: * COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. Vol. único. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 176-190. ] Aula 2/3 do Cap. 9 – p. 181 a 186 Alienação: a pessoa alienada a si mesma · Trabalho alienado · Consumo alienado · lazer alienado Objetivo: Estudar o conceito de alienação, destacando a alienação no trabalho, no consumo e no lazer. ANÁLISE E ENTENDIMENTO (p. 186) 04. Explique a diferença entre objetivação e alienação. 05. “O trabalhador só se sente feliz em seus dias de folga, enquanto no trabalho permanece aborrecido.” Interprete essa frase de Marx, citada neste capítulo. 06. Que papel tem a propaganda no processo de alienação no consumo? Justifique sua resposta. 07. Considerando exemplos de sua vida e de conhecidos, explique como o processo de alienação afeta uma pessoa: a) em sua relação consigo mesma; b) em sua maneira de relacionar-se com outras pessoas; c) em sua forma de consumir; d) em suas opções de lazer e entretenimento. RESPOSTAS 04. R. Objetivação é o processo de exteriorização da criatividade pelo qual o indivíduo se objetiva, identificando como obra sua todas as coisas que produz. Já a alienação é o processo pelo qual esse indivíduo transfere suas potencialidades para as coisas que produz, deixando de identificá-las como obra sua. 05. R. A frase expressa o trabalho alienado, o que o trabalhador faz com uma sensação de sofrimento, com um sentimento de bloqueio de suas energias físicas e mentais que provoca cansaço físico e depressão. 06. R. Tem um papel muito importante, pois ela desperta a necessidade de consumir mercadorias. Trata-se do consumo alienado, que não prioriza as necessidades das pessoas, mas a busca de lucratividade. 07. a) R. De modo geral, o processo de alienação afasta o indivíduo de sua obra, fazendo com que ele perca o contato com seu eu genuíno, sua individualidade, sua identidade. b) R. Pela mesma razão, cada pessoa passa a ver a outra comoum objeto, uma mercadoria. As relações tornam-se frias, calculistas, interesseiras. c) R. No consumo alienado, o objeto adquirido funciona como um signo da diferença de status, e é uma forma de afirmar a diferença entre as pessoas e compensar uma insatisfação consigo próprias. d) R. Algo semelhante ocorre com a produção cultural e as atividades de lazer. O indivíduo consome o produto cultural ou de lazer da moda sem ter com ele um envolvimento autêntico. FILOSOFIA – 2.º ANO ANOTAÇÕES DE AULAS DO PROF. ANTÔNIO MARQUES CAPÍTULO 9. O TRABALHO[footnoteRef:3]* – 3 Aulas [3: * COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. Vol. único. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 176-190. ] Aula 3/3 do Cap. 9 – p. 186 a 188 Perspectivas: tempo livre ou desemprego? · Sociedade do tempo livre · Sociedade do desemprego Objetivo: Estudar o conceito de alienação, destacando a alienação no consumo e no lazer. ANÁLISE E ENTENDIMENTO (p. 188) 08. De acordo com o texto de André Gorz (1923-2007), estamos caminhando para um tipo de sociedade em que “o trabalho socialmente útil [...] deixa de ser a ocupação exclusiva ou principal de cada um”. Explique e comente esta afirmação. 09. Defina quem são os incluídos e os excluídos em nosso sistema socioeconômico. RESPOSTAS 08. R. Gorz se refere às mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho, em consequência dos avanços tecnológicos. Isso somado a uma reorganização e novas políticas do trabalho, poderia levar a uma situação de maior tempo livre para o trabalhador. Assim, paralelamente à sua atividade profissional (“o trabalho socialmente útil”), ele poderia ocupar-se de outras tarefas de seu interesse. 09. R. Os incluídos são aqueles que usufruem dos privilégios do sistema capitalista: os shoppings, os produtos de grife, os aeroportos, as tecnologias etc. Os excluídos, por sua vez, são a maior parte da população, que é vítima direta dos problemas e mazelas do sistema. FILOSOFIA – 2.º ANO PROF. ANTÔNIO MARQUES CAPÍTULO 9. O TRABALHO[footnoteRef:4]* – 3 Aulas [4: * COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. Vol. único. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 176-190. ] Aula Suplementar. Trabalhando com Texto: O futuro do trabalho Objetivo: Destacar e comentar, com base no texto, mudanças no mundo do trabalho. Caros/as estudantes! Na aula passada, a nossa aula foi sobre a questão do tempo livre ou desemprego no mundo do trabalho (Perspectivas: tempo livre ou desemprego? – p. 186 a 188), não foi? Vimos que o pensador austro-francês André Gortz (1923-2007) apontava que as mudanças no mundo do trabalho, em consequência dos avanços tecnológicos, levariam a uma situação de maior tempo livre para o trabalhador. Assim, esse trabalhador, paralelamente à sua atividade profissional (“o trabalho socialmente útil”), poderia ocupar-se de outras tarefas de seu interesse. Vimos, também, que, em nosso sistema socioeconômico, existem os incluídos, que são aqueles que usufruem dos privilégios do sistema capitalista (os shoppings, os produtos de grife, os aeroportos, as tecnologias etc.); e os excluídos, que são a maior parte da população, e são vítimas diretas dos problemas e mazelas do sistema. E, hoje, ao invés de passarmos ao capítulo 11 (nossa próxima “atração”), vamos estudar o texto “O mundo do trabalho”, de Rita Loiola. Devemos fazer a análise deste texto, escrito em 2009, verificando se, na sociedade atual, as mudanças sinalizadas pela autora em relação ao trabalho, realmente se concretizaram. TEXTO: O FUTURO DO TRABALHO Admita: você também não gosta de trabalhar. Passar o dia inteiro sob luzes fluorescentes, tomando café ruim, sentado em uma cadeira desconfortável e usando um computador velho certamente não faz parte do sonho de infância de ninguém. Admita. E não se sinta culpado. Nossos ancestrais – que nem conheciam as torturas de um escritório – também não eram muito chegados a essa história de trabalho. Para gregos e romanos, colocar a mão na massa era considerada tarefa das classes inferiores e escravos. Domenico de Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza de Roma e autor do livro O ócio criativo, que defende uma abordagem mais lúdica do trabalho, apontou um ponto de convergência em todas as religiões: em nenhuma delas se trabalha no Paraíso. “Tenha o Paraíso sido criado por Deus, tenha sido inventado pelos homens, se o trabalho fosse um valor positivo, no Paraíso se trabalharia”, afirma. Ou seja, alguma coisa está errada, e não é de hoje. Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de grandes conglomerados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos. “Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto ao desperdício de talentos”? diz o filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em seu novo livro The pleasures and sorrows of woks (Os prazeres e as dores do trabalho, ainda inédito no Brasil). Para começar, esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma palavra caminhando para o desuso. O mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas. Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar ao redor do globo, em qualquer horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de produção. Será a era do trabalho freelance, colaborativo e, de certa forma, inseguro. Também será o tempo de mais conforto, cuidado com a natureza e criatividade. A globalização e os avanços tecnológicos (alguns deles já estão disponíveis hoje) vão tornar tudo isso possível. E uma nova geração que vai chegar ao comando das empresas, com uma presença feminina cada vez maior, vai colocar em xeque antigos dogmas. Para que as empresas vão pedir nossa presença física durante oito horas por dia se podem nos contatar por videoconferência a qualquer instante? Para que trabalhar com clientes ou fornecedores apenas do seu país se você pode negociar sem dificuldades com o mundo inteiro? Imagine as possibilidades e verá que o mercado de trabalho vai ser bem diferente em 2020. O emprego vai acabar. Vamos ter que nos adaptar. Mas o que vai surgir no lugar dele é mais racional, moderno e, se tudo der certo, mais prazeroso. (LOIOLA, Rita. O futuro do trabalho. Revista Galileu. Rio de janeiro. Edição 2016, julho de 2009, p. 48). ENTENDENDO O TEXTO 01. Segundo o texto, qual é o futuro do trabalho? 02. Releia este trecho: “Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos”. a) Em sua opinião, é possível conciliar trabalho e qualidade de vida? Justifique sua resposta. b) De que maneira o trabalho pode contribuir para a realização pessoal? 03. De acordo com o texto, “Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, consequentemente, como vivemos”. Que ferramentas seriam essas? 04. Encontre no texto os argumentos que a autora utiliza para comprovar a seguinte ideia: “Para começar, esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma palavra caminhando para o desuso”. RESPOSTAS POSSÍVEIS 01. Segundo o texto, qual é o futuro do trabalho? R. De acordo com o texto, o modelo de trabalho será transformado. As hierarquias e os horários serão mais flexíveis e os grandes conglomerados darão lugar a empresas menores reunidas em torno de projetos em comum. Essas mudanças propiciarão mais qualidade de vida, maiorcuidado com o meio ambiente e a possibilidade de mais conforto, criatividade e realização pessoal. 02. a) R. Resposta pessoal. b) R. Resposta pessoal. 03. R. Pelo contexto, pode-se perceber que o texto se refere à globalização e às novas tecnologias. Se preciso, esclareça aos alunos que globalização é um termo econômico e político que se refere à união dos mercados de diferentes países e à quebra das fronteiras entre esses mercados. 04. R. Ela afirma que o “mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas. Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar ao redor do globo, em qualquer horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de produção. FILOSOFIA – 2 .º ANO A NOTAÇÕES DE AULAS DO PROF. ANTÔNIO MARQUES CAPÍTULO 9 . O TRABALHO * – 3 A ulas A ula 1 / 3 do Cap. 9 – p. 176 a 180 T rabalho : c aracterísticas e história § Papéis do trabalho § Trabalho na história Objetivo : Estudar o trabalho, suas características e seus aspectos históricos . A NÁLISE E ENTENDIMENTO (p. 180) 01. O que significa dizer que o trabalho é uma “atividade tipicamente humana”? Argumente. 02. Como tem sido valorizado o trabalho braçal ou manual ao longo da história? Justifique. 03. Comente as diferenças entre a interpretação de Hegel e a de Marx a respeito do trabalho. RESPOSTAS 01. R. Significa dizer que é uma atividade que caracteriza e distingue os seres humanos dos animais, pois implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. 02. R. Com exceção , talvez, dos pri mórdios da história, percebe - se que o trabalho intelectual, realizado por poucos, foi sempre mais valorizado que o manual ou braçal, realizado pela maioria. 03. R. Hegel destaca o aspecto positiv o d o trabalho, vendo - o como um elemento de autoconstrução e de libertação do ser humano, enquanto Marx analisa o papel negativ o que o trabalho adquiriu nas socie- dades capitalistas , deixando de ser esse elemento de autoconstrução e liberta ção. RESUMO DA AULA Trabalh o: c aracterísticas e história – p. 176 a 180 Todo mundo trabalha, trabalhou ou vai trabalhar um dia. Portanto, o trabalho é mais uma dessas coisas banais que todos conhecemos. Geralmente relacionamos trabalho com emprego e remuneração (dinheiro). Mas você já parou alguma vez para compreender o que é essencialmente o trabalho e qual é a sua função? iniciemos nossa investigação a esse respeito buscando uma definição genérica e contemporânea. Podemos dizer que trabalho é toda atividade na qual o ser humano utiliza suas energias para satisfazer uma necess i- dade ou atingir determinado objetivo, individual ou coletivo. Por intermédio do trabalho, o ser humano acrescenta um mundo novo – a cultura – ao mundo natural já existente . N a análise de um dos principais teóricos do tema que estamos examinando, o filóso fo alemão Karl Marx (1818 - 1883), o t rabalho é uma “atividade tipicamente humana” , ou seja, o trabalho é uma atividade que caracteriza e distingue os seres humanos dos animais, pois implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser dese nvolvida para se alcançar um objetivo. Marx nos lembra que, pelo trabalho, o indivíduo molda a realidade, mas também se expressa e trans- forma a si próprio. Podemos, então, dizer que o trabalho promove a realização individual, a edificação da cultura e a solidariedade entre as pessoas. Mas nem sempre é assim. Apesar de ser uma categoria central da existência para a expressão de nossas potencialidades, o trabalho muitas vezes não cumpre sua função li- bertadora, tornando - se uma verdadeira prisão. É o que obs ervamos com frequência em nosso cotidiano. Por que isso ocorre? N a interpretação de Marx, ao longo da história, a dominação de uma classe social sobre outra desviou o trabalho de sua função positiva. Em vez de servir ao bem comum, o trabalho passou a ser u tilizado para o enriquecimento de alguns. D e ato de criação virou rotina de reprodução. D e recompensa pela liberdade transformou - se em castigo. Enfim, em vez de ser fonte de realização, o trabalho tornou - se fonte de alienação . * COTRIM , Gilberto ; FERNANDES , M irna . Fundamentos de filosofia . Vol. ú nico . 4ª ed. São Paulo: S araiva, 201 7 , p. 1 7 6 - 1 90 . FILOSOFIA – 2.º ANO ANOTAÇÕES DE AULAS DO PROF. ANTÔNIO MARQUES CAPÍTULO 9. O TRABALHO * – 3 Aulas Aula 1/3 do Cap. 9 – p. 176 a 180 Trabalho: características e história Papéis do trabalho Trabalho na história Objetivo: Estudar o trabalho, suas características e seus aspectos históricos. ANÁLISE E ENTENDIMENTO (p. 180) 01. O que significa dizer que o trabalho é uma “atividade tipicamente humana”? Argumente. 02. Como tem sido valorizado o trabalho braçal ou manual ao longo da história? Justifique. 03. Comente as diferenças entre a interpretação de Hegel e a de Marx a respeito do trabalho. RESPOSTAS 01. R. Significa dizer que é uma atividade que caracteriza e distingue os seres humanos dos animais, pois implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. 02. R. Com exceção, talvez, dos primórdios da história, percebe-se que o trabalho intelectual, realizado por poucos, foi sempre mais valorizado que o manual ou braçal, realizado pela maioria. 03. R. Hegel destaca o aspecto positivo do trabalho, vendo-o como um elemento de autoconstrução e de libertação do ser humano, enquanto Marx analisa o papel negativo que o trabalho adquiriu nas socie- dades capitalistas, deixando de ser esse elemento de autoconstrução e libertação. RESUMO DA AULA Trabalho: características e história – p. 176 a 180 Todo mundo trabalha, trabalhou ou vai trabalhar um dia. Portanto, o trabalho é mais uma dessas coisas banais que todos conhecemos. Geralmente relacionamos trabalho com emprego e remuneração (dinheiro). Mas você já parou alguma vez para compreender o que é essencialmente o trabalho e qual é a sua função? iniciemos nossa investigação a esse respeito buscando uma definição genérica e contemporânea. Podemos dizer que trabalho é toda atividade na qual o ser humano utiliza suas energias para satisfazer uma necessi- dade ou atingir determinado objetivo, individual ou coletivo. Por intermédio do trabalho, o ser humano acrescenta um mundo novo – a cultura – ao mundo natural já existente. Na análise de um dos principais teóricos do tema que estamos examinando, o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), o trabalho é uma “atividade tipicamente humana”, ou seja, o trabalho é uma atividade que caracteriza e distingue os seres humanos dos animais, pois implica a existência de um projeto mental que modela uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. Marx nos lembra que, pelo trabalho, o indivíduo molda a realidade, mas também se expressa e trans- forma a si próprio. Podemos, então, dizer que o trabalho promove a realização individual, a edificação da cultura e a solidariedade entre as pessoas. Mas nem sempre é assim. Apesar de ser uma categoria central da existência para a expressão de nossas potencialidades, o trabalho muitas vezes não cumpre sua função li- bertadora, tornando-se uma verdadeira prisão. É o que observamos com frequência em nosso cotidiano. Por que isso ocorre? Na interpretação de Marx, ao longo da história, a dominação de uma classesocial sobre outra desviou o trabalho de sua função positiva. Em vez de servir ao bem comum, o trabalho passou a ser utilizado para o enriquecimento de alguns. De ato de criação virou rotina de reprodução. De recompensa pela liberdade transformou-se em castigo. Enfim, em vez de ser fonte de realização, o trabalho tornou-se fonte de alienação. * COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. Vol. único. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 176-190.
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