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SÉRIE LOGÍSTICA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA Série logíStica comunicação oral e escrita CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Série logíStica comunicação oral e escrita SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317- 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br © 2012. SENAI – Departamento Nacional © 2012. SENAI – Departamento Regional da Bahia A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me- cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe da Área de Meio Ambiente em parceria com o Núcleo de Educação à Distância do SENAI Bahia, com a coordenação do SENAI Departa- mento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional da Bahia Núcleo de Educação à Distância - NEAD FICHA CATALOGRÁFICA S491c Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Comunicação oral e escrita / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional da Bahia. -- Brasília : SENAI/DN, 2012. 129 p. : il. (Série Logística). ISBN 978-85-7519-515-4 1. Comunicação I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional da Bahia II. Título III. Série CDU: 811.134.3 lista de ilustrações Figura 1 - Comunicação .................................................................................................................................................15 Figura 2 - Escrita egípcia ................................................................................................................................................17 Figura 3 - Código de barras ..........................................................................................................................................17 Figura 4 - Palete ................................................................................................................................................................18 Figura 5 - Manifestações culturais ..............................................................................................................................18 Figura 6 - Linguagem. .....................................................................................................................................................19 Figura 7 - Movimentos culturais .................................................................................................................................20 Figura 8 - Transpaleteira ................................................................................................................................................22 Figura 9 - Esquema de comunicação ........................................................................................................................23 Figura 10 - Elementos de comunicação ...................................................................................................................23 Figura 11 - Libras e braile ..............................................................................................................................................25 Figura 12 - Processo da comunicação humana .....................................................................................................26 Figura 13 - Falha de comunicação .............................................................................................................................26 Figura 14 - Coesão textual ............................................................................................................................................37 Figura 15 - Etapas do parágrafo ..................................................................................................................................38 Figura 16 - Interrogações ..............................................................................................................................................41 Figura 17 - Sprinkler ........................................................................................................................................................42 Figura 18 - Leitura do mundo ......................................................................................................................................43 Figura 19 - Produtos de beleza....................................................................................................................................45 Figura 20 - Refletir criticamente .................................................................................................................................47 Figura 21 - Transporte de cargas ................................................................................................................................49 Figura 22 - Apólice ...........................................................................................................................................................50 Figura 23 - Contrato ........................................................................................................................................................54 Figura 24 - Catálogo eletrônico .................................................................................................................................55 Figura 25 - Modelo planejamento estratégico ......................................................................................................58 Figura 26 - Modelo procedimento .............................................................................................................................59 Figura 27 - Caminhão .....................................................................................................................................................69 Figura 28 - Mapa do brasil ............................................................................................................................................71 Figura 29 - Dados descritivos .......................................................................................................................................73 Figura 30 - Empilhadeira ...............................................................................................................................................76 Figura 31 - Diálogo ..........................................................................................................................................................82 Figura 32 - Características dos textos argumentativos ......................................................................................83 Figura 33 - Modelo de reportagem ...........................................................................................................................84 Figura 34 - Gênero textual ............................................................................................................................................85 Figura 35 - Tipos de argumento ..................................................................................................................................85 Figura 36 - Reflexo ...........................................................................................................................................................95Figura 37 - Perguntas para elaboração de relatório. ...........................................................................................96 Figura 38 - Plágio ..............................................................................................................................................................97 Figura 39 - Relatório de pesquisa científica ............................................................................................................98 Figura 40 - Relatório de atividades escolares. ........................................................................................................99 Figura 41 - Relatório comercial ................................................................................................................................ 100 Figura 42 - Relatório administrativo ....................................................................................................................... 102 Figura 43 - Palestra ....................................................................................................................................................... 108 Figura 44 - Apresentação ........................................................................................................................................... 110 Figura 45 - Recursos multimídias ............................................................................................................................ 111 Figura 46 - Ampulheta ................................................................................................................................................ 112 Figura 47 - Topofobia ................................................................................................................................................... 113 Figura 48 - Orador ......................................................................................................................................................... 116 Figura 49 - Apresentação ........................................................................................................................................... 117 Figura 50 - Boa aparência ........................................................................................................................................... 118 Figura 51 - Orador ......................................................................................................................................................... 119 Quadro 1 - Matriz curricular ...........................................................................................................................................12 Quadro 2 - Vocábulos aportuguesados .....................................................................................................................20 Quadro 3 - Características dos textos.........................................................................................................................34 Quadro 4 - Características de um texto .....................................................................................................................36 Quadro 5 - Recursos linguísticos para um texto ....................................................................................................37 Quadro 6 - Modelo de manual .....................................................................................................................................55 Tabela 1 - Exemplo de tabela clientes ........................................................................................................................56 Sumário 1 Introdução ........................................................................................................................................................................11 Objetivos de aprendizagem ...........................................................................................................................15 2 Comunicação...................................................................................................................................................................15 2.1 Níveis de fala .................................................................................................................................................16 2.2 Processo .........................................................................................................................................................22 3 Parágrafo ...........................................................................................................................................................................31 3.1 Estrutura interna dos parágrafos ...........................................................................................................32 3.2 Unidade interna ...........................................................................................................................................35 4 Interpretações de Texto ...............................................................................................................................................41 5 Descrição ..........................................................................................................................................................................67 5. 1 Conceituação ...............................................................................................................................................68 5.2 Descrição de objeto, processo e ambiente .......................................................................................73 6 Dissertação .......................................................................................................................................................................81 6.1 Estrutura .........................................................................................................................................................82 6.2 Argumentação ..............................................................................................................................................85 7 Relatório ............................................................................................................................................................................93 8 Técnicas de apresentação ........................................................................................................................................ 107 Referências Minicurrículo da autora Índice introdução 1 Prezado aluno, Este é seu contato inicial com o curso de logística. Este livro faz parte do módulo básico que contempla também as disciplinas que tratam de Matemática Aplicada (livro 2), Tecnologia da Informação e Comunicação (livro 3) e finalmente o livro 4, que apresenta os Fundamentos dos Processos Logísticos. Ao final do módulo básico, você iniciará os módulos específicos, que está dividido em dez livros, todos de fundamental importância em sua capacitação. Este livro tem como objetivos levá-lo à: a) Conhecer os processos da comunicação humana e os aspectos que interferem ou impac- tam na linguagem; b) Comunicar-se oralmente em diversos níveis hierárquicos; c) Caracterizar e Identificar os tipos de parágrafos existentes, como também suas estruturas internas; d) Identificar, quais aspectos interferem na unidade interna de um parágrafo; e) Ler, compreender e interpretar textos, documentos, relatórios, planilhas, relatórios e grá- ficos adequadamente, sobretudo os técnicos; f) Identificar os fundamentos e as características de um texto descritivo; g) Elaborar descrições técnicas por meio de textos e imagens; h) Compreender a estrutura de uma dissertação; i) Identificar os tipos de argumentação para produzir textos dissertativos com qualidade; j) Elaborar um relatório ou documento técnico; k) Identificar os tipos de relatórios mais comuns adotados pela logística. Segue abaixo a matriz curricular do seu curso.Em destaque, a unidade curricular (ou livro) em que você está. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA12 Quadro 1 - Matriz curricular. Fonte: SENAI, 2012. Durante o estudo deste livro, serão abordados tópicos que lhe permitirão desenvolver as seguintes capacidades: CAPACIDADES TÉCNICAS: a) Planejar as operações dos processos logísticos, atendendo a suprimentos, produção e distribuição de bens e serviços. b) Executar as operações dos processos logísticos, atendendo a suprimentos de bens e serviços. c) Executar as operações dos processos logísticos, atendendo à produção de bens e serviços. d) Executar as operações dos processos logísticos, atendendo à distribuição de bens e serviços. e) Controlar as operações dos processos logísticos CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS a) Ter comprometimento b) Ter visão sistêmica c) Ter proatividade d) Ter disciplina e) Ter organização f) Ter atenção 1 iNtrUDUÇÃo 13 g) Ter raciocínio lógico h) Tomar decisões i) Trabalhar em equipe j) Manter relacionamento interpessoal k) Ter capacidade de negociação l) Ter dinamismo m) Ter iniciativa n) Ter empatia Este livro está dividido em oito capítulos. O capítulo 1 apresenta o objetivo e as capacidades propostas por esta disciplina. A partir do capítulo 2, aprenderemos questões inerentes comunicação, parágrafo, interpretação de texto, descrição, dissertação, relatório, encerrando com técnicas de apresentações. Construiremos um conhecimento que o habilitará a desenvolver-se tanto como pessoa, mas, sobretudo, como profissional especializado em logística, obje- tivo principal deste e de todos os outros materiais que você verá ao longo do curso. Esperamos que consiga atingir este objetivo ao passo que se empenhe em dar o seu melhor. Não esqueça que você é o principal responsável por: a) Sua formação. b) Estabelecer e cumprir um cronograma de estudo realista. c) Separar um tempo para descansar. d) Não deixar as dúvidas para depois. e) Consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida. Sucesso e bons estudos! comunicação 2 objetivoS De apreNDizagem Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) Conhecer o processo de comunicação humana e os aspectos que interferem ou impac- tam na linguagem; b) Comunicar-se oralmente em diversos níveis hierárquicos. A linguagem humana é dinâmica, pois envolve troca de informações, utiliza sistemas de símbolos para a comunicação e tem um papel importante na evolução do ser humano; sem ela, não podemos nos comunicar. Assim, o ser humano pode transmitir todo conhecimento adqui- rido por meio da linguagem, uma vez que, a partir do seu uso, observamos, compreendemos e interagimos com o mundo. (Vide figura 1). canon japan Figura 1 - Comunicação. Fonte: SENAI, 2012. Neste capítulo, vamos trabalhar com o processo de comunicação. Dentro de uma empresa, existem obstáculos para se alcançar uma comunicação com sucesso. Imagine você contratando cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA16 1 CóDIGO DE BARRAS: É o conjunto de barras e espaços verticais de espessura variada, cuja combinação entre si resultará na codificação de dígitos numéricos ou caracteres alfanuméricos, legíveis por equipamentos ópticos eletrônicos. uma nova empresa, em substituição da atual, para transportar produtos entre sua fábrica e seu cliente. Seu gerente percebe que a proposta da transportadora futura apresenta diversas vantagens em relação à atual, porém estas vantagens não estão claras na minuta contratual. Ele diz que são necessários termos muito bem claros e acordados todos os itens contratuais, para que não tenhamos pro- blemas futuros entre o acordado e o realizado. Assim sendo, este capítulo lhe dará subsídios necessários para uma comu- nicação mais eficiente e eficaz ao longo de sua atividade como profissional de logística. VOCÊ SABIA? Segundo Pinker (2002), os bebês humanos nascem an- tes de seus cérebros estarem completamente formados. 2.1 NíveiS De fala No início da história da evolução do homem, não havia muita diferença entre as espécies que habitavam o planeta terra, porém o ser humano desenvolveu a capacidade de expressar suas ideias, fruto da análise e reflexão sobre as coisas. Então, o que diferenciou o homem das demais espécies foi a comunicação? Isso mesmo! Para que a comunicação ocorresse, fez-se necessário desenvolver a linguagem oral e escrita. Os primeiros sinais de comunicação feitos pelos homens pré-históricos foram as pinturas rupestres, que podem ser encontradas ainda hoje nas paredes das cavernas. VOCÊ SABIA? Que pinturas rupestres são desenhos nas paredes das cavernas, representando cenas do cotidiano dos homens pré-históricos? As pinturas eram feitas com extrato de plantas, carvão, rochas e até com sangue de animais. Essas pinturas tinham o objetivo de reforçar as histórias contadas oralmente pelos homens pré-históricos. Após essa fase, o ser humano passou a combinar elementos a fim de comunicar suas ideias. (Vide figura 2). 2 comUNicaÇÃo 17 Figura 2 - Escrita egípcia. Fonte: STOCK XCHNG, 2003 O homem desenvolveu um sistema de sinais que representava sons e, com isso, construíram palavras, nomeando os seres e tudo o que nos cerca. Dessa forma, pode-se dizer que o homem criou a linguagem e, por meio dela, passou a sua cultura para as gerações posteriores. Segundo Ferreira (1986, p. 508), cultura é um “complexo dos padrões de com- portamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”. A comunicação humana tem o objetivo de transferir algum tipo de conheci- mento para outrem. A transmissão do conhecimento ocorre porque o homem tem a capacidade de criar formas de linguagem. É a linguagem falada e escrita que possibilita a comunicação, portanto “[...] o homem é um ser que se criou ao criar uma linguagem” (PAZ, 1982, p. 42). A comunicação humana pode ser realizada de inúmeras formas. Não se dá apenas por meio das palavras, mas também pelos símbolos. Um exemplo é o código de barras 1 que, assim como qualquer outro sistema de escrita, possui seu próprio conjunto de símbolos. (Vide figura 3). Figura 3 - Código de barras. Fonte: SENAI, 2012 cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA18 Desta forma, os dados capturados, nessa leitura ótica, são compreendidos pelo computador e este os converte em letras ou números, para ler esse símbolo. Para comunicar uma ideia, conforme figura 4, o homem usa a língua, que é um sistema de signos, “[...] é o elemento utilizado para representar o objeto. É com- posto de duas partes: o significante 2 e o significado”3 (GRIFFI, 1991, p. 9). Figura 4 - Palete. Fonte: SENAI, 2012. A língua é “[...] o conjunto de palavras e expressões usadas por um povo” (FER- REIRA, 1986, p. 1034) ou “[...] é um conjunto de signos e de regras de combinação desses signos, que constituem a linguagem oral ou escrita de uma coletividade” (MAIA, 2005, p. 22). A língua é dinâmica e está sempre se modificando, pois algumas palavras são inseridas, outras entram em desuso e outras, ainda, mudam de significado, con- forme sua utilização. A escrita tem a função de relatar fatos históricos e manifestações culturais, ao longo da história. Ao relatar, o homem cria e produz a cultura. Portanto, a linguagem é a base da cultura. (Vide figura 5). Figura 5 - Manifestações culturais. Fonte: SENAI, 2012. 2 SIGNIFICANTE Parte material ou objeto ou representação gráfica. 3 SIGNIFICADO Significado: ideia que desejamos representar (conceito). Ex: Palete - estrado, geralmente, de madeira ou plástico, usado para empilhar e transportar materiais, que pode ser movimentado por uma empilhadeira. 2 comUNicaÇÃo 19 VOCÊ SABIA? Que manifestações culturais são as formas encontradas pelo homem para expressar o que ele pensa, deseja fa- zer ou modificar? Ex: pinturas, esculturas, música, teatro, dança, literatura etc. A língua portuguesa tem sua origem no latim, que era a línguafalada no estado Lácio, região onde atualmente fica a cidade de Roma, na Itália. Em prol da expan- são do Império Romano, o latim se espalhou por grande parte da Europa, dando origem ao português, espanhol, catalão, francês, italiano e ao romeno. Naquela época, havia dois níveis de expressão do latim: a) latim clássico; b) latim vulgar. Atualmente, existem duas formas de expressão: linguagem culta e a lingua- gem coloquial. Conheça as particularidades de cada expressão. (Vide figura 6). Linguagem Culta Coloquial segue a norma culta é usada em situações formais é polida há seleção cuidadosa das palavras é ensinada nas escolas é empregada no cotidiano não obedece, necessariamente, a norma culta é solta, com construções mais simples permite abreviaturas, diminutivos, gírias, etc Figura 6 - Linguagem. Fonte: SENAI, 2012. Outras culturas também exercem influência sobre a nossa e podem ser per- cebidas no vestuário, na culinária, na música, no comportamento e na própria língua. (Vide figura 7). Alguns autores citam que o termo Logística, por exemplo, vem do grego “LOGÍSTIKOS”, do qual derivou o latim “LOGISTUCUS”, ambos significando cálculo e raciocínio no sentido matemático. Outros autores citam que vem do francês “LOGISTIQUE”, que deriva do verbo “LOGER” que significa colocar, alojar ou habitar. Originalmente significava o transporte, abastecimento e alojamento de tropas. cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA20 Figura 7 - Movimentos culturais Fonte: EVERY STOCK PHOTO VOCÊ SABIA? Neologismos, são influências que a língua sofre de ou- tras línguas, de grupos sociais e até mesmo na criação de novas palavras. O assunto não para por aqui. Vamos em frente? Aproveite todos os caminhos que levam ao conhecimento. Estrangeirismos Existem palavras que foram incorporadas à língua portuguesa sem modificar a sua forma original ou a pronúncia, e outros vocábulos foram aportuguesados. Do francês alojar, carga Do Japão kanban Do inglês contêiner Do espanhol bagagem Do árabe aduana, armazém Quadro 2 - Vocábulos aportuguesados. Fonte: SENAI, 2012. 2 comUNicaÇÃo 21 Neologismos Os neologismos são usados quando aquele que emite a mensagem não encontra uma palavra com significado similar na língua ou quando esse usa uma palavra com sentido novo, diferente do original e, após algum tempo, é incorpo- rado ao dicionário. Temos como neologismo na logística o termo “logística fiscal” (Vantine). FIQUE ALERTA A palavra Intralogística é um neologismo e em uma em- presa, refere-se à logística interna de movimentação e armazenagem. Gírias As gírias nascem em um determinado grupo social ou uma profissão na qual se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo ou distinguir o grupo dos demais, criando uma linguagem própria (jargão). Dentro da logística, utilizamos muitos jargões. Regionalismo A influência de várias culturas deixou no Brasil muitas marcas que acentuaram a riqueza do vocabulário. O regionalismo linguístico também apresenta diferen- ças no sotaque e na pronúncia das palavras sem, necessariamente, constituir-se num erro. Um objeto pode receber um nome numa região e, em outra, um com- pletamente diferente. Para compreender melhor o assunto, veja o exemplo da figura 8, tem vários nomes, a depender da região. a) paleteira b) burrinha c) patinha Qual deles é mais usado na sua região? cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA22 Figura 8 - Transpaleteira. Fonte: SENAI, 2012. Pode-se perceber que a comunicação se dá por diversas formas de linguagem. A cultura de um povo é um fator que contribui muito para as transformações da língua. Agora se prepare para dar continuidade a mais um novo percurso de apren- dizagem. 2.2 proceSSo Na etapa anterior, você viu que a comunicação humana foi o que diferenciou o homem das demais espécies. Em função da capacidade de analisar e expressar os pensamentos de forma oral ou escrita, o homem conseguiu, ao longo da história, repassar às outras pessoas aquilo que aprendeu e viveu. A comunicação é fundamental para o ser humano e confunde-se com a própria vida. Ao ler um texto, assistir à TV, conversar com alguém ou interpretar os sinais de trânsito, realizam-se atos comunicativos. Em cada um desses atos, encontra- mos os elementos: emissor, receptor, mensagem, canal, código e contexto.(Vide figura 9). 2 comUNicaÇÃo 23 Figura 9 - Esquema de comunicação. Fonte: SENAI, 2012. a) Vamos conhecer cada um desses elementos? b) Emissor: emite a mensagem. c) Receptor: recebe a mensagem. d) Mensagem: conteúdo transmitido. e) Canal: meio usado para transmitir a mensagem. f) Código: conjunto de signos usados para elaborar a mensagem. g) Contexto (referente): objeto, fato/situação, imagem, juízo ou raciocínio a que a mensagem se refere. Figura 10 - Elementos de Comunicação. Fonte: SENAI, 2012. Pode-se fazer uma análise da figura número 10 acima, com uma atividade logística: a) O emissor – a indústria b) Mensagem – consumo c) Receptor – o distribuidor cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA24 d) Código – verbal e não verbal (palavras/figuras) e) Referente/contexto – coleta de resíduos f) Canal – transporte Nessa figura, temos a enfatizar o assunto (referente) que é a etapa “coleta de resíduos”. Neste processo de comunicação, a mensagem passada é a de que, após consumido o produto, ele deve retornar para a indústria, que atua como emissor. Pode-se verificar que, o distribuidor funciona como receptor, o meio (canal) utilizado no processo foi o transporte do produto e, por fim, o código utilizado para comunicar-se é tanto o verbal (palavras) quanto o não verbal (figuras). Agora, é preciso entender melhor os elementos da comunicação: o emissor, o receptor, a mensagem, o referente, o código, o canal, e os signos. Lembra que você estudou esse assunto anteriormente? a) O emissor é quem elabora e transmite uma mensagem, por isso deve procu- rar ser claro e objetivo. b) O receptor é quem ouve (recebe) a mensagem. Para ser efetivo na comu- nicação, é necessário que o emissor conheça o receptor. Quanto mais informações o emissor tiver sobre o receptor, mais chances ele terá para alcançar seu objetivo. Se o emissor souber qual é a idade, o nível de conhe- cimento sobre o assunto e a cultura do receptor, é mais fácil escolher as palavras certas para transmitir a mensagem e ser efetivo. c) A mensagem é a ideia, intenção ou informação que se pretende comunicar e o maior desafio é transmiti-las com clareza. A mensagem pode usar diversos signos. d) O referente é o objeto, o assunto abordado em uma mensagem. Está inse- rido no contexto da informação e, assim sendo, o emissor deve ser preciso, objetivo, procurando transmitir a informação de forma imparcial, direta, sem suscitar dúvidas sobre o assunto que está sendo tratado naquele contexto. e) O código é quando usamos a própria língua para explicar ou definir elemen- tos. Um exemplo claro de código, é o dicionário. A língua portuguesa é o código que utilizamos para nos comunicar. f) O canal é o meio físico que utilizamos para manter contato entre emissor e receptor. É pelo canal que a mensagem “caminha” e, por isso, ele deve ser escolhido de forma objetiva, com o intuito de facilitar a comunicação. Conheça melhor a função dos signos! Os signos podem ser verbais e não verbais. Todas as línguas são compostas por um sistema de signos e um conjunto de regras que determinam como esses signos deverão ser utilizados. 2 comUNicaÇÃo 25 Provavelmente, quando criança, você e seus amigos criaram algum sistema de comunicação secreto para transmitir mensagens que deveriam ficar restritas a um pequeno grupo de pessoas, certo? Vocês criaram um código para se comunicar. As pessoas ao redor do planeta também criaram códigos para se comunicar. O código é a linguagem escolhida para transmitir uma determinada mensagem (Vide figura 11). Existem vários códigos que foram desenvolvidos para que as pes- soas pudessemse entender. Assim sendo, toda comunicação deve ter objetivos claros: informar, provocar, encantar, cativar, educar ou persuadir. R SIL A Figura 11 - Libras e Braile. Fonte: SENAI, 2012. SAIBA MAIS Conheça a história do cometa Halley. Você vai achar diverti- do e interessante perceber como as comunicações entre os vários personagens sofrem alterações que comprometem a mensagem. Pesquise em site de busca pelas palavras-chave: cometa Halley, comunicação, cellphones, educational, educa- ção, cometa, Halley, língua, portuguesa. A mensagem precisa ser transmitida em um determinado formato para que possa ser interpretada pelo receptor (Vide figura 12). O emissor deve escolher um código conhecido pelo receptor, caso contrário, a comunicação não se dará. Outro aspecto importante no processo de comunicação humana é o canal uti- lizado para transmitir a mensagem. O canal é o instrumento utilizado para levar a mensagem do emissor ao receptor. cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA26 Figura 12 - Processo da comunicação humana Fonte: SENAI, 2012. É preciso compreender esse processo, porque, ao saber qual é a mensagem, para quem ela se destina, que tipo de canal será usado, qual é o contexto em que a mensagem se dará e qual o código a ser usado, têm-se mais chances de ser efe- tivo na comunicação. Você percebeu que existem diversas formas de comunicação facilitando, assim, o envio da mensagem. Todos os dias, a todo momento, estamos nos comuni- cando por diversos canais. Muitas vezes, há erros na comunicação que nos levam a situações desagradáveis. Mas podemos evitar alguns problemas, conhecendo melhor como acontece o processo de comunicação. Confira a seguir um exemplo de falhas na comunicação e perceba como estas falhas podem ocasionar diversos transtornos na vida pessoal, profissional e social de uma pessoa. (Vide figura 13). Figura 13 - Falha de comunicação Fonte: SENAI, 2012. 2 comUNicaÇÃo 27 Comunicar-se melhor é, também, um constante aprendizado. Você será sem- pre desafiado a vivenciar ótimos momentos de aprendizagem que enriquecerá sua prática pessoal e profissional de comunicação. SAIBA MAIS Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados? Leia: CENARO, Katia Flores; LAMÔNICA, Dionísia Aparecida Cusin; BEVILACQUA, Maria Cecília. O Processo de Comunicação. São José dos Campos, SP: Pulso, 2007. caSoS e relatoS Gestão da informação na empresa Natura A Natura sempre mantém um processo dinâmico e constante de comu- nicação em diversas áreas, e está empenhada em transmitir e expressar informações, conhecimentos, ideias, emoções, planos, objetivos e resulta- dos de forma clara e transparente. É compromisso da empresa, garantir o alinhamento e comprometimento de todos em relação aos desafios do trabalho, manter um nível de relacio- namento positivo e transparente entre a empresa e seus colaboradores, clientes e fornecedores, evitar o retrabalho e garantir a disseminação do conhecimento. Os processos internos da empresa valorizam a diversidade como forma de estimular as contribuições dadas por pessoas de diferentes culturas, raças, religiões, sexo e experiências anteriores, sejam elas pessoais ou profissio- nais. Fonte: www.natura.net recapitUlaNDo cOMUNIcAÇÃO ORAL E EScRITA28 Neste capítulo, você descobriu que a comunicação foi o que diferenciou o homem das demais espécies e, para que ela ocorresse, fez-se necessário desenvolver a linguagem oral e a escrita. Os primeiros sinais de comuni- cação humana são desenhos encontrados nas paredes das cavernas feitos pelos homens pré-históricos. Para transferir algum tipo de conhecimento à outra pessoa, o homem desenvolveu um sistema de signos formando a língua, que é um conjunto de palavras usadas por um determinado povo. Você identificou que existem duas formas de expressão: a linguagem culta e a coloquial. A língua é dinâmica e está sempre se modificando porque sofre influência de outras culturas. Para que o processo de comunicação ocorra, alguns elementos são necessários: emissor, receptor, mensagem, canal, código e o contexto. O grande desafio do ser humano é ser efetivo na transmissão de suas intenções. Na próxima etapa, você terá a oportunidade de identificar a estrutura interna do parágrafo, além de aprender a diferenciar os tipos de parágrafo existentes. Anotações: 2 comUNicaÇÃo 29 parágrafo 3 objetivoS De apreNDizagem Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) identificar a estrutura interna de parágrafo; b) diferenciar os tipos de parágrafos; c) identificar quais são os aspectos necessários para que um parágrafo tenha uma boa uni- dade interna. O parágrafo é composto por vários períodos que apresentam uma única ideia. Ele é uma unidade de discurso autossuficiente, composto por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Os parágrafos podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que se está elaborando. Os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal, um desenvolvimento e uma conclusão com unidade, coerência, concisão e clareza. Por exemplo, em um texto descritivo da função de um comprador, você pode ter a introdu- ção, o desenvolvimento e a conclusão: a) um parágrafo formado por uma introdução: por exemplo - “Os compradores são pro- fissionais que compram pequenas e grandes quantidades de materiais, suprimentos e equipamentos”, este parágrafo, cujo tópico frasal tem o objetivo de definir qual a função do comprador; b) o desenvolvimento, por exemplo - “Também fazem acordos, contratos de suprimentos e organizam estratégias de suprimento”, ou seja - aborda a finalidade dele (o comprador) na empresa; e c) a conclusão: por exemplo - “os materiais ou serviços são comprados para o próprio uso da empresa ou para que sejam revendidos”, ou seja, explica o porquê da compra dos materiais. A seguir, convido você para mergulhar no estudo mais detalhado do assunto com muita dedicação e autonomia. comunicação oral e escrita32 3.1 eStrUtUra iNterNa DoS parágrafoS Antes de iniciar o estudo do parágrafo, é necessário que você compreenda alguns termos que costumam causar confusão. Todo o parágrafo é composto por vários períodos que apresentam uma única ideia. O período é composto por uma ou mais orações com sentido completo e termina com um sinal de pontuação - ponto final, exclamação ou outro equivalente. A frase é um enunciado com sentido completo, que pode ou não conter um verbo. Por exemplo: Proibida a entrada no almoxarifado (frase nominal). É proibida a entrada no almoxarifado (frase verbal ou oração). Já a oração sempre contém a presença de verbo e pode vir com sentido completo ou incompleto, observe: É necessário que se proíba a entrada no almo- xarifado (É necessário), é uma oração e não está com sentido completo porque depende da 2ª oração, (que se proíba a entrada no almoxarifado), para ter sentido completo. FIQUE ALERTA O parágrafo é unidade de discurso autossuficiente, com- posto por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. caSoS e relatoS Problemas na construção de parágrafos A gestora Aparecida trabalhava na comunicação da empresa Logística & Empregos LTDA. Certo dia pediu para que seu colaborador redigisse um parágrafo sobre o tema que foi tratado na palestra a que assistiram na semana do meio ambiente. Ricardo estava empolgado para escrever um pequeno parágrafo sobre aquele assunto que havia despertado tanto interesse. Na palestra, ele ouviu falar que, para certificação ISO 9000, os funcionários teriam de conhecer o funcionamento da cadeia produtiva, por isso esse programa teve como objetivo explicar detalhadamente o processo. Quando Aparecida começou a ler sua produção, deparou-se com o seguinte texto: 3 parágrafo 33 “Com a preservação do meio ambiente, a empresa não sabe mais definir a filosofiaque envolve a empresa, com o tempo essa filosofia ultrapassou os muros da empresa, um dia financiava os projetos assistenciais, outro a resolução de problemas internos e isso prejudica muito a comunidade.” A colaboradora não entendeu nada e compreendeu que seu colega tinha problemas para estruturar um parágrafo e que sem unidade interna qual- quer produção perde seu sentido. Ela retomou o conteúdo e orientou novamente o colaborador para que ele desenvolvesse esta competência. Veja como ficou o parágrafo. “Com a preservação do meio ambiente, a empresa precisa definir que filosofia envolve suas ações. Com o passar do tempo, essa nova filosofia ultrapassou os muros da empresa e se manifestou no financiamento de projetos assistenciais junto à comunidade.” Fonte: SENAI, 2012. A partir do exemplo citado anteriormente, podemos considerar o parágrafo como um pequeno texto e que deve ter um tema delimitado (o quê?) e um obje- tivo claro (para quê?). Como todo o texto, o parágrafo pode ser curto ou longo e deve apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão. VOCÊ SABIA? Que não se devem usar parágrafos demasiadamente longos, pois dificultam a transmissão de uma ideia de forma clara e objetiva? Os parágrafos longos podem confundir ou dispersar a atenção do leitor. Os parágrafos, geralmente, são formados por vários tipos de texto. Os tipos mais conhecidos são os narrativos, os descritivos e os dissertativos, que podem ser classificados como argumentativos ou expositivos. Seja qual for o tipo de texto, você precisa saber usar o parágrafo corretamente, para deixar sua ideia clara e objetiva. Confira, no quadro a seguir, características que podem auxiliar você na identi- ficação de cada tipo de texto. comunicação oral e escrita34 Narração • Relato de fatos. • Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo. • Apresentação de um conflito. • Predomínio da linguagem subjetiva. • Uso de verbos de ação. • Mescla de descrições para visualização do ambiente, do contexto. • Uso frequente do diálogo direto e o indireto • Prevalência da conotação. Descrição (argumento / exposição) • Relato de pessoas, ambientes, objetos. • Predomínio de atributos. • Uso de verbos de ligação. • Emprego frequente de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem. • Resulta em uma imagem física ou psicológica. Dissertação • Defesa de um argumento. • Apresentação de uma tese que será defendida. • Desenvolvimento ou argumentação. • Fechamento. • Predomínio da linguagem objetiva. • Prevalece a denotação. Quadro 3 - Características dos textos Fonte: CAMPEDELLI; SOUZA, 2000 (adaptado). Na narração, o narrador conta uma história vivida por algum personagem, organizada numa determinada sequência de tempo e lugar. O principal elemento é a história, que deve ter começo, meio (conflito) e fim. Na descrição, são expostas características de pessoas, objetos, situações, lugares etc. A descrição normalmente ocorre dentro de um texto narrativo ou dissertativo, pois auxilia o leitor a imaginar a cena ou o local. Observe que o texto descritivo não tem um narrador, somente um observador. A descrição é utilizada, principalmente, em relatórios. 3 parágrafo 35 Na dissertação, o autor expõe uma ideia sobre um determinado assunto, que ele defende ou questiona, apresentando argumentos que embasam seu ponto de vista com o objetivo de convencer o leitor. Mais adiante, você terá oportunidade de estudar com mais detalhe a descrição e a dissertação. VOCÊ SABIA? Que os escritos antigos não tinham pontuação, parágra- fos, capítulos, versículos, divisões, títulos? Eram escritos mais ou menos assim: portantoidefazeidiscipulosdeto- dasasnacoesbatizandoosem nomedopaiedofilhoedoes- piritosanto. 3.2 UNiDaDe iNterNa Ao elaborar um texto, o autor precisa ter claro qual o tema a ser desenvolvido. Como o tema do texto não muda, quando se faz um novo parágrafo, não se muda de assunto. O que muda é a abordagem e os argumentos apresentados em cada parágrafo para explicar, esclarecer ou transmitir as ideias do autor, de tal forma que o leitor compreenda o texto. FIQUE ALERTA Os parágrafos devem ter unidade, coerência, concisão e clareza. O texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem cons- truída que forma um todo significativo. “A palavra texto origina-se do verbo tecer: trata-se de um particípio – o mesmo que tecido. Assim, um texto é um tecido de palavras.” (CAMPEDELLI e SOUZA, 1999, p. 13). Um texto claro e conciso contém palavras selecionadas e frases bem construídas, sem ambiguidades, redundân- cias, modismos e emprego excessivo da voz passiva. VOCÊ SABIA? Que coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extra verbal? Ou seja, aquilo a que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor. comunicação oral e escrita36 A coerência textual ocorre quando há uma relação harmoniosa entre as ideias apresentadas no texto. Refere-se à unidade do tema. Um texto coerente deve apresentar seu conteúdo de forma ordenada e lógica, com início, meio e fim. Seus fatos também devem ser apresentados de forma coerente e sem contradições, e a linguagem deve ser adequada ao tipo de texto. É comum encontrar-se textos confusos e difíceis de ser entendidos. Isso ocorre porque tanto a coerência quanto a coesão não estão sendo aplicadas. Observe a frase a seguir: “O chefe Sr. Josué perdeu todo seu controle de compras. O quê? O meu controle de compras?” Quem perdeu o controle de compras? O mau uso do pronome “seu” dificulta a interpretação do texto. Podemos dizer: O chefe Sr. Josué perdeu todo o controle de compras dele. A clareza de um texto é resultado do uso adequado de palavras e a construção das ideias de maneira bem elaborada. “A maneira como são articuladas as ideias por meio das pala- vras e das frases é que determina se há uma unidade de sentido ou apenas um amontoado de frases desconexas.” (SARMENTO e TUFANO, 2004, p. 371). Segundo Cegalla (2000, p. 590), um bom texto deve ter: Correção gramatical respeitar às normas linguísticas. Concisão informar com economia de palavras. Clareza ter uma comunicação imediata, sem obscuridade. Precisão empregar o termo adequado e de forma acertada. Naturalidade evitar termos rebuscados e desconhecidos ao leitor. Originalidade indicar dados concretos. Nobreza usar palavras cultas e corretas. Harmonia ser colorido e elegante (uso criterioso de �guras de linguagem). Quadro 4 - Características de um texto. Fonte: SENAI, 2012. 3 parágrafo 37 A coesão textual, vide figura 14, exige que sejam empregados vários elemen- tos de forma adequada: Figura 14 - Coesão textual. Fonte: SENAI, 2012. Há também vários fatores que podem contribuir para que um texto perca a sua coesão textual: a) regências incorretas; b) concordâncias incorretas; c) frases inacabadas; d) inadequação ou ambiguidade no emprego de pronomes. Para um texto ter unidade textual, faz-se necessário lançar mão de vários recursos linguísticos para unir orações e parágrafos. Os mais conhecidos são: Conjunção e, mas, ou, portanto, pois, como, embora, desde que, se, etc. Preposições a, ante, após, até, com, em, entre, para, perante, segundo etc. Pronomes eu, nós, me, mim, comigo, consigo, te, lhe etc. Advérbios sim, realmente, talvez, muito, abaixo, não, agora, hoje, etc. Quadro 5 - Recursos linguísticos para um texto. Fonte: SENAI, 2012. Além desses fatores, também devem-se evitar os períodos muito longos, voca- bulário rebuscado, pontuação inadequada, ambiguidade e redundância para que o texto tenha coesão e clareza textual. Coesão é a conexão entre os elementos ou as partes do texto. Se esses recur- sos forem mal empregados, o texto tornar-se-á ambíguo e incoerente. Como um texto se torna ambíguo e incoerente? comunicação oral e escrita38 A ambiguidade é causada pelo uso inadequado da pontuação, com o emprego de palavras de duplo sentido e por problemas de construçãodas frases. A redun- dância é o emprego de palavras ou ideias de maneira repetida ou desnecessária. Lembre-se de que você é capaz de construir e reconstruir o significado de um texto por meio da integração das novas informações com os conhecimentos pré- vios. Portanto, a análise textual depende também do conhecimento do mundo. Assunto que você estudará mais adiante. Normalmente, os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal, um desenvolvimento e uma conclusão. Conheça um pouco mais sobre cada uma dessas etapas. (Vide figura 15). Apresentar, em uma ou duas frases curtas, a ideia principal do parágrafo deixando claro o seu objetivo. Conclusão Retorna-se a ideia central analisando-se os diversos aspectos apresentados no desenvolvimento, fazendo uma amarração entre todos os tópicos abordados no parágrafo. Desenvolvimento Amplia-se o tópico frasal apresentando as ideias que esclarecem ou embasam a ideia central do parágrafo Introdução ou tópico frasal Parágrafo Figura 15 - Etapas do parágrafo. Fonte: SENAI, 2012. Nos parágrafos mais curtos, a conclusão sempre está presente. Passar de um parágrafo a outro carece de uma atenção especial por parte do autor do texto. Não se deve passar de um parágrafo para o outro de maneira abrupta, pois é necessário fazer um encadeamento lógico e natural entre eles. Em alguns casos, é necessário acrescentar um parágrafo de transição, para que a sucessão de ideias seja apresentada de maneira harmoniosa. O texto deve conter parágrafos que apresentem argumentos diferentes sobre o tema para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo. Outro aspecto que precisa ser observado na elaboração de um texto e, principalmente dentro do parágrafo, é a repetição desnecessária de palavras ou uso de termos rebusca- dos com o objetivo único de impressionar o leitor. 3 parágrafo 39 SAIBA MAIS Que tal fazer um teste para verificar como anda a sua comu- nicação? Acesse: http://vocesa.abril.com.br/testes/carreira/Como-vai- -sua-comunicacao.shtml recapitUlaNDo Você estudou que todos os parágrafos são compostos por vários períodos e apresentam uma única ideia. São unidades de discurso auto-suficientes compostas por uma sequência de frases organizadas em um ou mais perí- odos e apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Um parágrafo tem introdução, desenvolvimento e conclusão, mantendo unidade, coe- rência, concisão e clareza e pode ser curto ou longo. Os parágrafos são minitextos e podem ser narrativos, descritivos ou dis- sertativos, pois acompanham o tipo de texto que está sendo elaborado. O texto deve apresentar parágrafos com argumentos diferentes sobre o tema, para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo. Agora que você já sabe como elaborar um parágrafo, aprenda a seguir como analisar textos, inclusive os textos técnicos. interpretações de texto 4 objetivoS De apreNDizagem Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) Ler, compreender e interpretar textos adequadamente; b) Interpretar textos, inclusive os técnicos. Você já teve dificuldades para compreender um texto? (Figura 16). Figura 16 - Interrogações. Fonte: SENAI, 2012. A grande maioria dos estudantes sente essa dificuldade, mas para compreender um texto, você deve seguir algumas dicas preciosas. Um texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem construída que forma um todo significativo. Um bom texto deve ter coerência e coesão, sem ambiguidades ou redundâncias. Além de compreender um texto, é necessário interpretá-lo, ou seja, formar uma ideia própria para, posteriormente, desenvolver o próprio texto. Descubra como você pode fazer isso, observando informações constantes em manual de utilização de equipamento conhecido como sprinkler1. comunicação oral e escrita42 1 SPRINKLER: É um equipamento fundamental no primeiro combate ao fogo; fica instalado no teto e entra em funcionamento quando a temperatura local ultrapassa certo nível, passando a espalhar água. É bom instalar um sistema de proteção que seja acionado automaticamente e que atue diretamente sobre o foco do incêndio no exato momento em que ele inicie. A questão dos equipamentos do primeiro combate ao incêndio é muito importante em ambiente considerado de risco como em armazéns de uma empresa e deve ser aprovado pelo Corpo de Bombeiros. (Vide figura 17) Figura 17 - Sprinkler. Fonte: SENAI, 2012. Então, podemos interpretá-lo como um equipamento de fundamental importân- cia tanto no combate ao incêndio como no processo logístico. É muito importante que o profissional de logística esteja habilitado a interpretar, de forma correta, todos os manuais, normas e procedimentos e demais informações inerentes à sua área. “Assim, ele estará plenamente habilitado a tirar o maior proveito possível dessas ferramentas na sua rotina de trabalho.” Você está convidado a explorar todas as informações disponíveis sobre o assunto, fazendo do seu aprendizado um processo de construção do conheci- mento. Análise textual O objetivo da análise textual é permitir ao leitor fazer um levantamento dos elementos do texto, que permitem a sua compreensão, para depois se fazer o julgamento crítico do mesmo. Existe alguma diferença entre compreender e interpretar um texto? Sim, existe uma grande diferença entre compreender e interpretar um texto. Para compreender um texto, o leitor deve identificar qual é a regência verbal empregada - compreendendo, então, o significado exato das palavras - identificar as referências históricas, políticas, ou geográficas usadas pelo autor para situar o texto. Por outro lado, interpretar é concluir ou deduzir o que o autor do texto quis transmitir, julgando ou opinando sobre o seu conteúdo. A grande maioria das pessoas acredita que é muito difícil ler e interpretar um texto, pois cada um interpreta o que lê, segundo as suas crenças, valores e filtros. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 43 FIQUE ALERTA Na hora de fazer a intelecção de um texto numa prova de concurso ou processo seletivo deve ser levado em conta apenas as informações nele contidas, ou seja, o que o au- tor diz e nada mais. Para que você interprete adequadamente um texto, siga algumas regras. a) Fazer uma leitura prévia, procurando ter uma visão geral do assunto. b) Identificar as palavras desconhecidas e descobrir seu significado no dicio- nário. c) Reler o texto várias vezes, procurando compreender o que o autor está ten- tando transmitir. d) Identificar aquilo que não está explícito no texto, as ironias, as sutilezas e eventuais malícias. e) Ler cada parágrafo separadamente e identificar a ideia central. f) Procurar fundamentos lógicos ao analisar as ideias apresentadas pelo autor. Você já tinha utilizado alguma dessas regras? É muito importante aplicá-las no seu momento de leitura, certamente você terá muitos benefícios. Análise temática A primeira leitura que o ser humano faz é a leitura do mundo que o rodeia. (Vide figura 18). Figura 18 - Leitura do mundo. Fonte: SENAI, 2012. O homem aprende a interpretar as diversas reações das pessoas, com as quais convive e diferencia as receptivas das agressivas, por exemplo. Com o desenvol- comunicação oral e escrita44 vimento e aprimoramento da comunicação, ao longo dos anos, o ser humano chega até a leitura de textos escritos. A primeira leitura que se faz de qualquer texto é sensorial. O leitor, ao tomar em suas mãos uma publicação, trata-a como um objeto em si, observando-a, apalpando-a, avaliando seu aspecto físico e a sensação tátil que desperta. (INFANTE, 1998, p. 49). Se a leitura é algo sensorial e tátil, é preciso que o leitor esteja verdadeira- mente interessado e busque prazer nessa atividade; assim, o processo se torna mais fácil e produtivo. Muitas vezes, a compreensão de um texto vai além do que está escrito, é preciso buscar não só o que o autor disse, mas também a mensa- gem que ele teve a intenção depassar. Um texto, dependendo da sua finalidade, apresenta um tipo de linguagem, que pode ser formal ou informal. O texto escrito, na maioria das vezes, segue regras mais rígidas, aplicadas espe- cificamente à escrita, enquanto a linguagem falada é mais flexível e se adapta livremente às diversas situações. Após a leitura de um texto, cabe ao leitor verificar se compreendeu a mensa- gem do autor. Por exemplo, você terminou de ler um texto importante e deve ser capaz de responder a algumas questões como: a) qual é o assunto tratado? O texto trata de quê? b) que levou o autor a escrever esse texto? Que ele está procurando respon- der? c) qual é o gênero do texto: jornalístico, acadêmico, técnico? d) qual é a ideia central do texto? Qual é a tese apresentada? Qual é a resposta do autor à questão abordada no texto? e) quais são as ideias secundárias ou argumentos que auxiliam a fundamentá- -las? Os argumentos são convincentes? Respondendo a esses questionamentos, você está fazendo uma análise temá- tica, que permite elaborar esquemas coerentes e que refletem claramente as ideias do autor. Os esquemas facilitam a elaboração de resumos que sintetizam as ideias do autor. Para tornar mais claro todo esse assunto, acompanhe um exemplo em que a comunicação foi mal interpretada gerando um grande problema. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 45 caSoS e relatoS Má interpretação da comunicação A empresa Rimarol Logística, armazena e distribui produtos de beleza de um grande fabricante localizado na cidade de São Paulo. O sistema de dis- tribuição dos produtos precisa ser eficiente e ágil para que os produtos cheguem rapidamente às mãos de suas promotoras de vendas para serem entregues aos clientes. A empresa implantou um sistema de controle de estoque informatizado e de acordo com os relatórios do primeiro semestre, 90 mil reais em mer- cadorias haviam desaparecido. O gerente do armazém encontrou no lixo vários produtos embrulhados como se ali tivessem sido colocados para serem retirados mais tarde, então resolveu fazer uma carta para ser entre- gue a todos os funcionários: “O novo sistema de controle de estoque implantado em nossa empresa identificou que sumiram 90 mil reais em mercadorias. A partir de hoje, pes- soas não autorizadas não poderão entrar no depósito central e todos os funcionários não poderão mais levar embrulhos para fora do depósito ao final do expediente. De forma nenhuma, os leais e fiéis empregados devem interpretar isso como insinuação de que são ladrões. Estamos tomando estas medidas para evitar que novos desaparecimentos aconteçam. Apre- ciamos a sua cooperação e agradecemos a sua ajuda no passado.” Figura 19 - Produtos de beleza. Fonte: SENAI, 2012. comunicação oral e escrita46 Este fato nos permite uma boa reflexão para compreender o assunto estudado até o momento. Essa comunicação mal feita provocou uma série de problemas porque os funcionários se sentiram ofendidos e muitos levaram a carta ao sindicato da cate- goria que entrou com um processo contra a empresa por injúria e difamação. Em vez de solucionar o problema, o clima no armazém ficou insustentável. O gerente foi demitido e o problema não foi solucionado. Comunicações mal feitas podem ter resultados inusitados. Lembre-se de que, por meio da análise temática, você poderá avaliar o grau de compreensão e apreensão do texto. Porém você também precisa fazer sua pró- pria interpretação. Quer saber como proceder, confira o próximo assunto. Análise interpretativa Após a análise temática de um texto, faz-se necessário interpretá-lo, ou seja, é preciso formar uma ideia própria sobre o texto lido, ler nas entrelinhas, explorar toda riqueza dos argumentos expostos. VOCÊ SABIA? Que a análise interpretativa objetiva apresentar uma posição própria a respeito das ideias do texto? Neste momento, o leitor deve refletir criticamente sobre as ideias apresenta- das no texto, posicionando-se diante dele. Nessa fase, é importante identificar claramente o pensamento do autor e o comparar com as ideias de outros autores que escreveram sobre o mesmo tema. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 47 Figura 20 - Refletir criticamente Fonte: SENAI, 2012. Para fazer isso, vide figura 20, é importante situar o texto no contexto da vida e da obra do autor, bem como no contexto de outros textos. FIQUE ALERTA Um texto escrito no ano de 1800 tem um contexto bem diferente de hoje e, por essa razão, não pode ser interpre- tado da mesma maneira, pois a cultura, os valores e a pró- pria realidade eram outros. Na interpretação de um texto é necessário identificar as teorias, correntes, validade, originalidade, profundidade e amplitude do tema. Para fazer a análise interpretativa de um texto, o leitor deve ter lido outras obras sobre o mesmo tema em questão. É preciso lembrar que o texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem construída que forma um todo significativo. Por isso, um texto claro e conciso contém palavras selecionadas e frases bem construídas, sem ambiguidades, redundâncias, modismos e emprego excessivo da voz passiva. Um texto coerente deve apresentar seu conteúdo de forma ordenada e lógica, com início, meio e fim. Já a análise temática, permite ao leitor elaborar esquemas coerentes e que refletem claramente as ideias do autor. Os esquemas facilitam a elaboração de resumos que sintetizam as ideias do autor. Após a análise temática de um texto, faz-se necessário interpretá-lo, ou seja, formar uma ideia própria sobre o texto lido, ler nas entrelinhas, além de explorar toda riqueza dos argumentos expostos. comunicação oral e escrita48 Para fazer a análise interpretativa de um texto, o leitor já deve ter lido outras obras sobre o mesmo tema em questão. Uma vez tendo realizado todas as etapas, você, como leitor, terá condições de produzir conhecimento, fazendo novas proposições. SAIBA MAIS Para explorar o assunto estudado neste capítulo, leia CERE- JA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar; CLETO, Ciley. Interpretação de Textos: Construindo Competências e Habilidades em Leitura. Atual. 2009. A partir de agora, você está convidado a percorrer uma nova trajetória de aprendizagem. Nesta próxima etapa, você conhecerá diversos recursos para ana- lisar textos técnicos. Nada melhor do que unir teoria e prática para concretizar o aprendizado. Por isso, você terá a oportunidade de conhecer os gêneros textuais aplicados à logística. Utilize esse conhecimento para que, no decorrer dos seus estudos, você possa analisar um texto de acordo com as orientações disponíveis. Mas, antes de partir para a viagem do conhecimento, resgate suas habilidades de aluno a fim de que o trajeto seja prazeroso. E o que isso tem a ver com Logística? Para um profissional técnico em logística, muitas vezes, é preciso desenvolver atividades que envolvem conhecimento em diversos gêneros textuais como apó- lice, catálogo, contrato, dentre outros. Como faço para entender esse assunto? Isso você deve estar se perguntando, após verificar que a diversidade de texto lhe oferece um mundo de informação. Pois bem, para estar apto a lidar com este contexto, você aprenderá a interpretar contratos de serviços, planos, manuais técnicos etc. É exatamente com esse contexto que o curso técnico de logística quer atingir ainda mais as pessoas, auxiliando-as a realizar diversas tarefas, conforme a figura 21: movimentação de materiais, transporte de cargas, armazenagem, processa- mento de pedidos, realização de inventários. 2 BEM: Mercadoria ou serviço que pode satisfazer uma necessidade humana. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 49 Figura 21 - Transporte de cargas Fonte: SENAI, 2012 Apólice Uma apólice é um texto documental. Quem a emite é uma seguradora, forma- lizando a aceitação do risco de objeto do contrato de seguro. Neste documento, discrimina-se o bem2 ou a pessoa segurada, as coberturas e modalidade das garantias contratadas, o valor e prazo de vigênciada cobertura da garantia. VOCÊ SABIA? Que o bem só será coberto se o corretor de seguros aceitar o risco? A emissão da apólice não condiciona o início da cobertura do bem. Na apólice deverá constar um número oficial, a data de emissão, as condições gerais da garantia, os dados das partes envolvidas e ser assinada por represen- tante legal, por determinação da normativa vigente da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Veja o modelo a seguir. (Vide figura 22). comunicação oral e escrita50 Figura 22 - Apólice Fonte: SENAI, 2012. FIQUE ALERTA O que está sendo garantido no contrato deverá estar ex- presso no objeto da apólice, bem como o n.º do contrato/ edital. Norma Técnica Uma norma técnica (ou padrão de fato) é um documento técnico, normal- mente produzido por um órgão oficial, que estabelece regras, diretrizes, ou características acerca de um material, produto, processo ou serviço. VOCÊ SABIA? No Brasil, o órgão responsável pela normatização é a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. A obediência a uma norma técnica, tal como norma ISO - International Stan- dartization for Organization, ou ABNT, quando não referendada por uma norma jurídica, não é obrigatória. Por que se utiliza Norma Técnica? a) Fixa padrão regulador. b) Realiza ganhos tanto para fornecedores quanto para os clientes. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 51 c) Formaliza os padrões de referência como, por exemplo, a indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte. d) Elimina desperdícios. Como a Norma Técnica contribui com a Logística? a) Na qualidade: fixando padrões que levam em conta as necessidades e dese- jos dos usuários. b) Na produtividade: padronizando produtos, processos e procedimentos. c) Na tecnologia: consolidando, difundindo e estabelecendo parâmetros consensuais entre produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados à disposição da sociedade. d) No marketing: regulando de forma equilibrada as relações de compra e venda. As normas técnicas são estabelecidas por consenso entre os interessados e aprovadas por um organismo reconhecido e podem ser necessárias para o cum- primento de Regulamentos Técnicos. Hoje é necessária, devido ao desenvolvimento tecnológico e padrão de quali- dade, a produção de Normas Técnicas. Na logística, por exemplo, temos a: a) NR5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A CIPA tem por objetivo a prevenção de doenças e acidentes do trabalho, através do con- trole dos riscos presentes no ambiente de trabalho e na organização. b) NR9: Riscos ambientais. São considerados riscos ambientais os agentes físi- cos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho e capazes de causar danos à saúde do trabalhador em função da sua natureza, concen- tração ou intensidade de exposição. c) NR11: Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. Essa norma tem como finalidade a normalização das atividades de manuseio de cargas, especificamente no caso de sacarias. d) NR15: Atividades e operações insalubres. São consideradas atividades e ope- rações insalubres as que afetem a saúde do trabalhador durante o tempo de trabalho. No caso das atividades de manuseio de cargas, devem-se conside- rar as taxas de metabolismo regulamentadas nesta norma. Legislação Legislação le.gis.la.ção sf (lat legislatione) 1 Parte do Direito que se ocupa espe- cialmente do estudo dos atos legislativos. 2 Direito de fazer leis. 3 Ato de legislar, de fazer leis. 4 O conjunto das leis de um país. 5 O conjunto de leis sobre deter- minada matéria. L. comparada: estudo feito sobre as leis dos diversos países, para comunicação oral e escrita52 se saber quais os seus pontos de contato e as bases sobre que assentam. L. do trabalho: o complexo de normas jurídicas impostas pelo Estado sobre a organiza- ção geral do trabalho e a proteção do trabalhador em suas múltiplas relações de direito com o patrão. Fonte: MICHAELIS UOL LEI Nº 9.611, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 Dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DO TRANSPORTE MULTIMODAL DE CARGAS Art. 1º O Transporte Multimodal de Cargas reger-se-á pelo disposto nesta Lei. Art. 2º Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal. Parágrafo único. O Transporte Multimodal de Cargas é: I - nacional, quando os pontos de embarque e de destino estiverem situados no território nacional; II - internacional, quando o ponto de embarque ou de destino estiver situado fora do território nacional. § 1º O Operador de Transporte Multimodal, no ato do recebi- mento da carga, deverá lançar ressalvas no Conhecimento se: a) julgar inexata a descrição da carga feita pelo expedidor; b) a carga ou sua embalagem não estiverem em perfeitas con- dições físicas, de acordo com as necessidades peculiares ao transporte a ser realizado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9611.htm, Adaptado. Você compreendeu o texto? Para se entender um texto jurídico, faz-se necessário o conhecimento de sua estrutura (artigos, parágrafo, alínea, incisos). Artigo. É a unidade básica da lei. Toda lei tem, no mínimo, um artigo, e eles constituem a forma mais prática de se localizar alguma informação dentro da lei, por maior que ela seja. Por exemplo: Art. 1º O Transporte Multimodal de Cargas reger-se-á pelo disposto nesta Lei. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 53 Parágrafo. É um desdobramento da norma de um determinado artigo, podendo complementá-la, indicar alguma exceção, etc. é indicado pelo símbolo § e vem seguido de um número ordinal até o 9º; após, segue com números cardinais, da mesma forma que o artigo. Quando o artigo possui apenas um parágrafo, o cha- mamos de parágrafo único. Exemplo: Parágrafo único. O Transporte Multimodal de Cargas é: I - nacional, quando os pontos de embarque e de destino estiverem situados no território nacional; II - internacional, quando o ponto de embarque ou de destino estiver situado fora do território nacional. Incisos. São enumerações ou subdivisões que podem ser feitas dentro de arti- gos ou parágrafos, representados por algarismo romano. Por exemplo: I - nacional, quando os pontos de embarque e de destino estiverem situados no território nacional Alíneas. Representam o desdobramento dos incisos ou dos parágrafos. São representadas por letras minúsculas, acompanhadas de parênteses. Por exemplo: a) unitização, b) desunitização, c) movimentação, d) armazenagem. Contratos Contrato é a combinação de interesses de pessoas sobre determinada coisa. É um vínculo jurídico capaz de criar, modificar ou extinguir direitos, ou seja, con- trato, derivado do latim “contractu”, é um acordo entre duas ou mais pessoas. Um exemplo de contrato muito utilizado na área de logística é o Conhecimento de Transporte. (Vide figura 23). comunicação oral e escrita54 Figura 23 - Contrato Fonte: SENAI, 2012. FIQUE ALERTA No Brasil, cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser anuladas pelo juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Catálogo Catálogo do grego katálogos, pelo latim catalogo s.m. Relação ou lista sumária metódica, e geralmente alfabética de coisas ou pessoas. O Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), por exemplo, coordenado pelo IBICT, é uma rede cooperativa de unidades de informação loca- lizadas no Brasil com o objetivo de reunir, em um único Catálogo Nacional de acesso público, as informações sobre publicações periódicas técnico-científicas reunidas em centenas de catálogos distribuídos nas diversas bibliotecas do país. Nesse contexto, possibilita a otimização dos recursos disponíveis nas Bibliotecas.Dentro deste contexto, existe o catálogo eletrônico de produtos e serviços, que dispõe de todas as informações necessárias para a correta identificação de um determinado item. (Vide figura 24). 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 55 Furadeira WTD, re- forçada. Furação de diversos materiais. R$ 115,00 Martelo com cabo emborrachado, re- forçado e resis- tente. R$ 115,00 Figura 24 - Catálogo eletrônico Fonte: SENAI, 2012 Além disso, ele disponibiliza as informações sobre o material, seus similares, correlatos e substitutos, ajudando na identificação de itens pela sua descrição ou imagem. Manuais técnicos Livro ou documento que contém noções essenciais acerca de uma de uma téc- nica, que contenha informações válidas e classificadas sobre uma determinada matéria de uma instituição ou empresa. Ex.: Modelo de Manual O presente manual tem por �nalidade fornecer aos Coorde- nadres da Empresa, os procedimentos essenciais e indispen- sáveis que deverão ser adotados na aplicação das rotinas trabalhistas. A leitura deste Manual deve ser feita criteriosa- mente. As orientações deverão ser seguidas com toda aten- ção, de modo a possibilitar a uniformiza- ção das atividades em todos os Setores. Quadro 6 - Modelo de manual. Fonte: SENAI, 2012. Tabelas Quadro com cabeçalho e casas formadas por filetes que contêm linhas e colu- nas de palavras e algarismos. comunicação oral e escrita56 Basicamente, você irá dar nome aos campos (colunas), e definir o tipo de dados para estes campos. Isto depende da informação que deseja armazenar no campo; se for armazenar um dado que não fará parte de cálculos, um nome, por exemplo, o tipo pode ser texto; se for armazenar valores numéricos que farão parte de cál- culos, o tipo será numérico (inteiro, simples...); se for armazenar datas, o tipo será data e assim por diante. O tamanho do campo define a quantidade de informação relacionada ao item que você pode armazenar; assim, para um campo do tipo texto com tamanho 30 você poderá armazenar textos com no máximo 30 caracteres; um campo numé- rico de tamanho 2 armazena números com até dois dígitos. Vejamos como exemplo a estrutura de uma tabela que chamaremos Clientes. Como o nome indica, ela deverá guardar informações sobre os clientes. De forma aleatória, decidimos que tais informações serão: Código, nome, endereço, CEP e idade: EXEMPLO DE TABELA CLIENTES Nome do Campo Tipo do Dado Armazenado Comprimento para o campo Código Numérico 3 Nome Texto 40 Endereço Texto 40 CEP Texto 8 Idade Numérico 3 Tabela 1 - Exemplo de tabela clientes Fonte: SENAI, 2012. Embora não exista regra absoluta para os dados que devem ser colocados em cada tabela, damos abaixo diretrizes gerais para confecção de uma tabela: a) Determine um tópico para cada tabela e certifique-se de que todos os dados contidos na tabela estão relacionados com o tópico. b) Se uma série de registros em uma tabela apresenta campos intencional- mente deixados em branco, divida a tabela em duas tabelas similares. c) Se as informações se repetem em vários registros, desloque essas informa- ções para outra tabela e defina um relacionamento entre elas. d) Campos repetidos indicam a necessidade de uma tabela secundária. e) Use tabelas de pesquisa para reduzir o volume de dados e aumentar a pre- cisão da entrada de dados. f) Não armazene informações em uma tabela se elas puderem ser calculadas a partir dos dados contidos em outra tabela. 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 57 plaNoS: operacioNal, eStratégico e De maNUteNÇÃo Plano Operacional Um plano operacional é um documento no qual os responsáveis de uma orga- nização, seja esta uma empresa, uma instituição ou um gabinete governamental, estabelecem os objetivos que desejam ver atingido e estipulam os passos que deveram ser seguidos. Este tipo de plano está vinculado ao plano de ação, que prioriza as iniciativas mais importantes para conseguir diversos objetivos e supe- rar desafios. A duração de um plano operacional é em média um ano. Os procedimentos a tomar para a elaboração de um plano operacional são os seguintes: a) Análise dos objetivos - Que objetivos pretendemos atingir com este plano operacional? b) Planejamento do uso do tempo - Geralmente é elaborado um cronograma para facilmente se visualizar a evolução do plano. c) Planejamento dos recursos - Que recursos são necessários para realizar este plano? Devem ser incluídas todas as pessoas, informações, custos finan- ceiros etc. d) Avaliação dos riscos - O que acontece se as coisas não correrem como planejado? Plano estratégico Plano estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e sua evolução esperada. Segundo Kotler (1992, p.63), “planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”. O objetivo do planejamento estratégico é orientar e reorientar os negócios e produ- tos da empresa de modo que gere lucros e crescimento satisfatórios. O planejamento estratégico visa antecipar o futuro da empresa, em relação ao longo prazo. De uma forma genérica, consiste em saber o que deve ser exe- cutado e de que maneira deve ser executado. Este é crucial para o sucesso da organização, e a responsabilidade deste planejamento é do gestor responsável pelo projeto. (Vide figura 25). comunicação oral e escrita58 Modelo de Planejamento Estratégico Estrutura Global Orientação Missão Estratégias Balanço Ações Vocação Objetivos Mutações Índices Cronograma Aspectos Internos Demonstração de Resultados Análise Ambiental Campo de Atuação Estratégia Vigente Diagnóstico Direção Viabilidade Operacional Figura 25 - Modelo planejamento estratégico Fonte: SENAI, 2012. Plano de manutenção O Plano de manutenção descreve as medidas de manutenção e controle a serem realizadas em objetos de manutenção. As datas e o escopo das medidas também são definidos no plano de manutenção. Dependendo da utilização do plano de manutenção, encontram-se disponí- veis os seguintes tipos de planos de manutenção: Com estratégia de manutenção preventiva a) Plano de manutenção periódica b) Plano de manutenção por performance Sem estratégia de manutenção preventiva a) Plano de manutenção múltiplo b) Plano de ciclo único (por tempo padrão) c) Plano de ciclo único (por performance) O plano de manutenção pode ser estruturado com relação ao tempo ou per- formance, com base em uma estratégia de manutenção. Se não utilizar uma estratégia, é um plano de ciclo único; do contrário, é um plano de estratégia. Por outro lado, o plano de manutenção pode ser um plano de manutenção múltiplo, no qual são combinados ciclos de manutenção periódica e por perfor- mance, possibilitando a derivação de datas de manutenção. (Vide figura 26). 4 iNterpretaÇÕeS De teXto 59 proceDimeNto De carga perigoSa, SaúDe e higieNe Do trabalho e ambieNtal Você sabe o que é procedimento? Preenchimento do formulário e agendamento da data de audiência de renegociação Remessa de carta-convite a todos os credores Audiência de renegociação Acordo Inexitoso Arquivamento Acordo Exitoso com um ou mais credores 3 meses após entrevista de acompanhamento social PROCEDIMENTO Figura 26 - Modelo procedimento Fonte: SENAI, 2012. Segundo o dicionário Michaelis (2009), significa ação ou efeito de proceder; maneira de agir, de fazer alguma coisa; modo de alguém se portar na pratica de qualquer intento; ato, ação: procedimento inábil. Na Logística, também encontramos alguns tipos de procedimentos: a) de carga perigosa; b) de saúde e higiene do trabalho; e c) ambiental Agora, vamos conhecer cada um deles. Procedimento de carga perigosa O transporte de produtos perigosos é um caso particular do transporte de mercadorias numa cadeia de fornecimento. Durante esta
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