Buscar

Histologia e embriologia do SN

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e 
endoderma) são definidas ou formadas durante a 
gastrulação e que as células constituintes de cada uma 
delas se dividem, migram, se agregam e se diferenciam em 
padrões e, dessa forma, vão sendo estabelecidas as bases 
para a formação dos diversos sistemas de órgãos. 
 
O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao 
sistema nervoso periférico, ao epitélio sensorial dos 
olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos 
(cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à hipófise; às 
glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. As células 
da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região 
central do ectoderma inicial, originam ou participam da 
formação de muitos tipos celulares e órgãos, incluindo as 
células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX 
e X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do 
sistema nervoso periférico; as células pigmentares da 
derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos 
originados dos arcos faríngeos; a medular da suprarrenal e 
as meninges (membranas) do encéfalo e da medula 
espinhal. 
 
O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, 
ao osso, aos músculos liso e estriado, ao coração, ao 
sangue e aos vasos linfáticos, aos rins, aos ovários, aos 
testículos, aos ductos genitais, às membranas serosas de 
revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e 
membrana peritoneal), ao baço e ao córtex das glândulas 
suprarrenais. 
 
O endoderma, por sua vez, dá origem ao revestimento 
epitelial dos tratos digestório e respiratório, ao parênquima 
(tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas, às glândulas 
tireoide e paratireoide, ao timo, ao fígado e ao pâncreas, ao 
epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra 
e ao epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro 
do tímpano e tuba faringotimpânica. 
 
O sistema nervoso deriva, basicamente, do ectoderma, a 
camada mais externa do embrião. Tal sistema pode ser 
dividido em: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso 
periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA). O SNC 
advém do tubo neural, uma estrutura cilíndrica, e oca – por 
conta do canal neural –, a qual é aberta em suas 
extremidades inicialmente, mas essas se fecham por volta 
do 27º dia. O SNP consiste dos nervos e gânglios. O SNA é 
dividido em simpático e parassimpático. 
 
O evento inicial relacionado ao desenvolvimento do futuro 
sistema nervoso central é a formação, por volta do 18° dia, 
de uma espessa placa neural no ectoderma, localizada 
cranialmente ao nó primitivo. A formação da placa neural é 
induzida pelo nó primitivo e, por essa razão, o processo é 
conhecido como indução neural. 
Como resultado da indução neural, as células ectodérmicas 
diferenciam-se em uma espessa placa de células 
neuroepiteliais do tipo pseudoestratificada, cilíndricas 
(neuroectoderma). A placa neural forma-se primeiro na ex- 
tremidade cefálica do embrião e então diferencia-se na 
direção craniocaudal. 
 
A placa neural sofre um dobramento durante a 4ª semana 
para formar o tubo neural, o precursor do sistema nervoso 
central. As bordas laterais da placa neural também dão 
origem a uma importante população de células, as células 
da crista neural, que se destacam durante a formação do 
tubo neural e migram para dentro do embrião para formar 
uma variedade de estruturas. A placa neural é mais larga 
cranialmente e mais afilada caudalmente. 
 
O processo envolvido na formação da placa neural e das 
pregas neurais e no fechamento das pregas para formar o 
tubo neural constitui a neurulação. A neurulação está 
completa até o final da quarta semana, quando ocorre o 
fechamento do neuroporo caudal. 
 
A porção cranial expandida dá origem ao cérebro. Mesmo 
nesse estágio muito inicial de diferenciação, o futuro cérebro 
é visivelmente dividido em três regiões: prosencéfalo, 
mesencéfalo e rombencéfalo. A porção caudal mais 
estreitada da placa neural (contínua cranialmente com o 
rombencéfalo) forma a medula espinal. Ao fim, esta seção 
do sistema nervoso em desenvolvimento será ladeada pelos 
somitos. A notocorda localiza-se na linha média, bem 
abaixo da placa neural. Ela se estende cranialmente a partir 
do nó primitivo até próximo à futura junção entre o 
prosencéfalo e o mesencéfalo. 
 
Em suma, O SNC é formado pela medula e encéfalo. A 
medula se inicia abaixo do quarto par de somitos do tubo 
neural e, num primeiro momento, ocupa toda extensão da 
coluna, porém, com o crescimento do feto, passará a 
terminar na altura de L2. Por conta disso, as raízes dos 
nervos inferiores possuem um trajeto oblíquo. Quanto as 
suas células, tem sua formação na zona ventricular – mais 
próximo da porção oca do tubo neural – e, conforme se 
diferenciam, migram para a zona intermediária e marginal, 
correspondendo à área mais externa do tubo neural. As 
células se diferenciam, a partir das células neuroepiteliais, 
nessa ordem: (a) neuroblastos, que formam neurônios, (b) 
glioblastos, para oligodendrócitos e astrócitos e (c) células 
ependimárias. Ressalta-se que a micróglia deriva de cé-lulas 
mesenquimais. 
 
Na medula, além dos eventos acima descritos, ocorre a 
separação anatômica das áreas dos neurônios motores 
(anteriormente, a placa basal) e sensitivos (posteriormente, 
a placa alar e o estreitamento canal neural, passando a se 
chamar canal central. 
 
Em relação ao encéfalo, esse pode ser dividido em três 
regiões – derivadas das vesículas encefálicas: 
 
 
1) Rombencéfalo ou encéfalo posterior; 
2) Mesencéfalo ou encéfalo médio; 
3) Prosencéfalo ou encéfalo anterior. 
 
O rombencéfalo subdividir-se-á em mielencéfalo – este, 
contínuo com a medu-la, dando origem ao bulbo – e 
metencéfalo, o qual formará a ponte e cerebelo. Sua 
cavidade consiste no quarto ventrículo. Seguindo 
cranialmente a partir do rombencéfalo temos o mesencéfalo, 
o qual não sofre novas divisões e tem, da cavidade, o 
aqueduto cerebral. Ainda sobre essa vesícula, é nela que se 
encon-tram os colículos superior e inferior e a substância 
negra. 
 
O prosencéfalo, região mais cranial, origina duas outras 
vesículas, o diencéfalo e o telencéfalo. É no diencéfalo que 
encontramos o tálamo, epitálamo, hipotá-lamo e hipófise. 
Em relação a hipófise é fundamental ser lembrado sua 
origem diencefálica e também do teto do estomodeu – a 
porção anterior da hipófise é derivada de um divertículo do 
teto do estomodeu, que se desprende e migra 
superiormente, previamente à ossificação do osso esfenoide 
encontrando a porção posterior, oriunda do assoalho do 
diencéfalo. A cavidade do diencéfalo corresponde ao 
terceiro ventrículo. Acerca do telencéfalo, que tem a 
cavidade se tornando os ventrículos laterais, este cresce 
sobre as demais estruturas e as recobre. Decorrente de seu 
crescimento no crânio, em com um volume limitado, adquire 
giros e sulcos, para ampliar sua área sem aumentar 
proporcionalmente o volume necessário. Do SNP temos os 
nervos e gânglios, sendo esses últimos derivados de células 
da crista neural. Em relação a bainha de mielina dos 
neurônios no SNC e SNP evidencia-se sua formação a partir 
dos oligodendrócitos no SNC e das células de Schwann no 
SNP. 
 
 
 
As células, as menores unidades estruturais e funcionais 
dos seres vivos, agrupam-se em tecidos, e estes, em 
órgãos. Segundo as características morfológicas e as 
propriedades funcionais, há quatro tipos básicos de tecidos: 
o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o 
tecido nervoso. 
 
O tecido nervoso encontra-se distribuído e interligado por 
todo o organismo. Forma órgãos como o encéfalo e a 
medula espinal, que compõem o sistema nervoso central 
(SNC), e é constituído por aglomerados de neurônios, os 
gânglios nervosos, e por feixes de prolongamentos dos 
neurônios, os nervos, que tem localização além do SNC e 
porisso, são chamados de sistema nervoso periférico 
(SNP). Suas funções envolvem permitir o funcionamento 
conjunto dos diversos sistemas e integrar o meio interno 
com o externo. 
 
OBS: O Sistema Nervoso Central é formado por duas 
porções: (1) a substância branca e (2) a substância cinzenta, 
que se arranjam diferentemente na medula espinal e no 
encéfalo. 
 
1) Substância branca: formada por axônios com mielina e 
células da glia, não possui corpos celulares. No encéfalo 
está localizado internamente enquanto que na medula está 
externo à substância cinzenta. 
 
2) Substância cinzenta: formada por: (1) corpos celulares 
dos neurônios e células da glia; (2) axônios sem bainha de 
mielina. No encéfalo está localizado na periferia e na medula 
é central. 
 
O sistema nervoso é constituído por 2 componentes 
principais: os neurônios (células grandes, com longos 
prolongamentos, núcleo arredondado e central e nucléolo 
evidente) e as células da glia ou neuróglia (células 
menores, com cromatina bem condensada e que sustentam 
os neurônios). Apresenta uma abundância de células, mas é 
pobre em matriz extracelular. 
 
Neurônios: responsáveis pela recepção, transmissão e 
processamento de estímulos, além da liberação 
neurotransmissores e outras moléculas informacionais. São 
divididos em 3 regiões: 
 
1. Corpo celular: também chamado de pericário. É o centro 
trófico da célula, responsável por metabolizar todos os 
nutrientes e produzir todas as proteínas e demais 
metabólitos necessários. Possuem um RER e um Complexo 
de Golgi desenvolvido, cromatina descondensada e nucléolo 
evidente. Na microscopia de luz seu núcleo é pouco corado 
e há pontos basófilos dispersos no citoplasma (corpúsculo 
de Nissl), onde se encontram as cisternas do REG 
associadas à polirribossomos. 
 
2. Dendritos: prolongamentos citoplasmáticos que partem 
do corpo celular, são numerosos e ramificados. 
 
3. Axônio: prolongamento citoplasmático que parte do corpo 
celular, porém, em todos os neurônios, é único e não se 
ramifica. Na sua extremidade distal, o axônio pode sofrer 
uma dilatação chamada de botão terminal. 
 
Em resumo, os neurônios possuem um corpo celular com o 
núcleo e outras organelas e do qual partem os 
prolongamentos, que são os dendritos e o axônio. 
 
Em geral, os neurônios podem ser classificados, segundo 
diferentes critérios: 
 
 
1. Quanto ao número de prolongamentos: 
 
・Multipolar: possui vários dendritos e um único axônio (ex: 
medula espinhal). 
 
・ Bipolar: único dendrito e único axônio (ex: epitélio 
olfatório). 
 
・ Pseudo-unipolar: Dendritos e axônio se fusionam e 
formam um único prolongamento. Assim, o estímulo captado 
pelos dendritos transita pelo axônio sem passar pelo corpo 
celular (ex: gânglios espinhais). 
 
2. Quanto à forma do corpo celular: varia conforme a 
localização e a atividade funcional do neurônio. 
 
・ Estrelados: corpo celular em forma de estrela, pois 
possui vários dendritos. Encontrados na substância cinzenta 
da medula espinhal. 
 
・Piramidal: corpo celular em forma de pirâmide, também 
possui vários prolongamentos. Encontrados na substância 
cinzenta do córtex cerebral. 
 
・Piriforme: corpo celular em forma de pêra. Um exemplo 
são as células de Purkinje encontradas na substancia 
cinzenta do córtex cerebelar. 
 
Os locais de contato entre dois neurônios ou entre um 
neurônio e a célula efetora são as sinapses. As que 
envolvem a passagem de íons são elétricas, e aquelas com 
a liberação de mediadores químicos são as químicas. Nas 
sinapses elétricas, os íons são transmitidos de uma célula à 
outra por junções comunicantes, enquanto nas químicas, é 
necessário a despolarização da membrana para liberação 
de vesículas que contém neurotransmissores. 
 
Células da glia: possuem a função de proteger, nutrir e 
sustentar os neurônios. São 5 principais: 
 
1. Oligodendrócitos: São pequenos e com poucos 
prolongamentos. Ao microscópio eletrônico, observam-se 
RER, ribossomos e mitocôndrias em abundância, mas não 
há filamentos intermediários, nem lâmina basal. São 
responsáveis produzir a bainha de mielina, um isolante 
elétrico para os neurônios do SNC, visto que seus 
prolongamentos se enrolam em volta do axônio produzindo 
uma região de camadas. Um único oligodendrócito pode 
produzir a bainha de mielina em vários axônios. Contudo, o 
envolvimento por mielina não é contínuo ao longo do axônio, 
entre pequenos segmentos há uma área nua, o nódulo de 
Ranvier, com alta densidade de canais de Na+ (permitindo o 
impulso saltatório). 
2. Células de Schwann: também possuem a função de 
produzir a bainha de mielina, porém se localizam em volta 
dos axônios do SNP. São alongadas, não possuem 
prolongamentos, com núcleo elíptico, Golgi pouco 
desenvolvido e poucas mitocôndrias. Contêm GFAP e são 
circundadas pela lâmina externa. Cada célula de Schwann 
forma a mielina (derivada de sua membrana plasmática) em 
torno de um segmento de um único axônio. Ela abraça o 
axônio e dá várias voltas formando camadas concêntricas 
em espiral. 
 
 
3. Astrócitos: maiores e mais numerosas células da glia do 
SNC. São estrelados, possuem um núcleo grande, ovoide, 
cromatina frouxa e nucléolo central; o citoplasma contém a 
proteína ácida fibrilar glial (GFAP). Comunicam-se uns com 
os outros por junções gap. 
 
São classificados em protoplasmáticos ou fibrosos segundo 
a quantidade e o comprimento dos prolongamentos. Os 
primeiros apresentam muitos prolongamentos, curtos e 
espessos, encontrados na substância cinzenta. Os 
segundos exibem menos prolongamentos, mais longos, 
encontrados na substância branca. 
 
Tais células sustentam os neurônios, participam no controle 
da composição iônica do ambiente extracelular e realizam a 
comunicação entre neurônios e capilares sanguíneos. 
Quando os prolongamentos tocam os vasos sanguíneos e 
os neurônios, eles sofrem uma dilatação chamada de pé 
vascular, que funciona como uma barreira, de modo que a 
passagem de substâncias entre o sangue e os neurônios é 
feita seletivamente. Essa barreira hemato-encefálica é 
constituída também pela lâmina basal e pela própria baixa 
permeabilidade do vaso sanguíneo. 
 
OBS: A forma estrelada dos astrócitos não é evidente por 
HE, sendo necessário o uso de métodos especiais, como a 
impregnação por prata. 
 
 
 
 
 
 
4. Células ependimárias: possuem arranjo epitelióide. São 
células cilíndricas ou cúbicas, com microvilos e, muitas 
delas, ciliadas, conectadas por desmossomos. O núcleo é 
ovoide, basal e com cromatina condensada. Elas se 
colocam lado a lado e unem-se por desmossomos, 
lembrando um tecido epitelial, mas não se apoiam sobre 
uma lâmina basal. Sua função é a de revestir os ventrículos 
do cérebro e o canal central da medula espinhal. Como são 
ciliadas, movimentam o líquido cefalorraquidiano no interior 
dos ventrículos e do canal medular. 
 
 
5. Micróglia: células pequenas e alongadas, com 
prolongamentos curtos e irregulares. Estão presentes na 
substância cinzenta e na substância branca do SNC. Seus 
núcleos são escuros e alongados, contrastando com os 
núcleos esféricos das células ao redor. São macrófagos 
especializados responsáveis por fagocitar substâncias e 
organismos que conseguem ultrapassar a barreira 
hematoencefálica. Como são as únicas células gliais de 
origem mesenquimal, as células da micróglia possuem o 
filamento intermediário vimentina, o que pode ser útil para a 
identificação por métodos imunocitoquímicos 
 
Sobre a barreira hematoencefálica, ela ocorre devido à 
menor permeabilidade dos capilares sanguíneos. Seu 
principal componente estrutural são as junções oclusivas 
entre as células endoteliais. Essas células não são 
fenestradas e mostram raras vesículas de pinocitose. É 
possível que os prolongamentos dos astrócitos, que 
envolvem completamente os capilares, também façam parte 
da barreira. 
Meninges: O SNC é circundado por trêscamadas 
protetoras de tecido conjuntivo, as meninges, que são: a pia- 
máter, a aracnoide e a dura-máter. 
 
・A pia-máter é a meninge mais interna. É uma membrana 
delicada, que consiste em uma camada de células epiteliais 
pavimentosas, as células meningoteliais, e em tecido 
conjuntivo frouxo bastante vascularizado. A pia-máter 
continua-se com o perineuro dos fascículos nervosos. 
Pregas da pia-máter revestidas pelo epêndima formam os 
plexos coroides do terceiro, quarto e dos ventrículos laterais. 
 
・A aracnoide é composta por tecido conjuntivo denso 
avascularizado e por células meningoteliais nas superfícies. 
A região vizinha à pia-máter é trabeculada, e as cavidades 
correspondem ao espaço subaracnóideo. A aracnoide 
apresenta, em certos locais, expansões que perfuram a 
dura-máter e vão terminar em seios venosos: são as 
vilosidades aracnoideas. 
 
・A dura-máter é a meninge mais externa, composta de 
uma camada espessa e resistente. No crânio, está 
adjacente ao periósteo e, na medula espinal, está separada 
do periósteo das vértebras pelo espaço epidural. É 
constituída por tecido conjuntivo denso modelado e pelas 
células meningoteliais. 
 
Fibras nervosas 
 
As fibras nervosas são constituídas por um axônio e suas 
bainhas envoltórias. Grupos de fibras nervosas formam os 
feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP. Os axônios do 
tecido nervoso do adulto são envolvidos por células da glia. 
Nas fibras periféricas a célula envoltória é a célula de 
Schwann. No SNC as células envoltórias são os 
oligodendrócitos. Axônios de pequeno diâmetro são 
envolvidos por uma única dobra da célula envoltória, 
constituindo as fibras nervosas amielínicas. 
 
Nervos 
 
No sistema nervoso periférico as fibras nervosas agrupam- 
se em feixes, dando origem aos nervos. Devido ao seu 
conteúdo em mielina e colágeno, os nervos são 
esbranquiçados. 
 
O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma 
camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, o 
epineuro, que reveste o nervo e preenche os espaços entre 
os feixes de fibras nervosas. Cada um desses feixes é 
revestido por uma bainha de várias camadas de células 
achatadas, justapostas, que se unem por junções oclusivas, 
o perineuro. Essa barreira à passagem de muitas 
macromoléculas é um importante mecanismo de defesa 
contra agentes agressivos. Dentro da bainha perineural 
encontram-se os axônios, com um envoltório conjuntivo 
constituído principalmente por fibras reticulares sintetizadas 
pelas células de Schwann, chamado endoneuro. 
 
Epineuro, perineuro e endoneuro 
 
O epineuro é constituído por tecido conjuntivo denso não 
modelado, cujas fibras colágenas estão orientadas para 
suportar o estiramento do feixe nervoso, e tecido conjuntivo 
frouxo, podendo incluir células adiposas e a artéria muscular 
 
 
principal, que irriga o tronco nervoso. É o que reveste o 
nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras 
nervosas. 
 
O perineuro é formado por várias camadas concêntricas de 
fibroblastos modificados e contorna cada fascículo de fibras 
nervosas. Eles possuem lâmina basal e filamentos de actina, 
possibilitando a sua contração. Ligam-se por junções de 
oclusão, o que protege os axônios de agentes nocivos e de 
mudanças bruscas na composição iônica. 
 
O endoneuro envolve cada fibra nervosa e consiste em 
fibras reticulares, sintetizadas pelas células de Schwann, 
fibrilas colágenas, glicosaminoglicanos e fibroblastos 
esparsos. Podem ser encontrados ainda macrófagos e 
mastócitos. 
 
 
 
Cerebelo 
 
O Cerebelo tem sua substância cinzenta histologicamente 
dividida em três camadas: a molecular; de células de 
Purkinje e granular. 
 
・Camada molecular: A mais externa, localizada abaixo da 
pia-máter, contém poucos neurônios e muitas fibras 
nervosas amielínicas 
 
・Camada de Purkinje: É a camada intermediária, composta 
pelas células de Purkinje; células grandes e ramificadas 
forma. Uma única camada perfeitamente identificável. 
 
・Camada granular: Ultima camada do córtex, próxima a 
substância branca da medula. É composta por células com 
núcleos fortemente basófilos, representantes dos menores 
neurônios do corpo. 
 
Córtex cerebral 
 
O córtex cerebral pode ser dividido em seis camadas, que 
possuem morfologia característica: 
 
・Camada molecular: composta por células horizontais e 
prolongamentos celulares 
 
・Camada granular externa: células granulares (estreladas) 
bem próximas umas as outras 
・Camada piramidal externa: contém células piramidais e 
granulares 
 
・ Camada granular interna: contém células estreladas, 
próximas umas as outras 
 
・ Camada piramidal interna: composta por células 
piramidais 
 
SISTEMA NERVOSO MOTOR SOMÁTICO E SITEMA 
NERVOSO AUTÔNOMO 
 
Funcionalmente, o componente motor é dividido em sistema 
nervoso somático e sistema nervoso autônomo. 
 
O sistema nervoso somático fornece impulsos motores 
aos músculos esqueléticos, enquanto o sistema nervoso 
autônomo fornece impulsos motores aos músculos 
lisos das vísceras, ao músculo cardíaco, e a células 
secretoras de glândulas exócrinas e endócrinas, 
ajudando assim na manutenção da homeostase. 
 
Ao contrário do sistema somático, no qual um neurônio 
originado do SNC atua diretamente no órgão efetor, o 
sistema nervoso autônomo possui dois neurônios entre 
o SNC e o órgão efetor. Os corpos celulares dos primeiros 
neurônios da cadeia autônoma encontram-se localizados no 
SNC e seus axônios são, em geral, mielínicos. Estas fibras 
pré-ganglionares (axônios) atingem um gânglio autônomo 
localizado fora do SNC, onde elas fazem sinapse com 
corpos celulares de neurônios pós-ganglionares 
multipolares. As fibras pós-ganglionares, que são 
usualmente amielínicas apesar de serem sempre recobertas 
pelas células de Schwann, saem do gânglio para terminarem 
em um órgão efetor (músculo liso, músculo cardíaco ou 
glândula). 
 
O sistema autônomo é uma rede de dois neurônios. O 
primeiro neurônio de cadeia autônoma está localizado no 
sistema nervoso central; seu axônio entra em conexão 
sináptica com o segundo neurônio da cadeia, localizado em 
um gânglio do sistema autônomo ou no interior de um órgão. 
As fibras nervosas (axônios) que ligam o primeiro neurônio 
ao segundo são chamadas de pré-ganglionares e as que 
partem do segundo neurônio para os efetores são as pós- 
ganglionares. O mediador químico nas sinapses das 
células pré-ganglionares é a acetilcolina (fibras 
colinérgicas), enquanto que o mediador químico das fibras 
pós-ganglionares do simpático é a norepinefrina (fibras 
adrenérgicas). Funcionalmente, o SNA é dividido em 
sistema nervoso simpático e sistema nervoso 
parassimpático. 
 
Em linhas gerais, o sistema nervoso simpático prepara o 
corpo para a ação através do aumento da atividade 
respiratória, da pressão sanguínea, da freqüência cardíaca e 
do fluxo sanguíneo nos músculos esqueléticos, além de 
promover a dilatação das pupilas dos olhos e geralmente 
reduzir a atividade da função visceral. O sistema nervoso 
parassimpático, ao seu tempo, tende a ser fun- 
cionalmente antagônico ao sistema nervoso simpático, 
por diminuir a respiração, a pressão sanguínea, e a 
 
 
freqüência cardíaca, além de reduzir o fluxo sanguíneo nos 
músculos esqueléticos, contrair as pupilas, e geralmente 
aumentar as funções e atuações do sistema visceral. 
 
Os núcleos nervosos (grupos de células nervosas) do 
simpático se localizam nas porções torácica e lombar da 
medula espinal, enquanto que os núcleos nervosos (grupos 
de neurônios) do parassimpático situam-se no encéfalo e na 
porção sacral da medula espinal. 
 
11. GÂNGLIOS 
 
Consistem em agrupamentos de neurônios localizados fora 
do sistema nervoso central. Em sua maior parte, os gânglios 
são estruturas protegidas por cápsulas conjuntivas e 
associados a nervos. Alguns gânglios reduzem-se a 
pequenos grupos de células nervosas situadas no interiorde 
determinados órgãos, principalmente na parede do trato 
digestivo, constituindo os gânglios intramurais. Conforme a 
direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser 
sensitivos (aferentes) ou autônomos (eferentes). Os 
gânglios sensitivos abrigam os corpos celulares de 
neurônios sensitivos e os gânglios autônomos alojam corpos 
celulares de nervos autônomos pós-ganglionares. 
 
12. BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA 
 
Existe um mecanismo que naturalmente restringe de forma 
considerável o trânsito de moléculas grandes e com carga 
do sangue para o cérebro e medula. Essa restrição se deve, 
em parte, à ação de barreira das células endoteliais 
capilares no SNC e às junções oclusivas entre elas. Os 
astrócitos também podem ajudar a limitar o movimento de 
determinadas substâncias, atuando, por exemplo, na 
captação de íons K+ a fim de regular a concentração desse 
íon no espaço extracelular. 
 
13. PLEXOS COROIDES 
 
Os plexos coroides apresentam-se como dobras da pia- 
máter ricas em capilares fenestrados e dilatados, que 
provocam saliência para o interior dos ventrículos. Formam 
o teto do terceiro e do quarto ventrículos e parte das 
paredes dos ventrículos laterais. São constituídos pelo 
tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio 
simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são 
transportadoras de íons. 
 
A principal função dos plexos coroides é secretar o LCR, 
que contém apenas pequena quantidade de sólidos e ocupa 
as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, 
o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. 
Ele é importante para o metabolismo do sistema nervoso 
central e o protege contra traumatismos. 
 
A obstrução do fluxo de LCR, qualquer que seja a causa, 
resulta no distúrbio denominado hidrocefalia. Essa condição 
patológica é caracterizada pela dilatação dos ventrículos do 
encéfalo produzida pelo acúmulo de LCR. A hidrocefalia 
pode também ser devida a uma diminuição na drenagem de 
LCR pelas vilosidades aracnóideas ou, mais raramente, a 
neoplasia do plexo coroide que produza excesso de LCR. 
Os sintomas neurológicos e psíquicos decorrem da 
compressão do córtex cerebral e de outras estruturas do 
sistema nervoso central. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Junqueira, LC; Carneiro, J – Histologia Básica – Texto e 
Atlas – 12ª Edição – Editora Guanabara Koogan 2013. 
 
Machado, A; Haerthel, LM – Neuroanatomia Funcional – 3ª 
Edição 2014. 
 
Moore, KL; Persaud, TVN; Torchia – Embriologia Clínica – 
10ª - Elsevier 2016.

Outros materiais