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As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) são definidas ou formadas durante a gastrulação e que as células constituintes de cada uma delas se dividem, migram, se agregam e se diferenciam em padrões e, dessa forma, vão sendo estabelecidas as bases para a formação dos diversos sistemas de órgãos. O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao sistema nervoso periférico, ao epitélio sensorial dos olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos (cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à hipófise; às glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região central do ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medular da suprarrenal e as meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal. O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos músculos liso e estriado, ao coração, ao sangue e aos vasos linfáticos, aos rins, aos ovários, aos testículos, aos ductos genitais, às membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e membrana peritoneal), ao baço e ao córtex das glândulas suprarrenais. O endoderma, por sua vez, dá origem ao revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório, ao parênquima (tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas, às glândulas tireoide e paratireoide, ao timo, ao fígado e ao pâncreas, ao epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra e ao epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba faringotimpânica. O sistema nervoso deriva, basicamente, do ectoderma, a camada mais externa do embrião. Tal sistema pode ser dividido em: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA). O SNC advém do tubo neural, uma estrutura cilíndrica, e oca – por conta do canal neural –, a qual é aberta em suas extremidades inicialmente, mas essas se fecham por volta do 27º dia. O SNP consiste dos nervos e gânglios. O SNA é dividido em simpático e parassimpático. O evento inicial relacionado ao desenvolvimento do futuro sistema nervoso central é a formação, por volta do 18° dia, de uma espessa placa neural no ectoderma, localizada cranialmente ao nó primitivo. A formação da placa neural é induzida pelo nó primitivo e, por essa razão, o processo é conhecido como indução neural. Como resultado da indução neural, as células ectodérmicas diferenciam-se em uma espessa placa de células neuroepiteliais do tipo pseudoestratificada, cilíndricas (neuroectoderma). A placa neural forma-se primeiro na ex- tremidade cefálica do embrião e então diferencia-se na direção craniocaudal. A placa neural sofre um dobramento durante a 4ª semana para formar o tubo neural, o precursor do sistema nervoso central. As bordas laterais da placa neural também dão origem a uma importante população de células, as células da crista neural, que se destacam durante a formação do tubo neural e migram para dentro do embrião para formar uma variedade de estruturas. A placa neural é mais larga cranialmente e mais afilada caudalmente. O processo envolvido na formação da placa neural e das pregas neurais e no fechamento das pregas para formar o tubo neural constitui a neurulação. A neurulação está completa até o final da quarta semana, quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal. A porção cranial expandida dá origem ao cérebro. Mesmo nesse estágio muito inicial de diferenciação, o futuro cérebro é visivelmente dividido em três regiões: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. A porção caudal mais estreitada da placa neural (contínua cranialmente com o rombencéfalo) forma a medula espinal. Ao fim, esta seção do sistema nervoso em desenvolvimento será ladeada pelos somitos. A notocorda localiza-se na linha média, bem abaixo da placa neural. Ela se estende cranialmente a partir do nó primitivo até próximo à futura junção entre o prosencéfalo e o mesencéfalo. Em suma, O SNC é formado pela medula e encéfalo. A medula se inicia abaixo do quarto par de somitos do tubo neural e, num primeiro momento, ocupa toda extensão da coluna, porém, com o crescimento do feto, passará a terminar na altura de L2. Por conta disso, as raízes dos nervos inferiores possuem um trajeto oblíquo. Quanto as suas células, tem sua formação na zona ventricular – mais próximo da porção oca do tubo neural – e, conforme se diferenciam, migram para a zona intermediária e marginal, correspondendo à área mais externa do tubo neural. As células se diferenciam, a partir das células neuroepiteliais, nessa ordem: (a) neuroblastos, que formam neurônios, (b) glioblastos, para oligodendrócitos e astrócitos e (c) células ependimárias. Ressalta-se que a micróglia deriva de cé-lulas mesenquimais. Na medula, além dos eventos acima descritos, ocorre a separação anatômica das áreas dos neurônios motores (anteriormente, a placa basal) e sensitivos (posteriormente, a placa alar e o estreitamento canal neural, passando a se chamar canal central. Em relação ao encéfalo, esse pode ser dividido em três regiões – derivadas das vesículas encefálicas: 1) Rombencéfalo ou encéfalo posterior; 2) Mesencéfalo ou encéfalo médio; 3) Prosencéfalo ou encéfalo anterior. O rombencéfalo subdividir-se-á em mielencéfalo – este, contínuo com a medu-la, dando origem ao bulbo – e metencéfalo, o qual formará a ponte e cerebelo. Sua cavidade consiste no quarto ventrículo. Seguindo cranialmente a partir do rombencéfalo temos o mesencéfalo, o qual não sofre novas divisões e tem, da cavidade, o aqueduto cerebral. Ainda sobre essa vesícula, é nela que se encon-tram os colículos superior e inferior e a substância negra. O prosencéfalo, região mais cranial, origina duas outras vesículas, o diencéfalo e o telencéfalo. É no diencéfalo que encontramos o tálamo, epitálamo, hipotá-lamo e hipófise. Em relação a hipófise é fundamental ser lembrado sua origem diencefálica e também do teto do estomodeu – a porção anterior da hipófise é derivada de um divertículo do teto do estomodeu, que se desprende e migra superiormente, previamente à ossificação do osso esfenoide encontrando a porção posterior, oriunda do assoalho do diencéfalo. A cavidade do diencéfalo corresponde ao terceiro ventrículo. Acerca do telencéfalo, que tem a cavidade se tornando os ventrículos laterais, este cresce sobre as demais estruturas e as recobre. Decorrente de seu crescimento no crânio, em com um volume limitado, adquire giros e sulcos, para ampliar sua área sem aumentar proporcionalmente o volume necessário. Do SNP temos os nervos e gânglios, sendo esses últimos derivados de células da crista neural. Em relação a bainha de mielina dos neurônios no SNC e SNP evidencia-se sua formação a partir dos oligodendrócitos no SNC e das células de Schwann no SNP. As células, as menores unidades estruturais e funcionais dos seres vivos, agrupam-se em tecidos, e estes, em órgãos. Segundo as características morfológicas e as propriedades funcionais, há quatro tipos básicos de tecidos: o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. O tecido nervoso encontra-se distribuído e interligado por todo o organismo. Forma órgãos como o encéfalo e a medula espinal, que compõem o sistema nervoso central (SNC), e é constituído por aglomerados de neurônios, os gânglios nervosos, e por feixes de prolongamentos dos neurônios, os nervos, que tem localização além do SNC e porisso, são chamados de sistema nervoso periférico (SNP). Suas funções envolvem permitir o funcionamento conjunto dos diversos sistemas e integrar o meio interno com o externo. OBS: O Sistema Nervoso Central é formado por duas porções: (1) a substância branca e (2) a substância cinzenta, que se arranjam diferentemente na medula espinal e no encéfalo. 1) Substância branca: formada por axônios com mielina e células da glia, não possui corpos celulares. No encéfalo está localizado internamente enquanto que na medula está externo à substância cinzenta. 2) Substância cinzenta: formada por: (1) corpos celulares dos neurônios e células da glia; (2) axônios sem bainha de mielina. No encéfalo está localizado na periferia e na medula é central. O sistema nervoso é constituído por 2 componentes principais: os neurônios (células grandes, com longos prolongamentos, núcleo arredondado e central e nucléolo evidente) e as células da glia ou neuróglia (células menores, com cromatina bem condensada e que sustentam os neurônios). Apresenta uma abundância de células, mas é pobre em matriz extracelular. Neurônios: responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos, além da liberação neurotransmissores e outras moléculas informacionais. São divididos em 3 regiões: 1. Corpo celular: também chamado de pericário. É o centro trófico da célula, responsável por metabolizar todos os nutrientes e produzir todas as proteínas e demais metabólitos necessários. Possuem um RER e um Complexo de Golgi desenvolvido, cromatina descondensada e nucléolo evidente. Na microscopia de luz seu núcleo é pouco corado e há pontos basófilos dispersos no citoplasma (corpúsculo de Nissl), onde se encontram as cisternas do REG associadas à polirribossomos. 2. Dendritos: prolongamentos citoplasmáticos que partem do corpo celular, são numerosos e ramificados. 3. Axônio: prolongamento citoplasmático que parte do corpo celular, porém, em todos os neurônios, é único e não se ramifica. Na sua extremidade distal, o axônio pode sofrer uma dilatação chamada de botão terminal. Em resumo, os neurônios possuem um corpo celular com o núcleo e outras organelas e do qual partem os prolongamentos, que são os dendritos e o axônio. Em geral, os neurônios podem ser classificados, segundo diferentes critérios: 1. Quanto ao número de prolongamentos: ・Multipolar: possui vários dendritos e um único axônio (ex: medula espinhal). ・ Bipolar: único dendrito e único axônio (ex: epitélio olfatório). ・ Pseudo-unipolar: Dendritos e axônio se fusionam e formam um único prolongamento. Assim, o estímulo captado pelos dendritos transita pelo axônio sem passar pelo corpo celular (ex: gânglios espinhais). 2. Quanto à forma do corpo celular: varia conforme a localização e a atividade funcional do neurônio. ・ Estrelados: corpo celular em forma de estrela, pois possui vários dendritos. Encontrados na substância cinzenta da medula espinhal. ・Piramidal: corpo celular em forma de pirâmide, também possui vários prolongamentos. Encontrados na substância cinzenta do córtex cerebral. ・Piriforme: corpo celular em forma de pêra. Um exemplo são as células de Purkinje encontradas na substancia cinzenta do córtex cerebelar. Os locais de contato entre dois neurônios ou entre um neurônio e a célula efetora são as sinapses. As que envolvem a passagem de íons são elétricas, e aquelas com a liberação de mediadores químicos são as químicas. Nas sinapses elétricas, os íons são transmitidos de uma célula à outra por junções comunicantes, enquanto nas químicas, é necessário a despolarização da membrana para liberação de vesículas que contém neurotransmissores. Células da glia: possuem a função de proteger, nutrir e sustentar os neurônios. São 5 principais: 1. Oligodendrócitos: São pequenos e com poucos prolongamentos. Ao microscópio eletrônico, observam-se RER, ribossomos e mitocôndrias em abundância, mas não há filamentos intermediários, nem lâmina basal. São responsáveis produzir a bainha de mielina, um isolante elétrico para os neurônios do SNC, visto que seus prolongamentos se enrolam em volta do axônio produzindo uma região de camadas. Um único oligodendrócito pode produzir a bainha de mielina em vários axônios. Contudo, o envolvimento por mielina não é contínuo ao longo do axônio, entre pequenos segmentos há uma área nua, o nódulo de Ranvier, com alta densidade de canais de Na+ (permitindo o impulso saltatório). 2. Células de Schwann: também possuem a função de produzir a bainha de mielina, porém se localizam em volta dos axônios do SNP. São alongadas, não possuem prolongamentos, com núcleo elíptico, Golgi pouco desenvolvido e poucas mitocôndrias. Contêm GFAP e são circundadas pela lâmina externa. Cada célula de Schwann forma a mielina (derivada de sua membrana plasmática) em torno de um segmento de um único axônio. Ela abraça o axônio e dá várias voltas formando camadas concêntricas em espiral. 3. Astrócitos: maiores e mais numerosas células da glia do SNC. São estrelados, possuem um núcleo grande, ovoide, cromatina frouxa e nucléolo central; o citoplasma contém a proteína ácida fibrilar glial (GFAP). Comunicam-se uns com os outros por junções gap. São classificados em protoplasmáticos ou fibrosos segundo a quantidade e o comprimento dos prolongamentos. Os primeiros apresentam muitos prolongamentos, curtos e espessos, encontrados na substância cinzenta. Os segundos exibem menos prolongamentos, mais longos, encontrados na substância branca. Tais células sustentam os neurônios, participam no controle da composição iônica do ambiente extracelular e realizam a comunicação entre neurônios e capilares sanguíneos. Quando os prolongamentos tocam os vasos sanguíneos e os neurônios, eles sofrem uma dilatação chamada de pé vascular, que funciona como uma barreira, de modo que a passagem de substâncias entre o sangue e os neurônios é feita seletivamente. Essa barreira hemato-encefálica é constituída também pela lâmina basal e pela própria baixa permeabilidade do vaso sanguíneo. OBS: A forma estrelada dos astrócitos não é evidente por HE, sendo necessário o uso de métodos especiais, como a impregnação por prata. 4. Células ependimárias: possuem arranjo epitelióide. São células cilíndricas ou cúbicas, com microvilos e, muitas delas, ciliadas, conectadas por desmossomos. O núcleo é ovoide, basal e com cromatina condensada. Elas se colocam lado a lado e unem-se por desmossomos, lembrando um tecido epitelial, mas não se apoiam sobre uma lâmina basal. Sua função é a de revestir os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Como são ciliadas, movimentam o líquido cefalorraquidiano no interior dos ventrículos e do canal medular. 5. Micróglia: células pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares. Estão presentes na substância cinzenta e na substância branca do SNC. Seus núcleos são escuros e alongados, contrastando com os núcleos esféricos das células ao redor. São macrófagos especializados responsáveis por fagocitar substâncias e organismos que conseguem ultrapassar a barreira hematoencefálica. Como são as únicas células gliais de origem mesenquimal, as células da micróglia possuem o filamento intermediário vimentina, o que pode ser útil para a identificação por métodos imunocitoquímicos Sobre a barreira hematoencefálica, ela ocorre devido à menor permeabilidade dos capilares sanguíneos. Seu principal componente estrutural são as junções oclusivas entre as células endoteliais. Essas células não são fenestradas e mostram raras vesículas de pinocitose. É possível que os prolongamentos dos astrócitos, que envolvem completamente os capilares, também façam parte da barreira. Meninges: O SNC é circundado por trêscamadas protetoras de tecido conjuntivo, as meninges, que são: a pia- máter, a aracnoide e a dura-máter. ・A pia-máter é a meninge mais interna. É uma membrana delicada, que consiste em uma camada de células epiteliais pavimentosas, as células meningoteliais, e em tecido conjuntivo frouxo bastante vascularizado. A pia-máter continua-se com o perineuro dos fascículos nervosos. Pregas da pia-máter revestidas pelo epêndima formam os plexos coroides do terceiro, quarto e dos ventrículos laterais. ・A aracnoide é composta por tecido conjuntivo denso avascularizado e por células meningoteliais nas superfícies. A região vizinha à pia-máter é trabeculada, e as cavidades correspondem ao espaço subaracnóideo. A aracnoide apresenta, em certos locais, expansões que perfuram a dura-máter e vão terminar em seios venosos: são as vilosidades aracnoideas. ・A dura-máter é a meninge mais externa, composta de uma camada espessa e resistente. No crânio, está adjacente ao periósteo e, na medula espinal, está separada do periósteo das vértebras pelo espaço epidural. É constituída por tecido conjuntivo denso modelado e pelas células meningoteliais. Fibras nervosas As fibras nervosas são constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias. Grupos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP. Os axônios do tecido nervoso do adulto são envolvidos por células da glia. Nas fibras periféricas a célula envoltória é a célula de Schwann. No SNC as células envoltórias são os oligodendrócitos. Axônios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma única dobra da célula envoltória, constituindo as fibras nervosas amielínicas. Nervos No sistema nervoso periférico as fibras nervosas agrupam- se em feixes, dando origem aos nervos. Devido ao seu conteúdo em mielina e colágeno, os nervos são esbranquiçados. O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, o epineuro, que reveste o nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas. Cada um desses feixes é revestido por uma bainha de várias camadas de células achatadas, justapostas, que se unem por junções oclusivas, o perineuro. Essa barreira à passagem de muitas macromoléculas é um importante mecanismo de defesa contra agentes agressivos. Dentro da bainha perineural encontram-se os axônios, com um envoltório conjuntivo constituído principalmente por fibras reticulares sintetizadas pelas células de Schwann, chamado endoneuro. Epineuro, perineuro e endoneuro O epineuro é constituído por tecido conjuntivo denso não modelado, cujas fibras colágenas estão orientadas para suportar o estiramento do feixe nervoso, e tecido conjuntivo frouxo, podendo incluir células adiposas e a artéria muscular principal, que irriga o tronco nervoso. É o que reveste o nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas. O perineuro é formado por várias camadas concêntricas de fibroblastos modificados e contorna cada fascículo de fibras nervosas. Eles possuem lâmina basal e filamentos de actina, possibilitando a sua contração. Ligam-se por junções de oclusão, o que protege os axônios de agentes nocivos e de mudanças bruscas na composição iônica. O endoneuro envolve cada fibra nervosa e consiste em fibras reticulares, sintetizadas pelas células de Schwann, fibrilas colágenas, glicosaminoglicanos e fibroblastos esparsos. Podem ser encontrados ainda macrófagos e mastócitos. Cerebelo O Cerebelo tem sua substância cinzenta histologicamente dividida em três camadas: a molecular; de células de Purkinje e granular. ・Camada molecular: A mais externa, localizada abaixo da pia-máter, contém poucos neurônios e muitas fibras nervosas amielínicas ・Camada de Purkinje: É a camada intermediária, composta pelas células de Purkinje; células grandes e ramificadas forma. Uma única camada perfeitamente identificável. ・Camada granular: Ultima camada do córtex, próxima a substância branca da medula. É composta por células com núcleos fortemente basófilos, representantes dos menores neurônios do corpo. Córtex cerebral O córtex cerebral pode ser dividido em seis camadas, que possuem morfologia característica: ・Camada molecular: composta por células horizontais e prolongamentos celulares ・Camada granular externa: células granulares (estreladas) bem próximas umas as outras ・Camada piramidal externa: contém células piramidais e granulares ・ Camada granular interna: contém células estreladas, próximas umas as outras ・ Camada piramidal interna: composta por células piramidais SISTEMA NERVOSO MOTOR SOMÁTICO E SITEMA NERVOSO AUTÔNOMO Funcionalmente, o componente motor é dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso somático fornece impulsos motores aos músculos esqueléticos, enquanto o sistema nervoso autônomo fornece impulsos motores aos músculos lisos das vísceras, ao músculo cardíaco, e a células secretoras de glândulas exócrinas e endócrinas, ajudando assim na manutenção da homeostase. Ao contrário do sistema somático, no qual um neurônio originado do SNC atua diretamente no órgão efetor, o sistema nervoso autônomo possui dois neurônios entre o SNC e o órgão efetor. Os corpos celulares dos primeiros neurônios da cadeia autônoma encontram-se localizados no SNC e seus axônios são, em geral, mielínicos. Estas fibras pré-ganglionares (axônios) atingem um gânglio autônomo localizado fora do SNC, onde elas fazem sinapse com corpos celulares de neurônios pós-ganglionares multipolares. As fibras pós-ganglionares, que são usualmente amielínicas apesar de serem sempre recobertas pelas células de Schwann, saem do gânglio para terminarem em um órgão efetor (músculo liso, músculo cardíaco ou glândula). O sistema autônomo é uma rede de dois neurônios. O primeiro neurônio de cadeia autônoma está localizado no sistema nervoso central; seu axônio entra em conexão sináptica com o segundo neurônio da cadeia, localizado em um gânglio do sistema autônomo ou no interior de um órgão. As fibras nervosas (axônios) que ligam o primeiro neurônio ao segundo são chamadas de pré-ganglionares e as que partem do segundo neurônio para os efetores são as pós- ganglionares. O mediador químico nas sinapses das células pré-ganglionares é a acetilcolina (fibras colinérgicas), enquanto que o mediador químico das fibras pós-ganglionares do simpático é a norepinefrina (fibras adrenérgicas). Funcionalmente, o SNA é dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Em linhas gerais, o sistema nervoso simpático prepara o corpo para a ação através do aumento da atividade respiratória, da pressão sanguínea, da freqüência cardíaca e do fluxo sanguíneo nos músculos esqueléticos, além de promover a dilatação das pupilas dos olhos e geralmente reduzir a atividade da função visceral. O sistema nervoso parassimpático, ao seu tempo, tende a ser fun- cionalmente antagônico ao sistema nervoso simpático, por diminuir a respiração, a pressão sanguínea, e a freqüência cardíaca, além de reduzir o fluxo sanguíneo nos músculos esqueléticos, contrair as pupilas, e geralmente aumentar as funções e atuações do sistema visceral. Os núcleos nervosos (grupos de células nervosas) do simpático se localizam nas porções torácica e lombar da medula espinal, enquanto que os núcleos nervosos (grupos de neurônios) do parassimpático situam-se no encéfalo e na porção sacral da medula espinal. 11. GÂNGLIOS Consistem em agrupamentos de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Em sua maior parte, os gânglios são estruturas protegidas por cápsulas conjuntivas e associados a nervos. Alguns gânglios reduzem-se a pequenos grupos de células nervosas situadas no interiorde determinados órgãos, principalmente na parede do trato digestivo, constituindo os gânglios intramurais. Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser sensitivos (aferentes) ou autônomos (eferentes). Os gânglios sensitivos abrigam os corpos celulares de neurônios sensitivos e os gânglios autônomos alojam corpos celulares de nervos autônomos pós-ganglionares. 12. BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA Existe um mecanismo que naturalmente restringe de forma considerável o trânsito de moléculas grandes e com carga do sangue para o cérebro e medula. Essa restrição se deve, em parte, à ação de barreira das células endoteliais capilares no SNC e às junções oclusivas entre elas. Os astrócitos também podem ajudar a limitar o movimento de determinadas substâncias, atuando, por exemplo, na captação de íons K+ a fim de regular a concentração desse íon no espaço extracelular. 13. PLEXOS COROIDES Os plexos coroides apresentam-se como dobras da pia- máter ricas em capilares fenestrados e dilatados, que provocam saliência para o interior dos ventrículos. Formam o teto do terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos ventrículos laterais. São constituídos pelo tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são transportadoras de íons. A principal função dos plexos coroides é secretar o LCR, que contém apenas pequena quantidade de sólidos e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. Ele é importante para o metabolismo do sistema nervoso central e o protege contra traumatismos. A obstrução do fluxo de LCR, qualquer que seja a causa, resulta no distúrbio denominado hidrocefalia. Essa condição patológica é caracterizada pela dilatação dos ventrículos do encéfalo produzida pelo acúmulo de LCR. A hidrocefalia pode também ser devida a uma diminuição na drenagem de LCR pelas vilosidades aracnóideas ou, mais raramente, a neoplasia do plexo coroide que produza excesso de LCR. Os sintomas neurológicos e psíquicos decorrem da compressão do córtex cerebral e de outras estruturas do sistema nervoso central. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Junqueira, LC; Carneiro, J – Histologia Básica – Texto e Atlas – 12ª Edição – Editora Guanabara Koogan 2013. Machado, A; Haerthel, LM – Neuroanatomia Funcional – 3ª Edição 2014. Moore, KL; Persaud, TVN; Torchia – Embriologia Clínica – 10ª - Elsevier 2016.
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