Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NEONATOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DO RN IDADE GESTACIONAL Prematuro (< 37 sem ) Termo (37 - 41s6d ) Pós-termo (≥ 42sem) PESO Baixo peso ao nascer (< 2500g) Muito baixo peso ao nascer (< 1500g) Baixo peso extremo (< 1000g) PESO x IG Gráfico de crescimento – Lubchenco GIG (grande para IG) > p90 AIG (adequada para IG): entre p10-90 PIG (pequena para IG) < p10 PIG → peso para a IG está abaixo do percentil 10 – existem bebês que são constitucionalmente pequenos e que não sofreram crescimento restrito intraútero. CIUR → pode ser simétrico ou assimétrico · CIUR SIMÉTRICO → é o bebê “todo pequeno” (peso, perímetro cefálico e comprimento) – em geral é resultado de algo que afetou o crescimento fetal precocemente (no 1º trimestre) – ex.: infecções congênitas de 1º trimestre, anomalias cromossômicas... · CIUR ASSIMÉTRICO → criança cujo perímetro cefálico é desproporcionalmente grande em relação ao restante do corpo (o PC é normal para a IG, mas é maior que o restante do corpo) – geralmente é resultado de uma insuficiência placentária de 3º trimestre (o crescimento cerebral é preservado, mas o crescimento do restante do corpo é comprometido) Um dos principais efetores do crescimento na vida intraútero é a insulina – por isso diante de um GIG, devemos pensar se esse feto era hiperinsulinêmico; a grande preocupação é apresentar hipoglicemia nas primeiras horas de vida devido ao excesso de insulina. Bebê a termo <2 kg → PEQUENO PARA A IG INFECÇÕES CONGÊNITAS São aquelas que se estabelecem por VIA HEMATOGÊNICA TRANSPLACENTÁRIA Quando suspeitar? Maioria das crianças: assintomáticas Suspeita com doença ou sorologia materna ATENÇÃO: · IgM no RN = INFECÇÃO · IgG no RN = PODE SER MATERNA SINTOMÁTICAS · Quadro antenatal (abortamento, CIUR, prematuridade) · Quando inespecífico ou específico · Visceral (hepatomegalia) – Ocular (coriorrenitite, catarata, microftalmia) – Neurológico – Cutâneo (icterícia, exantema maculopapular, exantema petequial ou purpúrico) – Medula (plaquetopenia) · Sequelas (neurológica / visual / auditiva) SÍFILIS – Treponema pallidum · A transmissão pode ocorrer em qualquer estágio da doença materna. · Risco maior na sífilis 1ª e 2ª! SÍFILIS PRECOCE (<2 anos) RINITE SIFILÍTICA = obstrução nasal intensa e secreção sanguinolenta LESÕES CUTÂNEAS E MUCOSAS · Placas mucosas · Condiloma plano – lesão úmida ao redor de orifícios (ânus, p.ex.) · Pênfigo – exantema vesico-bolhoso, geralmente palmo-plantar LESÕES ÓSSEAS - Periostite – porção longa de ossos longos e também nos ossos planos - Rx com sinal de duplo-contorno (reação periosteal) · Osteocondrite – reação inflamatória na articulação + metáfise. São lesões dolorosas, a criança chora durante a manipulação ou movimentação · Pseudoparalisia de Parrot: ↓mobilidade secundária à dor presente na sífilis congênita Avaliação do RN Para todo RN o qual a mãe teve diagnóstico de sífilis durante a gestação - Avaliação clínica cuidadosa - VDRL de sangue periférico – avalia a atividade da doença e grau de lesão tecidual. · Os anticorpos avaliados pelo VDRL são IgM e IgG. Pode representar apenas a passagem de AC maternos. Hemograma Anemia plaquetas ou WBC Punção lombar VDRL Celularidade aumentada (>25/mm³) Proteínas (> 150mg/dL) Raio-x de ossos longos Osteocondrite / periostite Tratamento · Como foi o tratamento da gestante? Saber caracterizar o tratamento inadequado! TRATAMENTO INADEQUADO · Tratamento não penicilínico · Inadequado para a fase · Incompleto · < 30 dias antes do parto · Parceiro não tratado Mãe NÃO TRATADA / INADEQUADAMENTE TRATADA Realizar todos os exames e tratar todos os casos! LÍQUOR ALTERADO Penicilina cristalina IV 10 dias LÍQUOR NORMAL E OUTRA ALTERAÇÃO Penicilina cristalina IV 10 dias OU Penicilina procaína IM 10 dias ASSSINTOMÁTICO E TODOS OS EXAMES NORMAIS (VRDL NR) Penicilina benzatina em dose única (acompanhamento) (*) Se não houver certeza de acompanhamento, tratar por 10 dias, uma vez que a dose única pode não erradicar completamente o Treponema. MÃE ADEQUADAMENTE TRATADA VDRL do RN sempre! RN SINTOMÁTICO ou VDRL > materno Todos os exames e tratar Penicilina cristalina ou penicilina procaína RN ASSINTOMÁTICO e VDRL menor ou igual ao materno Acompanhamento Sem acompanhamento: exames + tratamento RN ASSINTOMÁTICO e VDRL não reagente Acompanhamento ou Penicilina benzatina (sem acompanhamento) ACOMPANHAMENTO · Acompanhamento clínico · VDRL seriado · Punção lombar a cada 6 meses (se alterado) · Avaliação auditiva e visual (semestralmente nos primeiros dois anos de vida) TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii A doença aguda pode se resolver sozinha, mas o paciente não fica curado, estabelecendo uma infecção latente, a qual não transmite para o feto, exceto se reativação em imunodeprimida. A transmissão para o feto ocorre durante a infecção aguda! Diagnóstico da gestante · IgM IgG · Índice de avidez de IgG* Alguns dias após a infecção = IgM (+) → pode permanecer detectável por até 1 ano Cerca de 2 semanas após a infecção = IgG (+) → permanece positiva pelo resto da vida (*) IgG com alto índice de avidez → indica que a infecção ocorreu há mais de 3 - 4 meses (12 - 16 semanas) Investigação do feto · USG · Amniocentese (PCR do LA – identificação do DNA do toxoplasma no líquido amniótico) TRATAMENTO NA GESTANTE No momento do diagnóstico ESPIRAMICINA Principal objetivo: evitar a infecção fetal Infecção fetal documentada SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA + ÁCIDO FOLÍNICO (após 1º trimestre) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS INVESTIGAÇÃO DO RN TRÍADE DE SABIN --- · Coriorretinite · Hidrocefalia · Calcificações difusas · Sorologia · Fundo de olho · Imagem do SNC · Avaliação LCR Tratamento · Sulfadiazina + Pirimetamina + ácido folínico → durante o 1º ano de vida, para reduzir a circulação do T. gondii. · Corticoide – se reação inflamatória acentuada (coriorretinite grave, proteína LCR > 1g/dL) Citomegalovirose – CMV da família dos herpes-vírus · O vírus permanece para sempre no organismo, na forma de infecção latente. A transmissão geralmente ocorre na infecção aguda, porém é possível ocorrer pela reativação de uma infecção latente. · O bebê em 90% dos casos de citomegalovirose é assintomático. Existem 3 manifestações inespecíficas que podem aparecer com mais frequência: · Microcefalia · PIG · Exantema petequial purpúrico MANIFESTAÇÕES ESPECÍFICAS CALCIFICAÇÕES PERIVENTRICULARES TRATAMENTO Ganciclovir IV por 6 semanas · O tratamento reduz o risco de sequelas neurológicas e surdez neurossensorial. · Infecção congênita pelo CMV é a principal causa de surdez neurossensorial não hereditária na infância Rubéola Congênita · Só irá transmitir o vírus da rubéola a mulher que é primoinfectada durante a gestação. · A mulher que é infectada no primeiro trimestre neste caso tem grandes chances de infectar o concepto, e, o problema é que infecções nesse período tem grandes chances também de repercussões clínicas, com consequências graves. CLÍNICA · Catarata → pesquisa do reflexo vermelho (alteração: reflexo assimétrico / reflexo branco / leucocoria) · Surdez (é uma das manifestações mais frequentes nas crianças sintomáticas) · Cardiopatia congênita (só estará presente quando a infecção tiver ocorrido nas primeiras semanas de gestação – particularmente nas primeiras 8 semanas) → principais: PCA e estenose de artéria pulmonar Tratamento: manejo de sequelas (corrigir catarata, etc...) · Evitar transmissão! RN / lactente com síndrome da rubéola congênita tem excreção prolongada do vírus (essa criança não pode ter contato com uma gestante suscetível) DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS HISTÓRIA · Idade gestacional · Forma de parto (vaginal / cesárea eletiva ou após TP) · Fatores específicos (ex.: mecônio no líquido amniótico) CLÍNICA Achados inespecíficos Desconforto respiratório: · Taquipneia · Tiragem (retração) / batimento de asa nasal / gemidos / cianose EVOLUÇÃO DO QUADRO Algumas doenças pioram e outras melhoramnas primeiras horas de vida RADIOGRAFIA · Padrão do infiltrado · Expansibilidade pulmonar Doença da Membrana Hialina Diminuição da concentração de surfactante alveolar O surfactante é composto por lipídeos e proteínas, e começa a ser sintetizado a partir de 20-24 semanas de gestação pelos pneumócitos II, atingindo quantidade suficiente no interior dos alvéolos com 34 semanas. A função do surfactante é reduzir a tensão superficial na interface ar-líquido no interior dos alvéolos, impedindo o colapso alveolar na expiração. O colapso alveolar causa hipoxemia e hipercapnia. INSTABILIDADE ALVEOLAR Diminuição do tempo de troca gasosa Aumento do trabalho respiratório · Diminuição do tempo de troca gasosa → o RN rapidamente desenvolve hipoxemia · Aumento do trabalho respiratório → é muito mais trabalhoso encher um alvéolo colabado; o RN evolui com falência e fadiga respiratória, de maneira que os alvéolos acabam ficando permanentemente fechados, causando microatelectasias, impedindo a ventilação e retendo CO2, causando acidose respiratória. Fatores de risco · Prematuridade - quanto mais prematuro maior o risco e maior a gravidade · Asfixia · Sexo masculino – a maturação no sexo masculino é mais lenta do que no sexo feminino · Diabetes materna – a insulina retarda a maturação pulmonar Clínica · Início nas primeiras horas · Taquipneia, retrações costais, gemido, batimento de asa nasal, cianose · Piora nas primeiras 24-48h. A partir do 3º. dia de vida espera-se que ocorra uma melhora Radiografia · Infiltrado reticulogranular difuso (aerobroncograma) · Padrão de vidro fosco / moído · São regiões de microatelectasias justapostas a áreas ainda insufladas Tratamento · Oxigênio por capacete (hood/campânula) – não é o ideal! · CPAP nasal (Continuous Positive Air Pressure) – evita o colapso alveolar e estabiliza o alvéolo · Pronga nasal · Ventilação mecânica (se CPAP não resolveu) · Surfactante exógeno · Via tubo traqueal · Antibióticos Prevenção: Corticoide antenatal Pneumonia / Sepse Neonatal SEPSE PRECOCE Nas primeiras 48h de vida · Ascendente · Intraparto Estreptococo do grupo B (S. agalactiae) – a sepse pelo GBS é doença muito grave, Enterobactérias (E. coli) SEPSE TARDIA Manifesta-se a partir do 7º dia · Nosocomial · Comunitária Estafilococos (coagulase negativo e S. aureus), Enterobactérias Fatores de risco · Ruptura prolongada de membranas (bolsa rota > 18 horas) · Corioamnionite · Colonização materna por germes patogênicos · Prematuridade Clínica – pode ser assintomático nas primeiras horas de vida · Desconforto respiratório · Distermia · Alteração do estado de alerta, cardiocirculatório e gastrointestinal Avaliação complementar · Radiografia de tórax – igual a SDRN · Hemograma (relação I/T) e PCR · A relação I/T é feita através dos neutrófilos imaturos e os totais. · Relação I/T > 0,2 sugere infecção bacteriana e indica antibioticoterapia · Identificação do agente · Hemocultura · Punção lombar e cultura do LCR · Urocultura (infecção tardia) Tratamento · Ampicilina + aminoglicosídeo · Cobertura para GBS + gram-negativos! · Na sepse tardia, o ATB depende do perfil de resistência bacteriana da UTI. · Geralmente um agente com cobertura para staphylococcus e outros agentes. TTRN – Taquipneia Transitória do Recém-Nascido · Também chamada de SDR tipo II ou Síndrome do Pulmão Único · Ocorre pelo retardo da absorção do líquido pulmonar! As catecolaminas liberadas durante o parto sinalizam a reabsorção do líquido, e neste RN isto não acontece. WL RESUMOS RESIDÊNCIA MÉDICA Ocorre por: · Ausência de TP · Cesariana · Termo Clínica · Início nas primeiras horas de vida · Desconforto respiratório moderado · Rápida resolução Radiologia · Congestão hilar · Aumento da trama vascular · Líquido cisural; derrame · Cardiomegalia · Hiperinsuflação (arcos c. retificados) Tratamento – suporte! · Oxigenoterapia (FiO2 até 40%) · Suporte geral! Síndrome de Aspiração Meconial Ocorre pela eliminação e aspiração de mecônio intraútero. A asfixia fetal causa um relaxamento do esfíncter anal do feto, provocando a liberação de mecônio. A peristalse fetal é desorganizada na maior parte da gestação, sendo não-propulsiva. Por mais que o mecônio chegue na ampola retal, o esfíncter anal está contraído. A asfixia promove o relaxamento e, caso a ampola retal tenha mecônio, este será eliminado. A asfixia aumenta o número de incursões respiratórias, fazendo com que o mecônio chegue na traqueia, podendo atingir as vias aéreas inferiores e causando a SAM. Ocorre então um bloqueio mecânico expiratório, fazendo aprisionamento de ar e hiperinsuflação. O mecônio também desencadeia uma pneumonite química e uma infecção secundária, diminuindo a complacência pulmonar, necessitando de muita força para insuflar os pulmões. · Ocorre em RN termo e pós-termo · Sofrimento fetal predispõe a SAM · LA meconial deve ser evidenciado Clínica · Início nas primeiras horas · Desconforto respiratório grave Radiologia · Infiltrados alveolares grosseiros · Pneumotórax · Volume pulmonar aumentado Tratamento · Ventilação mecânica · Antibioticoterapia · Surfactante · RN consome surfactante, deve-se repor! Como evitar a SAM? · RN AT sem sinais de asfixia · Nenhuma medida especial – colo materno! · RN deprimido · Passos iniciais: APAS (aquecer, posicionar, aspirar boca e narina, secar)! · Se necessário, VPP! · IOT apenas após ventilar! REANIMAÇÃO NEONATAL Não significa o atendimento feito dentro da UTIN, mas o atendimento ao RN na sala de parto! 1 a cada 10 RN necessita de ajuda para respirar após o parto. São 3 perguntas para avaliar o RN e determinar se precisa de reanimação: · RN a termo? · Respirando ou chorando? · Tônus adequado? · Se as 3 perguntas são positivas, a criança fica no colo da mãe e está tudo bem. · Caso 1 das respostas seja NÃO, é necessário ir para a mesa de reanimação. A primeira medida a ser realizada são os 4 passos/cuidados iniciais: · Aquecer · Posicionar · Aspirar (s/n) · Secar Em seguida, avaliar: · FC e respiração · FC < 100 · Respiração irregular · Apneia Caso uma destas alterações acima esteja presente, realizar VPP! · VPP (30’’) · Deve ser ventilada durante o Golden Minute! · Após os 30 segundos, reavaliar (pela FC principalmente). Se FC < 100 após 30’’ de VPP: · Checar técnica · Considerar IOT se a técnica está correta e FC < 60 Se FC < 60 (após VPP, checar técnica, IOT, ventilado pelo tubo): · MCE (60’’) Se após 1 minuto permanece FC < 60: · Checar técnica e atentar para extubação · EPIN Os passos iniciais Aquecer: a sala de parto deve ser entre 23° e 26°C, campo previamente aquecido, fonte de calor radiante! · RN < 34 sem: saco plástico + touca Posicionar: leve extensão da cabeça Aspirar (s/n): quando secreção obstruindo ventilação! Se o RN está chorando, não é necessário aspirar, podendo até induzir bradicardia por aspiração excessiva. · Aspirar primeiro a boca e depois narinas! Secar: retirar os campos úmidos! Se a criança está no saco não devemos secar! OS PRÓXIMOS PASSOS Ausculta do precórdio Avaliar FC (6’’ x 10) VPP Iniciar com máscara facial · 40 – 60 vezes/minuto (aperta-solta-solta) · Oximetria de pulso (em MSD, para avaliar saturação pré-ductal) · Monitor cardíaco O oxigênio pode ser: · > 34 sem: ar ambiente (AA) · < 34 sem: O2 30% Massagem Cardíaca Externa (MCE) · 1/3 inferior do esterno · Profundidade de 1/3 do diâmetro AP · 3 compressões para 1 ventilação (3C : 1V) Epinefrina · Via traqueal: uma única vez · EV: veia umbilical em intervalos de 3 – 5 min · SF 0,9%: se indícios de hipovolemia (palidez, evidências de choque como alteração de perfusão) · Volume de 10ml/kg · Pode ocorrer na DPP! A única indicação para IOT antes de VPP é a hérnia diagramática! O diagnóstico de hérnia diafragmática se dá pelo obstetra ou pelo abdome escavado ao nascimento! ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ICTERÍCIA NEONATAL A icterícia é uma coloração amarelada da pele das mucosas como consequênciado aumento sérico das bilirrubinas. Na maior parte das vezes relaciona-se a um processo patológico, porém 60% dos RN a termo ficam ictéricos na primeira semana de vida, e este geralmente é um processo fisiológico. A hemoglobina é degradada e forma bilirrubina indireta (BI), a qual é hidrossolúvel e deve ser eliminada, e para isso precisa ser transformada em lipossolúvel. A BI liga-se a albumina, é captada pelo hepatócito e nele sofre conjugação com 1 ou 2 moléculas de ácido glicurônico, formando um mono ou diglicurinídeo (BD), através da glicuroniltransferase. A BD lipossolúvel pode ser excretada na bile e ser retirada do organismo pelo intestino. Na vida fetal a bilirrubina é excretada pela placenta - apenas na sua forma indireta (BI) - logo, a captação e conjugação do RN é diminuída ao nascimento. O RN tem produção exagerada de bilirrubinas pois possui: · Produção exagerada de bilirrubina → a Bb é proveniente da degradação do heme da Hb (que leva à formação da bilirrubina indireta) – o RN possui muitas hemácias (pelo reflexo da hipóxia intra-uterina) e a meia-vida de suas hemácias é mais curta · Captação e conjugação deficientes (pela diminuição da atividade da glicuroniltransferase) → durante a vida fetal quem excreta a bilirrubina é a placenta (e a placenta excreta a bilirrubina indireta), logo, os mecanismos de captação / conjugação precisam amadurecer nos primeiros dias de vida, pois na vida intra-útero, a conjugação não é útil, uma vez que a Bb é excretada em sua forma indireta · Aumento do ciclo êntero-hepatico (aumento da atividade da betaglicuronidase) → nos primeiros dias de vida, o trânsito intestinal é mais lento, o que proporciona maior tempo para a ação da betaglicuronidase Todos estes mecanismos aumentam a BI, o qual leva à icterícia fisiológica! Porém nem toda icterícia é fisiológica! Provável icterícia não fisiológica · Início < 24h de vida – a bilirrubina aumenta 3mg/dL/dia, e para detectar icterícia o nível sérico deve ser >5! · Aumento > 5mg/dL/dia · Nível elevado de bilirrubina (> 12-13mg/dL à termo; > 14-15mg/dL prematuro) · Outra alteração clínica · Icterícia persistente (por mais de 7 – 10 dias à termo; mais de 10 – 14 dias em prematuros) · Colestase - ↑BD, colúria, acolia... Zonas de Kramer – a progressão da icterícia é crânio-caudal · I – Face (6 mg/dL) · II – Tronco até o umbigo (9 mg/dL) · III – umbigo até joelhos (> 12 mg/dL) passou do umbigo, sinal de perigo! · IV – Joelhos até tornozelos e cotovelos até punhos (15 mg/dL) · V – Mãos e pés (16 mg/dL) ICTERÍCIA PRECOCE Anemia hemolítica (causa mais frequente) · Incompatibilidade materno-fetal · Incompatibilidade RH. É a mais grave. A mãe é Rh- e o RN Rh+ · A mãe produz Ac Anti-Rh que atravessam a placenta e destroem as hemácias fetais. Ocorre nas mulheres sensibilizadas (multíparas) · Solicitar coombs indireto, que será positivo (detecta Ac Anti-Rh) · O coombs direto será positivo · Incompatibilidade ABO: menos comum · Mãe O e RN A ou B · Coombs direto – detecta Ac nas hemácias – pode ser positivo ou negativo, porque pode ser uma doença mais branda · Esferocitose · Deficiência de G6PD Avaliação complementar · BT e frações · Hemograma e reticulócitos · Hematoscopia – avaliar policromasia (reticulocitose), esferocitose, corpúsculos de Heinz ICTERÍCIA PERSISTENTE OU TARDIA · Icterícia do leite materno (BI) · Inicia em torno do 4º dia e permanece até a 2ª semana de vida, RN em AME e que permanece ictérico · Resolve-se após alguns dias/semanas ou após suspender amamentação e aguardar bilirrubinas caírem (48h). Ao retornar amamentação as bilirrubinas sobem novamente, nunca ao mesmo valor anterior. · Icterícia do Aleitamento: dificuldade na amamentação leva a um trânsito intestinal diminuído, com aumento da circulação entero-hepática da bilirrubina. Início precoce (2º – 3º dia). · Corrigir amamentação. · Atresia de vias biliares → BD (colestase): · Urgência diagnóstica! · Tratamento → Portoenterostomia de Kasai – nas primeiras 8 semanas de vida! Tratamento · Fototerapia – fotoisomerização da BI, tornando-se hidrossolúvel e sendo excretada via renal · Exsanguineotransfusão
Compartilhar