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RESUMO - DOENÇA RENAL CRÔNICA

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oença renal crônic 
 
A DRC é definida como um termo genérico 
de desordens heterogêneas que afetam a 
estrutura e a função dos 
rins. Essas desordens 
devem estar presentes 
por mais de 3 meses e 
trazem implicações para 
a saúde. 
 
A definição é baseada em 3 componentes: 
 
1. Componente anatômico ou estrutural 
(marcadores de dano renal) 
2. Componente funcional (baseado na 
taxa de filtração glomerular) 
3. Componente temporal 
 
Portador de DRC 
Qualquer indivíduo que, por um período 
maior ou igual a 3 meses, apresenta TFG 
<60 mL/min/1,732 ou TFG >60 
mL/min/1,732 associada a alguma 
evidência de lesão da estrutura renal. 
 
A DRC é classificada em 5 estágios 
baseados na TFG e na excreção de 
albumina na urina. 
 
ESTÁGIO TFG 
1 Normal ou elevada ≥ 90 
2 Redução leve 60 a 89 
3A Redução leve a moderada 45 a 59 
3B Redução moderada a grave 30 a 44 
4 Redução grave 15 a 29 
5 Falência renal < 15 
 
Estágios de albuminúria persistente 
(razão albumina/creatinina) 
 
A1 A2 A3 
Normal a 
levemente 
aumentada 
Moderadamente 
aumentada 
Gravemente 
aumentada 
< 30 30 a 300 >300 
 
 
A hipertensão arterial e o diabete melito 
são as duas principais causas de DRC no 
Brasil e no mundo e juntas representam 
cerca de 60 a 70% dos casos da doença. 
 
 
Funções 
 
Os rins têm como função: 
→ Excretar a maior parte dos produtos 
finais do metabolismo orgânico; 
→ Controlar a concentração da maioria 
dos líquidos corporais; 
→ Manter a composição iônica do 
volume extracelular; 
→ Participar na regulação do equilíbrio 
ácido-básico; 
→ Sintetizar hormônios e enzimas como: 
eritropoetina, 1,25-di-
hidroxivitaminaD, renina, cininas, 
entre outros. 
 
 
Fisiopatologia 
 
Os rins humanos são formados por 
néfrons e cada néfron é uma unidade 
funcional autônoma composta por um 
glomérulo, túbulos e ductos coletores. 
A DRC tem caráter progressivo que se 
mantém independente da presença do 
fator causal inicial. 
 
 
Insultos renais graves causados por: 
glomerulonefrites, hipertensão arterial 
e DM não controlados, lesões renais 
autoimunes causadas por lúpus, 
vasculites e doenças hereditárias quase 
sempre evoluem para esclerose 
glomerular e atrofia tubular, com perda 
total da função renal. 
Após o insulto, os glomérulos dos néfrons 
remanescentes, ou seja, aqueles que 
ainda estão funcionando, sofrem um 
processo de hipertrofia (aumento de 
tamanho) decorrente da hiperfusão, o que 
levaria à hipertensão glomerular com 
consequente hiperfiltração glomerular e 
lesão das estruturas do glomérulo. 
 
Essas modificações funcionais e 
morfológicas resultam em: 
 
Perda de seletividade da membrana dos 
capilares glomerulares; 
 
Passagem de macromoléculas, 
principalmente proteínas; 
 
Intenso tráfico de PTN desencadeia uma 
série respostas imunológicas, 
inflamatórias e hormonais que 
contribuem para a fibrose renal; 
 
Redução dos néfrons remanescentes 
 
Os túbulos também sofrem alterações 
estruturais e funcionais para manter a 
homeostase e evitar, ainda que 
parcialmente, a retenção de excretas e o 
acúmulo ou depleção de água, sódio, 
potássio, ácidos, fósforo e outros 
componentes essenciais. 
 
No entanto, esses mecanismos 
adaptativos têm um limite. Logo, 
distúrbios hidroeletrolíticos, 
metabólicos e hormonais se tornam 
evidentes desencadeando uma série de 
sinais e sintomas e manifestações clínicas 
características da DRC, particularmente 
nos estágios mais avançados. 
 
Parâmetros bioquímicos 
 
→ Os pacientes apresentam elevação 
discreta, mas constante, nas 
concentrações plasmáticas de ureia e 
creatinina; 
→ Sódio, potássio, cálcio e fósforo 
permanecem normais ou muito 
próximas do normal até os estágios 
mais avançados na doença; 
→ Principalmente nos estágios 4 e 5 da 
doença pode ocorrer elevação de: 
potássio, fósforo e paratormônio 
(PTH); 
→ No curso da doença também pode-se 
encontrar hipoalbuminemia 
(resultante do processo de 
proteinúria), inflamação crônica e 
desnutrição; 
→ A redução da produção de 
eritropoetina pelos rins, pode resultar 
em diminuição na concentração de 
hemoglobina, 
caracterizando uma 
anemia normocrômica e 
normocítica. 
 
 
Estado Nutricional 
 
A prevalência de desnutrição na 
população com DRC é elevada e varia 
entre 37 e 48%. 
As causas dos déficits 
nutricionais incluem 
fatores relacionados à 
doença e ao tratamento 
que contribuem para a 
redução da ingestão 
alimentar e para o aumento do 
catabolismo proteico. 
 
 
 
O estado inflamatório pode levar à 
desnutrição por aumentar o 
catabolismo proteico e diminuir o 
apetite, principalmente pela ação das 
citocinas pró-inflamatórias. 
 
A prevalência de sarcopenia – redução 
concomitante de massa e função 
muscular – nos pacientes com DRC varia 
de 5 a 10% dos estágios 3, 4 e 5 não 
dependentes de diálise e 9,5 a 38% 
naqueles em diálise. 
 
A obesidade é outro fator que tem se 
observado em pacientes com DRC. 
Estudos indicam que a maior reserva 
corporal dos pacientes obesos pode 
conferir proteção frente aos episódios 
catabólicos que os pacientes com DRC 
sofrem. 
Porém é importante destacar que os 
achados não são uniformes e utilizam 
o IMC como marcador, o que não leva 
em consideração o acúmulo de gordura 
visceral. Dessa forma, pode levar a uma 
interpretação equivocada do papel da 
obesidade como fator protetor. 
 
Avaliação Nutricional 
 
A avaliação e o monitoramento do estado 
nutricional são fundamentais para que 
os pacientes com DRC recebam 
orientação nutricional adequada de 
acordo com suas condições clínicas. 
 
Não há um perfil único no padrão 
nutricional do paciente com DRC, 
observa-se um quadro diverso com 
pessoas com desnutrição e/ou 
sobrepeso/obesidade. 
Métodos subjetivos e objetivos devem ser 
empregados. 
 
Métodos objetivos: 
 
→ Medidas antropométricas 
→ Bioquímicas 
→ Consumo alimentar 
→ Força de preensão manual (marcador 
de massa muscular) 
 
Métodos subjetivos: 
→ Avaliação Global Subjetiva (AGS) 
 
 
Atenção: 
 
O peso corporal deve ser analisado em 
conjunto com a avaliação da presença 
de edema e/ou ascite ou em relação ao 
‘’peso seco’’; 
 
Em pacientes em hemodiálise, o peso 
deve ser obtido sempre após a sessão de 
diálise, e o mesmo cuidado vale para os 
demais parâmetros antropométricos; 
 
Em pacientes em diálise peritoneal, o 
volume de diálise presente na cavidade 
peritoneal deve ser descontado do peso 
corporal aferido; 
 
Valores de IMC < 23 KG/M2 têm sido 
apontados como indicativos para risco 
nutricional em pacientes com DRC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: CUPPARI, 2019. SILVERTHORN, 2017

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