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Mapa mental - Doença Renal Crônica

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DOENÇA RENAL CRÔNICA
Aspectos gerais
Tanto a Doença Renal Aguda
(DRA) quanto a Doença Renal
Crônica (DRC) são patologias
altamente recorrentes em
pacientes hospitalizados.
DRC tem sido considerada
um importante problema de
saúde pública mundial em
decorrência do expressivo
aumento nas taxas de
incidência e prevalência.
Os distúrbios nutricionais
são frequentes e podem
compreender tanto aqueles
relacionados à obesidade
quanto à desnutrição.
As complicações metabólicas e
hormonais também são frequentes,
devido a capacidade da DRC
comprometer praticamente todos os
órgãos e sistemas.
Intervenções dietéticas
específicas juntamente com o
arsenal medicamentoso têm papel
fundamental no tratamento dos
vários distúrbios, bem como na
preservação da função renal.
Definição
Termo genérico de
desordens heterogêneas que
afetam a estrutura e a função
dos rins presentes por mais
de 3 meses e que tragam
implicações para a saúde.
Causas
TFG < 60 mL/min/1,73 m2 ou
TFG > 60 mL/min/1,73 m2
associada a alguma
evidência de lesão da
estrutura renal.
Lesão pode compreender anormalidade
urinária a exemplo de hematúria
glomerular, microalbuminúria,
proteinúria, alteração em exame de
imagem como cistos renais,
anormalidades histológicas e história
de transplante renal.
Classificação
A excreção urinária em 24
horas de 30 a 300 mg de
albumina caracteriza
microalbuminúria e valores
superiores a 300 mg/24 h
caracteriza a proteinúria o
macroalbuminúria.
É classificada em
estágios baseados na
TFG e na excreção de
albumina na urina.
A hipertensão arterial e o diabete
melito (DM) são as duas
principais causas de DRC no
Brasil e no mundo .
Fisiopatologia
Mecanismos que
determinam o
caráter progressivo
da doença ainda
não são totalmente
conhecidos.
Riscos para
desenvolver
Risco
elevado
Risco
moderado
Portadores de DC
Idosos
Portadores de DM
Indivíduos com história familiar
de DRC
Portadores de
HAS
Transplantados renais com
rejeição crônica
Indivíduos expostos a
drogas nefrotóxicas
Portadores de
glomerulopatias
Portadores de litíase renal,
uropatia obstrutiva
Indivíduos com infecção
sistêmica e neoplasias
Tem como aspecto o
caráter progressivo que
se mantém
independente da
presença do fator causal
inicial.
É dividida em 5
estágios a depender
da taxa de filtração
glomerular
2
3
1
4
0
5
Sem lesão renal –
grupos de risco
para DRC.
Lesão renal, com
TFG normal ou
aumentada.
Lesão
renal com
↓ leve da
TFG.
Lesão renal com
↓ moderada da
TFG.
Lesão renal
com ↓ grave da
TFG.
Insuficiência renal
terminal ou fase
dialítica.
Após insulto renal grave, os
glomérulos dos néfrons
remanescentes (ainda
funcionantes) sofreriam um
processo de hipertrofia
decorrente da hiperperfusão que
levaria à hipertensão glomerular
com consequente hiperfiltração
glomerular e lesão das
estruturas do glomérulo.
Essas modificações funcionais
e morfológicas resultam em
perda de seletividade da
membrana dos capilares
glomerulares resultando na
passagem de
macromoléculas,
principalmente proteínas.
Fluxo constante de proteínas
desencadeia uma série de
respostas imunológicas,
inflamatórias e hormonais que
contribuem para a fibrose renal,
levando a subsequentes
reduções do número dos
néfrons remanescentes.
Processo de adaptação que
permite a manutenção das
funções renais, mesmo após
a redução significativa do
número de néfrons
funcionantes, determina a
progressão da doença.
Fatores como a
hiperlipidemia, a retenção
de fosfato, a acidose e as
próprias toxinas urêmicas
podem também contribuir
para a progressão da
lesão renal.
Os túbulos também sofrem
alterações estruturais e funcionais
de forma a manter a homeostase e
evitando, ainda que parcialmente,
a retenção de excretas e o
acúmulo ou depleção de água,
sódio, potássio, ácidos, fósforo e
outros componentes essenciais ao
meio interno.
Parâmetros bioquímicos e
hematológicos
As concentrações plasmáticas de
sódio, potássio, cálcio e fósforo
permanecem normais ou muito
próximas do normal até os estágios
mais avançados da doença.
O pH é mantido até fases mais
avançadas da doença, porém
com queda progressiva nos
níveis de bicarbonato.
Nos estágios 4 e 5 da doença,
principalmente, pode ocorrer
elevação plasmática de
potássio, fósforo e
paratormônio (PTH) e redução
do calcitriol (1,25 di-
hidroxivitamina D).
Hipoalbuminemia
decorrente de síndrome
nefrótica (proteinúria),
inflamação crônica e
desnutrição também podem
ocorrer no curso da doença.
Hemoglobina reduzida também
é comumente observada
principal-mente em
consequência da redução da
produção de eritropoietina pelos
rins, caracterizando a anemia
normocrômica e normocítica.
Estado nutricional
A redução da função renal
contribui para o aparecimento
de uma série de distúrbios
hidroeletrolíticos, hormonais e
metabólicos.
Isso direta ou indiretamente,
contribui para o
desenvolvimento de um
quadro nutricional diverso,
marcado pela depleção de
reservas de gordura e
proteína, especialmente de
tecido muscular.
A prevalência de
desnutrição na
população de pacientes
com DRC é elevada e
varia entre 37 e 48%.
Causas incluem fatores
relacionados à doença e ao
tratamento que contribuem
para a redução da ingestão
alimentar para o aumento do
catabolismo proteico, com
destaque ao estado
inflamatório.
O quadro inflamatório resulta
também na diminuição do
apetite, principalmente pela
ação das citocinas pró-
inflamatórias.
Apesar da elevada prevalência de
desnutrição encontrada na DRC, tem se
observa-do que o sobrepeso e a
obesidade também são distúrbios
nutricionais frequentes nessa população.
Avaliação
Nutricional
A avaliação e o monitoramento
do estado nutricional são
fundamentais para que
pacientes com DRC recebam
orientação nutricional adequada
às suas condições clínicas.
Deve ser capaz de detectar,
diagnosticar, classificar e
apontar os indivíduos em
situações de risco nutricional.
Deve ser monitorado
para avaliar a resposta
do paciente frente às
intervenções
dietéticas.
Uma combinação de
métodos objetivos e
subjetivos pode ser
empregada.
Entre os subjetivos, o
mais comumente
empregado é a
avaliação global
subjetiva (AGS).
Entre os objetivos, estão as medidas
antropométricas, bioquímicas, de
consumo alimentar e, mais
recentemente, a força de preensão
manual, que vem sendo empregada
como marcador de massa muscular.
Em razão dos distúrbios hídricos, o peso
corporal deve ser analisado conjuntamente com
uma avaliação da presença de edema e/ou
ascite ou ainda em relação ao chamado “peso
seco”, que se refere ao peso corporal,
especialmente em pacientes em diálise, no qual
há ausência de edema periférico detectável e
pressão arterial normal.
Em pacientes em HD, o peso
deve ser obtido sempre após a
sessão de diálise, e o mesmo
cuidado vale para os demais
parâmetros antropométricos.
Em pacientes em DP, o
volume da solução de
diálise presente na cavidade
peritoneal deve ser
descontado do peso
corporal aferido.
A classificação do estado
nutricional a partir do IMC
apresenta algumas
diferenças em pacientes
com DRC em relação aos
pontos de corte propostos
pela Organização Mundial
de Saúde.
Valores de IMC < 23 kg/m2
têm sido apontados como
indicativos de risco nutricional
para essa população de
pacientes por se associarem com
aumento nas taxas de
morbimortalidade.
Tratamento
Compreende duas fases distintas:
a fase não dialítica, também
conhecida como tratamento
conservador; e a fase de terapia
renal substitutiva (TRS), na qual a
HD ou a diálise são empregadas.
Fase não
dialítica
Tem como principais objetivos
retardar o ritmo de
progressão da disfunção renal,
prevenir as complicações, tratar
as comorbidades e preparar o
paciente para a TRS.
Entre as medidas que
comprovadamente retardam a
progressão da DRC estão o
controle da pressão arterial, que
deve ser mantida em valores
inferiores a 130/80 mmHg, e o
tratamento intensivo do DM com
manutenção da hemoglobina
glicada entre 6,5 e 7,0%.
Outros fatores: controle da ingestão
proteica, a restrição na ingestão de
sódio para controle dahipertensão
arterial sistêmica e da proteinúria, o
tratamento da dislipidemia, a correção
da anemia e da acidose metabólica, a
prevenção e o tratamento da
obesidade, bem como da desnutrição.
Fase
dialítica
A HD e a DP constituem
as terapias dialíticas
empregadas para
substituição da função
renal, quando não é
possível, ou até que seja
possível, a realização de
transplante renal.
A terapia nutricional constitui parte
fundamental do tratamento, pois
contribui para minimizar os vários
distúrbios hormonais, metabólicos e
hidroeletrolíticos que frequentemente
se associam com a DRC
Proteína
Energia
Carboidratos
Lipídios
Estágios 1 e 2
(TFG > 60
mL/min)
Estágio 3 (TFG
30 a 59 mL/min)
Diabetes
descompensado
Estágio 4 (TFG
15 a 29 mL/min)
Estágio 5 (TFG <
15 mL/min)
Normal – 0,8 a
1 g/kg/dia
0,6 a 0,75
g/kg/dia
0,6 a 0,75 g/kg/dia ou 0,3
g/kg/dia suplementada
com AAE e cetoácidos
0,6 a 0,75 g/kg/dia ou 0,3 g/kg/dia
suplementada
com AAE e cetoácidos
Proteinúria > 3 g/24 h
0,8 g/kg/dia
0,6 a 0,8 g/kg/dia 0,8 + 1 g proteína
para cada g de proteinúria
Obesos ou pessoas com mais de 60
anos de idade podem receber um
aporte energético menor
(aproximadamente 30 kcal/kg/dia;
para indivíduos com obesidade e
não menos que 25 kcal/kg/dia).
50-60% com
relação ao VET
Pacientes que apresentam
piora da condição nutricional,
ou que já apresentam
desnutrição estabelecida, um
aporte de energia superior a
35 kcal/kg/dia deve ser
empregado.
Abaixo de 30% com
relação ao VET
As doenças cardiovasculares,
as enfermidades infecciosas e
a desnutrição são as principais
causas de hospitalização e
óbito nessa população.
Proteína
Energia
1,0-1,2 g/kg/dia
para DM
1,0-1,2 g/kg/dia
para pacientes em
hemodiálise de
manutenção e
diálise peritoneal.
25-35 kcal/dia para
aqueles no estágio 5
ou pós-transplantados.
Recomendações para
micronutrientes de
interesse
Sódio
1-3 g/dia a
depender do
indivíduo e do
nível de função
renal.
Potássio
1500 mg/dia em caso
de hipercalemia.
Cálcio
1000-1500 mg/dia
Fósforo
800 mg/dia
https://coggle.it/

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