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Aplicação da lei penal

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Normas incriminadoras e não 
incriminadoras 
 As normas incriminadoras são aquelas condutas 
consideras ilícitas e que possuem sanção. 
 Ex.: art. 121 – matar alguém = incrimina a conduta de 
matar com penalização. 
 Não sendo colocadas através de imperativos, mas é 
ressaltada a proibição. 
 O legislador não diz “é proibido matar”, e sim, 
prescreve que a morte de alguém é punida com 
determinada sanção. 
 As normas permissivas são aquelas que aceitam a 
prática de normas incriminadoras em certas 
circunstâncias. Ex.: art 23,24 e 25, CP= legítima defesa, 
eu permito que se pratique um crime para defender 
um bem jurídico tutelado. 
 As normas penais explicativas são aquelas que 
explicam o conteúdo de uma norma penal incriminadora 
ou permissiva. 
 Ex.: art. 327,CP = o legislador indica quais sujeitos são 
considerados funcionários públicos 
 
Fontes do Direito Penal 
 Fonte do Direito é tudo aquilo que servir como 
origem/ gênese das normas jurídicas, ou seja, todo e 
qualquer fato ou acontecimento que gere o surgimento 
da norma jurídica. 
 As fontes são classificadas como fonte material (fonte 
de produção) que se relacionam com a origem do 
direito e as fontes formais (fontes de conhecimento ou 
cognição) que se relacionam com as formas de 
manifestação das normas jurídicas. 
 O Estado é a única fonte de produção (fonte material) 
do Direito Penal e o instrumento para materializar sua 
vontade é a lei. 
 
 
 Costumes 
 Doutrina 
 Mediatas Jurisprudência 
Fontes formais Princípios 
 
 
 Imediatas - lei 
 
Costume ➔ reiteração constante e uniforme de uma 
regra de conduta. Mas não basta a repetição mecânica, 
sendo necessário também a convicção de sua 
necessidade jurídica. 
O costume possui função subsidiária, não sendo fonte 
constitutiva de normas penais incriminadoras. 
O costume pode apresentar aspectos distintos: 
secundum legem (que é o costume que encontra 
suporte legal); praeter legem (costume supletivo ou 
integrativo, que supre eventuais lacunas da lei) e contra 
legem (que é o costume formado em sentido contrário 
a lei). De forma que os costumes secundum e praeter 
legem poderão ter validade para o Direito Penal, já que 
não pretendem criar normas incriminadoras, e sim, 
ajustar somente as demais normas as concepções 
sociais dominantes. E o contra legem poderá, no 
máximo, contribuir para a interpretação da norma. 
 
Jurisprudência ➔ Tem grande importância na 
consolidação e pacificação das decisões dos tribunais, 
mas não cria o direito (já que emana da lei). 
Dessa forma, as decisões judiciais vão declarar o direito. 
 
Doutrina ➔ É o resultado da atividade intelectual dos 
doutrinadores/ pesquisadores, que acabam por 
sistematizar as normas jurídicas, construindo e 
elaborando conceitos, princípios e teorias que facilitam a 
intepretação e aplicação das leis. 
A doutrina, através de sua contribuição intelectual, 
facilita a atualização e evolução da jurisprudência e 
modernização das próprias leis. 
 
Interpretação das leis penais 
 ↪ Quanto as fontes: ✿ 
Autêntica – fornecida pelo próprio Poder Legislativo, ou 
seja, por quem faz a lei. E acontece quando o legislador 
cria nova lei para explicar o conteúdo e significado de 
outra já existente. 
 Em princípio, é obrigatória quando proveniente de 
outra lei que é dita como norma interpretativa. 
 
Jurisprudencial – produzida pelos tribunais a partir das 
suas decisões reiteradas. 
 Sendo a declaração do direito no caso concreto, de 
forma individual e vinculada. 
 
Doutrinária – produzida pelos doutrinadores que 
interpretam a lei a luz dos seus conhecimentos 
técnicos, com a autoridade de cultores da ciência 
jurídica, ou seja, escritores e comentadores da 
legislação. 
 
 ↪ Quanto aos meios: ✿ 
Gramatical (ou literal) – Aquela que limita ao significado 
das palavras que estão no texto legal, ou seja, que 
procura o sentido da lei através da função gramatical 
dos vocábulos. 
 Sendo considerada a de menor grau hierárquico 
quanto a forma de interpretação, já que analisando o 
sentido literal das palavras, ignora-se o sentido técnico 
de determinados termos. 
 
Histórica – É importante para entender o sentido e a 
razão de determinada orientação legislativa ou política 
criminal. 
 Podendo ser percebida através dos trabalhos 
preparatórios para elaboração de uma lei, debates 
realizados sobre o tema etc. 
 
 
Lógico-sistemática – Uma interpretação que procura 
superar as possíveis contradições entre os diversos 
preceitos penais. 
 No processo de interpretação, o interprete envolve-
se com a lógica para descobrir os fundamentos 
políticos-jurídicos da norma que está sendo avaliada. 
 O elemento sistemático é empregado quando se 
investiga o sentido global do direito, que a lei expressa 
apenas parcialmente. Buscando, assim, situar a norma 
no conjunto geral do sistema que a engloba para 
justificar a sua existência. 
 Acaba por ser um critério muito relevante para 
interpretação porque só se pode encontrar o 
verdadeiro sentido de uma norma se for feita uma 
intepretação contextualizada. 
 
 
 
 
 
↪ Quanto aos resultados: ✿ 
Declarativa – É o sentido linguístico, literal, do texto 
interpretado, que seria a concordância entre o resultado 
da interpretação gramatical e o da lógico-sistemática. De 
forma que o texto não é ampliado e nem restringido, 
correspondendo exatamente a seu real significado. 
 A interpretação é sempre declarativa, já que sua 
finalidade é declarar o direito. 
Restritiva – Procura reduzir ou limitar o alcance do 
texto interpretado como uma forma de encontrar o 
seu verdadeiro sentido. 
Extensiva – Ocorre quando as palavras do texto legal 
dizem menos do que sua vontade, ou seja, o sentido da 
norma fica aquém de sua expressão literal. 
 
 
 
Analogia e sua aplicação in bonam 
partem 
 Analogia não deve ser confundida com interpretação 
extensiva ou interpretação analógica porque não é 
forma de interpretação, mas de aplicação da norma. 
 A função da analogia é ser integrativa, ou seja, 
procura-se aplicar determinado preceito ou mesmo os 
próprios princípios gerais do direito a uma hipótese não 
contemplada no texto legal, buscando suprir alguma 
lacuna da lei. 
 
Analogia legis – quando se aplica uma norma legal a um 
determinado fato não contemplado no texto legal. 
Analogia juris – quando se aplica os princípios gerais do 
direito. 
A analogia acaba por ser um processo que pretende 
cobrir a lacuna, não criando uma nova lei, mas aplicando 
lei que discipline casos semelhantes, reconhecendo um 
direito que já existe no sistema jurídico (analogia legis). 
 
 ✎ 
A analogia é excluída nas hipóteses de: 
Leis penais incriminadoras – Já que essas leis sempre 
restringem a liberdade do indivíduo, não pode o juiz 
acrescentar outras limitações além daquelas já previstas 
pelo legislador. Somente podendo ser usada a analogia 
em matéria penal se beneficiar a defesa. 
Leis excepcionais – Os fatos e aspectos não 
contemplados pelas normas de exceção são 
disciplinados pelas normas de caráter geral, não sendo 
necessário apelar para o recurso integrativo da analogia. 
Leis fiscais – Possuindo o mesmo fundamento que as 
penais, ou seja, não é recomendável utilizar a analogia 
para a sua integração. 
 
 
 
Analogia in bonam partem ➔ Com base no Direito 
Penal liberal e o Estado Democrático de Direito, jamais 
deve-se admitir qualquer violação ao princípio da 
reserva legal. 
 Podendo o legislador buscar o melhor sentido da lei 
através da interpretação extensiva da lei. 
 A interpretação analógica é admissível, desde que o 
emprego da analogia apenas quando for para beneficiar 
a defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LeiPenal no tempo 
 A lei aplicável para punição de um crime é a lei 
vigente ao tempo de sua execução. 
 É uma forma de segurança jurídica e garantia do 
cidadão de que não será surpreendido por leis ad hoc, 
criminalizando condutas, até mesmo a posteriori, que 
até então não eram tipificadas como crime. 
 
Vai ser regida por dois princípios: 
♥ Princípio da irretroatividade penal – As normas que 
regulam infrações penais não podem modificar-se após 
as suas execuções em prejuízo do cidadão. 
 O princípio também protege o indivíduo do legislador, 
impedindo-o de criminalizar novas condutas, já 
praticadas pelo individuo, que, desconhecendo tal 
circunstância, não tem como nem por que evitá-la.. 
 Está correlacionado ao princípio da anterioridade da lei 
penal, segundo o qual uma lei penal incriminadora 
somente pode ser aplicada a determinado fato 
concreto caso estivesse em vigor antes da sua pratica. 
(Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege) 
 
♥ Retroatividade da lei mais benigna – A lei anterior, 
quando for mais favorável ao indivíduo tido como 
infrator, terá ultratividade e prevalecera ao mesmo 
tempo de vigência da lei nova, apesar de estar 
revogada. 
 E quando a lei posterior for mais benéfica, retroagira 
para alcançar fatos cometidos antes da sua vigência. 
 A lei mais benigna será toda aquela que amplie as 
garantias de liberdade, reduza as proibições e as 
consequências negativas do crime, seja ampliando o 
campo da licitude penal, seja abolindo tipos penas ou 
até mesmo refletindo nas excludentes de culpabilidade. 
 
 
 
 
↪ Conflito de leis penais no tempo 
 A regra é a atividade da lei penal no tempo da sua 
vigência. A extra-atividade é exceção e se aplicará 
quando, no conflito de normas no tempo, se fizer 
presente uma norma penal mais benéfica. 
 
Retroatividade - se a lei revogadora for a mais benigna, 
será aplicada retroativamente. 
 X 
Ultratividade – quando a lei revogada for a mais 
benéfica, aplica-se ao fato cometido durante a sua 
vigência. 
 
 
 Hipóteses de conflito: 
a) Abolitio criminis – quando a lei nova deixa de 
considerar crime fato anteriormente tipificado como 
ilícito penal. De forma que a lei nova retira a 
característica de ilicitude penal de uma conduta 
anteriormente incriminada. 
 Configura uma situação de lei penal posterior mais 
benigna, que deve atingir, inclusive, fatos definitivamente 
julgados, mesmo em fase de execução, fazendo 
desaparecer todos os efeitos penais, mas 
permanecendo os civis. 
 Ressaltando que se o condenado tiver cumprido a 
pena terá sua folha de antecedentes inteiramente 
corrigida para afastar a condenação que existiu por fato 
que não é mais crime. 
 
b) Novatio legis incriminadora – Considera crime fato 
anteriormente não incriminado. Sendo irretroativa e não 
pode ser aplicada a fatos praticados antes da sua 
vigência. 
 Nessa circunstância, o autor do fato não praticou 
nenhum crime, uma vez que no momento da 
execução, sua conduta era indiferente para o direito 
penal. 
 
c) Novatio Legis in pejus – Lei posterior que de 
qualquer modo agravar a situação do sujeito não 
retroagirá. 
 Se houver conflito entre duas leis, a anterior, mais 
benigna, e a posterior, mais severa, será aplicada a mais 
benigna. De forma que a anterior será ultra-ativa por 
sua begnidade e a posterior será irretroativa por sua 
severidade. 
 A lei menos favorável, seja anterior ou posterior, 
denomina-se lex gravior e não pode ser aplicada a fatos 
ocorridos antes de sua vigência. 
 
d) Novatio legis in mellius – Pode ocorrer que a lei nova, 
mesmo sem descriminalizar, de tratamento mais 
favorável ao sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
↪ Tempo do crime 
 Considera-se praticado o crime no momento da ação 
ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado. (art. 4º, CP) 
 Adotando a teoria da atividade, já que é nesse 
momento que o indivíduo exterioriza a sua vontade que 
viola uma conduta proibitiva. 
 Exceções da teoria da atividade podem ser 
exemplificados como o marco inicial da prescrição 
abstrata que começa a partir do dia que o crime se 
consuma; nos crimes permanentes, no dia que cessa a 
permanencia; e nos de bigamia, de falsificacao e 
alteração de assentamento do registro civil, da data em 
que o fato se torna conhecido. 
 
 Súmula 711, STF 
 “A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
 continuado ou ao crime permanente, se sua 
 vigencia é anterior à cessação da continuidade 
 ou da permanencia.” 
 
 
O crime permanente é quando a execução se alonga 
no tempo, realizando-se no plano fático., que se justifica 
que sobrevindo a lei nova, mesmo mais grave, tenha 
aplicação imediata, já que o fato em sua integralidade, 
ainda esta sendo executado. 
O crime continuado é caracterizado por possuir 
diversas ações em que cada uma em si é criminosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei Penal no espaço 
 A lei penal vige em todo territorio de um Estado mas 
pode ser que os efeitos da lei penal ultrapassem os 
limites territoriais para regular fatos ocorridos alem da 
sua soberania. 
 
 Será regido pelos principios: 
♥ Princípio da territorialidade – aplica-se a lei penal aos 
fatos puniveis praticados no territorio nacional, 
independente da nacionalidade do agente, da vitima ou 
do bem juridico tutelado. 
 O fundamento desse principio é a soberania politica 
do Estado. 
 
♥ Princípio real, de defesa ou de proteção – permite a 
extensão da jurisdição penal do Estado titular do bem 
juridico lesado, para alem dos seus limites territoriais, 
fundamentado na nacionalidade do bem juridico lesado, 
independente do local que o crime foi praticado ou da 
nacionalidade do agente infrator. 
 
♥ Princípios da nacionalidade ou da personalidade – 
Aplica-se a lei da nacionalidade do agente, não 
importando o local em que o crime foi praticado. 
 Esse principio tem como objetivo impedir a 
impunidade de nacionais por crimes praticados em 
outros países, que não seja abrangido pelo criterio da 
territorialidade. 
 
♥ Princípio da universidade ou cosmopolita – As leis 
penais devem ser aplicadas a todos os homens, onde 
quer que se encontrem. Sendo um principio 
característico da cooperação penal internacional, já que 
permite a punição, por todos os Estados, de todos os 
crimes que forem objeto de tratados e convenções 
internacionais. 
 
 
 
♥ Princípio da representação ou da bandeira – Quando 
houver deficiência legislativa ou desinteresse de quem 
deveria reprimir, aplica-se a lei do Estado em que está 
registrada a embarcação ou a aeronave ou cuja 
bandeira ostenta aos delitos praticaods em seu interior. 
 
Conceito de território nacional: 
 É entendido como âmbito espacial sujeito ao poder 
soberano do Estado. Compreendendo: superfície 
terrestre (solo e subsolo), águas territoriais (fluviais, 
lacustres e marítimas) e o espaço aéreo. 
 
↪ Lugar do crime 
 Teorias sobre o local do delito: 
a) Teoria da ação ou da atividade – o lugar do delito é 
aquele que em que se realizou a conduta típica. 
b) Teoria do resultado ou do evento – lugar do delito é 
aquele em que ocorreu o evento ou o resultado, ou 
seja, onde houve a consumação. Não importando a 
ação ou intenção do agente. 
c) Teoria da intenção – lugar do delito é onde, segundo 
a intenção do agente, deveria ocorrer o resultado. 
d) Teoria do efeito intermédio ou do efeito mais 
próximo – lugar do delito é aquele em que a energia 
movimentada pelo agente alcança a vítima ou o bem 
jurídico. 
e) Teoria da ação a distância ou da longa mão – lugar 
do delito é onde verificou o ato executivo. 
f) Teoria limitada da ubiquidade – lugar do delito pode 
ser o da ação ou do resultado. 
g) Teoria pura da ubiquidade, mista ou unitária – Lugar 
do crime pode ser o da ação, do resultado ou o lugar 
do bem jurídico atingido.Adotada pelo 
 Direito brasileiro. 
 
 
Conflito aparente de normas 
 A solução deve ser encontrada através da 
interpretação, pressupondo a unidade de conduto ou 
de fato, pluralidade de normas coexistentes e relação 
de hierarquia ou de dependência entre essas normas. 
 
Requisitos para o conflito: 
1- Unicidade (somente 1 infração penal) 
2- Pluralidade de norma penal (2 ou mais normas 
identificam o mesmo fato) 
3- Aparente aplicação de todas elas (a incidência de 
todas as normas é aparente) 
4- Efetiva aplicação de somente 1 norma (somente uma 
é aplicável, por isso o conflito) 
 
 
 
Princípios para solucionar os conflitos: 
 Uma norma contém todos os elementos 
da outra, além de alguns elementos 
especializantes. 
 
Princípio da especialidade – Considera especial uma 
norma penal, em relação a outra geral, quando reúne 
todos os elementos da geral, acrescidos de mais alguns, 
denominados como especializantes. 
 O princípio da especialidade evita o bis in idem, 
determinando a prevalência da norma especial em 
comparação com a geral. 
 Ex.: homicídio e infanticídio = mesmo que ocorra a 
morte de uma pessoa, será aplicado o art. 123, pois 
existem determinados elementos no seu tipo que 
fazem o fato se amoldar a ele e não ao art. 121. 
 
 
 
 
 Norma principal for mais grave 
 que a subsidiária 
 
Princípio da subsidiariedade – Há relação de 
primariedade e subsidiariedade entre duas normas 
quando descrevem graus de violação de um mesmo 
bem jurídico, de foema que a norma subsidiária é 
afastada pela aplicabilidade da norma principal. 
 A diferença entre especialidade e subsidiariedade é 
que na subsidiariariedade os fatos previstos em uma e 
outra norma não estão em relação de espécie e 
gênero. 
 Ex.: crime de dano é subsidiário do furto com 
destruição ou rompimento de obstácullo. 
 Podendo ser tácita (quando a norma não diz), como é 
o caso de roubo mediante violêcia, prevalece o roubo; 
e expressa, quando a própria norma reconhece a 
subsidiariedade, como é o caso do art 123, §3º,CP. 
 
 
 Crime fim absorve o crime meio 
 
Princípio da consunção – (ou absorção) – um fato mais 
amplo e mais grave consome outros fatos menos 
amplos e graves, que funcionam como fase normal de 
preparação ou execução. 
 Ocorrendo nos crimes progressivos, quando o agente 
para alcançar um resultado mais grave passa, 
necessariamente, por um crime menos grave (por 
exemplo, no homicídio, o agente tem que passar pela 
lesão corporal); na progressão criminosa, quando o 
agente susbtitui o seu dolo, dando causa a resultado 
mais grave, ou seja, ele quer praticar um crime menor 
e chega à sua consumação, depois quer praticar um 
crime maior e também o concretiza (como por 
exemplo, o agente inicialmente pretende apenas causar 
lesões corporais na vítimas, mas depois de cometer o 
ato, acaba decindo matar. Nesse caso, apenas incidirá a 
norma para homicídio); antefactum punível, quando são 
fatos anteriores que estão na linha de desdobramento 
da ofensa mais grave (como por exemplo, no caso da 
 
 
 
violação de domicílio para praticar o furto, onde o delito 
antecedente –antefato impunível- não é passagem 
necessária para o crime fim, tendo sido meio para 
aquele furto, já que outros furtos podem acontecer 
sem haver violação de domicílio; e o postfactum 
punível, que pode ser considerado um exaurimento do 
crime principal praticado pelo agente, não podendo ser 
punido (como por exemplo, o sujeito furta um carro e 
depois o danifica não praticará dois crimes, ou seja, 
furto e dano, mas apenas o crime de furto, sendo a 
destruição fato posterior impunível.

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