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AULA 4 PRESTAÇÃO DE CONTAS (ACCOUNTABILITY) Prof. Ricardo Suave 02 CONVERSA INICIAL Além da prestação de contas que a sociedade pode exigir de seus representantes e da administração pública em geral, é necessário também que existam outros mecanismos institucionais para assegurar a accountability. Nesse sentido, além da prestação de contas à sociedade, deve existir um controle mútuo entre as próprias instituições. Portanto, a presente aula tem por objetivo o estudo dos mecanismos e das técnicas organizacionais para accountability. Essas técnicas organizacionais visam garantir a accountability. Os Tribunais de Contas, por exemplo, emitem parecer sobre as contas dos governantes para auxiliar o Legislativo na análise dessas contas. Para saber mais sobre a atuação dos Tribunais de Contas, assista ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_BG0v20gF0Y>. A divisão da aula, compreendendo algumas das técnicas organizacionais para a accountability, ocorre da seguinte maneira: 1. Tribunais de contas; 2. Ministério Público; 3. Poder Judiciário e Poder Legislativo; 4. Controle interno; e 5. Agências reguladoras. CONTEXTUALIZANDO Com o fim do regime militar mais a redemocratização, o advento da constituição, as reformas administrativas, as privatizações e ainda outros eventos que aconteceram entre os anos 1980 e 2000, mudanças profundas ocorram no Brasil, e novos mecanismos de controle e accountability passaram a ser exigidos. Esses novos mecanismos vieram em decorrência das mudanças em si ou de exigência da sociedade e de órgãos internacionais com o intuito de se adequarem à nova realidade das instituições. Para atender os novos paradigmas de administração pública advindos da Reforma do Estado Brasileiro, e em especial o novo paradigma chamado de accountability, as instituições de controle têm de projetar a prestação de contas do gestor para além dos limites formais da burocracia, responsabilizando-o perante a sociedade e pressupondo mecanismos de salvaguarda dos ativos públicos contra excessos de poder. (Silveira; Silveira, 2006, p. 1) Como exemplos de mecanismos e técnicas organizacionais para accountability, parte-se dos “mecanismos de controles técnicos da gestão” elencados por Albuquerque et al. (2007, p. 9), sendo eles: “Tribunais de Contas, Ministério Público, Poder Judiciário, Poder legislativo, Controle Interno, Agências 03 Reguladoras, Ouvidorias etc.”. Dentre tais temas, não trataremos das ouvidorias, dado que geralmente são parte das instituições abordadas, como ouvidorias de Tribunais de Contas e de agências reguladoras1. TEMA 1 – TRIBUNAIS DE CONTAS De acordo com Ferreira e Nascimento (2015, p. 3), o controle externo se trata de um mecanismo de accountability presente nos estados soberanos, e dois podem ser os modelos, sejam eles os sistemas de auditorias gerais ou corte de contas – ou Tribunal de Contas. Os tribunais, segundo Lupion (2017), exercem o papel de auxiliar o controle e o bom uso do dinheiro público com o poder, por exemplo, de suspender licitações e paralisar obras. Conforme abordado em aula anterior, Rocha (2011) discorre sobre a atribuição conferida aos Tribunais de Contas ou controladorias, que é de dar assistência aos legislativos para a aprovação das contas dos governantes. Essa competência atribuída aos tribunais está prevista na Constituição Federal de 1988, assegurando-lhes natureza jurisdicional. Assim como a Constituição delega ao Congresso Nacional a competência de julgar as contas do presidente da república, também atribui aos respectivos legislativos o julgamento das contas dos chefes de governo dos demais entes federados. Segundo Rocha (2011), o julgamento das contas do Poder Executivo por parte do Legislativo é realizado mediante análise do parecer prévio que é emitido pelo respectivo Tribunal de Contas. Lupion (2017) elucida que os tribunais elaboram e votam os pareceres para encaminhar ao Legislativo; nos estados, as Assembleias Legislativas julgam; nos municípios, são as Câmaras Municipais. “As cortes também podem condenar gestores públicos que prestaram contas incorretamente ou fizeram mau uso de verbas públicas, e aplicar penas como o pagamento de débitos ou multas” (Lupion, 2017, p. 1). Rocha (2009) apresentou como inquietação o fato de que os Tribunais de Contas possuíam como limitação se aterem na verificação da conformidade e da legalidade das despesas públicas. “Ao analisarmos com um pouco mais de atenção a atuação dos tribunais de contas, podemos perceber que o trabalho desenvolvido por esses órgãos contempla apenas uma das dimensões da accountability” (Rocha, 2009, p. 1). Dessa forma, segundo o autor, ao não abordar 1 Para saber mais sobre as ouvidorias, consulte: <https://jus.com.br/artigos/25701/ouvidoria>. 04 outras dimensões, o cerne da accountability não é alcançado, que é a consolidação e o desenvolvimento democrático da sociedade brasileira. Nesse sentido, Rocha (2013) aborda as dimensões formal e substantiva da accountability, que se tratam, respectivamente, da forma como o processo é conduzido e o que é importante extrair desse processo. Em primeiro lugar, deve-se verificar se o agente fiscalizador cumpre a lei e se age nos estritos limites dos procedimentos legais. Trata-se, portanto, de verificar se os aspectos formais que envolvem obrigatoriamente o processo de accountability são atendidos. É a sua dimensão formal. Em segundo lugar, deve-se focar o conteúdo daquilo que se fiscaliza, isto é, verificar como e de que forma o agente público vem realizando suas atividades e como tem respondido (atendido) às necessidades e interesses da sociedade. Esta é a dimensão substantiva da accountability. (Rocha, 2013, p. 908) Tendo como ponto de partida essas duas dimensões da accountability, Rocha (2013) propõe uma categorização para análise da realização do potencial de accountability a partir dos pareceres prévios emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. Apresenta-se o modelo no quadro a seguir: Quadro 1 – Modelo de análise Dimensões da Accountability Componentes (temas) Indicadores (conceitos- chave) Definição dos indicadores (unidades de significação) Dimensão Formal da Accountability Publicidade Disponibilidade Atendimento à determinação legal de “ser público”; de estar à disposição do público Divulgação Publicação dos pareceres prévios em mídia de amplo acesso e/ou circulação Justificação Ampla defesa Oportunidade dada ao prefeito de apresentar explicações e justificativas antes da emissão da decisão pelo tribunal, mediante o conhecimento do inteiro teor do Repp* Contraditório Registro e análise das explicações e justificativas apresentadas pelo prefeito, bem como da contra- argumentação e das conclusões apontadas pelo tribunal Sanção Decisão Ato declaratório formal prolatado pelo plenário do tribunal, vinculado ao 05 Repp, propondo a aprovação ou rejeição das contas anuais Dimensão Substantiva da Accountability Conformação Conformidade Verificação do cumprimento de normas, regulamentos e procedimentos administrativos na prática dos atos de gestão e das ações de governo Legalidade Verificação do cumprimento das determinações legais na prática dos atos de gestão e das ações de governo Desempenho Eficiência Análise/avaliação da relação custo- benefício na prática dos atos de gestão e das ações de governo Eficácia Análise/avaliação da consecução de objetivos e metas na prática dos atos de gestão e das ações de governo Efetividade Análise/avaliação dos efeitos e impactos advindos da prática dos atos de gestão e das ações de governo Atuação ética Imputação Divulgação sistemática e sistematizada das sanções imputadas aos administradores,advindas do conjunto dos procedimentos de fiscalização realizados no município Compromisso com os princípios democráticos Participação Análise/avaliação de circunstâncias e resultados da participação da população na distribuição e destinação dos recursos públicos, quando da realização de audiências públicas, assembleias etc., em cumprimento às determinações legais Defesa do interesse público Responsividade Análise/avaliação sobre a vinculação entre a execução orçamentária e os objetivos e metas constantes do PPA aprovado pelo município Transparência Análise/avaliação sobre a vinculação entre a execução orçamentária e as funções de governo afetas ao município, conforme planejado no orçamento aprovado *Relatório para Emissão de Parecer Prévio. Fonte: Rocha, 2013, p. 908. 06 As auditorias operacionais realizadas pelos tribunais se constituem em outro mecanismo para fortalecimento da accountability. Essas auditorias, conforme Couto (2015, p. 2) explica, têm por objetivo verificar “a economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de avaliar seu desempenho e de promover o aprimoramento e a transparência da gestão pública”. Segundo ele, isso contribui para a accountability por meio de melhoria na gestão pública, aprimoramento de políticas e programas, o que vem ao encontro dos anseios da sociedade no sentido da melhoria da qualidade dos serviços públicos e melhor gestão dos recursos. TEMA 2 – MINISTÉRIO PÚBLICO Segundo o site do Ministério Público Federal, este se trata de uma conquista da Constituição Federal de 1988. De acordo com a Constituição Federal, cabe ao Ministério Público brasileiro: a defesa dos direitos sociais e individuais indisponíveis; a defesa da ordem jurídica e a defesa do regime democrático. O Ministério Público tem autonomia do Estado, não pode ser extinto ou ter atribuições repassadas a outra instituição. Os membros (procuradores e promotores) possuem as chamadas autonomia institucional e independência funcional, ou seja, têm liberdade para atuar segundo suas convicções, com base na lei. Essa independência do Ministério Público dos poderes (não faz parte dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário) é fundamental para a garantia da accountability. Saiba mais Assista ao vídeo a seguir para entender melhor a divisão do Ministério Público e o processamento das denúncias. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=B4b2BYzOsw0>. O Ministério Público brasileiro é composto pelos Ministérios Públicos nos estados, que atuam na Justiça Estadual, e pelo Ministério Público da União (O MPU e o MPF são chefiados pelo procurador-geral da república, e a sede administrativa do MPF é a Procuradoria-Geral da República), que possui quatro ramos: http://www.mpf.mp.br/para-o-cidadao/sac 07 Quadro 2 – Ramos do Ministério Público da União. Ministério Atuação Ministério Público Federal (MPF) Atua na Justiça Federal, em causas nas quais a Constituição considera haver interesse federal. A atuação pode ser judicial, como fiscal da lei, cível e criminal, mas também pode ser extrajudicial, quando atua por meio de recomendações e promove acordos por meio dos Termos de Ajuste de Conduta (TAC). Ministério Público do Trabalho (MPT) Busca dar proteção aos direitos fundamentais e sociais do cidadão diante de ilegalidades praticadas na seara trabalhista. Ministério Público Militar (MPM) Atua na apuração dos crimes militares, no controle externo da atividade policial judiciária militar e na instauração do inquérito civil também para a proteção dos direitos constitucionais no âmbito da administração militar. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) É o ramo do Ministério Público da União responsável por fiscalizar as leis e defender os interesses da sociedade do Distrito Federal e dos territórios. Fonte: Portal do Ministério Público Federal. O Ministério Público da União tem como chefe o procurador-geral da república. Para a escolha do chefe, a Procuradoria-Geral da República indica, por meio de votação, três integrantes da carreira, maiores de 35 anos, para que o presidente da república escolha um e o nomeie. A nomeação do chefe da PGR necessita de aprovação no Senado por maioria absoluta. O mandato é de dois anos, sendo permitida a recondução mediante aprovação do Senado. A Constituição Federal trata do Ministério Público em seus artigos 129 e 130. Entre os principais aspectos, destaca-se a definição dos princípios institucionais da unidade, indivisibilidade e independência funcional (Melo, 2010). A unidade caracteriza a instituição como um só órgão sob uma só chefia; a indivisibilidade é sobre o fato de que procuradores e promotores não podem ser substituídos uns pelos outros; e a independência trata do fato de que seus membros possuem independência para desempenhar suas funções frente aos demais. Melo (2010) aborda a accountability do Ministério Público relacionada aos checks and balances. Ou seja, a autora afirma que a accountability entre instituições pode ser recíproca, contrabalanceando-se mutuamente. 08 A associação de controles externos e controles internos mostra-se importante para suprimir as limitações de cada um – no interno, o risco do corporativismo, e no externo, dificuldade de investigação dos fatos quando não há a cooperação interna da instituição policial – e garantir um eficaz sistema de accountability. (Nóbrega, 2006, p. 115) Referente à accountability perante a sociedade em geral, salienta-se o papel do Ministério Público em processar crimes comuns com a função de exigir o cumprimento da lei, o que envolve os poderes públicos, e com o intuito verificar se os indivíduos que ocupam cargos públicos estão atuando com honestidade (Melo, 2010). Melo (2010, citado por Taylor; Buranelli, 2007) sustenta que o Ministério Público tem potencial e importância no processo de accountability em virtude de três estágios, sendo o primeiro de supervisão dos agentes públicos para a identificação de pobre desempenho ou infrações antes que continuem (ex ante), o segundo, de investigação de acusações de agentes públicos para identificar a profundidade da infração (ex post), e o terceiro, a sanção para atos de agentes públicos. Na função de investigador, Nóbrega (2006) exemplifica que o Ministério Público atua com tal função no caso de violência cometida pela polícia, o que inclui a investigação de violação dos direitos humanos. Depreende-se do exposto que o Ministério Público atua como agência de accountability, tanto como forma de controle mútuo com outras instituições quanto como garantia de direitos aos cidadãos. TEMA 3 – PODER JUDICIÁRIO E PODER LEGISLATIVO Aborda-se, no presente tema, o papel que os poderes Judiciário e Legislativo exercem como instituições de accountability. 3.1 Poder Judiciário Tomio e Robl Filho (2013, p. 29) afirmam que a Constituição atribuiu independência ao poder judiciário brasileiro com “garantias institucionais (autonomia financeira-administrativa e autogoverno), garantias funcionais (vitaliciedade, irredutibilidade salarial e inamovibilidade) e proteção à imparcialidade”. Por outro lado, os autores esclarecem que, antes da reforma do poder Judiciário (EC 45/2004) e da instituição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), observava-se baixo nível de accountability no Judiciário. Ou seja, tamanha era a independência que o controle externo sobre o Judiciário era menor que o 09 controle sobre os poderes Executivo e Legislativo. O controle que havia anteriormente era exercido pela corregedoria. Há, pelo menos, três arranjos institucionais descritos para lidar com a ausência de accountability sobre agentes não eleitos e independentes: (i) criar um mecanismo de eleição para esses agentes;(ii) desenhar relações institucionais dos agentes estatais entre si para que se estabeleçam interações vedando a existência de unchecked power/agent e (iii) desenvolvimento de relações internas ou externas de accountability dentro de uma agência ou poder (Tomio; Robl Filho, 2013, p. 33). De modo a buscar dirimir a lacuna de accountability existente no Poder Judiciário brasileiro, a emenda constitucional n. 45, de 30 de dezembro de 2004, conhecida como a “Reforma do Poder Judiciário”, criou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (Graeff, 2017). Segundo a autora, antes da reforma, o dito autocontrole que existia no Judiciário era ineficiente e contaminado por distorções administrativas. Ramos e Diniz (2015) esclarecem que a criação do CNJ estava inserida em debate internacional, em que o Banco Mundial realizou estudos sobre os sistemas judiciários na América Latina a fim de verificar problemas e propor soluções, sendo que uma das recomendações foi a criação de um controle externo. Contudo, Graeff (2017) reconhece que a criação do conselho foi aprovada pelos ministros do STF, pois eles mesmos entenderam que não se trata de um órgão externo que pudesse ferir sua independência, mas sim de um órgão do próprio Judiciário. Considerando a necessidade da prestação jurisdicional a partir da moralidade, eficiência e, principalmente, em benefício da sociedade, as ações de accountability do CNJ acabaram por se transformar em seu próprio sustentáculo de legitimidade. Fundamentado nos princípios da transparência, publicidade e eficiência, a ação do CNJ por sobre a atividade jurisdicional está longe de ser inquisitorial ou meramente punitiva; mais se aproxima da ideia de afirmação da democracia, considerando a accountability como fundamental a esta premissa (Sousa, 2014, p. 349). Conforme informações dispostas no portal do CNJ2, o conselho tem por missão: “desenvolver políticas judiciárias que promovam a efetividade e a unidade do Poder Judiciário, orientadas para os valores de justiça e paz social”. Destacam- se no Quadro 3 as principais ações no CNJ. 2 http://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/quem-somos-visitas-e-contatos. Acesso em: 8 fev. 2018. 010 Quadro 3 – Ações do CNJ em transparência e controle Na política judiciária: zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, expedindo atos normativos e recomendações. Na gestão: definir o planejamento estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação institucional do Poder Judiciário. Na prestação de serviços ao cidadão: receber reclamações, petições eletrônicas e representações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializado. Na moralidade: julgar processos disciplinares, assegurada ampla defesa, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas. Na eficiência dos serviços judiciais: melhores práticas e celeridade: elaborar e publicar semestralmente relatório estatístico sobre movimentação processual e outros indicadores pertinentes à atividade jurisdicional em todo o País. Fonte: Portal CNJ. Por fim, Graeff (2017, p. 10) argumenta que “o Conselho busca orientar práticas e ações que visem o aperfeiçoamento da administração deste Poder, estabelecendo metas, programas nacionais e diretrizes para administração do Poder Judiciário como um todo” com o intuito de melhorar sua eficiência. Além disso, a autora menciona, até mesmo, que as funções do CNJ vão além accountability tradicional com o objetivo de melhorar o aparato burocrático. Contudo, destaca-se que um dos impactos da accountability é o maior cuidado no uso dos recursos públicos, o que nos permite afirmar que a melhoria da accountability também visa maior eficiência. 3.2 Poder Legislativo O Poder Legislativo federal do Brasil é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, que representam o povo brasileiro, estados e Distrito Federal. As duas casas formam o Congresso Nacional. O Senado representa os estados e o Distrito Federal, que elegem senadores para um mandato de oito anos, e tem as funções de propor, debater e aprovar leis de interesse do país. A Câmara dos Deputados discute leis e fiscaliza o uso dos recursos arrecadados. A divisão das cadeiras é proporcional ao número de habitantes das unidades federativas que representam, sendo que para cada uma delas o número mínimo é 8 e o máximo 70, e o total não pode passar de 513. 011 De acordo com o Portal Brasil (2009), “Compete ao Congresso Nacional verificar se a aplicação dos recursos públicos ocorre de acordo com a lei. Para isso, o órgão conta com o auxílio do TCU, que pode, por exemplo, exigir esclarecimentos de qualquer pessoa que gerencie receitas, bens e valores públicos”. No âmbito dos estados e municípios, o Poder Legislativo fica a cargo das Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, a quem cabe aprovar leis e fiscalizar seu respectivo Poder Executivo. Vê-se, portanto, como esse mecanismo atua no sentido da accountability, que se trata da fiscalização entre poderes para prestação de contas, análise e julgamento, configurando-se assim em mais uma forma de contribuir para a sociedade com prestação de contas entre instituições. Pederiva (1998, p. 7) explica que é “ao titular do poder – o povo – que os governantes, no exercício dos poderes constitucionais, devem prestar contas. No seio do governo, o Poder Executivo deve prestar contas para o Poder Legislativo, exercido pelo Congresso Nacional”. Ele menciona também que o Poder Judiciário possui neutralidade política, segundo a doutrina tradicional, e não recebeu a mesma atenção por parte do poder constituinte. Dessa forma, um Poder limita ou trava o outro. No caso específico do Poder Legislativo, é explícita a missão de controlar os atos do Poder Executivo. Assim, resta evidente a responsabilidade dos congressistas pela manutenção dos limites constitucionais e a importância da Contabilidade em sinalizar a observância desses limites. Tal responsabilidade é para com o mandatário, ou seja, o povo – titular do poder. (Pederiva, 1998, p. 8) Menezes (2015) e Pessanha (2010) afirmam que a literatura científica tem dado mais ênfase à função legislativa, ou seja, aquelas ligadas à produção legal, do que ao papel de fiscalização e controle que exerce sobre o Poder Executivo. Menezes (2015, p. 286) afirma também que a accountability “entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário tem um papel fundamental no controle dos agentes políticos, seja para sanção de um eventual comportamento desviante, seja para avaliação de seu desempenho como gestor”. Esse mecanismo, segundo ela, é necessário devido à falta de conexão entre representantes e representados. A maior efetividade das instituições que fiscalizam garante maior accountability e transparência, que, por sua vez, contribuem para uma democracia de maior qualidade, “tendo em vista que o controle das relações dentro do Estado garante a permanência de valores fundamentais à democracia contemporânea” (Menezes, 2015, p. 286). 012 A ciência política contemporânea vem desenvolvendo os estudos de controle externo sob a forma de accountability que implica manter indivíduos e instituições responsáveis por seu desempenho − ou seja, que alguns atores têm o direito, por vezes o dever, de controlar o desempenho de outros atores segundo um conjunto de padrões preestabelecidos. Desse modo, é possível verificar se a atuação em questão está sendo operada dentro dos padrões e, em caso contrário, impor sanções ou determinar responsabilidades. Esses atores, controladosou controladores, podem ser determinados por indivíduos ou instituições. No mesmo sentido, a European Court of Auditors estabelece que o conceito de accountability implica a existência de pelo menos dois atores: a pessoa A, prestando contas, e a pessoa B, a quem as contas são prestadas. (Pessanha, 2010, p. 4) Ao abordar instituições de controle externo, como os Tribunais de Contas, Menezes (2015) argumenta que, para o bom funcionamento de tais instituições, é necessário também o funcionamento do Legislativo e do sistema partidário. Quanto ao sistema partidário, o que se defende é que haja intolerância à corrupção por parte dos políticos para que o controle externo tenha efetividade. Dessa forma, essa conscientização se reflete diretamente no comportamento legislativo, no qual o controle externo é efetivado. A autora afirma ainda que é necessário que o Poder Legislativo tenha incentivos para punir, sendo que a oposição partidária, que não compõe o Governo, mas é parte do legislativo, tem papel fundamental na fiscalização do Poder Executivo. TEMA 4 – CONTROLE INTERNO A Organização Internacional das Entidades Superiores de Fiscalização – INTOSAI define o controle interno da seguinte forma: Um processo fundamental efetuado por todos em uma entidade, projetado para identificar riscos e fornecer garantia razoável de que, ao se buscar cumprir a missão da entidade, os seguintes objetivos gerais serão atingidos: executar operações de forma organizada, ética, econômica, eficiente e eficaz; estar em conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis; salvaguardar recursos contra perda, abuso e dano; e cumprir as obrigações de accountability. (Silva, 2014) Saiba mais Assista ao seguinte vídeo para saber mais sobre o conceito de controle interno, exemplos, objetivos e como ocorre. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=teyDHTifcxc>. Fêu (2003) esclarece que o controle interno no setor público possui ação preventiva para impedir ações ilícitas, incorretas ou impróprias contra os Princípios da Constituição antes que elas de fato aconteçam. As bases do controle interno são “de ordem administrativa, jurídica e mesmo política. Sem controle não 013 há nem poderia haver, em termos realistas, responsabilidade pública. A responsabilidade pública depende de uma fiscalização eficaz dos atos do Estado” (Fêu, 2003, p. 2). A nossa legislação, por meio do artigo 74 da Constituição Federal, prevê o controle interno da seguinte maneira: Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. (Brasil, 1988) Oliveira (2009, p. 63) sustenta que a “ausência de independência e de autonomia mínima torna os controles internos excessivamente dependentes e até subordinados, normalmente, a órgãos de finanças ou de fazenda”. O autor afirma que em muitos estados e municípios os órgãos de controle interno são pouco estruturados e, por vezes, não possuem quadro próprio ou nem existem. Neste contexto, as necessidades de atender as demandas e os interesses de seus superiores hierárquicos, de quem dependem, podem desviar o foco de atuação dos integrantes do controle interno, voltando- se este mais grave, na investigação de atos de improbidade administrativa, corrupção ou má qualidade na prestação dos serviços públicos, numa violação aos princípios institucionais do controle (Oliveira, 2009, p. 63). Lima (2012, p. 37) estabelece que “as atividades a cargo do Sistema de Controle Interno são exercidas mediante a utilização das técnicas de auditoria e fiscalização, que se constituem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos objetivos do Sistema”. Além disso, citando Castro (2011), Lima (2012) conceitua a auditoria na perspectiva do controle interno: “conjunto de técnicas que visa a avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, bem com a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada e determinado critério técnico, operacional e legal”. A seguir, no Quadro 4, destacam-se os principais tipos de auditoria: 014 Quadro 4 – Tipos de auditoria Tipo Características I – Auditoria de Avaliação da Gestão Esse tipo de auditoria objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados. II – Auditoria de Acompanhamento da Gestão Realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade federal, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional. III – Auditoria Contábil Compreende o exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou projeto. IV – Auditoria Operacional Consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade. V – Auditoria Especial Objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente. Classificam-se nesse tipo os demais trabalhos auditoriais não inseridos em outras classes de atividades. Fonte: Lima, 2012, p. 37. O controle interno na Administração Pública deve, sobretudo, possibilitar ao cidadão informações que confiram transparência à gestão da coisa pública. Desta forma, o sistema integrado de controle interno deve servir como agência de accountability, agência de transparência, de responsividade e prestação de contas de recursos públicos. (Fêu, 2003, p. 4) Dado que o controle interno contribui, sobretudo, para a salvaguarda de ativos e tem desenho institucional que dificulta condutas impróprias, trata-se de um mecanismo que fornece aparato para a otimização dos recursos públicos e colabora com a accountability. Por fim, ressalta-se a diferença entre controle e accountability. Enquanto o primeiro se refere à “capacidade de um ator em fazer que outro atenda às demandas daquele, pela imposição de restrições, penalidades e incentivos”, o 015 segundo se trata de um conceito mais amplo, permitindo aos cidadãos “participarem da definição e avaliação das políticas públicas, premiando ou punindo os responsáveis”(Pó; Abrucio, 2006, p. 686). TEMA 5 – AGÊNCIAS REGULADORAS As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o setor. Atualmente, existem dez agências reguladoras. A regulação envolve medidas e ações do Governo que podem abordar a criação de normas, o controle e a fiscalização de segmentos de mercado explorados por empresas para assegurar o interesse público (Brasil, 2009). As dez agências são as de Telecomunicações (Anatel), Petróleo (ANP), Energia Elétrica (Aneel), Saúde Suplementar (ANS), Vigilância Sanitária (Anvisa), Águas (ANA), Cinema (Ancine), Transportes Aquaviários (Antaq), Transportes Terrestres (ANTT) e de Aviação Civil (Anac). Para Pó e Abrucio (2006), a criação das agências reguladoras é vinculada, principalmente, às privatizações e à quebra de monopólio de estatais e também busca eficiência no intuito de melhor atender às necessidades dos cidadãos. No caso das privatizações, por exemplo, houve uma mudança em que mecanismos de accountability precisaram ser repensados, dado que atividades antes desempenhadas pelo Estado foram transferidas à iniciativa privada. Pó e Abrucio (2006) também destacam que, embora mecanismos como disponibilização de informação e de participação de diversas agências reguladoras não garantam a execução da accountability, proporcionam aos cidadãos, regulados e políticos, condições de aferir o comportamento e os resultados da ação dos órgãos, atuando na sua responsabilização. Conforme Castro (2016), geralmente as agências reguladoras se tratam de órgãos com conhecimento técnico para arbitrar questões envolvendo empresas dos referidos setores. Os dirigentes dessas agências, uma vez indicados pelo presidente da república e aprovados pelo Senado, possuem mandato fixo e não podem ser demitidos. Além disso, precisam respeitar o período de um ano para voltar a atuar no setor quando deixam o cargo. 016 Saiba mais Conheça o papel e o funcionamento das agências reguladoras no vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tKVCOSRPOwQ>. Quando ocorreu essa transferência de alguns setores, considerados estratégicos para o desenvolvimento do país, para o setor privado, as agências reguladoras foram criadas como forma de assegurar a estabilidade dos mercados desses setores (Batista et al. 2016, p. 1). Esses autores afirmam também que é fundamental a independência das agências que fiscalizam os serviços, mas fazem a seguinte ressalva: Em contraponto a independência e autonomia, para possibilitar a participação da sociedade no processo regulatório, as agências contam com instrumentos de accountability, que conferem mais transparência nas ações praticadas por essas instituições. Entre esses mecanismos, encontra-se a consulta pública, ferramenta utilizada por algumas agências com vistas a obter sugestões da sociedade, relacionadas a questões relevantes para o setor regulado (Batista et al. 2016, p. 2). Além de se configurarem como órgãos de controle, as agências reguladoras têm atuação que envolve a participação da sociedade, sendo que sua não observância poderia ser um gap de legitimidade. Nesse sentido, [...] o desenho institucional dessas agências foi formulado de modo a propiciar mecanismos de participação da sociedade diretamente na agência, como uma forma de possibilitar a expressão por parte da sociedade de suas demandas específicas à agência reguladora, e também de disseminar informação acerca das ações da agência. Entre os mecanismos que desempenham essa função, podemos citar como principais a ouvidoria, os conselhos consultivos e as audiências e consultas públicas. Entre esses, as audiências públicas se constituem numa preocupação com o procedimento regulatório, de modo que propiciam a participação no processo decisório da agência, possibilitando a influência direta dos participantes no resultado final através da formulação de contribuições (Silva, 2012, p. 970). A autora afirma que os espaços que permitem a participação do povo passam a ser um meio de defender seus interesses. Conclui-se, portanto, que é fundamental o papel desempenhado pelas agências, as quais, mais do que intermediar a relação do setor privado com o público, garantem a prestação de serviços de qualidade à sociedade. O aprimoramento dessas instituições, ou seja, sua maior efetividade, assim como a accountability, depende do desenvolvimento da democracia, de uma sociedade que lute pelos seus interesses. 017 FINALIZANDO Foram abordados, na presente aula, alguns dos mecanismos institucionais que contribuem para a accountability no setor público e a configuração desses órgãos. Incialmente foi estudado o papel dos Tribunais de Contas, que, de modo principal, auxiliam o Legislativo com a análise das contas. Num segundo momento, destacou-se o papel do Ministério Público na defesa dos direitos sociais, da ordem jurídica e do regime democrático. Em terceiro, abordou-se o papel do Legislativo, que, além de legislar, tem o poder de fiscalizar o Executivo; e, referente ao Judiciário, um pouco de sua história, em que inicialmente teve independência demasiada, o que levou à criação do Conselho Nacional de Justiça. Em quarto, tratou-se do Controle Interno e sua finalidade de prevenir condutas impróprias, e, em quinto, o papel das Agências Reguladoras no sentido de garantir a qualidade de serviços que são executados pelo setor privado e que são importantes para o desenvolvimento do país. 018 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, J. H. M. et al. Um estudo sob a óptica da teoria do agenciamento sobre a accountability e a relação Estado-sociedade. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 7., 2007, São Paulo. BATISTA, T. C. et al. Accountability via consultas pública de agências reguladoras: controle social e participação de atores junto à Anatel. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 16., 2016, São Paulo. BRASIL. 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