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Portfólio 5º semestre

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
GESTÃO PÚBLICA 5°SEMESTRE
 Andréa Carla Campos
“A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTROLE FINANCEIRO”
MARACAJU
2018
Andréa Carla Campos
“A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTROLE FINANCEIRO”
 (
Trab
alho apresentado ao
 
Curso Gestão Pública
 da UNOPAR
 - Universidade Norte do Paraná.
 
Tutor(a) eletrônico: Elisa Faiçal Valim.
)
MARACAJU
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------- 04
DESENVOLVIMENTO ------------------------------------------------------------ 05
· 2.1 – Controles da Administração Pública -------------------------- 06
· 2.2 – Competências do Tribunal de Contas da União ---------- 08 
· 2.3 – Lei de Responsabilidade Fiscal -------------------------------- 13
· 2.4 – Desafios dos Administradores e dos Administrados ----- 15
· 2.5 - Lei de Responsabilidade Fiscal --------------------------------- 16
CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------ 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------- 21
 
1 - INTRODUÇÃO
O controle é inerente a qualquer forma de organização, pois administrar compreende planejar, organizar, dirigir e controlar, os atos e recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos. 
 A transparência na Administração Pública é obrigação imposta aos administradores públicos, pois estes atuam em nome dos cidadãos "A sociedade tem o direito de pedir conta, a todo agente público, quanto à sua administração", esse valor, positivado no art. 15 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, evidencia a antiga preocupação com o controle e ainda privilegia a participação do povo, dos administrados, que é o destinatário da administração.
O Estado de Direito é aquele criado e regulado por uma Constituição, onde o exercício do poder político seja dividido entre órgãos independentes e harmônicos, com o objetivo de controle recíproco, de modo que os cidadãos, sendo titulares de direitos, possam opô-los ao próprio Estado .
Oportuno lembrar que, na origem do Estado Liberal, o controle era realizado somente quanto a aspectos relacionados com a legalidade dos atos administrativos, na esfera do contencioso administrativo. Atualmente o direito dos administrados não se limita a fiscalizar eventual ilegalidade na gestão pública, mas também verificar se a destinação dos recursos, além de lícita, tem sido adequada, razoável, moral e eficiente.
Com a social democracia, torna-se mais instrumentalizados os sistemas de controle da Administração, acompanhando o aumento da preocupação com o controle das atividades administrativas, frente à maior intervenção na sociedade, seja pela prestação de serviços, seja pela atividade regulatória da economia. Novas modalidades de controle dos atos administrativos são criadas, pois, a própria sociedade provoca e cobra a atualização dos mecanismos de censura sobre os atos ilegais da Administração Pública.
Através desta concepção de Estado e da Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o controle da Administração Pública, no Brasil, corresponde a um poder de fiscalização e correção exercido por órgãos dos poderes Judiciário, Legislativo, Executivo e os cidadãos, com o escopo de garantir a conformidade de sua atuação com princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, portanto garantia para os administrados e para a própria Administração.
2 - DESENVOLVIMENTO
Dentro de uma sociedade existe a necessidade de organizar as relações. A responsabilidade dessa organização é das instituições políticas, nas quais as pessoas trabalham para intermediar as relações.
Algumas dessas pessoas realizarão todos os serviços e projetos necessários para a melhoria dessa sociedade, outra parte delas criarão as regras/leis que organizam as relações dentro e fora dessa sociedade. Por fim, uma última parte cuidará para que as regras criadas sejam cumpridas por todos.
Esse é um resumo de como funciona o trabalho dos três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, juntamente com os Ministros, indicados por ele. Cabe ao executivo a administração do Estado, observando as normas vigentes no país.
Ao Poder Legislativo cabe legislar e fiscalizar, sendo ambas igualmente importantes. Exerce também alguns controles como: político administrativo e o financeiro-orçamentário. Pelo primeiro controle, cabe a análise do gerenciamento do Estado, podendo, inclusive, questionar atos do Poder Executivo; pelo segundo controle, aprovar ou reprovar contas públicas.
Ao Poder Judiciário cabe a função jurisdicional, que consiste na aplicação da Lei a um caso concreto, que lhe é apresentado como resultado de um conflito de interesses.
A teoria da separação dos poderes de Montesquieu, afirma a distinção dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e suas limitações mútuas. Por exemplo, em uma democracia parlamentar, o legislativo (Parlamento) limita o poder do executivo (Governo), portanto, este não está livre para agir à vontade e deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão da vontade do povo. Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso a certas decisões governamentais.
O conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de tria política, é um modelo de governar cuja criação é datada da Grécia Antiga. A essência desta teoria se firma no princípio de que os três poderes que formam o Estado devem atuar de forma separada, independente e harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e indelegável.
O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, em que todo o poder concentrava-se na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela separação de poderes, denominada Tripartição dos Poderes Políticos.
A composição dos poderes do estado brasileiro, funciona da maneira tripartite: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si.
Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras secundárias. Por exemplo, ao Legislativo, cabe a função principal de produzir leis e fiscalizá-las, e administrar e julgar em segundo plano. Ao Judiciário, cabe a função de dizer o direito ao caso concreto, pacificando a sociedade, em face da resolução dos conflitos, sendo, sua função atípica, as de administrar e legislar. Ao Executivo, cabe a atividade administrativa do Estado, a implementação de o que determina a lei, atendendo às necessidades da população, como infraestrutura, saúde, educação, cultura. Sendo sua função secundária as de legislar e julgar.
O gerenciamento dos recursos e dos serviços públicos suplanta os limites dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, exigindo a observância da supremacia do interesse público, da autotutela, da indisponibilidade, da continuidade desses serviços públicos, da segurança jurídica, da precaução, da razoabilidade e da proporcionalidade.
Ferramenta complementar a Constituição de 1988, e ao Direito Administrativo, a Lei de Responsabilidade Fiscal atende a ética na gestão pública e vai ao encontro dos reclames populares (da sociedade) quando responde ao interesse dos usuários dos serviços públicos, assim como de toda a sociedade, com bases no planejamento, na transparência, na participação popular, no equilíbrio, na preservação do patrimônio público, na limitação de despesas e no controle do endividamento público. 
Através do estudo descrito acima, observa-se que é indispensável a presença dos três poderes para garantir a viabilidade da república, de modo que as funções exercidas pelos mesmos são de grande importância e extremamente benéficos ao povo, na aplicabilidade e na administraçãode leis presentes em um país.
Porém, a grande dificuldade encontrada, é em relação ao jogo político que ocorre entre os três poderes, gerando benefícios e esquemas de corrupção entre os poderes, fato que deve ser combatido pelo ministério público.
2.1 - Controles da Administração Pública
Pode-se definir controle na administração pública como sendo a faculdade que um determinado ente estatal tem de fiscalizar os seus próprios atos de gestão ou de outro ente, podendo se apresentar com sentido negativo ou positivo. Por sentido negativo entende-se o controle como sendo sinônimo de fiscalização, ou seja, quando a ação incide sobre pessoas. Por sentido positivo entende-se o controle capaz de realizar as atividades de gestão conforme o prévio planejamento, com vistas ao alcance dos objetivos.
O controle dos atos realizados em nome da Administração Pública faz-se imprescindível porque há interesse público na análise da eficiência dos serviços postos à disposição da população. Por isso, a Administração Pública deve atuar sempre com legitimidade, de acordo com a finalidade e o interesse coletivo na sua realização.
Referindo-se ao conceito de controle da Administração Pública, vale trazer as lúcidas palavras de Carvalho Filho (2007):
“Controle da Administração Pública é o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder”.
 A classificação do controle com relação ao posicionamento do órgão controlador dentro da Administração Pública pode ser interno e externo.
O controle interno é aquele realizado em cada setor da administração, decorrente da sua própria autonomia administrativa e financeira, ou seja, decorre do seu próprio poder de autotutela, permitindo à Administração Pública rever os seus próprios atos, casos ilegais, inoportunos ou inconvenientes, sempre com base nos princípios da legalidade, supremacia do interesse público, eficiência e economicidade.
O controle interno, também, conhecido como autocontrole ou controle administrativo, é uma modalidade de controle exercido pela própria Administração, tendo como objetivo a verificação da oportunidade e do mérito do ato administrativo.
Uma das funções do controle interno é verificar se as metas anteriormente fixadas na lei orçamentária alcançaram os resultados almejados, estimulando a ação dos órgãos públicos na verificação da eficácia das medidas adotadas na solução dos problemas constatados.
Estamos vivenciando mudanças de paradigmas na Administração Pública brasileira, com a questão do controle interno passando a ter a devida ênfase. A sociedade clama por um serviço público mais eficiente, transparente e isento de corrupção. Os gestores estão procurando agir com visão gerencial, focada na obtenção de resultados; assim, o controle assume uma importância crucial, visto como uma função fundamental do processo de gestão.
Além desses aspectos, o simples fato de as instituições governamentais serem movidas com recursos públicos, ou seja, provenientes da arrecadação de impostos, já obriga os seus gestores a exercer um efetivo controle sobre a adequada aplicação de tais recursos. Enquanto que numa organização empresarial os eventuais prejuízos ficam restritos aos seus investidores, nas organizações públicas a má aplicação ou desperdício de recursos prejudicab toda a população.
Outro aspecto que demanda a existência de controles internos eficientes na área pública está relacionado à legalidade de suas ações, pois, enquanto um empresário pode agir segundo seus interesses, desde que não desobedeça à legislação, na administração pública somente pode ser feito aquilo que a lei autoriza, e deve ser feito tudo o que a legislação estabelece. Além desses, existem outros objetivos para o Sistema de Controle Interno, como a busca da eficiência, mediante a garantia de obtenção de resultados através do cumprimento de planos, metas e orçamentos; a segurança e qualidade da informação; a proteção do patrimônio público, etc.
No caso do controle externo tem-se que é aquele exercido por um Poder ou um órgão estranho à Administração Pública, como por exemplo, o controle exercido pelo Poder Legislativo, que faz o controle político, e pelo Tribunal de Contas, responsável pelo controle financeiro. Esse foi o modelo adotado pelos legisladores para o controle externo no Brasil.
O controle externo pode ser definido como um conjunto de ações de controle desenvolvidas por uma estrutura organizacional, contendo procedimentos, atividades e recursos próprios, alheios à estrutura controlada, e que visa à fiscalização, verificação e correção dos atos.
 Segundo Guerra (2005), o controle externo é aquele desempenhado por órgão apartado do outro controlado, tendo por finalidade a efetivação de mecanismos, visando garantir a plena eficácia das ações de gestão governamental, porquanto a Administração Pública deve ser fiscalizada, na gestão dos interesses da sociedade, por órgão de fora de suas partes, impondo atuação em consonância com os princípios determinados pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, legitimidade, economicidade, moralidade, publicidade, motivação, impessoalidade, entre outro.
Vale dizer que não há qualquer hierarquia entre o controle interno e o externo. O que ocorre, na verdade, é a complementação de um sistema pelo outro. E nessa esteira de entendimento, conclui-se que o controle interno tem como principal função apoiar o controle externo, orientando as autoridades públicas no sentido de evitar o erro, efetivando um controle preventivo, colhendo subsídios mediante o controle concomitante a fim de determinar o aperfeiçoamento das ações futuras, revendo os atos já praticados, corrigindo-os antes mesmo da atuação do controle externo (MEDAUAR, 1993, p.14).
Em vista de todo o exposto, tem-se que o sistema de controle da Administração Pública é de fundamental importância para qualquer organização e deve ser entendido de forma ampla, não podendo estar limitado apenas quanto aos aspectos financeiros e administrativos, mas sim, deve ser compreendido como um conjunto de ações e métodos que devem ser implementados dentro de um determinado ente administrativo, gerando nele uma verdadeira cultura de transparência, permitindo, assim, que se faça comparações entre os resultados previstos e os efetivamente realizados, sempre tendo em vista o seu fim essencial: o interesse público.
2.2 - Competências do Tribunal de Contas da União
O TCU é o órgão de controle externo do governo federal e auxilia o Congresso Nacional na missão de acompanhar a execução orçamentária e financeira do país e contribuir com o aperfeiçoamento da Administração Pública em benefício da sociedade. Para isso, tem como meta ser referência na promoção de uma Administração Pública efetiva, ética, ágil e responsável.
O Tribunal é responsável pela fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades públicas do país quanto à legalidade, legitimidade e economicidade.  
Além das competências constitucionais e privativas do TCU que estão estabelecidas nos artigos 33, §2º, 70, 71, 72, §1º, 74, §2º e 161, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988, outras leis específicas trazem em seu texto atribuições conferidas ao Tribunal. Entre essas estão a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2001), a Lei de Licitações e Contratos (8666/93) e, anualmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias.  
Competência
· Apreciar as contas anuais do presidente da República
  
O art. 71, inciso I, da Constituição Federal preceitua que compete ao TCU apreciar, mediante parecer prévio, as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República. Esse parecer deve ser elaborado em sessenta dias a contar do recebimento das referidas contas. As contas consistem dos Balanços Gerais da União e do relatório sobre a execução orçamentária, preparado pelo órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo. O parecer prévio deve ser conclusivo, indicando se os referidos balançosrepresentam adequadamente a posição financeira, orçamentária e patrimonial da União em 31 de dezembro do exercício em exame e se as operações realizadas seguiram os princípios de contabilidade aplicados à administração pública federal. Ao Tribunal cabe, essencialmente, a análise técnico-jurídica das contas e a apresentação do resultado ao Poder Legislativo. Dessa forma, após a apreciação e emissão do parecer prévio, as contas são encaminhadas ao Congresso Nacional, ao qual compete o julgamento, conforme disposto no art. 49, inciso IX, da Constituição da República.
· Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos.
O inciso II do art. 71 da Constituição Federal estipula que compete ao TCU julgar as contas dos administradores públicos, atribuição disciplinada pela Lei no 4.320/64, pelo Decreto-Lei no 200/67, pela Lei no 6.223/75 e pela Lei no8.443/92 (Lei Orgânica do TCU). Essa legislação define os termos da atuação do Tribunal na verificação da legalidade, regularidade e economicidade dos atos dos gestores ou responsáveis pela guarda e emprego dos recursos públicos.
Os processos de tomada e prestação de contas são formalizados pelos órgãos do sistema de controle interno, em consonância com as orientações do TCU, e encaminhados anualmente ao Tribunal para apreciação e julgamento. Os prazos para esse encaminhamento observarão o disposto no art. 194 do Regimento Interno do TCU.
· Apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e pensões civis e militares.
O inciso III do art. 71 da Constituição Federal estabelece que compete ao TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargos de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
· Realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional.
	
O inciso IV do art. 71 da Constituição Federal determina que o TCU realize, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito, auditorias e inspeções de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nos órgãos e entidades da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal.
As auditorias obedecem a plano específico e objetivam: obter dados de natureza contábil, financeira, orçamentária e patrimonial; conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades, avaliar, do ponto de vista do desempenho operacional, suas atividades e sistemas; e aferir os resultados alcançados pelos programas e projetos governamentais.
As inspeções, por sua vez, visam suprir omissões e lacunas de informações, esclarecer dúvidas ou apurar denúncias quanto à legalidade e à legitimidade de atos e fatos administrativos praticados por responsáveis sujeitos à jurisdição do Tribunal.
As fiscalizações voltadas para a legalidade e a legitimidade têm como parâmetro, evidentemente, a lei e os regulamentos. Suas conclusões dão ao TCU elementos para julgar, para fazer determinações aos gestores e, inclusive, para aplicar-lhes sanções em caso de infringência do ordenamento jurídico.
Já as fiscalizações de natureza operacional têm como objetivo definir padrões de desempenho e avaliar os resultados da gestão à luz de parâmetros de eficiência, eficácia e economicidade. As conclusões atingidas por essa modalidade de fiscalização dão origem a recomendações, que são encaminhadas ao órgão ou entidade fiscalizada.
· Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais.
Nos termos do inciso V do art. 71 da Constituição Federal, compete ao TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo.
O Governo brasileiro participa, em nome da União, do Banco Brasileiro Iraquiano S.A. (BBI), da Companhia de Promoção Agrícola (CPA) e da Itaipu Binacional, que foram constituídas a partir de acordos celebrados, respectivamente, com os Governos do Iraque, do Japão e do Paraguai.
· Fiscalizar a aplicação de recursos da União repassados a estados, ao Distrito Federal e a municípios.
Preceitua o inciso VI do art. 71 da Constituição Federal que cabe ao TCU fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. Essa fiscalização é exercida de forma global, mediante exame das prestações de contas dos órgãos ou entidades transferidores dos recursos federais, as quais são encaminhadas anualmente ao Tribunal pelo controle interno setorial para apreciação e julgamento quanto ao fiel cumprimento do estabelecido no convênio ou nos instrumentos congêneres. Além do mais, em casos de denúncias ou de indícios de irregularidades, são feitas auditorias ou inspeções.
Caso haja omissão na prestação de contas ou irregularidades na aplicação dos recursos, compete ao controle interno setorial instaurar tomada de contas especial, a ser julgada pelo TCU, para apurar os fatos, identificar os responsáveis e quantificar o dano.
No exercício da presente competência, o Tribunal também fiscaliza a aplicação dos recursos provenientes da compensação financeira (royalties) paga pela PETROBRÁS aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e ao Ministério da Marinha pela exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural (Lei nº 7.525/86). A legislação estipula que esses recursos devem ser aplicados unicamente em abastecimento, energia, irrigação, pavimentação de rodovias, saneamento básico, tratamento de água e proteção ao meio ambiente. Atualmente, essa fiscalização é feita exclusivamente mediante a realização de auditorias e inspeções.
· Prestar informações ao Congresso Nacional sobre fiscalizações realizadas.
Cabe ao TCU, de acordo com o inciso VII do art. 71 da Constituição Federal, prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas ou por qualquer de suas comissões sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial. Esse auxílio é prestado segundo as formas e condições previstas nos arts. 38 e 103 da Lei nº 8.443/92 (Lei Orgânica do Tribunal) e arts. 231 a 233 do Regimento Interno do TCU.
Esses pedidos de informações e solicitações são apreciados pelo Tribunal em caráter de urgência. Além disso, há, no âmbito do Tribunal, um Comitê Técnico de Auxílio ao Congresso Nacional, com o objetivo de aprimorar e dinamizar o atendimento desses pedidos e solicitações.
· Aplicar sanções e determinar a correção de ilegalidades e irregularidades em atos e contratos.
O TCU assegura às partes o exercício da ampla defesa em todas as etapas da apreciação e julgamento dos processos. Essa matéria está disciplinada na Resolução no 36/95 do Tribunal.
O art. 202 do Regimento Interno do TCU estabelece que, se verificada irregularidade, o Tribunal ou o Relator, havendo débito, ordena a citação do responsável para apresentar defesa ou recolher a quantia devida. Não havendo débito, determina a audiência do responsável para apresentar razões de justificativa.
A decisão do Tribunal da qual resulte imputação de débito ou cominação de multa torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo. Nesse caso, o responsável é notificado para, no prazo de quinze dias, recolher o valor devido. Se o responsável, após ter sido notificado, não recolher tempestivamente a importância devida, é formalizado processo de cobrança executiva, o qual é encaminhado ao Ministério Público junto ao Tribunal para, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) ou das unidades jurisdicionadas ao TCU, promover a cobrança judicial da dívida ouo arresto de bens.
 
· Sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.
O art. 70 da Constituição Federal estipula que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante o controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. O art. 71, por sua vez, estabelece que o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, é exercido com o auxílio do TCU.
O Tribunal acompanha a arrecadação da receita a cargo dos órgãos e entidades da administração direta e indireta dos Poderes da União (inciso IV do art. 1º da Lei nº 8.443/92). Esse acompanhamento é feito em todas as etapas da receita – previsão, arrecadação e recolhimento – por meio de auditorias, inspeções e análises dos demonstrativos próprios.
A fiscalização da renúncia de receitas é feita mediante o julgamento de prestações de contas e, principalmente, de auditorias e inspeções nos órgãos supervisores, nos bancos operadores e nos fundos encarregados da concessão, gerenciamento ou utilização dos recursos decorrentes. Essa fiscalização tem como objetivo verificar a eficácia, eficiência e economicidade dos órgãos e entidades envolvidos e o real benefício sócio-econômico das renúncias.
· Emitir pronunciamento conclusivo, por solicitação da Comissão Mista Permanente de Senadores e Deputados, sobre despesas realizadas sem autorização.
Segundo o art. 72 da Constituição, o TCU deve pronunciar-se, quando solicitado pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, prevista no art. 166, § 1º, sobre despesas não autorizadas e investimentos não programados.
· Apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato sobre irregularidades ou ilegalidades na aplicação de recursos federais.
  
O art. 74, § 2º, da Constituição Federal estabelece que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. Os requisitos e procedimentos para que as denúncias sejam acolhidas pelo Tribunal estão disciplinados nos artigos 234 a 236 do Regimento Interno do TCU.
O exame preliminar para conhecimento ou rejeição de uma denúncia é feito sigilosamente, nos termos do art. 53, § 3o, da Lei no 8.443/92 (Lei Orgânica do TCU). Após esse exame, o Tribunal ordena o acolhimento e a apuração da denúncia ou, se não forem preenchidos os requisitos legais e regimentais, o seu arquivamento, decidindo, ainda, pela manutenção ou cancelamento do sigilo, conforme o art. 55, § 1o, do mesmo dispositivo legal. Em qualquer hipótese, o denunciante e o denunciado são comunicados sobre a decisão adotada.
· Fixar os coeficientes dos fundos de participação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e fiscalizar a entrega dos recursos aos governos estaduais e às prefeituras municipais.
Os percentuais pertinentes aos recursos entregues pela União, por intermédio dos Fundos de Participação, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios constam dos artigos 159 e 161 da Constituição Federal. O primeiro define a forma de rateio no âmbito da federação, enquanto que o último estabelece, entre outras providências, que o TCU tem competência para calcular as quotas do Fundo de Participação dos Municípios, do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, e dos Fundos de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Esse cálculo obedece aos critérios fixados em legislação complementar e ordinária.
Os coeficientes de participação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios são fixados, com base nos dados populacionais fornecidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o último dia de cada exercício, vigorando no ano subseqüente. 
· Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei da Responsabilidade Fiscal trata da responsabilidade na gestão fiscal dos órgãos públicos. Por se tratar de dinheiro público, os gestores não podem agir de acordo com suas vontades, estabelecer regras para o bom uso do dinheiro público, resultaram na criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Segundo Nascimento (2010), o principal objetivo da LRF consiste em estabelecer “normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade da gestão fiscal”.
Para atingir os objetivos a que a LRF se propõe, faz-se necessário que os gestores públicos planejem suas ações. Através do planejamento é possível prever e minimizar riscos que poderiam afetar as finanças públicas, a participação da população é importante para que a gestão seja transparente. O planejamento passa a ter papel indispensável na Administração Pública, utilizando as seguintes ferramentas legais:
- LOA (Lei Orçamentária Anual);
- LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias);
- PPA (Plano Plurianual)
Para que o poder público possa desempenhar suas funções com critério, é necessário que haja um planejamento orçamentário consistente, que estabeleça com clareza as prioridades da gestão. É para esse fim que a própria Constituição Federal de 1988 introduziu um modelo orçamentário para a gestão do dinheiro público no Brasil. O modelo consiste basicamente de três documentos.
1) Plano Plurianual – PPA
Esse é o documento que traz as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública. Prevê, entre outras coisas, as grandes obras públicas a serem realizadas nos próximos anos. Ele tem vigência de quatro anos, portanto deve ser elaborado criteriosamente, imaginando-se aonde se quer chegar nos próximos quatro anos. Expressa a visão estratégica da gestão pública.
O PPA inclui uma série de programas temáticos, em que são colocadas as metas (expressas em números) para os próximos anos em diversos temas. Os constituintes atribuíram grande importância ao PPA, como podemos ver no parágrafo 1o do artigo 167 da Constituição, que determina que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro (um ano) poderá ser iniciado sem ser incluído antes no PPA, sob pena de crime de responsabilidade. Um PPA sempre começa a vigorar a partir do segundo ano do mandato, terminando no primeiro ano do mandato seguinte.
2) Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO
A LDO é elaborada anualmente e tem como objetivo apontar as prioridades do governo para o próximo ano. Ela orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, baseando-se no que foi estabelecido pelo Plano Plurianual. Ou seja, é um elo entre esses dois documentos.
Pode-se dizer que a LDO serve como um ajuste anual das metas colocadas pelo PPA. Algumas das disposições da LDO são: reajuste do salário mínimo, quanto deve ser o superávit primário do governo para aquele ano, e ajustes nas cobranças de tributos. É também a LDO que define a política de investimento das agências oficiais de fomento.
Enquanto o PPA é um documento de estratégia, pode-se dizer que a LDO delimita o que é e o que não é possível realizar no ano seguinte.
3) Lei Orçamentária Anual – LOA
É o orçamento anual propriamente dito. Prevê os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos das estatais. Todos os gastos do governo para o próximo ano são previstos em detalhe na LOA. Você encontrará na LOA a estimativa da receita e a fixação das despesas do governo. É dividida por temas, como saúde, educação, e transporte. Prevê também quanto o governo deve arrecadar para que os gastos programados possam de fato ser executados. Essa arrecadação se dá por meio dos tributos (impostos, taxas e contribuições). Se bem feita, a LOA estará em harmonia com os grandes objetivos e metas estabelecidos pelo PPA.
Vale notar que todos os três níveis de governo elaboram seus próprios documentos orçamentários, já que cada um possui suas próprias despesas e responsabilidades.
2.4 - Desafios dos Administradores e dos Administrados
Os interesses da sociedade estão vinculadosàs atividades desenvolvidas pelo governo, que, por sua vez, tem como princípio básico prestar serviços que supram as necessidades coletivas de forma eficiente e eficaz.
As mudanças organizacionais ocorridas nas últimas décadas no setor privado, também acabaram por atingir o setor público e governamental. Entre estas mudanças se encontram especialmente os mecanismos de controle aplicados aos atos realizados pelos gestores públicos.
A participação popular, a ação coletiva na gestão e o controle são instrumentos que vem diminuindo as irregularidades e melhorando a resolução de problemas, tornando mais eficiente e eficaz o gerenciamento e a execução de políticas públicas e de instituições públicas governamentais, trazendo mais transparência e clareza, e gerando maior fiscalização em relação às atividades desenvolvidas, aos recursos e aos serviços direcionados ao setor público.
O administrador público tem um grande desafio para a evolução na gestão pública: Minimizar a burocratização, aplicar as inovações e apresentar Lucro Social.
Na iniciativa privada, o administrador deve apresentar aos proprietários ou acionistas um relatório demonstrando o resultado, cujo objetivo é o Lucro Financeiro. No caso da gestão pública, o administrador deve apresentar aos cidadãos o Lucro Social, ou seja, o cidadão deve perceber nos resultados dos projetos públicos, os valores agregados na sua vida social.
Um administrador público que busca a eficácia, a eficiência e a efetividade é aquele que simplifica e qualifica a prestação de serviços, lutando pela ética e pela moralidade, na busca de atingir o Lucro Social.
Para atingir o Lucro Social o Administrador Púbico esbarra em grandes dificuldades quanto a quebra de paradigmas, como: Burocratização de Processos, Políticas Públicas Descontinua, Servidores Públicos Estáveis, dentre outros.
As conseqüências de uma gestão ineficiente traz repercussão nos diversos setores da vida nacional, pois influencia o fluxo de investimentos, o crescimento econômico, a qualidade dos serviços públicos, os índices de desenvolvimento social, dentre outras conseqüências. Porém, talvez o mais grave problema seja o impacto sobre a credibilidade das instituições democráticas que, uma vez enfraquecidas, abre espaço para a desordem, insegurança, e até mesmo à criminalidade.
Ciente desses indesejáveis efeitos existem dois desafios a serem enfrentados. Um se impõe ao administrador público, buscar uma moderna forma de prestação de contas aos administrados, expor de forma fidedigna, as informações a serem divulgadas de modo que seja compreensível não apenas por técnicos, mas, principalmente, por qualquer cidadão, o autêntico interessado na gestão. O outro à sociedade que tomando consciência de que deve ser parte nesse controle, deve se inteirar da atividade dos órgãos de controle, denunciando irregularidades, ilegalidades, e procurando se informar sobre o que vem sendo feito no que tange ao controle do patrimônio público.
O combate à corrupção é apenas um dos aspectos da transparência, mas sequer o principal. Isto porque o a divulgação das informações e o acompanhamento permanente por parte dos administrados tem a virtude de permitir, não apenas um controle passivo pelo cidadão, e sim o exercício de valiosos instrumentos que lhe foram conferidos pelo constituinte originário, como o Mandado de Segurança e a Ação Popular.
2.5 - Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei Complementar 101, datada de 04 de maio de 2000, também conhecida por Lei de responsabilidade Fiscal - LRF, segundo Pinto (2006, p. 24) é um dos mais importantes conjuntos normativos destinados a mudar o perfil e o jeito de gerenciar a gestão pública no Brasil.
Essencialmente, todos os três poderes da Republica utilizam a LRF como parâmetro e norma para suas ações que envolvem a aplicação dos recursos públicos, mesmo sendo o poder executivo o principal ordenador das financias públicas no Brasil.
A Lei de Responsabilidade Fiscal é uma lei complementar federal. Este dispositivo sofreu influências tanto externas como internas antes e durante seu surgimento. Observa-se a influência externa na adoção de práticas de gestão fiscal bem sucedida em outros ordenamentos jurídicos e até mesmo em organismos internacionais. Exemplifica-se isto com o Código de Boas Práticas para Transparência Fiscal, influenciado pelo Fundo Monetário Internacional, internamente, a LRF coaduna-se com as reformas constitucionais, especialmente as emendas constitucionais (NASCIMENTO 2013, p. 56).
A LRF é uma Lei Complementar criada com intuito de organizar o sistema público financeiro, envolvendo a União, Estados-Membros, Distrito Federal e os Municípios, e tendo como fato novo o de “responsabilizar especificamente a parte da gestão financeira a partir de um acompanhamento sistemático do desempenho mensal, trimestral, anual e plurianual” (CRUZ, 2001).
Com a edição da LRF, foram criados novos mecanismos de prestação de contas e ainda houve reforço dos já existentes. Toda norma legal tem em seu nascimento a vontade de ajustar as distorções existentes, isto porque a irresponsabilidade praticada atualmente em qualquer nível de governo resultará amanhã em mais impostos, menos investimentos ou mais inflação. Os governantes além do julgamento do poder judiciário, poderá também ser julgado pelos eleitores e pelo mercado se descumprirem as regras estipuladas pela legislação, sendo o segundo o que mais penaliza.
Com o surgimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, “o administrador pode ser constantemente avaliado, analisado, fiscalizado, penalizado e expungido da administração, desde que verificados atos lesivos à gestão pública e obedecido o devido processo legal” (ROSA; NETO, 2001).
A LRF está apoiada em quatro princípios intimamente ligados, os quais são responsáveis pela tentativa de alcançar os seus propósitos: o Planejamento, o Controle, a Transparência e a Responsabilidade.
A rigor, esses pontos são recorrentes na doutrina sobre requisitos da boa administração pública.
De acordo com Castro (2006) o planejamento dá suporte técnico à gestão fiscal, através de mecanismos operacionais, como o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária - LOA. Por meio desses instrumentos, há condições objetivas de programar a execução orçamentária e atuar no sentido do alcance de objetivos e metas prioritárias.
Segundo Flávio Régis Xavier de Moura Castro (2000), os sistemas de controle deverão ser capazes de tornar efetivo o comando legal, fiscalizando a direção da atividade administrativa para que ocorra em conformidade com as novas normas. Pois, fiscalização deverá ser rigorosa e contínua, exigindo atenção redobrada de seus executores, principalmente dos tribunais de contas.
A transparência coloca à disposição da sociedade diversos mecanismos de cunho democrático, entre os quais merecem relevo: a participação em audiências públicas e a ampla divulgação das informações gerenciais, através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, do Relatório de Gestão Fiscal, bem como dos Anexos de Metas e Riscos Fiscais.
O último alicerce, referente à responsabilidade, é importantíssimo, pois ele impõe ao gestor público o cumprimento da lei, sob a pena de responder por seus atos e sofrer as sanções inseridas na própria Lei Complementar 101/2000 e em outros diplomas legais, como disposto no artigo 73 da LRF.
As principais inovações trazidas pela LRF foram: a exigência de estabelecimento de metas fiscais trienais e de corte de despesas em casos de previsão de descumprimento de metas; mecanismo de compensação para renúncia de receita e geração de despesas de caráter continuado; imposição de limites para despesas com pessoal; vedação ao endividamento entre entes da federação; obrigatoriedade de transparência, incluindo a publicação frequente e o acesso público aos relatórios de cumprimento de metas; e a imposição de penalidades, inclusive pessoais, aos administradores públicos de descumprirem as regras.
Assim, podemos concluir que umas das maiores mudança trazidas pela Leide Responsabilidade Fiscal foi ter feito do processo orçamentário um efetivo mecanismo de planejamento da gestão pública.
São definidos na Lei os limites de gastos com pessoal, com percentual das receitas, dentre outros, para os três Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Assim que o administrador público verificar que ultrapassou os limites para despesa de pessoal, deverá tomar providências para se enquadrar, no prazo estabelecido pela Lei.
Caso continue a existir excessos, o gestor sofrerá penalidades. Os excessos cometidos em todos os limites fixados em lei têm prazo e forma para correção. 
Os ingredientes contidos na Lei de Responsabilidade Fiscal são no sentido de que seja adotado um processo permanente de planejamento, com transparência na elaboração e divulgação dos documentos orçamentários e contábeis, amplo acesso da sociedade às informações sobre as contas públicas e a adoção de medidas corretivas e punitivas de eventuais desvios.
Na medida em que os administradores de recursos públicos respeitem a LRF, agindo com responsabilidade, o contribuinte deixa de pagar a conta, seja por meio do aumento de impostos, redução nos investimentos ou cortes nos programas que atendam à sociedade.
No município de Maracaju / MS a população pode acompanhar a Lei de Responsabilidade Fiscal através do Portal da Transparência.
Ao elaborar a LDO, são distribuídas às entidades de classes questionários para sugestões e posteriormente serem estudadas e incluídas no projeto a ser encaminhado ao Legislativo; além das audiências públicas que são realizadas, pois trata-se de uma exigência legal, conforme art. 165 da CF.
As aplicabilidades da PPA, LDO e LOA, são realizadas de acordo com os estudos durante o período de sua elaboração.
	Segundo informações do contador da Prefeitura Municipal, um ponto importante a se destacar na aplicação da LOA (Lei Orçamentária Anual) são as entradas de receitas, pois quando há quedas nas arrecadações, a Prefeitura Municipal prioriza algumas áreas, como a saúde, educação e a folha dos servidores; pois o PPA, LDO e LOA são instrumentos através dos quais se viabilizam as ações governamentais.
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos assuntos abordados pode-se dizer que o surgimento da LRF como lei complementar dispôs de normas para as finanças públicas, trazendo regulamentações e garantias para as dívidas públicas voltando mais garantias para a sociedade.
Diante das definições estudadas e dos pressupostos apresentados é verídico que a LRF influência de forma primordial para uma gestão prudente dos recursos públicos, envolvendo mecanismos prévios de ajustes que asseguram a observância dos parâmetros fiscais, assim sendo, os governantes são obrigados a realizar uma administração transparente e equilibrada em prol da sociedade, sendo esta em contra partida, motivada a participar juntamente com os órgãos competentes à fiscalização da comprovação correta do uso dos recursos, para que o equilíbrio de tais demandas trazidas pela LRF seja aplicado e mantido.
Podemos observar que a LRF tem tido sua finalidade alcançada, uma vez que a transparência da administração das contas públicas tem sido verificada tanto pela sociedade quanto pelos órgãos fiscalizadores.
Neste contexto podemos afirmar que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi e está sendo fundamental para o combate a corrupção, cabe a sociedade o papel de contribuir para que a mesma seja colocada em prática e que o tal rigor que um dia fora questionado seja validado diante dos governantes.
Tendo em vista os aspectos observados, a participação da população no desenvolvimento municipal é de grande importância. Principalmente quando se abraça as parcelas de baixa renda e os mais favorecidos, visando avaliar uma melhor formulação das propostas na elaboração dos projetos e programas da administração. Exigindo do Poder Público a visão renovadora de partilhar a tomada de decisão de diferentes segmentos da sociedade, mostrando uma administração transparente e flexível, através de novos canais de participação popular de forma descentralizada. Inclusive assegurar o direito de vez e voz, na condição de credibilidade para a elaboração de diretrizes básicas.
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