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Doença de Parkinson

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1 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 
Doença de Parkinson 
 É uma doença neurodegeneratica caracterizada por ocorrências motoras, como rigidez e bradicinesia, 
associada a disfunções cognitivas e autonômicas progressivas. É a segunda doença neurodegenerativa mais comum, 
perdendo para Alzheimer. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
➔ Não é raro... 100 a 150 casos dentro de 100.000 pessoas. 
➔ Prevalente a partir dos 70 anos. 
➔ Ligeiramente mais prevalente em homens. 
FISIOPATOLOGIA 
 Sua etiologia é multifatorial: fatores genéticos, ambientais e o próprio envelhecimento. Quando fator 
genético importante, os sintomas têm início mais precoce. Atualmente, considera-se que a participação de depósitos 
anormais da alfassinucleína (proteína de ação pré-sináptica) esteja envolvida na etiopatogenia da DP. Admite-se que, 
sob a influência dos fatores etiológicos, ocorram alterações estruturais na molécula desta proteína que favorecem a 
sua agregação e o acúmulo em populações neuronais mais suscetíveis, tais como substância negra, locus ceruleus, 
entre outras, levando à disfunção de organelas e sistemas celular que acarretam a morte neuronal. 
➔ Portanto, a DP é considerada uma proteinopatia da classe das sinucleinopatias, juntamente com demência 
por corpos de Lewy e a atrofia de múltiplos sistemas. 
 Obs: os corpos de Lewy podem ser vistos à microscopia. 
 Então a doença de Parkinson está associada à morte de neurônios dopaminérgicos presentes na via 
nigroestriada, responsável pelo controle da motricidade. Pela deficiência dopaminérgica e progressiva perda desses 
neurônios, há desenvolvimento de comprometimento motor nesse paciente pela diminuição de dopamina. 
Parkisonismo X Doença de Parkinson 
 Parkisonismo é uma síndrome que pode ser causada por diversas doenças, desde a doença de Parkinson até 
fármacos por exemplo → parkinsonismo é caracterizado por tremor de repouso, rigidez, instabilidade postural e 
bradicinesia. Já a doença de Parkinson é a doença propriamente dita. 
 
DOPAMINA 
 A dopamina é um neurotransmissor da família das catecolaminas produzido pelos neurônios dopaminérgicos. Ela 
possui dois principais receptores no SNC, pelos quais tem ação no controle motor, do humor, emoção, comportamento e 
tem ação inibidora de prolactina. A via nigroestriada (substância negra ao corpo estriado) é a principal via dopaminérgica 
por compor 75% da dopamina do cérebro e possui uma íntima relação com o controle da atividade motora. 
 
2 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 
➔ As manifestações não motoras podem aparecer antes do surgimento das alterações motoras. 
 Fisiologicamente, durante a vida, todos os indivíduos tem perda neuronal nigral, a questão é que na doença 
de Parkinson essa degeneração está aumentada e acelerada. As manifestações clínicas só aparecem quando há uma 
redução importante de dopamina (>80%) e redução neuronal nigral (>60%). Essa evolução demora anos, do início da 
patologia até o aparecimento da clínica pode demorar 3 a 40 anos... 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 As manifestações clássicas são o tremor de repouso, a bradicinesia, rigidez e instabilidade postural. Elas tem 
caráter insidioso e maior parte das vezes assimétrico. 
FASE PRÉ-MOTORA: 
➔ Déficit olfativo: 
❖ Hiposmia: 70 a 90% dos doentes de Parkinson, tem essa manifestação. 
➔ Distúrbio comportamental do sono REM. 
❖ Lembrando que o sono REM é a fase do sono profundo, em que sonhamos. Durante uma noite a 
pessoa tem mais ou menos 5 ciclos de sono REM. 
❖ Na doença de Parkinson, há uma lesão na formação reticular, causando o distúrbio comportamental 
do sono REM = pessoa fica agitada dormindo (acaba sendo uma queixa presente dos acompanhantes). 
➔ Alterações comportamentais: 
❖ Depressão; 
➔ Disautonomia: obstipação. 
FASE MOTORA 
➔ Bradicinesia: diminuição da velocidade e amplitude dos movimentos. Esse é o sinal cardinal da doença de 
Parkinson, estando presente em quase todos os casos. 
❖ Lentidão; 
 
3 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 
❖ Pobreza dos movimentos (redução de movimentos associados – perda do balançar de braços por 
exemplo, perda da mímica facial). 
❖ Fenômenos como: 
▪ Marcha parkinsoniana: redução da amplitude dos passos, podendo ter arrastamento dos pés, 
perda do balançar dos braços, freezing e festinação. 
▪ Freezing (paciente está andando e do nada para e não consegue mais); 
▪ Hipofonia e monotonia (se confunde muito como se o paciente estivesse deprimido); 
▪ Micrografia; 
▪ Festinação: típica aceleração involuntária da marcha, com inclinação para frente, como se o 
paciente estivesse buscando seu centro de gravidade. 
❖ A bradicinesia é evidente no exame clínico e é obtida testando-se os movimentos repetitivos rápidos 
e alternados: movimentos repetidos e rápidos dos dedos da mão, abertura e fechamento do punho, 
pronação e supinação do punho, movimentos repetidos e rápidos dos dedos do pé e do calcanhar. 
 
➔ Rigidez: hipertonia envolvendo núcleos da base = lesão extrapiramidal 
❖ Roda denteada e Cano de Chumbo – resistência à movimentação passiva; 
❖ A rigidez piora quando se pede para o paciente mover o membro oposto àquele que está sendo 
examinado. 
 
➔ Tremores: 
❖ Predominantemente de repouso. 
❖ Melhora com o movimento. 
❖ Unilateral / assimétrico. 
❖ Desaparece no sono. 
❖ Piora com abstrações. 
REVISÃO FISIOLOGIA NEURO: 
 
➔ Sistema PIRAMIDAL: movimentos voluntários mais refinados. Lesões aqui causam paralisias e paresias. 
➔ Sistema EXTRAPIRAMIDAL: suporte postural automático necessário para realização dos movimentos voluntários mais 
refinados. Lesões nessa via não causam paralisias, mas sim movimento involuntários anormais, alterações de tônus, 
hipocinesia. Ex: doença de Parkinson. 
Hipertonias: 
➔ ELÁSTICA: 
• Espasticidade; 
• Aumento do tônus e velocidade e comprimento dependente (sinal do canivete); 
• Indica disfunção da motricidade voluntária no sistema nervoso central (córtex motor primário e/ou trato 
corticoespinal = trato piramidal); 
 Obs: espasticidade é diferente de rigidez. A espasticidade é a hipertonia que varia com a velocidade do 
movimento. Já a rigidez é endurecimento muscular, que diminui a velocidade e amplitude dos movimentos, então 
sem depender da velocidade e está presente durante todo o movimento. 
➔ PLÁSTICA: 
• Rigidez em roda denteada; 
• Aumento do tônus durante todo o movimento, com sinal da roda denteada. 
• Está associada a lesão do sistema extrapiramidal (núcleos da base). 
 
 
 
4 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 
 Diferente do tremor essencial, que em repouso não treme e só treme quando se movimenta = exame físico 
diferencia do Parkinson. 
➔ Instabilidade postural: não é desequilíbrio... é a incapacidade do indivíduo de voltar à postura, com maior 
tendencia de quedas. 
❖ Sintoma tardio. 
❖ Reflexo de readaptação postural. 
❖ Como avaliar? Teste de equilíbrio: damos um empurrãozinho no paciente e vemos como ele volta para 
a postural normal – com a doença de Parkinson eles tem essa instabilidade de conseguir voltar. 
 
➔ Manifestações não motoras: procurar quais remédios a pessoa está tomando, para ver se é do fármaco os 
sintomas ou manifestações de Parkinson. 
❖ Autonômicas: obstipação, hipotensão postural, alterações esfincterianas. 
❖ Cognitivas: distúrbio visuo-espacial, alucinações, psicose, depressão. 
❖ Apatia, abulia, distúrbios do sono, perda de peso... 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO: 
➔ Bradicinesia + tremor e/ou rigidez = diagnóstico de Parkinson. 
➔ Muito difícil ainda fazer diagnostico de DP na fase não motora. 
 Como testar a bradicinesia: pedir para paciente abrir e fechar a mão rapidamente. 
➔ Clínica é geralmente assimétrica. 
➔ Formas: hipercinética (tremores predominantes – tem prognostico melhor) X rígido acinética (hipocinesia e 
rigidez predominam – pior prognóstico). 
 Não existe um marcador bioquímico existente capaz de diagnosticar a doença de Parkinson. Os exames de 
imagem entram para excluir lesões estruturaisem diagnósticos diferenciais. 
➔ Confirmação do diagnóstico: resposta terapêutica à levodopa e a evolução da doença. 
 
5 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 
 
I. CARACTERIZAÇÃO DA SÍNDROME PARKINSONIANA : bradicinesia + rigidez ou tremores em repouso. 
II. IDENTIFICAÇÃO ETIOLOGIA DA SÍNDROME PARKINSONIANA : reconhecimento de causas específicas 
(parkinsonismo secundário) ou de formas atípicas de parkinsonismo degenerativo, como a atrofia de 
múltiplos sistemas (AMS), paralisia supranuclear progressiva (PSP), degeneração corticobasal (DCB) e 
demência com corpos de Lewy (DCL). 
III. CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE DP COM BASE NA RESPOSTA TERAPÊUTICA E EVOLUÇÃO : 
critério obrigatório para confirmação de DP é a boa resposta às drogas de ação dopaminérgicas 
(levodopa). 
 Obs: outras doenças que se manifestam com parkinsonismo podem apresentar resposta positiva à drogas 
dopaminérgicas, como a atrofia de múltiplos sistemas (AMS) e paralisia supranuclear progressiva (PSP). 
 Obs2: a evolução da doença de Parkinson é lenta, e sob tratamento, os pacientes se mantém independentes 
pelo menos nos primeiros 5 anos após inicialização das manifestações motoras. Por isso, diante de um paciente em 
tratamento, mas acaba evoluindo desfavoravelmente em pouco tempo... ficamos na dúvida se é DP mesmo. 
 
TRATAMENTO 
I. LEVODOPA: principal tratamento. Atua diretamente sobre a deficiência dopaminérgica e é a droga mais 
eficaz para controle dos sintomas motores. 
a. Precursora de dopamina + inibidor de descarboxilase (previne metabolização periférica) = melhora 
tremores e rigidez. 
b. Uso crônico está associado a problemas, podendo reduzir o efeito do fármaco e promovendo 
discinesias. 
c. Tem meia vida curta de 90 minutos, por isso seu uso acaba sendo de duas a quatro vezes de doses de 
50 a 100mg por dia. 
 
6 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 
d. No início da doença ainda existem neurônios dopaminérgicos sobreviventes, então com o uso da 
levodopa parte dela é convertida em dopamina e é e estocada, enquanto a outra parte ´r usada 
imediatamente no terminal sináptico. No entanto, com a evolução da doença, a tendencia é não 
acontecer mais esse “estocamento”, assim a droga passa a ter efeito quase que igual a sua meia vida 
(90 minutos). 
II. Todas as outras opções terapêuticas são INFERIORES à Levodopa, porém tem meia vida maior e não estão 
associados a discinesias. Temos como drogas com ação no sistema dopaminérgico, além da levodopa, os 
agonistas dopaminérgicos (rotigotina e pramipexol), os inibidores da MAO (selegilina e rasagilina) e os 
inibidores da COMT (entacapona e tolcapona). 
 
III. Fase avançada: individualizamos. No encurtamento do efeito (wearing-off) ou com discinesias tendemos 
numa primeira etapa a fracionar o número de tomadas da levodopa e, em etapas seguintes, adicionar 
outros medicamentos. 
 
IV. Sintomas não motores: também precisam ser tratados. 
 
➔ Tratamento não farmacológico: Envolve educação dos pacientes e da família sobre a doença, com uso de 
suporte psicológico. Recomenda-se atividades físicas, práticas de meditação, fisioterapia...

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