Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 FARMACOLOGIA DA DOENÇA DE PARKINSON Doença neurodegenerativas do SNC de progressão lenta que afeta principalmente as funções motoras do indivíduo. Principais sintomas: -Bradicinesia -Tremor em repouso/Desequilíbrio postural -Rigidez muscular -Certo grau de comprometimento cognitivo -Micrografia -Disfonia -Postura hipercifótica -Abasia e ataxia -Constipação intestinal -Incontinência urinária **Indivíduo que tem lesão cerebelar, manifesta o tremor durante a execução de movimento, diferente da lesão gerada pelo Parkinson, que é causada pela diminuição de neurônios dopaminérgicos da substância negra para o núcleo estriado, o paciente apresenta tremor mesmo em repouso. Fisiopatologia Degeneração dos neurônios da substancia negra do mesencéfalo e das fibras dopaminérgicas meso-estriais Diminuição de dopamina no sistema nervosa Mais comum em pessoas com idade avançada (60 anos) Não é uma doença fatal, é incurável e torna o paciente susceptível e debilitado. A curvatura hipercifótica do paciente acaba reduzindo a expansibilidade da caixa torácica, ocasionando problemas respiratórios e de deglutição. Perda progressiva de neurônios dopaminérgicos na substancia compacta da substancia negra 2 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Escala de Hoehn e Yahr(UPDRS) Estágio 1 Sintomas em apenas um dos lados Leve intensidade, apenas incomodo Estágio 2 Sintomas bilaterais Postura e equilíbrio afetados Estágio 3 Lentidão significativa dos movimentos Dificuldade de caminhar e manter-se em pé Disfunção generalizada Estágio 4 Sintomas severos Incapacidade de viver sozinha Rigidez e bradicinesia Estágio 5 Invalidez completa Incapaz de caminhar ou manter-se em pé Necessidade de cuidados constantes Evolução Início unilateral com poucos sintomas e dificuldades para realizar algumas atividades Progressão em torno de 5-10 anos Outros Sintomas 3 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 -Depressão -Ansiedade -Instabilidade postural -Bradifrenia bradipsiquismo (pensamento lento) Complicações Secundárias Relacionados com a imobilidade -Alterações nutricionais -Alterações respiratórias -Alterações circulatórias -Osteoporose -Úlceras por pressão Via de Regulação Motora – Nigroestriatal O cortéx manda uma sinapse excitatória, glutamatérgica, para substancia negra parte compacta, excitando assim os neurônios dopaminérgicos da substância negra. Substancia negra ativa libera dopamina pata o Núcleo Estriado, que interage com 2 receptores: -D1 (Excitatório): quando a dopamina se liga ativa uma sinapse Gabaérgicos para o globo pálido interno e substancia negra parte reticular, inibindo assim essa região. GPI inibido não consegue enviar a sinapse gabaérgica para o tálamo, assim o tálamo fica livre, enviando sinapse glutamatérgica para o córtex e esse por sua vez estimulando músculos para o movimento. Concomitantemente D2 também se ativa -D2 (inibitório): Dopamina se liga em D2, esse receptor quando ativado inibe a liberação de GABA para o Globo pálido Externo, assim o GPe fica ativado enviando sinapse gabaérgica para o 4 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Núcleo Subtalâmico. O NST, por sua vez, estará inibido pelo gaba e assim não vai conseguir enviar sinapse glutamatérgica para estimular o GPI, diante disso o GPI vai ficar inativado, deixando o tálamo livre para liberar glutamato para o córtex. Resumindo: Quando temos liberação de DOPAMINA o movimento acontece. Como para o movimento? O córtex motor diminui sua atividade, liberando pouco Glutamato para a SNpc, assim a SNpc fica hipoativada liberando menos dopamina para o núcleo estriado, assim a ativação de D1 e D2 vai estar reduzida. Nesse caso, temos a participação dos interneurônios colinérgicos. Na região do D1 temos mais densidade de receptores M4 (receptor muscarínico Inibitório) e na região de D2 temos maior densidade de M1 (excitatório) Quando a acetilcolina se liga em receptores M4 na região de D1, ela inibe a sinapse gabaérgica para o GPi e a SNpr, deixando essa região ativada. O GPi quando ativado libera GABA para o tálamo, inibindo-o e assim o tálamo não consegue liberar glutamato para estimular o cortéx, cessando o movimento. Quando a Ach se liga em receptores M1 (receptores excitatórios) na região de D2 estimulam a sinapse gabaérgica para o GPe, inibindo o GPe e impedindo com que ele libere GABA para o NST. O NST por sua vez fica ativado mandando sinapses glutamatérgica ativando o GPi que emite projeções gabaérgicas para o tálamo, impedindo com que ele libere glutamato para o córtex e assim cessando o movimento. Resumindo: A dopamina é responsável por estimular o movimento e a Ach no núcleo estriado vai cessar o movimento. Então o que para o movimento é a diminuição do drive dopaminérgico e aumento do drive colinérgico no Núcleo Estriado. NO PARKINSON Degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substancia negra parte compacta. Como tem pouco neurônio dopaminérgico, as vias D1 e D2 ficam hipoativadas. D1 hipoativado não consegue emitir projeções gabaérgica para inibir o GPi, assim o Gpi fica atuada enviando sinapse gabaérgica para o tálamo, inibindo o tálamo. D2 hipoativado deixa a projeção gabaérgica para o GPe ativa, assim inibe o Gpe que não consegue liberar Gaba para o NST, o NST ativo libera glutamato para o GPi que por sua vez ativado envia projeções gabaérgica inibindo o tálamo e impedindo a conversa com o córtex motor e o movimento não acontece, é travado. O paciente começa a apresentar tremor, atividade motora reduzida. No Parkinson, a via colinérgica vai estar atuando inibindo ainda mais a via direta (D1) e ativando ainda mais a via indireta (D2). 5 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Estratégias Terapêuticas -Aumento de Dopamina -Antagonista Muscarínico – reduz a inibição excessiva do movimento, fucionam muio bem para reduzir tremor de extremidades. Etiologia do Parkinson Genéticas: -Número de neurônios -Incapacidade de detoxificação Externas: -Manganês, carbono -Bactéria rara no solo -Choques cranianos constantes -Toxinas exógenas como MPTP Diagnóstico -Clínico -Análise dos sintomas -Assimetria dos sintomas, presença de tremor de repouso e a boa resposta a terapia dopaminérgica são indicadores objetivos -Pode-se também recorrer a PETscans e SPECTs Tratamento -Terapia Sintomática, não existe nenhum tratamento para modificar o curso da doença -Terapia neuroprotetora- reverter ou reduzir a regeneração de neurônios dopaminérgicos -Terapia restauradora -Neuroestimulação -Tratamentos cirúrgicos (Palidotomia e Talomotomia) -Fisioterapia- Acompanhamento nutricional 6 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 TERAPIA SINTOMÁTICA Administrar medicamentos inibidores de MAO-B, aumenta os níveis de dopamina A dopamina não ultrapassa a BHE e ela é degradada rapidamente pelas MAO e COMT no TGI e em todos os tecidos. Então para a dopamina chegar no cérebro, precisamos de uma molécula mais eficaz. O aumento de dopamina não ajuda só no tratamento do Parkinson, também aumento o prazer e a motivação do paciente) LEVODOPA Mais eficaz Eficaz na diminuição da rigidez muscular e da bradicinesia O excesso de Levodopa com o tempo piora o prognóstico, alguns pacientes com incapacidade de detoxificação não conseguem metabolizar o excesso de dopamina, acumulando metabólitos que podem ser tóxicos para neurônios dopaminérgicos. Pode causar Discinesia (movimentos involuntários) A Levodopa se transforma em dopamina no cérebro Aplicada juntamente com a carbidopa (diminui a necessidade de altas doses de levodopa) -Carbidopa: Inibidor da dopa descarboxilase. Diminui a descarboxilaçao extracerebral de Levodopa Efeitos Colaterais-Náuseas -Võmitos -Distúrbios psiquiátricos -Discinesia -Perda de eficácia com o tempo Com uma dose de Levodopa, 70% é metabolizada no TGI, apenas 30 % chega no sangue e de 1-3% chegam no cérebro. Precisamos de uma dose muito alta para que consiga chegar mais quantidade ao cérebro, isso aumenta o risco de efeitos adversos. O excesso de dopamina no TGI causa constipação, hipersecreção e alterar a microbiota intestinal. 7 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Para reduzir o quadro de efeito adverso e aumentar quantidade de Levodopa no cérebro podemos usar uma substancia que inibe a conversão de Levodopa em dopamina no TGI, a carbidopa. Existe uma enzimas que converte L-dopa em dopamina, a dopadescarboxilase. No TGi a Levodopa é transformada em dopamina e essa vai ser degradada por MAO e COMT. A CARBIDOPA é inibir da dopa-descarboxilase, assim aumenta a concentração de Levodopa e diminui a possibilidade de efeitos adversos. A carbidopa precisa bloquear so a dopa-descarboxilase do TGI e não do cérebro, por isso essa substancia é lipofílica, não ultrapassa a BHE e no cérebro teremos a conversão de Levodopa em Dopamina para amenizar sintomas parkinsonianos. TERAPIA NEUROPROTETORA Selegilina Inibe a MAO-B protege a dopamina da degradação intraneural Reduz a produção de radicais livres e estimula a neuroproteção, reduz alfanucleína INIBIDORES DA COMT Tolcapone Pacientes com flutuação do rendimento de Levodopa. -Associar quando pacientes não está respondendo a Levodopa -Relatos de caso de hepatopatia grave e central -100mg 3X ao dia com intervalo de 6 horas entre as doses -Acompanhamento periódico de transaminase Entacapone Efeito mais curto que o tocalpone. OUTROS FÁRMACOS 8 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Bromocriptina e Pergolida Agem nos receptores D1 e D2 Efeitos Adversos: Náuseas, êmese e sonolência Meia vida curta- 6 a 8h Rotigotina Agente mais novo Pode ser usad como adesivo transdérmico Apomorfina Administração parenteral, utilizada para controlar o efeitos “desliga” da Levodopa Efeitos Colaterais: -Êmese -Distúrbios comportamentais -Hipotensão arterial AMANTADINA Antiviral usada para tratar influenza A com atividade antiparkinsoniana Aumenta a liberação de dopamina e bloqueia sua recaptação pelos terminais pré-sinápticos Propriedades anticolinérgicas e antiglutamatérgicas. Diminuição do efeitos após meses ANTICOLINÉRGICOS -Trexifenidil -Mexilato de Benzotropina -Cloridrato de Difenidramina Reduz tremor de extremidades. 9 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Usos Clínicos Paciente com mais de 70 anos co prejuízo funcional grave ou cognitivo (independente da idade) LEVODOPA INIBIDORES DE MAO-B Usados preferencialmente em pacientes com tratamento inicial cok sintomas leves e sem prejuízo funcional AMANTADINA Perde seu efeito depois de 6 meses a um ano, é bom coadjuvante no tratamento de Parkinson AGONISTA DOPAMINÉRGICOS Drogas de escolha em pacientes sintomáticos, principalmente jovens e pode ser usado como monoterapia em pacientes leves e moderados. Em pacientes que usam LEVODOPA e ainda apresentam sintomas parkinsonianos, a associação com um inibidor de COMT melhora principalmente para aqueles que apresentam flutuação motora Terapia Restauradora Transplante de células produtoras de dopamina Procedimento extinto Neuroestimulação Tem mostrado eficácia, não é a primeira linha Atenua bradicinesia e a Discinesia Estimulação no tálamo e no globo pálido Palidotomia Tratamento cirúrgico apenas indicado quando nenhuma das terapias tiveram efeito Restaura o equilíbrio e melhora o desempenho motor 10 Ana Laura Venturinelli – 2025.1 Fisioterapia -Prevenção do aparecimento de complicações secundárias -Manutenção da capacidade cognitiva -Manobras de alongamento, fortalecimento muscular e juntamente com exercícios respiratórios -Principal função da fisioterapia é melhorar a qualidade do paciente THC e CBD Novas perspectivas do tratamento do Parkinson Substancias que atuam no nosso sistema Endocanabinoide.
Compartilhar