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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA DO AMAZONAS CURSO TECNICO EM AGRICULTURA PATRICIA DE ALMEIDA MEDEIROS Importância da Tecnologia no Setor Agropecuário. MAUÉS-AM 2021 PATRICIA DE ALMEIDA MEDEIROS Qual a importância da Tecnologia no Setor Agropecuário. Trabalho de Pesquisa sobre Qual a importância da Tecnologia no Setor Agropecuário como requisito para obtenção de avaliação parcial na Matéria Noções de Informática no curso de Técnico em Agricultura , sob orientação Professor Jociel Leão Gama. MAUÉS-AM 2021 ÍNDICE Introdução.............................................................................................................01 1.Saiba A Importância De Utilizara Tecnologia No Agronegócio......................02 1.1 Não E De Hoje Que A Tecnologia E Aliada Do Agronegócio.......................02 2. Lavoura High Tech: A Importância Da Tecnologia No Agronegócio..........................................................................................................03 3. Tendências E Tecnologia ............................................................................... 04 3.1 Eficiência, funcionalidade e sustentabilidade...............................................05 4.O impacto da tecnologia no agronegócio e os desafios para 2021...............06 4.1O poder da tecnologia no crescimento do agronegócio..............................06 5. Desafios do agronegócio para 2021................................................................07 6.Os impactos tecnológicos da pandemia no agronegócio .............................08 7.As tecnologias que a pandemia deve alavancar no agro/ E-commerce................................................................................................10 7.2 Rastreabilidade de produtos ........................................................................12 7.3 Tecnologias moveis .......................................................................................13 8.Conclusão ..........................................................................................................15 Não existe qualquer tipo de dúvida que, os desafios postos à agricultura somente serão superados com a adoção de tecnologias modernas. Estas tecnologias deverão garantir a segurança alimentar em perfeita sintonia com a conservação ambiental. Quando se fala em segurança alimentar está se referindo a disponibilidade de alimentos, produzidos em bases sustentáveis, onde a qualidade do alimento e como este alimento é produzido é essencial. A qualidade terá cada vez mais peso na hora do consumidor decidir sobre o que ele vai consumir. Também se deve considerar, além da qualidade intrínseca do alimento, a forma como ele foi produzido, ou seja, a rastreabilidade é algo que não é mais fictício. A tecnologia é fundamental para o aumento da produção via aumento da produtividade, e para se fazer a gestão de todos os processos envolvidos com a produção de um produto alimentício. Isto, independente da escala de produção. Tecnologia, não deve ser confundida com algo fora da realidade. Na agricultura, a época de semeadura, a quantidade de sementes por unidade de área, a população de plantas, dentre vários outros, são exemplos de itens que interferem na produtividade, na qualidade do produto e no custo de produção. São tecnologias, simples, às vezes de custo zero. O mundo passa por um momento onde as transformações se dão em velocidade muito alta, isto devido dentre outras coisas à capacidade de geração de conhecimento pelas instituições de pesquisa, à mobilidade e conectividade das pessoas. Muitos dos conhecimentos gerados em um centro de pesquisa rapidamente são transformados em tecnologias e incorporados aos sistemas de produção se constituindo em inovação de impacto positivo. 1.SAIBA A IMPORTÂNCIA DE UTILIZAR A TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO. A grande aliada da produtividade para o agronegócio sustentável é a tecnologia. Equipamentos desenvolvidos com tecnologia de ponta facilitam a execução de tarefas, das mais simples às complexas, contribuindo para aumento da produtividade, qualidade e eficiência, além de reduzir significativamente o consumo de recursos naturais, como água, energia e combustível. Os inúmeros benefícios da tecnologia têm motivado os produtores rurais a investirem cada vez mais em produtos, serviços e máquinas agrícolas de primeira linha, além da tecnologia da informação, importante principalmente para as revendas agrícolas. Os avanços tecnológicos no campo contribuem para o aumento da produção e melhoria na renda e qualidade de vida dos agricultores, atraindo para o agronegócio novos investidores. 1.1 NÃO É DE HOJE QUE A TECNOLOGIA É ALIADA DO AGRONEGÓCIO Um exemplo disso é o que ocorreu em na década de 1990, quando a agricultura brasileira começou a se modernizar, com a implantação das tecnologias de ponta utilizadas em maquinários para plantação e colheita. Na época, tratores, colheitadeiras e semeadoras já eram usadas com aparelhos GPS (Global Positrioning System) e, dessa forma, permitiam aos agricultores um aumento na produção e relevante redução de desperdícios de sementes. De lá pra cá, as inovações high tech ficaram ainda mais audaciosas e inteligentes. Aliar-se à tecnologia é movimento de ordem para sobreviver e ser competitivo no mercado. E para se adequar a essa realidade, fornecedores investem severamente para compartilhar tecnologias inovadoras para o agronegócio. 2. LAVOURA HIGH TECH: A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO O uso da tecnologia no mercado de agronegócios já é uma realidade. De acordo com um recente levantamento da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas no país já adotaram algum tipo de inovação tecnológica, dentro ou fora do campo. Responsável por 23% do PIB brasileiro, o segmento de agronegócios tem impulsionado a economia e, por isso, é imperativo que os players do setor especializem-se e conheçam as novas demandas tecnológicas para destacarem-se nesse mercado cada vez mais competitivo. O mais recente levantamento do Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) medido pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), apontou que a confiança de industriais do agronegócio aumentou no terceiro trimestre de 2017 na comparação com o trimestre anterior. Nesse cenário de recuperação econômica, a transformação digital é a resposta aos grandes desafios atuais do agronegócio. A tecnologia promove a praticidade, facilita a execução de tarefas na rotina diária do campo, além de possibilitar aos produtores rurais melhor planejamento, mensuração e utilização correta de uma infinidade de informações e dados, para otimizar a produção. Já existem hoje no mercado soluções avançadas de gestão com algoritmos desenvolvidos especificamente para atender as demandas desse setor. Desta forma, a agroindústria consegue alcançar seus objetivos operacionais, aumentar a produtividade e os ganhos de safra das fazendas, além de diminuir os custos. Seguindo a mesma linha de inovação, a mobilidade também chega como um fator essencial para a evolução do agrobusiness, já que a utilização de dispositivos móveis integrados a uma plataforma tecnológica promove inteligência ao processo de gerenciamento das fazendas. http://bit.ly/2AFP3vH http://bit.ly/2j0qFQR A utilização de drones no cultivo é outra ferramenta tecnológica que ganhou espaço na agricultura e na pecuária. Por tratar-se de um equipamento versátil, uma vez que é capaz de desempenhar diferentes funções na fazenda, o valor do investimento é justificável e rapidamente recuperável.Os softwares embarcados nos drones podem captar imagens georeferenciais em tempo real, identificar problemas e fornecer informações precisas de falhas no plantio, trechos com excesso ou falta d'água, pragas, entre outros dados que agilizam e tornam mais inteligente o processo de tomada de decisão. A agricultura de precisão traz mais eficiência no campo, diminuindo as perdas por meio de um processo de trabalho mais eficiente. Os agricultores contam hoje com soluções avançadas de controle das máquinas com auxílio de GPS, sistemas de mapeamento da colheita, além de softwares de gestão de toda a cadeia produtiva, que oferecem suporte à decisão agronômica. Abraçar a transformação digital exige não só a adoção das tecnologias disponíveis como manter-se à procura da próxima inovação tecnológica para o setor. Só assim será possível dar continuidade a este processo de evolução produtiva das operações no campo. 3.TENDÊNCIAS E TECNOLOGIA Cada vez mais tecnologias surgem para aplicação na agricultura e pecuária, como drones, equipamentos autônomos, big data, internet das coisas e melhoramento genético. Saiba mais no Estadão Summit Agro sobre as tecnologias e tendências que estão revolucionando o agronegócio no Brasil e no mundo. Com o crescimento do agronegócio brasileiro, que em julho de 2019 já contava com a participação de 25% no Produto Interno Bruto (PIB), o setor enfrenta desafios mais intensos, como concorrência internacional, problemas ambientais, demanda maior de alimentos por conta do crescimento populacional e preocupação crescente quanto ao uso de defensivos agrícolas. Em resposta a tais situações, produtores rurais estão buscando soluções diversas no emergente mercado das AgTechs, também conhecidas como agritechs, que operam em diversas categorias, entre elas agricultura de precisão, robótica, Internet das Coisas (IoT) e gerenciamento empresarial. Um mapeamento realizado pela consultoria KPMG conferiu que atualmente existem 135 empresas com soluções tecnológicas para o agronegócio e cerca de 7 mil startups com o mesmo tipo de iniciativa. Desde então, tratores sem motorista, drones sobrevoando plantações e sistemas de inteligência integrados ao maquinário estão se tornando cada vez mais comuns no cenário agrícola nacional, que antes dava exclusividade para a força de trabalho humana. 3.1 EFICIÊNCIA, FUNCIONALIDADE E SUSTENTABILIDADE O uso de tecnologias facilita a tomada de decisões pelo produtor rural, reduz custos de mão de obra e de quantidade de agrotóxicos ou fertilizantes utilizados nas plantações. Algumas delas são multifuncionais, como o drone, que, além de pulverizar as plantações, executa telemetria, registra imagens da área e pode ser complementado por um sistema de GPS ou gerenciamento, colhendo e analisando dados pertinentes de plantio, solo, identificação e contenção de pragas, reduzindo gastos com produtos químicos, auxiliando no uso acertado de defensivos ou insumos e reduzindo gastos por conta da menor quantidade de reposição. Softwares de gerenciamento ajudam o empreendedor rural a organizar documentações, informações financeiras e monitorar funcionários, frotas de veículos, maquinários, animais, irrigação e tempo de safra. Alguns programas têm como foco a integração de todos os sistemas, automatizando os processos e tornando possível a agricultura de precisão em conjunto com as outras tecnologias já mencionadas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 60% da população rural têm acesso à internet, tornando mais real a possibilidade de uso de novas tecnologias que necessitem de conexão com a rede para sua operação. Uma boa opção a ser cogitada é a Internet das Coisas, que interliga objetos físicos ao meio digital, podendo, por exemplo, programar armadilhas para pragas e aspersores para funcionarem somente quando a terra está seca. Assim, o mercado atual voltado para esse nicho conta com uma variedade enorme de utilidades, com preços acessíveis tanto para pequenos quanto para grandes produtores. E esse auxílio tecnológico é importante para que exista uma continuidade no progresso econômico e humano. 4.O IMPACTO DA TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO E OS DESAFIOS PARA 2021 O agronegócio é um setor que sempre contou com muitas inovações tecnológicas nas áreas de produção, máquinas, implementos e insumos, mas manteve-se distante, por muito tempo, das tecnologias de gestão e controle. O agronegócio é um setor que sempre contou com muitas inovações tecnológicas nas áreas de produção, máquinas, implementos e insumos, mas manteve-se distante, por muito tempo, das tecnologias de gestão e controle. Este cenário, no entanto, tem mudado radicalmente nos últimos anos com a adoção em massa deste tipo de tecnologia. De modo geral, estes modelos tecnológicos permitem aos gestores a obtenção de informações de seus ambientes internos e informações de mercado, com mais agilidade e assertividade para melhorar as tomadas de decisão, além de simplificar o compliance frente aos cenários fiscais dos países em que atuam. 4.1 O PODER DA TECNOLOGIA NO CRESCIMENTO DO AGRONEGÓCIO Em um ano atípico, como 2020, o setor do Agronegócio caminhou na contramão da economia e atingiu crescimento recorde em relação ao PIB brasileiro. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada ( Cepea ) , o agronegócio alcançou participação de 26,6% no PIB de 2020, contra 20,5% em 2019. De forma sucinta, podemos alinhar este crescimento significativo a esta adesão em massa de tecnologias de gestão empresarial, além das melhorias nas tecnologias de máquinas, implementos e insumos, como dito anteriormente. Este tipo de investimento garante mais controle, qualidade e agilidade para toda cadeia produtiva do agronegócio, além de permitir que o segmento produza maiores volumes dentro das mesmas áreas produtivas de anos anteriores. O período de pandemia em 2020, além de forçar o afastamento das pessoas e a descentralização de posições que geralmente estavam lado a lado nos escritórios, impulsionou ainda mais as exportações do país. Este cenário exige maior controle e rastreabilidade na produção e operação, além de protocolos mais rígidos de qualidade nas commodities vendidas. Ou seja, todo esse movimento leva à necessidade de grandes investimentos em tecnologia da informação, impactando diretamente na cultura de gestão e na digitalização dessas empresas. 5. DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO PARA 2021 Os desafios seguintes para o segmento estão vinculados, principalmente, à utilização de infraestruturas que entreguem segurança, escalabilidade, performance e estabilidade, além de permitirem total interconectividade para a centralização dos dados de software e automações (IoT). Estas infraestruturas serão responsáveis por simplificar a rotina das áreas que demandam tecnologias capazes de melhorar os processos de gestão e qualidade da informação. Além de um controle mais rígido e informações precisas sobre a gestão do negócio, este tipo de tecnologia possibilita o uso adequado dos recursos produtivos, evitando paradas e desperdícios e entregando previsibilidade para a cadeia de abastecimento. Desta forma, para interpor estes desafios, uma das principais tendências é a adoção de recursos de nuvem. Embora não façam parte das atividades fins do agronegócio, este tipo de tecnologia simplifica a disponibilidade de recursos computacionais para softwares e automação, além de trazer mobilidade e segurança para as operações, com investimentos totalmente aderentes as necessidades daquele determinado momento. 6.OS IMPACTOS TECNOLÓGICOS DA PANDEMIA NO AGRONEGÓCIO. Em tempos caóticos como os que estamos vivendo atualmente, com os impactos causados à sociedade devido ao Novo Coronavírus, o papel do agricultor ganha ainda maior relevância, para garantir que não faltem alimentosna mesa dos brasileiros e por ser a cara de um setor que tem sido a locomotiva da economia brasileira. O resultado é que, em um ano caótico como este, enquanto as previsões indicam que o PIB do País deve desmoronar, o do agro tem expectativa de crescimento de 2,5%. Em termos de produção agrícola propriamente dita, a pandemia parece não ter afetado em cheio o trabalho no campo. Isto porque a atividade agrícola, na sua essência, não gera grande aglomeração de pessoas nem ocupa locais densamente povoados. A atividade agrícola em si é, às vezes, bastante solitária (já que ocorre, geralmente, em locais afastados). Devido a estas características, mesmo em meio ao caos do COVID-19, o setor agrícola brasileiro continua a se sobressair economicamente. Entretanto, nem todas as culturas e operações do agro saíram ilesas do impacto econômico causado pela pandemia. Muitos produtores, principalmente os pequenos, tiveram problemas na comercialização de produtos. Setores como o de floricultura sentiram o impacto da queda de vendas e produtores de leite tiveram problemas com a falta de compradores, por exemplo. Com isso, muitos setores tiveram que se adaptar aos novos tempos e a adoção de tecnologias, em muitos casos, foi acelerada e tende a se manter, mesmo com a volta dos tempos sem pandemia. O próprio setor de floricultura, que sofreu no início da crise, já dá sinais de recuperação, com adaptações para o uso da tecnologia de leilões virtuais e comércio eletrônico de flores, conectando-se diretamente aos seus consumidores finais. https://especiais.estadao.com.br/canal-agro/negocios-rurais/produtor-mergulha-na-tecnologia/ Segundo um estudo realizado pela secretaria de agricultura de São Paulo, a pandemia fez com que a sanidade animal e vegetal ganhassem maiores proporções, exigindo maior controle, monitoramento e fiscalização desses padrões de qualidade, pois é um tema cada vez mais exigido pela demanda externa e interna. O rastreamento e a certificação dos produtos agropecuários devem ser intensificados, assim como o uso de tecnologias digitais como Blockchain, em que marcadores seguros garantem a origem e trajeto dos produtos do campo até o consumidor final.. Assim como em outros setores da economia, nos quais muitas pessoas que não estavam inseridas no cenário digital — professores, alunos, escolas, pessoas que apenas estavam habituadas em comprar em lojas físicas, entre outros — forçosamente passaram a utilizar a tecnologia, no agronegócio, muitas atividades que pareciam estar longe de uso da tecnologia digital em massa passaram a habitar este cenário. Essa mudança será sentida no agronegócio mesmo após o final da crise, com a presença de novas tecnologias e inovação em todo o setor agrícola. O cenário estabelecido pela pandemia acelerou ou até mesmo forçou setores do agro que não haviam se inserido na área digital a fazer parte da transformação digital do agronegócio. Além da aceleração do uso da tecnologia no agronegócio, mudanças de hábitos dos consumidores — pedidos por sistema delivery; muitas famílias voltaram a cozinhar em casa, demandando produtos mais frescos e saudáveis; feira na porta de casa entre outros comportamentos —, devido à pandemia, devem alavancar ainda mais o uso das mais diversas tecnologias no agronegócio. Tecnologias de agricultura de precisão, IoT (Internet das Coisas), sensores entre outras tecnologias que já vêm sendo destaque na digitalização do campo, antes mesmo da pandemia, não são o foco deste texto, embora estejam no cerne da revolução tecnológica do campo. Este texto visa descrever as diversas tecnologias http://www.apta.sp.gov.br/noticias/secretaria-de-agricultura-mostra-impactos-da-pandemia-em-dez-produtos-agropecu%C3%A1rios-paulista#:~:text=Secretaria%20de%20Agricultura%20mostra%20impactos%20da%20pandemia%20em%20dez%20produtos%20agropecu%C3%A1rios%20paulista,-Data%20da%20postagem&text=Para%20os%20pesquisadores%2C%20a%20pandemia,pela%20demanda%20externa%20e%20interna. https://www.venturus.org.br/o-que-e-blockchain/ que provavelmente terão o seu impacto acelerado no agronegócio como resposta aos efeitos causados pela pandemia. 7.AS TECNOLOGIAS QUE A PANDEMIA DEVE ALAVANCAR NO AGRO E-COMMERCE O comércio de insumos agrícolas, tradicionalmente, considera que a relação com os produtores agrícolas deva ser mais próxima, no olho-a-olho, via vendedores físicos ou distribuidores regionais. Iniciativas de comércio online (e-commerce) de produtos agrícolas ainda não têm, no campo, a mesma força que os grandes magazines de lojas online já representam em relação à população. Entretanto, com a atual pandemia, em muitos casos, o comércio online de produtos se tornou uma nova e atraente alternativa. Assim como na cidade, muitos consumidores que ainda não tinham o hábito de realizar compras online passam a conviver com esta situação no dia-a-dia. Acredita-se que a pandemia pode ter acelerado um processo de vendas online de insumos agrícolas. Da mesma forma que o comércio online como um todo foi impactado extremamente positivamente em detrimento às lojas físicas, a pandemia pode ter dado um impulso forte na adoção de compras online no agro. O agricultor, ao utilizar o e-commerce, passa a ter acesso imediato a cotação de preços e à possibilidade de verificar condições e preços de produtos concorrentes. Além disso, empresas vendedoras podem utilizar da Inteligência Artificial — área de estudo que busca desenvolver softwares que reproduzem habilidades humanas como reconhecimento de voz e imagem, produção de conteúdo e solução de problemas, no caso do agronegócio, identificando padrões de consumo do consumidor de insumos agrícolas — para compreender qual é o momento mais adequados para oferecer os produtos que negocia. Com a ciência de dados, conhecimento que caminha lado a lado com a iInteligência aArtificial, é possível desenvolver sistemas que consigam captar, por exemplo, o momento em que um agricultor realizará a compra de uma máquina agrícola ou fertilizantes. Algoritmos como os que as grandes empresas de comércio online utilizam — que, quando você pesquisa algum item que deseja comprar, logo oferecem muitas ofertas equivalentes no seu navegador —, poderiam ser adaptados aos consumidores agrícolas. Conectar-se ao cliente no momento mais adequado aumenta significativamente a possibilidade de sucesso em uma negociação agrícola. Por exemplo, um vendedor poderia identificar com maior facilidade o momento em que o agricultor de soja precisa comprar sementes e, na sequência, quando comprará fertilizantes, defensivos e todos os outros insumos. Já um horticultor, diferentemente do agricultor de culturas perenes, teria compras menores de insumo, mas mais distribuídas ao longo do ano. Na área de comércio de insumos agrícola, acertar o timing de oferta de produtos de acordo com o timing de compras do produtor é uma ferramenta extremamente valiosa. Um grande agricultor de soja faz apenas algumas compras de fertilizantes durante o ano, mas, quando fecha a compra, normalmente fecha volumes muito altos. Assim, saber identificar este momento para a empresa de insumos é muito importante. As plataformas e servidores de e-commerce já estão disponíveis há tempos, mas a pandemia certamente empurrou muitos potenciais clientes a se familiarizarem mais com esta alternativa de serviços. 7.1 FEIRAS/EVENTOS VIRTUAIS O isolamento social causou o cancelamento de vários eventos e feiras agrícolas. Entretanto, muitas empresas preferiram não ficar de braços cruzados e criaram eventos online para os seus potenciais clientes, a fim de manter o contato com o seu público mesmo em tempos de isolamento. Estas feiras virtuais permitem, em muitos casos, uma interação direta do visitante com o evento. A tecnologia permite que as visitas sejam moldadas de acordo com os gostos e características de cada visitante.Com criatividade, é possível criar experiências diferenciadas para cada perfil de cliente. Isso tudo baseado em tecnologia digital. Aplicando conceitos como “gamificação” (em que o usuário ganha pontos ao atingir as diversas fases ou objetivos), é possível saber se o visitante da feira teve interesse em ver a explicação de algum fornecedor, quanto tempo observou o estande de determinada empresa e quais eventos não foram interessantes para ele. Premiações individualizadas poderiam ser concedidas quando o visitante acessasse conteúdo específicos de patrocinadores, por exemplo. Não acredito que as feiras ou eventos físicos deixarão de acontecer quando a pandemia acabar, mas os eventos virtuais tendem a se sofisticar e permitir uma experiência diferenciada aos visitantes. E, com isso, a empresa consegue interagir e obter dados muito interessantes de cada cliente, verificando quais os interesses e foco de cada visita. Segundo dados da Coopercitrus, a versão digital da sua tradicional feira destinada aos cooperados teve um valor 30% superior de movimentação em relação à feira física do ano anterior. Sentiu-se um aumento de procura de empresas desejando a implementação de eventos virtuais no agro. E, na maioria dos casos, o foco tem sido o de se criar soluções customizadas aos clientes, ou seja, soluções que tentem passar a sensação de exclusividade a cada cliente, focando nos interesses de cada um. 7.2 RASTREABILIDADE DE PRODUTOS O tema da rastreabilidade de produtos já está em pauta no agronegócio há algum tempo. No entanto, o que se nota com a pandemia do Novo Coronavírus é que as exigências de se saber qual a origem do produto, o caminho por ele percorrido, os tratamentos nele executados, as transações realizadas e muitas outras informações cresceram significativamente tanto nos compradores de produtos, assim como os consumidores finais. E, dentro destas tecnologias de rastreamento e controle de transações, a tecnologia Blockchain tende a ser um dos principais focos. A tecnologia Blockchain funciona como um livro de razões que permite um alto nível de proteção de dados, com registros de cada ação e transação e imutabilidade de tudo que foi registrado. Além https://economia.estadao.com.br/noticias/agronegocios,com-mercado-aquecido-mosaic-amplia-investimentos,70003394113 disso, ela permite um armazenamento seguro dos dados e que estes dados fiquem distribuídos. Um conglomerado de empresas que atuam no agronegócio brasileiro (ADM, Bunge, Cargill entre outras) está lançando um projeto que espera ser o maior projeto de uso de Blockchain no agronegócio a nível mundial. Neste caso, a pandemia também só acelerou este processo. Algumas empresas já vêm desenvolvendo tecnologias de rastreabilidade dos produtos agrícolas com Blockchain, mas de forma isolada. A pressão internacional para a geração de mecanismos cada vez mais confiáveis e robustos, acelerada pela pandemia, certamente passa a ter um foco tecnológico de maior importância, deixando de ser uma opção a mais no monitoramento de produtos e se tornando quase uma obrigação, tamanha a demanda de informação que os consumidores mais exigentes pós-pandemia podem buscar nos produtos 7.3 TECNOLOGIAS MÓVEIS O isolamento gerado pela pandemia do COVID-19 trouxe um grande problema para muitos agricultores, principalmente os menores, nos aspectos que tangem à comercialização da produção. Não foram poucos os casos referentes a agricultores que tiveram grande prejuízo devido ao problema de escoamento da produção. Em muitos casos, com o isolamento social, produtores continuavam com a sua colheita (folhas, produtos hortícolas etc), mas com o fechamento de Ceasas, feiras e outros negócios, a produção em si não era o gargalo, mas, sim, a distribuição de produtos. Entre o pessoal do campo, o aplicativo Whatsapp é o mais utilizado e conhecido. Muitos produtores agrícolas se utilizaram da venda através de Whatsapp e ou Facebook, com entregas a domicílio. Este tipo de comunicação ajudou muitos produtores a terem um canal de escoamento da produção e, com isso, muitos agricultores puderam notar a necessidade de canais de distribuição com menos intermediários. https://www.blocknews.com.br/index.php/2020/04/20/comeca-no-brasil-uso-global-de-blockchain-por-adm-bunge-cargill-glencore-ldc-e-cofco/ Nesse contexto, uma das grandes oportunidades que a tecnologia poderia propiciar seria algo como criar uma aplicação de entrega a domicílio (como iFood ou Rappi) do campo. Produtores, quando tivessem seus produtos disponíveis, poderiam divulgar a sua produção, receber pedidos e receber infraestrutura para a realização das entregas. No outro ponto do sistema, os interessados pelos produtos agrícolas poderiam negociar tanto preço como forma de entrega. O isolamento social vai acabar, mas meios alternativos de comercializar a produção precisam ser pensados. Nessas novas estratégias, ganham tanto o produtor como o consumidor, visto que elas podem diminuir a quantidade de intermediários no negócio, aumentando a renda do vendedor ao mesmo tempo que permite ao consumidor adquirir produtos do agro mais frescos e a preços melhores. Conclusão O impacto da pandemia da COVID-19 no mundo não vai ser esquecido tão cedo. Os efeitos das mudanças pós-pandemia em toda a sociedade certamente vão influenciar em vários dos comportamentos da humanidade. No meio agrícola, mesmo que a atividade econômica em si não tenha sido tão impactada, alguns dos comportamentos dos atores do cenário agrícola certamente tenderão a mudar e muitas barreiras que existem em termos de tecnologia vão ser quebradas. O uso da tecnologia e seus mecanismos de interação entre as pessoas deverão sentir o reflexo destas mudanças. Se a tecnologia digital já vinha sofrendo uma revolução no campo anteriormente, o que se observa é que a pandemia só vai fazer acelerar o processo de digitalização do campo. Além das tecnologias de agricultura de precisão, IoT (Internet das Coisas), sensores etc — que já vêm tendo um forte impulso na agricultura (independente da pandemia) e estão sendo incorporadas ao dia-a-dia dos agricultores —, vários outros modelos de comunicação e interação entre agricultores, comércio e indústria devem ser acelerados (estes, sim, com impulso do isolamento) e, provavelmente, chegam para ficar. Apesar de algumas empresas e seus colaboradores possuírem uma vasta experiência em desenvolvimento com dispositivos móveis, elaboração de sistemas complexos de transações e atuação com ciência de dados. O mundo em pandemia e pós-pandemia necessita cada vez mais das inovações digitais também no agro, tanto dentro da porteira como fora dela.
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