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Procedimentos Especiais 1. Jurisdição voluntária e contenciosa Existem situações nas quais, mesmo sem a contenda judicial, faz-se necessário acionar o judiciário. Nesses casos, temos as chamadas: • JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: também chamada de graciosa. Não há lide, o Judiciário atua exercendo administração pública, de interesses privados. • JURISDIÇÃO CONTENCIOSA: existe um conflito entre as partes e o judiciário atuará para solucionar a lide. Ex: processo de conhecimento JURISDIÇÃO CONTENCIOSA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (Art. 719) . Existe lide . Não existe lide . Existem partes Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - Expor os fatos em juízo conforme a verdade; . Existem interessados Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial. II - Não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V - Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. . Juiz de legalidade estrita Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. . Juiz de equidade Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna. 2. Procedimentos especiais do NCPC O NCPC inovou, no quesito procedimentos especiais, em relação ao CPC/73. São eles: • TÍTULO III – DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS → Capítulo I: Da Ação De Consignação Em Pagamento: art. 539, CPC → Capítulo II: Da Ação De Exigir Contas: art. 550, CPC → Capítulo III: Das Ações Possessórias: art. 554, CPC → Capítulo IV: Da Ação De Divisão E Demarcação De Terras Particulares: art. 569, CPC → Capítulo V: Da Ação De Dissolução Parcial De Sociedade: art. 599, CPC → Capítulo VI: Do Inventário E Da Partilha: art. 610, CPC → Capítulo VII: Dos Embargos De Terceiros: art. 674, CPC → Capítulo VIII: Da Oposição: art. 682, CPC → Capítulo IX: Da Habilitação: art. 687, CPC → Capítulo X: Das Ações De Família: art. 693, CPC → Capítulo XI: Da Ação Monitória: art.700, CPC → Capítulo XII: Da Homologação De Penhor Legal: art. 703, CPC → Capítulo XIII: Da Regulação De Avaria Grossa: art. 707, CPC → Capítulo XIV: Da Restauração De Autos: art. 712, CPC → Capítulo XV: Dos Procedimentos De Jurisdição Voluntária: art. 719, CPC ▪ Seção I: disposições gerais ▪ Seção II: Das Notificações e da Interpelação – art. 726 ▪ Seção III: Da Alienação judicial: art. 730 ▪ Seção IV: Do Divórcio e da Separação Consensuais, da Extinção Consensual de União Estável e da Alteração do Regime de Bens do Matrimônio: art. 731 ▪ Seção V: Dos Testamentos e Codicilos: art. 735 ▪ Seção VI: Da Herança Jacente: art. 738 ▪ Seção VII: Dos Bens dos Ausentes: art. 744 ▪ Seção VIII: Das Coisas Vagas: art. 746 ▪ Seção IX: Da Interdição: art. 747 ▪ Seção X: Disposições Comuns à Tutela e Curatela: art. 759 ▪ Seção XI: Da Organização e da Fiscalização de Fundações: art. 764 ▪ Seção XII: Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemunháveis Formados a Bordo: art. 766 3. Ações mais utilizadas, nos procedimentos especiais a) Da Ação De Consignação Em Pagamento: art. 539, CPC Embora o pagamento espontâneo deva ser considerado como a forma primária e natural do cumprimento de uma prestação, não sendo a obrigação espontaneamente desfeita dessa forma, resta ao devedor, ou a qualquer outro interessado na extinção da obrigação, a via anormal do pagamento, através da Ação de Consignação em Pagamento, conforme o art. 539 do NCPC: Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. A ação de consignação em pagamento, é um mecanismo previsto pela lei civil, onde o sistema processual coloca à disposição do interessado uma via que lhe permite promover o depósito da coisa ou do valor devidos e, que, uma vez efetivada lhe confere a quitação da sua prestação, liberando-o da dívida e dos seus respectivos encargos. O devedor pode se valer, caso queira sanar uma dívida e não consegue fazê-lo, nas seguintes situações: • O credor se recusa a receber ou dar quitação (injustificadamente) • Por estar em local inacessível ou ignorado (por motivos alheios à sua vontade) • Por existirem dúvidas fundadas a respeito de quem pode, legitimamente, receber a quantia. ▪ Situações autorizadoras do pagamento em consignação → O PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO COMO MODO ANORMAL DE EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO Conforme o art. 304 do Código Civil, o pagamento representa o modo normal de extinção da obrigação, mediante o cumprimento espontâneo da prestação devida. Entretanto, não sendo a obrigação espontaneamente desfeita dessa forma – seja porque o credor se recusou injustificadamente a receber o pagamento ou a dar regular quitação, seja porque o devedor ficou impedido, por motivos alheios à sua vontade, de realizar o pagamento, seja, ainda, pela impossibilidade de realização do depósito extrajudicial da importância devida, ou da recusa, pelo credor, do depósito realizado pelo devedor –, resta a este último, ou a qualquer outro interessado na extinção da obrigação, a via anormal do pagamento por consignação: Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. .Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Então, se, no caso concreto, não é admissível o depósito extrajudicial da prestação ou, sendo, e o devedor não quer se utilizar dele (essa modalidade de depósito lhe é facultativa), deverá se valer da via judicial para se exonerar da dívida e dos respectivos encargos. Em outras palavras, essa modalidade de pagamento assume, nessa hipótese, a forma judicializada de desfazimento do vínculo obrigacional, daí o devedor, ou o terceiro interessado no pagamento, depender da realização do depósito judicial para a liberação da dívida, promovendo a ação de consignação em pagamento. O art. 335 do Código Civil enuncia as hipóteses de cabimento do pagamento por consignação, todas elas relativas ao mérito da ação de consignação em pagamento, quando proposta pelo devedor ou interessado que não quis, ou não pôde valer-se do depósito extrajudicial. Deduzida qualquer dessas situações como causa de pedir fática, sua não comprovação pelo autor-consignante, quando lhe couber o ônus probatório, implicará a rejeição do pedido pelo juiz Art. 335. A consignação tem lugar: I - Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, fordesconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. → RECUSA DO CREDOR É cabível o pagamento em consignação se o credor se recusar, injustificadamente, a receber o pagamento realizado pelo devedor, ou se negar a dar quitação. Diante de sua recusa em receber a coisa ou quantia ofertada, a inércia do devedor poderá acarretar em sua mora. Entretanto, se o credor aceitar a oferta de pagamento, sem, contudo, dar-lhe a quitação, o devedor pode optar pela consignação em pagamento, judicial ou extrajudicialmente (quando couber), do objeto da prestação. Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. “Quem paga mal, paga duas vezes” Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. → INÉRCIA DO CREDOR Compete ao credor buscar o pagamento do devedor. Por sua vez, quando não procurado pelo credor, o devedor pode se valer do pagamento em consignação para saldar sua dívida e se exonerar da obrigação e consequências. → CREDOR INCAPAZ, DESCONHECIDO, AUSENTE OU EM LOCAL DESCONHECIDO OU INACESSÍVEL Também é autorizada essa modalidade de pagamento quando o credor for incapaz de receber, não seja conhecido pelo devedor, houver sido declarado ausente, ou residir em lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difícil. a) Incapacidade do credor: Sendo incapaz o credor, o pagamento deverá ser feito na pessoa de seu representante legal (no caso de incapacidade absoluta), ou diretamente a ele, mas assistido por seu representante legal (no caso da incapacidade relativa). Ignorando o devedor quem seja o representante legal, ou se este recusar-se a receber ou a dar quitação em nome do credor absolutamente incapaz, ou, no caso de incapacidade relativa, a conceder a indispensável assistência, restará ao devedor valer-se da via consignatória. No entanto, é inadmissível o depósito extrajudicial da quantia devida, pois essa modalidade de extinção da obrigação pressupõe a capacidade civil do credor. b) Credor falecido: O credor original faleceu e o devedor, por ignorar quem seja seu herdeiro, desconhece a quem pagar. Como o único modo de liberar-se da obrigação é o pagamento, deverá promover ação de consignação em pagamento, pois também inviável, neste caso, o depósito extrajudicial. c) Credor ausente: O credor foi judicialmente declarado ausente (NCPC, arts. 744 e ss.), ao seu curador competindo receber e dar quitação. Se o devedor desconhece quem seja o curador, ou, mesmo o conhecendo, ignorar se ele tem poderes para receber e dar quitação, poderá valer-se da ação de consignação em pagamento para liberar-se da obrigação, igualmente não sendo possível, neste caso, lançar mão do depósito extrajudicial. d) Credor em local incerto, ou de acesso perigoso ou difícil: Como nesses casos é impossível ao devedor efetuar o pagamento, a ação consignatória representará a via adequada para a liberação da obrigação, inviabilizado o depósito extrajudicial a que alude o § 1º do art. 539 do NCPC. Observe-se, porém, que a presente hipótese se refere somente à dívida portável; sendo ela quesível, a inércia do credor caracteriza a hipótese acima. → DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO Ignorando o devedor a quem deva validamente efetuar o pagamento entre os pretendentes credores, poderá fazer uso do pagamento por consignação, promovendo a ação correspondente, também inviabilizado, neste caso, por evidente, o depósito extrajudicial. Assim, havendo disputa judicial entre terceiros a respeito de determinado crédito – e tornando-se exigível a prestação no curso do processo, sem que o devedor tenha certeza a quem deva satisfazê-la –, ou ele assumirá o risco do pagamento, pagando a qualquer dos contendores (CC, art. 344), ou procederá à consignação judicial da prestação, isentando-se das consequências da mora. → LITÍGIO SOBRE O OBJETO DO PAGAMENTO Mesmo sendo conhecido o credor, poderá haver litígio acerca do objeto do pagamento. Ou seja, o credor é certo, mas entre ele e terceiro trava-se disputa judicial tendo por objeto a quantia ou a coisa devida; consequentemente, não pode o devedor simplesmente efetuar o pagamento ao credor, pois, se o fizer, assume o risco de pagar mal. Terá, portanto, como única forma de livrar-se da obrigação, o pagamento por consignação, mediante a propositura da correspondente ação judicial, também sendo inviável, nessa hipótese, o depósito extrajudicial. → OUTRAS HIPÓTESES DE PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO Além daquelas até aqui examinadas, há outras hipóteses ensejadoras de pagamento por consignação: ▪ como na desapropriação (Decreto-lei no 3.365/1941, arts. 33 e 34, parágrafo único) ▪ na liberação de débito fiscal (CTN, arts. 156, VIII e 164). ▪ A ação de consignação em pagamento → EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO VIA JUDICIAL Uma vez constituída a obrigação, está somente será extinta, por meio do pagamento, no momento em que o devedor satisfaz o credor, cumprindo a prestação devida. Extingue-se, então, o vínculo obrigacional e os encargos e ônus dele eventualmente resultantes. Mas nem sempre a obrigação é voluntariamente desfeita dessa forma. A obrigação deixa de ser cumprida quando: ▪ o devedor se tornou inadimplente, não ofertando a prestação no tempo, lugar ou modo estabelecidos pela lei ou pelo contrato (mora do devedor ou mora solvendi – CC) ▪ próprio credor se recusa injustificadamente a receber o pagamento, ou a dar quitação (mora do credor ou mora accipiendi) ▪ o devedor ficou impedido, por motivos alheios à sua vontade, de realizar o pagamento. Nos dois últimos casos (mora accipiendi e impossibilidade de pagamento por motivo alheio à vontade do devedor), poderá a obrigação ser extinta por meio do pagamento por consignação (CC, arts. 334 a 345), que se perfaz com o depósito da quantia ou coisa devida, o qual, sendo aceito pelo credor ou vindo a ser declarado válido e suficiente por sentença judicial, tem o condão de extinguir a obrigação, liberando o devedor. Sendo inadmissível o depósito bancário ou dele não querendo valer-se o devedor, restar-lhe-á apenas a via judicial, com a promoção da ação de consignação em pagamento, também designada como ação consignatória. → LEGITIMIDADE ▪ Ativa: Estão ativamente legitimados a promover a ação consignatória o devedor e o terceiro juridicamente interessado no pagamento da dívida, como o fiador, o sócio etc. Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. ▪ Passiva: É conferida ao credor conhecido, àquele que alegue tal condição junto ao devedor ou, ainda, sendo desconhecido, ao credor incerto, a ser citado por edital, em seu favor intervindo, se for o caso, o defensor público ou aquele nomeado pelojuiz (curador especial – NCPC, art. 72, II e parágrafo único). O credor incapaz também figurará como réu, mas representado ou assistido por seu representante legal, também intervindo obrigatoriamente no processo, nesse caso, o órgão do Ministério Público, na qualidade de fiscal da ordem jurídica. Havendo dúvida quanto à titularidade do crédito, figurarão como litisconsortes passivos aqueles que se intitulam credores (os pretendentes ou sedizentes credores). → COMPETÊNCIA O art. 540 do NCPC estabelece regra de competência de foro, ou territorial, valendo como critério determinativo o lugar do pagamento da quantia ou coisa devida. Juízo competente, por sua vez, será o estadual, federal ou trabalhista, dependendo da qualidade da parte ou da natureza da prestação. Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. Como se trata de dívida quesível, entende-se que a mesma deve ser paga no domicilio do devedor. Logo, o foro competente é o do domicílio do devedor, conforme o Código Civil: Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. A competência territorial ou de foro é relativa, por definição. Logo, se a ação consignatória for ajuizada no foro incompetente, caberá ao réu (credor) alegar a incompetência relativa, em sede preliminar da contestação, sob pena de operar-se a prorrogação da competência (art. 65). Entretanto, o mesmo não se aplica à competência de juízo, que é absoluta e improrrogável. → LITISCONSÓRCIO Poderão figurar como réus (credores) duas ou mais pessoas – conforme a previsão do NCPC, tendo domicílios diferentes, nesse caso, prevalecerá a regra de competência territorial prevista no mesmo Código, podendo a ação consignatória ser proposta no foro de qualquer deles, à escolha do autor. Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. Contudo, se a prestação consignanda for quesível, ou seja, devendo ser paga no domicílio do devedor ou, se houver previsão de foro de eleição, a competência será, respectivamente, do foro do domicílio do -devedor consignante, ou do foro contratualmente eleito pelas partes. → PRESTAÇÕES SUCESSIVAS O NCPC refere-se às prestações sucessivas (ao invés de periódicas), como as originadas de contratos de trato sucessivo, cujo cumprimento perdura no tempo e compreende prestações também deferidas no tempo, repetindo-se em intervalos, regulares ou não. EX: aluguéis, prestações alimentares, mensalidades escolares, etc. Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. Ao promover a ação de consignação em pagamento, o autor deverá indicar na petição inicial, explicitamente, a prestação (ou prestações) vencida, objeto do pedido; neste também se incluem as prestações vincendas, à medida que se tornarem exigíveis e desde que tempestivamente depositadas no curso do processo. Algumas hipóteses devem ser consideradas, levando-se em conta a existência, ou não, de depósito extrajudicial anterior à propositura da ação consignatória: Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. § 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. § 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. § 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. § 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante. Realizado o depósito extrajudicial da prestação pecuniária, nada obsta, em caso de recusa do credor, que o devedor utilize a mesma conta bancária para a efetivação do depósito da prestação vencida imediatamente em seguida, se e quando, no momento de seu vencimento, ainda não estiver instaurado o processo consignatório. Se, entre a recusa do credor e o ajuizamento da ação consignatória (a ocorrer, no máximo, até 30 dias após aquela) vier a vencer nova prestação (v. g., prestação semanal, quinzenal), poderá o depositante depositá-la na mesma conta bancária, novamente cientificando o credor do depósito. E, tão logo ingresse em juízo com a ação consignatória, deverá juntar a petição inicial também com os documentos que comprovam esse segundo depósito e da respectiva cientificação do credor. A solução atende perfeitamente ao espírito da lei e possibilita aos interessados, sendo aceitos os depósitos, a imediata satisfação de seus interesses. Efetivado o depósito judicial, as prestações vincendas deverão ser depositadas, à medida que vençam, no processo a essa altura, já instaurado, até 5 dias a contar da data do respectivo vencimento. Não é necessária a citação do réu (credor) a cada novo depósito, bem como a impossibilidade de reabrir-se prazo para contestação, porque não há nova demanda a ensejar defesa; nada obsta, porém, a que o réu impugne qualquer dos depósitos, decidindo o juiz a respeito. A possibilidade de utilização do mesmo processo para a continuidade dos depósitos encontra sua razão de ser na natureza implícita do pedido consignatório, assim tornando desnecessária a propositura de nova ação a cada vencimento de nova prestação. Não sendo depositada qualquer das prestações vencidas no quinquídio legal (5 dias), com o consequente rompimento da cadeia de depósitos, essa prestação inadimplida ainda poderá ser depositada, antes do vencimento da próxima, com os acréscimos legais e ou contratuais, medida que melhor atende aos interesses das partes e aos escopos do processo; emendada a mora, restabelece-se a ordem de depósitos das prestações vincendas, até que sobrevenha a decisão judicial definitiva. Do contrário, permanecendo a situação de inadimplência, o juiz deverá proceder ao julgamento do pedido consignatório, acolhendo-o em parte, se e quando reconhecer que as prestações tempestivamente depositadas ensejaram o adimplemento parcial da obrigação, com a observância, então, do disposto no art. 86 e seu parágrafo, do NCPC. Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. → VALOR DA CAUSA Como a lei exige a atribuição de valor certo à causa, correspondente à sua expressão econômica (NCPC, art. 291), tem-se: ▪ Ação consignatória tendo por objeto coisa, será atribuído o seu valor de mercado ou,se for o caso, aquele indicado em contrato; ▪ Ação consignatória tendo por objeto prestação pecuniária única, o valor deverá correspondente ao dessa prestação; havendo prestações vincendas, o valor da causa corresponderá à soma delas, quando a obrigação for por tempo inferior a um ano, ou, finalmente, a uma prestação anual, se por tempo indeterminado ou superior a um ano. → DEPÓSITO JUDICIAL Exceto a existência de depósito extrajudicial anterior à propositura da ação consignatória (e desde que ele esteja comprovado, com a respectiva recusa do credor, por documentos que instruirão a petição inicial), caberá ao devedor promover o depósito da coisa ou da prestação pecuniária, em 5 dias, a contar do deferimento da inicial. O depósito de quantia certa será realizado em conta judicial, à disposição do juízo, com a incidência de juros legais e correção monetária. Nos casos em que o devedor não se valeu do depósito extrajudicial, ou deixou transcorrer inutilmente o prazo estabelecido de 1 mês (art. 539, NCPC) Não realizado o depósito no prazo legal (5 dias), o juiz decretará a extinção do processo, sem resolução do mérito, porque, na ausência do depósito, ficam inviabilizadas tanto a oferta de defesa pelo credor-réu (ou a aceitação, por ele, da quantia ou coisa devida), quanto a faculdade de eventual complementação pelo devedor (NCPC, art. 545). Além disso – e principalmente –, a ausência do depósito contraria a própria razão de ser da ação consignatória, pois é ele o elemento liberatório dos riscos da dívida e instrumento de extinção da obrigação. Afinal, declarada por sentença a sua idoneidade (integralidade e pertinência da quantia ou da coisa depositada), o depósito faz cessar os juros e os riscos da dívida e libera o autor consignante do vínculo obrigacional. Assim que efetivado, o depósito produzirá os seguintes efeitos materiais: a) a liberação do devedor do vínculo obrigacional: satisfeita a prestação devida, dá-se a extinção da obrigação b) a cessação dos juros: feito o depósito da quantia devida e acolhido, ao final, o pedido consignatório, estará o devedor desobrigado dos juros. Há, contudo, divergência se os juros que deixarão de incidir são apenas os convencionais (juros da dívida) ou também os moratórios. Inexiste dúvida, no entanto, de que serão devidos os juros anteriores à satisfação da prestação, daí a necessidade de sua inclusão no depósito; já os juros moratórios não fluem se estiver caracterizada a mora accipiendi (credor). c) a transferência dos riscos da dívida para o credor: com o depósito, transferem- se os riscos da dívida ao credor-réu, invertendo-se a regra res perit debitoris para res perit creditoris; ou seja, efetuado o depósito (e desde que ele seja aceito pelo credor ou judicialmente declarado idôneo), os eventuais riscos derivados da obrigação transferem-se ao credor, que os suportará; se a coisa depositada vier a depreciar-se ou deteriorar-se antes do provimento judicial favorável ao devedor (consignante), ainda assim o credor-réu suportará os prejuízos daí advindos, pois o efeito declaratório da sentença é ex tunc. → CITAÇÃO DO RÉU Uma vez efetivado o depósito, daí – e só então – será ordenada a citação do réu, para que oferte resposta no prazo de 15 dias úteis. Antes de ordenar a citação, deverá o juiz aguardar a realização do depósito, pois a concretização daquele ato processual depende da litispendência do processo e esta, por sua vez, da realização tempestiva do depósito, haja vista a previsão de extinção anormal conforme o NCPC: Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ; II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito. Concretizada a citação, em qualquer das modalidades previstas em lei, no prazo legal, o réu (credor): a) não oferta resposta tempestiva: e, decretada sua revelia por ausência de contestação oportuna, uma das seguintes hipóteses irá concretizar-se: • sendo o réu (credor) capaz e tendo sido citado pessoalmente, o juiz acolherá de plano o pedido formulado pelo autor e declarará extinta a obrigação, condenando o primeiro a pagar as custas e os honorários advocatícios, salvo se ocorrente qualquer das hipóteses enunciadas no art. 345 do mesmo diploma legal; Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art539%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344 I - Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II - O litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. • sendo incapaz, o representante do Ministério Público intervirá no processo, sem prejuízo da representação legal do réu assistido • se o réu não estiver sujeito ao efeito da revelia e descouber, ainda, o julgamento antecipado do pedido (não há necessidade de produção de prova), o juiz procederá exarando decisão de saneamento e organização do processo • estando o réu preso, ou tendo sido citado fictamente (com hora certa ou por edital), o juiz designar-lhe-á defensor público, que deverá ofertar contestação b) comparece em juízo, por si ou procurador e aceita, sem ressalvas, a quantia ou a coisa depositada, dando a devida quitação: caracterizado, então, o reconhecimento da procedência do pedido, o juiz o homologará por sentença, com a consequente extinção do processo, com resolução de mérito, respondendo o réu pelo pagamento das custas e honorários advocatícios : Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; c) oferta contestação → DIREITO DE ESCOLHA DA COISA DEVIDA Tanto nas obrigações de dar coisa incerta, quanto nas obrigações alternativas, é direito do devedor a escolha da coisa a ser entregue ao credor, salvo se estipulado de forma diversa. Dessa forma, o NCPC prevê a respeito da escolha e depósito da coisa, a saber: tendo o credor-réu o direito de escolher a coisa devida, será citado para: ▪ exercê-lo no prazo de 5 dias, se outro não constar da lei ou contrato; ▪ para aceitar que o devedor o faça, fixando o juiz, ao despachar a petição inicial, o lugar, dia e hora em que se dará a entrega da coisa, sob pena de depósito. Comparecendo o credor-réu (ou terceiro, em seu nome), ao escolher e receber a coisa objeto da prestação devida, dará quitação ao devedor, competindo ao juiz proceder, neste caso, de acordo com o NCPC. Não comparecendo o credor, caberá ao devedor a escolha, com a observância do disposto na última parte do art. 244 do CC, efetivando-se então o depósito. Observe- se que o não comparecimento do réu para a escolha da coisa não o impedirá de ofertar resposta oportuna. Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. → DEFESAS DO RÉU (CREDOR) – ART. 544, ncpc Efetivado o depósito e citado o réu (ou apenas citado, no caso de o depósito já haver sido realizado extrajudicialmente), ele poderá: • aceitá-lo e levantá-lo, • permanecer omisso • ofertar resposta, consistente em contestação e/ou reconvenção Contestando, poderá deduzir não apenas as defesasde mérito enunciadas nos incisos do art. 544 do NCPC: também lhe é facultado arguir, em sede preliminar, qualquer das defesas (contestação) e, ainda, outras tantas no que tange ao mérito da causa, como a falsidade da afirmação do autor no sentido de que estava em local incerto ou inacessível, ou, ainda, que fosse ignorado por ele o verdadeiro titular do crédito objeto do depósito. Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: I - Não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; II - Foi justa a recusa; III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; IV - O depósito não é integral. Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido. • I - Não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida: Se o réu (credor) sustentar a inocorrência de recusa ou de mora no recebimento da quantia ou da coisa devida (e sendo a dívida de natureza portável), é do autor (devedor) o O art. 544 não esgota o rol das matérias de defesa ônus da prova do fato constitutivo de seu direito, cabendo-lhe demonstrar haver diligenciado, sem sucesso, o pagamento junto ao credor; tratando-se de dívida quesível, bastará ao autor (devedor) afirmar que o réu não foi, nem mandou buscar a prestação devida, no tempo, lugar e modo convencionados, competindo ao credor, neste caso, o ônus de provar que diligenciou o recebimento. • II - Foi justa a recusa: O réu (credor) poderá reconhecer a recusa afirmada na petição inicial, mas fundar sua defesa na justeza de seu comportamento, alegando, por exemplo, a ausência de qualquer dos requisitos do pagamento, à época da oferta da prestação pelo devedor, circunstância que invalidaria aquele ato extintivo da obrigação. Apresentada essa sua linha de defesa, será dele o ônus da prova. III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento: É lícito ao réu sustentar, em sua contestação, que o depósito de prestação portável não foi realizado pelo autor no prazo ou no lugar do pagamento, hipótese que enseja uma série de considerações: a) ao referir-se à inadequação do lugar do depósito e à intempestividade de sua ocorrência: o Código autoriza a apresentação de defesa fundada na imprestabilidade da prestação, quando esta tenha por objeto uma coisa, não uma determinada quantia em dinheiro, pois as prestações de natureza pecuniária jamais se tornam inúteis; aliás, ainda que o devedor de prestação pecuniária já esteja em mora, mas queira furtar-se aos seus efeitos, poderá pleitear o depósito, com o acréscimo das importâncias devidas a título de ressarcimento pelos prejuízos impostos ao credor até a data de sua efetivação. No entanto, se o autor (devedor) for devedor de prestação de dar ou de restituir coisa e já se encontrar em mora por ocasião do depósito (sendo inútil, a essa altura, a prestação dele objeto), deverá o credor-réu fundar sua defesa nessa inutilidade da prestação, decorrente da intempestividade do depósito e da inadequação do local onde foi realizado; b) sendo a dívida portável, o local do pagamento é o do domicílio do credor, ou outro lugar por ele designado contratualmente; tendo natureza quesível, o local do pagamento coincidirá com o do domicílio do devedor, ali devendo o credor buscar o pagamento; se o devedor ofertou a prestação portável em local diverso do estabelecido, estará, só por isso, em mora , sendo justa, portanto, a recusa do credor em recebê-la. E, efetivado o depósito pelo devedor, a defesa do credor também poderá vir fundada no inciso III; c) a circunstância de ter sido o depósito realizado em local diverso daquele do pagamento: poderá ensejar ao réu a arguição de uma defesa processual indireta e outra de mérito, isto é, poderá tanto arguir a incompetência de foro, quanto apresentar contestação fundada na inadequação do depósito, pois inconfundíveis as defesas relacionadas ao processo, à ação ou ao mérito da causa. Ao sustentar que o depósito não foi efetivado no lugar do pagamento, o réu estará deduzindo defesa de mérito, negando o fundamento do pedido deduzido pelo autor; atacando a validade do processo, via arguição da incompetência territorial, ele visa, simplesmente, dilatar a relação processual no tempo, retardando o pronunciamento jurisdicional sobre o mérito. Acolhida a primeira defesa, impõe-se o decreto de rejeição do pedido consignatório; acolhida a segunda, o processo será encaminhado ao órgão territorialmente competente para processar e julgar a ação – circunstâncias indicativas de que as regras processuais pertinentes à fixação da competência territorial não se confundem com aquelas de direito material atinentes ao lugar de pagamento. Então, mesmo vindo a ser repelida a arguição de incompetência de foro, ou ocorrendo a prorrogação convencional tácita da competência, nem por isso deverá o juiz reconhecer, ao pronunciar-se sobre o mérito, que o depósito foi adequadamente efetuado no local do pagamento. IV - O depósito não é integral: Finalmente, o réu poderá alegar a não integralidade do depósito, sob o argumento de que a quantia ou a quantidade de coisas depositadas não corresponde à totalidade da dívida. Adotando essa linha de defesa, compete-lhe indicar o montante que repute devido, sob pena de ser desconsiderada a sua alegação, até porque, vindo a ser rejeitado o pedido consignatório, o juiz condenará o autor-consignante ao pagamento da diferença reclamada pelo credor-réu, mercê da natureza dúplice, nesta hipótese, da ação consignatória. Ou seja, sendo a contestação fundada na insuficiência do depósito, a ação de consignação em pagamento assume natureza dúplice e, rejeitado o pedido formulado pelo autor, o juiz o condenará, independentemente da oferta de reconvenção pelo réu, a satisfazer o montante devido (a diferença apontada na contestação); e como a sentença conterá carga condenatória, valerá como título executivo judicial, incidindo, então, o disposto nos arts. 520 e ss., do NCPC. Observe-se, de outra parte, que se a quantia (ou a coisa) depositada for inferior (ou diversa, em qualidade ou quantidade) àquela efetivamente devida, o réu irá defender-se com a alegação de que o depósito não atende à plenitude de seu crédito. Reconhecendo o autor a pertinência dessa impugnação, poderá complementar o depósito, no prazo estabelecido pelo art. 545 (10 dias), salvo se a prestação já houver se tornado inútil ou impossível, a impor a rescisão do contrato. → COMPLEMENTAÇÃO DO DEPÓSITO Alegando o réu a insuficiência do depósito realizado pelo autor, seja ele o extrajudicial (NCPC, art. 539, § 3º) ou o judicial (art. 542, IV), cumpre-lhe indicar o exato montante que entenda devido, discriminando as verbas (ou os bens) que o integram, pois a não indicação acarretará a pura e simples desconsideração dessa defesa. Caso em que estará, tecnicamente, na mesma situação do réu revel (credor), sofrendo as consequências que daí advêm. Além disso, a não discriminação dos elementos integrantes da prestação que o réu considera devida poderá gerar dúvidas que inviabilizem o exercício, pelo autor, da faculdade legalmente assegurada de complementar o depósito já realizado. Finalmente, apenas quando se tratar de prestação líquida (liquidez que diz respeito, neste caso, à diferença existente entre a quantia ou quantidade de coisas já depositadas pelo autor e aquela reputada devida pelo réu) é que existirá o título executivo judicial, bastando, quando for o caso, proceder à prévia liquidação. Reconhecendo o autor a pertinência da defesa calcada na insuficiência do depósito, poderá complementá-lo em 10 dias, a contar da data em que for cientificado do teor da contestação. É evidente que nem sempre será possível a complementação, como decorre do previsto no NCPC: se a prestação devida já se tornou imprestávelao réu, não aproveitará ao autor o exercício da faculdade conferida por lei, respondendo ele, isto sim, pelas perdas e danos decorrentes de sua mora. Evidente, ainda, que a prestação só será eventualmente imprestável quando tenha por objeto a entrega ou restituição de coisa; sendo prestação pecuniária (obrigação de dar dinheiro), ela sempre será útil ao credor. Convém atentar para duas consequências decorrentes da complementação: ▪ se a única alegação do réu foi a insuficiência do depósito, a sua complementação pelo autor implicará a prolação de sentença de mérito, pois o motivo da recusa deixou de existir ▪ tendo o réu deduzido outras defesas, a complementação terá apenas o condão de reduzir os limites da controvérsia, mas não o de eliminá-la, devendo o processo prosseguir até a decisão final que solucione as questões remanescentes. Interessante observar que, nesse caso, a complementação do depósito pelo autor- consignante equivale ao reconhecimento da procedência da defesa pelo autor, hipótese não encartada no rol das decisões de mérito. Mesmo que o autor não complemente o depósito, ainda assim poderá o credor-réu levantar a quantia ou coisa depositada, pois a controvérsia estará limitada exclusivamente à diferença por ele reclamada, hipótese em que se justifica o julgamento antecipado parcial do mérito. Essa antecipação permite ao credor-réu, sem prejuízo da contestação ofertada, o levantamento da quantia ou da coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. Trata-se, pois, de providência extremamente benéfica, quer por ensejar ao autor a sua desoneração dessas prestações, livrando- se, no que a elas respeita, dos riscos e ônus da mora, quer por permitir ao réu a pronta satisfação desses créditos. Importante salientar, na sequência, que o levantamento do depósito cabe também na situação do inc. I do art. 544 (I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida) e não, exclusivamente, em se tratando de contestação fundada na insuficiência do depósito. Existem algumas situações relacionadas à não complementação do depósito: a) o autor não complementa o depósito, mas o juiz se convence, ao final, da correção e adequação daquele originalmente realizado: deverá acolher o pedido consignatório e declarar extinta a obrigação, arcando o réu com o ônus de sucumbência, pois se revelou injustificada a sua resistência; b) reconhecida a insuficiência do depósito, o juiz adotará uma, entre as seguintes providências: ▪ se o réu não efetuou o levantamento do depósito, facultado (mas não imposto!) pelo § 1º do art. 545, será rejeitado o pedido consignatório, arcando o autor, com exclusividade, com as consequências decorrentes da sucumbência; e, independentemente de dedução de pedido reconvencional pelo réu (mercê da natureza dúplice, neste caso, da ação consignatória), o autor consignante será ainda condenado ao pagamento (ou à entrega) da diferença da quantia (ou da coisa) devida, valendo a sentença como título executivo judicial, a permitir ao credor-réu a sua execução. Apelação que vier a ser interposta à sentença terá o denominado efeito suspensivo (NCPC, art. 1.012), razão pela qual a execução só poderá ser a definitiva, no aguardo do trânsito em julgado material daquele ato decisório; ▪ se o réu levantou o depósito, as consequências serão idênticas às enunciadas no item anterior, seja porque o levantamento atinge apenas as parcelas incontroversas, não autorizando a conclusão de que, ao levantá-las, ele tenha reconhecido a pertinência e a suficiência do depósito, seja porque, caso reconhecida judicialmente, ao final, a não integralidade do depósito, estará demonstrada a correção da conduta do réu ao recusá-lo, nos moldes em que foi efetivado pelo autor, circunstância suficiente, por si só, a ensejar a rejeição do pedido consignatório. → DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO Ignorando o devedor quem seja o credor ou, ainda, duas ou mais pessoas comparecerem perante ele intitulando-se titulares do mesmo crédito, torna-se impossível, ou potencialmente perigoso, o cumprimento a obrigação, seja por desconhecer a quem efetuar o pagamento (na primeira hipótese), seja por não poder efetuá-lo a qualquer dos pretendentes credores (na segunda), sob pena de pagar mal e sofrer as consequências que daí advirão (“quem paga mal, paga duas vezes”). Consequentemente, o devedor deverá promover a ação consignatória, competindo ao juiz decidir, ao final, quem é o legítimo credor. Interpretação apressada do artigo sob exame poderia levar à errônea conclusão de que ele se refira exclusivamente à hipótese do inc. IV do art. 335 do CC (dúvida quanto à legitimidade para receber o pagamento). Assim não é, porém, pois ele também terá incidência no caso de a dúvida resultar do absoluto desconhecimento de quem possua a qualidade de credor. Conhecendo o autor os pretendentes credores, estes serão pessoalmente citados; não os conhecendo, ou estando em local inacessível, ignorado ou incerto, a citação será realizada por edital, devendo intervir no processo o Defensor Público, caso ocorra a revelia de qualquer deles. → POSTURAS DO RÉU Proposta a ação consignatória, efetivado o depósito e citados os réus em litisconsórcio necessário – mas não unitário –, uma, entre três hipóteses, poderá ocorrer: ▪ nenhum deles comparece no processo; ▪ comparece apenas um; e ▪ comparecem dois ou mais (art. 548). a) revelia: não comparecendo ao processo qualquer dos réus, o juiz decretará a revelia de todos e proferirá sentença de procedência, declarando a correção e a integralidade do depósito realizado pelo autor, procedendo-se, em seguida, à conversão do depósito em arrecadação de coisas vagas. b) comparecimento de um litisconsorte passivo: nesse caso, demonstrando o comparecente, documentalmente, o seu legítimo direito à quantia ou à coisa depositada, o juiz proferirá sentença de procedência, declarando efetuado o depósito, liberando o autor-devedor da obrigação e deferindo o levantamento do depósito em favor do réu-credor. Cumpre alertar, porém, que apesar de o art. 548, II, prever o julgamento de plano, eventualmente será necessária a instrução probatória, possibilitando ao réu comparecente a comprovação de seu direito por prova diversa da documental; se este não comprovar o seu direito sobre a coisa ou a quantia depositada, declarar-se-á, por sentença, efetuado o depósito e liberado o autor- devedor da obrigação, procedendo-se à conversão do depósito em arrecadação de coisas vagas c) comparecimento de dois ou mais litisconsortes passivos: há três hipóteses a considerar: ▪ 1ª - O depósito é impugnado, sob o argumento de não ser integral: sendo possível a complementação pelo autor, após a sua realização o juiz procederá nos moldes do art. 545 do NCPC; Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. § 1º No caso do caput , poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. § 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. ▪ 2ª - Há impugnação ao depósito, ao argumento de inexistência de dúvida acerca da titularidade do crédito, ou de ocorrência de qualquer das circunstâncias apontadas no inc. III do art. 544: o processo prosseguirá, com a observância do procedimento comum (art. 316), mantidas as mesmas partes. O mesmo sucederá se, impugnado o depósito por não serele integral, for impossível – ou não requerida – a sua complementação pelo autor. ▪ 3ª - O depósito não é impugnado por qualquer dos réus: o juiz o declarará efetuado e o autor-consignante liberado da obrigação, com sua consequente exclusão do processo; este então prosseguirá unicamente entre os réus, que assumirão, a partir daí, a dupla condição de sujeitos ativos e passivos da relação jurídica processual, adotado o procedimento comum. Por outras palavras, com a exclusão do autor original opera-se a movimentação e a acomodação das partes remanescentes na relação jurídica processual já instaurada e, no mesmo processo, caberá ao juiz decidir a questão pertinente à titularidade do crédito. No regime do NCPC, esse ato liberatório do autor original tem natureza de decisão interlocutória de mérito e, apesar da singularidade da situação, pode ser encartado na hipótese prevista no inciso I do art. 356, comportando impugnação, se for o caso, por agravo de instrumento. → NATUREZA DA SENTENÇA A ação consignatória tem objetivo declaratório, pois o autor pretende obter provimento jurisdicional declaratório da idoneidade e suficiência do depósito, ou seja, busca liberar-se da obrigação, mediante o depósito da coisa ou quantia devida, depósito este que tem, ele sim, eficácia desconstitutiva do vínculo obrigacional : Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação. Depositada a coisa ou a quantia devida, cessam imediatamente os riscos e a responsabilidade derivados da obrigação, sempre que a sentença ao final proferida contenha a declaração positiva da correção e da suficiência do depósito. Rejeitado o pedido consignatório (em razão do reconhecimento, por exemplo, da inidoneidade ou da insuficiência do depósito), permanecerá íntegro o vínculo obrigacional, arcando o devedor com todas as consequências legais e contratuais derivadas da mora ou de eventual inadimplemento absoluto. Não se perca de vista, porém, a situação prevista no último parágrafo do art. 545 do NCPC (condenação do autor ao pagamento da diferença do depósito), quando, então, a sentença também terá carga condenatória e valerá como título executivo judicial. → ENFITEUSE Também denominado enfiteuse ou aprazamento, o aforamento civil, incluído no rol dos direitos sobre coisas alheias, representa “um direito real e perpétuo de possuir, usar e gozar de coisa alheia e de empregá-la na sua destinação natural se lhe destruir a substância, mediante o pagamento de um foro anual invariável”. A Enfiteuse, também denominada aforamento ou emprazamento, é o negócio jurídico pelo qual o proprietário (senhorio) transfere ao adquirente (enfiteuta), em caráter perpétuo, o domínio útil, a posse direta, o uso, o gozo e o direito de disposição sobre bem imóvel, mediante o pagamento de renda anual (foro) Ficam mantidas as enfiteuses administrativas, constituídas sobre bens públicos dominiais (geralmente, terrenos de marinha e acrescidos) e regidas por legislação própria (v. art. 49, § 3º, Decreto-lei 9.760/1946 e Lei 9.636/1998). Como previsto no art. 693 do CC/1916, após dez anos de constituição do aforamento era assegurado ao enfiteuta (ou foreiro) o direito de resgatá-lo, pagando ao senhorio direto o laudêmio, equivalente a 2,5% (dois e meio por cento) do valor atual da propriedade, mais dez prestações anuais (foros), ficando assim consolidada a sua propriedade plena sobre o imóvel. Recusado o resgate pelo senhorio direto, o foreiro poderia promover ação consignatória, depositando as quantias correspondentes ao laudêmio e foros. Tendo em vista o que dispõem o diploma civil e o art. 549 do NCPC, dois alertas são necessários: ▪ relativamente às enfiteuses civis ainda existentes, é proibida a cobrança de laudêmio ou prestação análoga na transmissão de bem aforado (CC, art. 2.038, § 1º, inc. I); ▪ a remissão de enfiteuse administrativa, nas restritas hipóteses em que admitida, fica subordinada, primeiro, a expressa autorização administrativa, motivada pela superveniente insubsistência dos motivos que determinaram a aplicação do regime enfitêutico (Decreto-lei 9.760/1946, art. 103, inc. III, incluído pela Lei 11.481/2007) – ou seja, o foreiro não tem direito à remissão – e, segundo, ao pagamento de importância correspondente a 17% (dezessete por cento) do valor do domínio pleno do terreno (idem, arts. 122 e 123, este, com a redação dada pela Lei 9.636/1998). Dessas previsões legais é lícito extrair-se a conclusão de que o art. 549 do NCPC (simples repetição, em última análise, do art. 900 do CPC/1973) não terá aplicação prática. b) Ações possessórias – art. 554, ncpc Segundo o código civil, possuidor é aquele que tem de fato o exercício de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. A Ação possessória é utilizada sempre que a causa de pedir de um processo, tiver como fundamento a posse. Somente as ações possessórias seguem procedimento especial. O NCPC prevê três ações possessórias, são elas: Sempre que a causa de pedir de um processo, tiver como fundamento a propriedade, fala-se de ação petitória! Dentre as petitórias, há ainda as ações de imissão na posse e a reivindicatória, que buscam a obtenção da posse a partir de sua propriedade, seguindo procedimento comum, não havendo previsão específica dessas demandas no ncpc; ▪ Reintegração de posse ▪ Manutenção da posse ▪ Interdito proibitório Existem algumas diferenças no procedimento das possessórias: 1. Possibilidade de liminar: cabe liminar na possessória, na hipótese de posse nova (= posse de – de 1 ano e 1 dia). Essa liminar é diferente de tutela provisória (art. 294, NCPC), trata-se de uma liminar com requisitos distintos: prova da posse e tempo de moléstia. Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 2. Fungibilidade das ações possessórias: em razão do dinamismo dos fatos em relação à posse, mesmo que o autor ajuíze uma determinada ação e a situação se transforme em outra, desde que comprovados os fatos, o juiz deve levar em consideração a ação proposta e conceder a proteção possessória. No caso de esbulho (perda da posse) No caso de turbação (perturbação da posse, sem perde-la) No caso ameaça de ser molestado na posse Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando- se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. § 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. § 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais,podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. 3. Ausência de justificação: caso o juiz não se convença, através dos documentos, a respeito da concessão ou não da liminar, deve ser designada audiência de justificação para formar a convicção do magistrado, conforme o NCPC. Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. A petição inicial da possessória deve trazer, em seu bojo: Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. A inicial pode cumular pedidos. Além da proteção da posse: Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - Condenação em perdas e danos; II - Indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - Evitar nova turbação ou esbulho; II - Cumprir-se a tutela provisória ou final. Na contestação, o réu pode formular pedidos em face do autor: Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. No que diz respeito à litígio coletivo pela posse ou propriedade de um imóvel, o NCPC traz novidades. Nas possessórias em que figure grande número de pessoas no polo passivo, serão feitas: ▪ citações pessoais: dos ocupantes encontrados no local, ▪ citações por edital: dos que não forem encontrados no local Quando o esbulho ou a turbação tiverem ocorrido há + de 1 ano e 1 dia, antes de apreciar o pedido de liminar, o juiz deve designar audiência de mediação, que deverá realizar-se em até 30 dias. O que será feito pela reconvenção, dentro da própria contestação. Determina-se a intimação do Ministério Público. No caso de haver pessoas com hipossuficiência de recursos, determina- se a intimação da Defensoria Pública. Para essa citação, o oficial de justiça se dirige ao local apenas uma vez. Não encontrando a pessoa a ser citada, a citação é feita através de edital. O juiz determina ampla publicidade dessa ação e dos atos processuais, podendo até utilizar-se de anúncios de jornal ou radio local, publicidade em cartazes na região do conflito e outros meios. Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmada na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. Se a liminar possessória for concedida, mas não for executada, no prazo de 1 ano (a contar da data da distribuição), o juiz terá que designar audiência de mediação, com a presença de membro do MP, conforme o art. 565 do NCPC: § 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo. § 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. O juiz pode ainda, por ofício ou por requerimento das partes, comparecer ao local do conflito, realizando uma inspeção judicial, se sua presença se fizer necessária para a efetivação da tutela jurisdicional. Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa. Os órgãos responsáveis pela política agrária e urbana da União, Estado e Município, onde estiver situado o conflito, podem ser intimados para a audiência, manifestando seu interesse na lide, sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito. c) Ação de exigir contas – art. 550, ncpc Algumas relações jurídicas impõem a obrigação de uma das partes prestar contas à outra. Essa situação se configura em casos que, por força dessa relação jurídica, uma parte administra negócios ou interesses alheios. Quem administra deve indicar de forma detalhada todos os créditos e débitos da sua gestão. Essa prestação de contas demonstra o resultado da gestão, proporcionando a possibilidade de saber a existência de saldo em favor de alguém. A ação de prestação de contas divide-se em: ▪ ação de exigir contas ▪ ação de dar contas. Diferem-se quanto a quem toma a iniciativa de entrar com a ação. Quando não houver necessidade de nenhum tipo de aclaramento, não será admitida a ação de prestação de contas, pois esta é sua finalidade. Para que haja interesse na ação, é preciso que: ▪ quem tenha obrigação de prestar contas se recuse a prestá-las ▪ haja divergência quanto ao saldo apresentado. O novo Código de Processo Civil contemplou apenas a ação de exigir contas como procedimento especial, sendo a ação de dar contas processada pelo rito comum. Apesar de existir situações específicas, as hipóteses de relações jurídicas que dão ensejo à prestação de contas estão previstas em lei espaças do nosso ordenamento jurídico. ▪ O Código Civil de 2002: menciona obrigações do tutor e curador, a do sucessor provisório, a do inventariante e testamenteiro, e a do mandatário frente ao mandante como situações que resultam em tal obrigação. ▪ O Código de Processo Civil: cita os casos do administrador da massa na insolvência, do imóvel ou empresa no usufruto, do curador da herança jacente e do depositário. ▪ No direito Comercial: temos as seguintes hipóteses: contrato de sociedade, contrato de comissão e mandato mercantil, e no caso do administrador da falência. → NATUREZA DA AÇÃO DE PRESTAR CONTAS A ação de prestação de contas tem natureza dúplice, caso a sentença declare que existe saldo em favor do credor, este poderá ser cobrado em execução forçada, seja em favor do autor ou réu. Desta forma afirma o Novo código de processo civil: Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. O réu pode, em sua defesa, por meio da própria contestação, formular sua pretensão, não havendo necessidade da reconvenção. Sendo assim, o magistrado pode reconhecer a existência de crédito em favor do réu, condenando o autor a pagá-lo. Neste sentido: Mas há as intrinsecamente dúplices, como a prestação de contas, em que o juiz pode reconhecer o crédito em favor do réu, e condenar o autor a pagá-lo, independente de pedido. Na pretensão a prestação de contas está ínsita a noção de que, aquele contra quem for reconhecido o saldo, deve pagá-lo, independentemente de ser autor ou réu. → PROCEDIMENTO A ação de exigir contas deve ser proposta por quem teve os bens administrados por outrem. O procedimento possui duas fases: ▪ na primeira, o juiz decide sobre a existência da obrigação; ▪ na segunda, o réu prestará contas e será avaliado. ▪ PRIMEIRA FASE O autor deve apresentar em sua petição inicial o motivo pelo qual deseja a prestação de contas, pedindo ao juiz a citação do réu para em 5 dias apresentar as contas ou contestar. Após a citação o réu pode: a) Reconhecer que deve prestar contas e apresentá-las: Neste caso o juiz ouvirá no prazo de 5 dias o autor da ação, determinando provas necessárias e designando a audiênciade instrução e julgamento, decidindo sobre a existência de saldo. b) Ficar inerte: O juiz aplicará revelia, determinando que o réu preste as contas em 48 horas, sob pena de não ser possível impugnar as contas que o autor apresentar. c) Contestar: indicando inexistência de obrigação por não ter relação com a parte autora ou por já ter prestado as contas. O juiz determinará a produção de provas e proferirá a sentença. d) Contestar e apresentar as contas: passando o processo para a segunda fase. A decisão que condenar o réu a prestar contas não termina o processo, apenas dá início a segunda fase deste. Tal decisão é atacável por agravo de instrumento. Art. 550 NCPC. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.” O magistrado condenará o réu a pagar os honorários advocatícios referentes à primeira fase, mas caso ele preste as devidas contas e o autor as aceite não serão fixados honorários advocatícios referentes à segunda fase. Entretanto, havendo divergências quanto as contas apresentadas, que para serem solucionadas dependam de produção de novas provas deverão novos honorários ser fixados. Entende a doutrina que a condenação em verbas de sucumbência nessa segunda fase depende da conduta das partes, considerando-se que se não existir resistência do réu em apresentar as contas e tampouco divergência quanto ao seu conteúdo, não devem ser fixados novos honorários advocatícios, independentemente de quem for apontado como credor’ O antigo CPC denominava o ato que dava início à segunda fase como sentença, sendo o recurso cabível a apelação, com efeito suspensivo, todavia, o novo Código de Processo Civil definiu tal ato judicial como decisão interlocutória. ▪ SEGUNDA FASE Na segunda fase, o réu será intimado para, dentro de 48 horas, apresentar as contas, sob pena de não poder impugnar as contas prestadas pelo autor da ação. O réu, depois de intimado, tomará uma das seguintes atitudes: a) Apresentará as contas: o autor será ouvido, não as aceitando, o juiz determinará provas a serem produzidas e julgará o feito. b) Não prestará as contas: ocasião em que o autor irá apresentar as contas, e o juiz as julgará, podendo determinar exame pericial ou provas para sua convicção. As contas apresentadas em juízo devem ser feitas de forma mercantil, discriminando as receitas e aplicações. Se não for respeitada a forma, as contas serão tidas como não prestadas. Por isso, tanto o autor como o réu devem se ater aos detalhes ao apresentar as contas. As contas devem vir acompanhadas dos documentos comprobatórios. Se houver a indicação de gastos, é indispensável que sejam comprovados com os recibos ou notas fiscais correspondentes. Se aquele que prestar contas não apresenta dessa maneira, o juiz considerará não prestadas. Com o advento do novo Código de Processo Civil de 2015, a ação de prestação de contas sofreu mudanças relevantes quanto a seus prazos e procedimentos. A primeira mudança significativa foi a separação feita entre a ação de exigir contas e a ação de dar contas, pois a segunda deixou de pertencer ao rol dos procedimentos especiais, passando a integrar o procedimento comum. A segunda mudança foi o fato de o novo código não designar o ato judicial que inicia a segunda fase da ação de exigir contas como sentença, passando a denominar como decisão interlocutória. Tal fato gera significante mudança, pois o recurso cabível deixa de ser apelação e passa a ser agravo de instrumento, sendo de suma importância que os juristas se atualizem neste sentido. A terceira importante mudança foi referente aos prazos. Todos os prazos da ação de exigir contas foram uniformizados, sendo de 15 dias, dando assim um maior tempo para as partes. Por todo exposto, percebe-se que as mudanças trazidas pelo novo Código de Processo Civil objetivam uma racionalização no procedimento da ação de exigir contas, tornando-o mais célere, na busca por uma decisão justa. d) Ação monitória – art. 700, Ncpc A ação monitória é um procedimento mais célere para aqueles casos em que o autor tem em suas mãos, (uma prova escrita), que não tem a eficácia de um título executivo, mas que traduz uma obrigação, cabível ao devedor (capaz), seja ela: ▪ Pagar quantia ▪ Entregar uma coisa móvel ou imóvel ▪ Adimplir uma obrigação de fazer ou não fazer Por prova escrita, sem eficácia de título, entende-se: ▪ Aquele que foi produzido pelo réu (devedor), ou que tenha sua participação. ▪ Também a prova oral documentada, produzida de forma antecipada. Não é possível a utilização do processo de execução (pela falta do título executivo, porém, já existe a prova (por escrito), de que uma obrigação existe. O que interessa na ação monitória é a possibilidade de ajudar na formação do convencimento do julgador, em relação ao crédito, e não a adequação formal da prova, apresentada. Em casos de dúvidas, quanto à idoneidade da prova documental, juntada à exordial, o magistrado deverá intimar o autor para, querendo, emendar a inicial, adaptando-a ao procedimento comum, conforme o NCPC: Art. 700, § 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá- lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum. Conforme o NCPC, na inicial da monitória, deve conter: Art. 700, § 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: I - A importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; II - O valor atual da coisa reclamada III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. Atenção!!!! → Conforme o NCPC e o entendimento do STF, cabe monitória conta a FAZENDA PÚBLICA. Neste caso, sendo a Fazenda, ré, e não sendo apresentada a defesa, aplicam-se as regras do reexame necessário, observando-se, no que couber, o cumprimento de sentença. Art. 700, § 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. Súmula 339, STJ- É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. O objetivo do Ncpc é evitar a discussão quanto ao cabimento da monitória. Seu objetivo, aqui, é a análise do mérito. Sob pena de indeferimento da inicial. → Na monitória, admite-se a citação do devedor por qualquer meio que seja permitido no procedimento comum: Art. 700, § 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum. SÚMULA 282, STJ: cabe a citação por edital em ação monitória. → Na monitória, é cabível a reconvenção, mas é vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção! Art. 702, § 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção. SÚMULA 292, STJ :a reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário. → Conforme entendimento do STJ, não é necessário, na monitória, fundada em cheque prescrito: Súmula 531, STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula. Implícito, oculto Uma vez que o direito do autor reste evidente, o magistrado deverá expedir um mandado de pagamento, de entrega da coisa ou para a execução da obrigação de fazer ou não fazer, concedendo ao réu, o prazo de 15 dias para seu cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios, de 5% do valor da causa, conforme o art. 701 do NCPC. Se o pagamento não for realizado e os embargos à decisão não forem apresentados no prazo, haverá a constituição do título executivo judicial,independente de qualquer formalidade, observando-se, no que couber, o procedimento de cumprimento de sentença. . Na ação monitória, admite-se, o pedido de parcelamento da dívida, conforme o NCPC: Art. 701, § 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 . Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput , e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. § 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. Nesse caso, cabe ação rescisória da decisão que defira a expedição do mandado de pagamento. → A ação rescisória é uma ação própria que tem como finalidade desconstituir uma decisão que não possui mais recursos cabíveis contra http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art916 § 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. § 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. § 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos § 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. Os embargos à ação monitória (que funcionam como contestação), podem ser fundamentados em matéria de possível alegação como defesa no procedimento comum, conforme o §1° do art. 702. Quando o réu alegar que o autor está pleiteando uma quantia superior à divida real, deve fazê-lo indicando de pronto, o valor que entende como correto, apresentando comprovante e modo atualizado da dívida. Não havendo a comprovação, os embargos serão rejeitados liminarmente, caso seja o único fundamento. Se houver outros fundamentos, os embargos deverão ser processados, porém, o magistrado deixará de analisar a alegação de excesso. O autor tem 15 dias para responder os embargos! A critério do magistrado, os embargos serão autuados em apenso (se parciais), constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à parcela incontroversa. Os embargos monitórios suspendem a ação monitória até o julgamento (1° grau). O juiz condenará ao pagamento de multa de até 10% do valor da causa, em casos de: ▪ Se o autor propuser, indevidamente e de má-fé, a monitória → em favor do réu ▪ Se o réu opuser embargos de má-fé → multa em favor do autor. e) Embargos de terceiros – art. 674, Ncpc Os embargos de terceiros são utilizados quando uma pessoa, que não é parte da relação processual, sofre alguma constrição por ordem judicial (equivocada), para fazer cessá-la, conforme entendimento do NCPC: Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. Da sentença que acolhe ou rejeita os embargos, cabe apelação! Esse recurso de apelação da sentença da monitória, será recebido sem efeito suspensivo. → de forma diferente da regra geral de duplo efeito do NCPC, a apelação tem efeito suspensivo, não havendo que se falar em efeito devolutivo, que devolver a matéria para análise de mérito em instância superior. § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ; II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; Por incrível que pareça, não são raros os casos em que os juízes extrapolam os bens dos devedores, alcançando bens de terceiros com constrições judiciais. Isso acontece por conta do anseio de garantir o cumprimento de suas sentenças. → CABIMENTO: Os embargos de terceiro têm por finalidade afastar a apreensão judicial indevida, quando recai sobre bem de quem não é parte no processo. Segundo a previsão no NCPC, os embargos podem ser de: ▪ terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ▪ apenas de terceiro possuidor. → REQUISITOS ▪ Não é necessário que o bloqueio do bem já esteja consumado, basta que exista a ameaça real. Por exemplo quando determinado exequente indica bens de terceiro em uma penhora. Nesse caso, antes mesmo da penhora ser efetivada, há possibilidade de o prejudicado ingressar com embargos de terceiro. Assim, ele pode http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art843 garantir que seu patrimônio, ou bens que possui, não sejam invadidos pelo alcance da decisão judicial. ▪ Outro requisito que merece destaque, apesar de óbvio, é que o embargante deve ser necessariamente um terceiro. A pessoa que é parte do processo deve utilizar da ferramenta cabível para atacar a decisão. Como por exemplo recorrer da decisão ou, nas execuções, utilizar-se dos embargos ou da impugnação. → PRAZOS O prazo dos embargos de terceiro está previsto no artigo 675 do CPC. Eles “podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença”. Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. Já no cumprimento de sentença ou no processo de execução, o prazo é de cinco dias da adjudicação, alienação ou arrematação, desde que não assinada a respectiva carta. É importante salientar que algumas mudanças trazidas no NCPC/2015, foram apenas de ordem semântica. Porém, alguns avanços e modernizações apenas codificaram os concessão https://www.aurum.com.br/blog/impugnacao/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art675 https://www.aurum.com.br/blog/cumprimento-de-sentenca/ https://www.aurum.com.br/blog/adjudicacao/ entendimentos que já vinham sendo consolidados na jurisprudência dos tribunais. EX: a inclusão da ameaça ao bem, é uma situação que já era amplamente aceita na jurisprudência e agora está codificada. Segundo Humberto Theodoro Júnior, houve uma ampliação do conceito de terceiro, que passa a ser o terceiro proprietário, assim como o fiduciário, e não apenas o senhor e possuidor. É um sentido mais amplo do que o original, presente no CPC/73 . Outra novidade dos embargos de terceiro no NCPC/2015 está no fato de que os embargos podem ser opostos a qualquer tempo enquanto não transitada a sentença em julgado. Isso se aplica ao processo de execução, bem como no cumprimento de sentença da