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TCC EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE 2021/2022

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A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ESCOLARES 
 
Flávio Ernan dos Santos de Araújo: Graduando em Pedagogia na Universidade 
Estácio de Sá (UNESA); flavioernandossantos@gmail.com. 
 
Orientadora: Maria Teixeira do Amaral Montes 
 
RESUMO 
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental, a Educação 
Ambiental deve estar presente no currículo do ensino formal, de modo contínuo, permanente e 
interdisciplinar. Nesse viés, este trabalho versa sobre as ações antrópicas e os impactos negativos 
causados por estas no meio ambiente, e como ganharam força nos últimos anos, trazendo graves 
consequências para a manutenção das diferentes formas de vida no planeta. Para tanto, esta pesquisa 
bibliográfica, tem como objetivo ratificar a importância da criação de sentidos sobre a Educação 
Ambiental (EA) nas práticas pedagógicas escolares. Desse modo, discute-se acerca de projetos de 
práticas educacionais ecológicas que procuram sensibilizar as pessoas das consequências e dos 
efeitos dos problemas ambientais. Ademais a isso, o ambiente escolar, deve utilizar a EA como 
instrumento metodológico interdisciplinar para oferecer aulas dinâmicas e contextualizadas dentro e 
fora das escolas, buscando resgatar o valor da EA para a sociedade, entender e modificar a relação 
homem-ambiente. Portanto, faz-se entender que práticas ambientais implementadas em instituições 
escolares devem ser fundamentadas na cooperação, participação e geração de autonomia dos atores 
envolvidos, promovendo o sentimento de pertencimento local, interação, conscientização e mudança 
de comportamento. 
 
Palavras-chaves: currículo escolar; futuras gerações; mudanças de hábitos. 
 
 
ABSTRACT 
According to the National Curriculum Guidelines for Environmental Education, Environmental 
Education must be present in the formal education curriculum, in a continuous, permanent and 
interdisciplinary way. Accordingly, this work deals with anthropic actions and the negative impacts 
caused by them on the environment, and how they gained strength in recent years, bringing serious 
consequences for the maintenance of different forms of life on the planet. Therefore, this bibliographic 
research aims to ratify the importance of creating meanings about Environmental Education (AE) in 
school pedagogical practices. In this way, we discuss about projects of ecological educational practices 
that seek to sensitize people to the consequences and effects of environmental problems. In addition to 
this, the school environment must use EE as an interdisciplinary methodological tool to offer dynamic 
and contextualized classes inside and outside schools, seeking to rescue the value of EE for society, 
understand and modify the man-environment relationship. Therefore, it is understood that environmental 
practices implemented in school institutions must be based on the cooperation, participation and 
generation of autonomy of the actors involved, promoting the feeling of local belonging, interaction, 
awareness and behavior change. 
 
Keywords: school curriculum; future generations; changes in habits. 
 
 
 
 
mailto:flavioernandossantos@gmail.com
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem como objetivo analisar, observar e apresentar pontualmente 
sobre ações sustentáveis voltadas para a conservação do meio ambiente, e em seus 
princípios e objetivos, a grande importância da educação ambiental residente na 
atuação consciente dos professores e alunos. 
Este visa, portanto, fomentar o aumento de práticas sustentáveis no ambiente 
escolar, haja vista que nesse contexto, a EA possui grande importância, uma vez que, 
desde cedo os alunos aprendem a lidar com o desenvolvimento sustentável, pois 
sabe-se que o consumismo na sociedade atual é um desafio existente para solucionar 
os problemas ambientais. 
Coloca-se, assim, o grande dilema para educação ambiental: como fazer com 
que essas experiências entrem nos currículos e práticas pedagógicas? Como fazer 
com que essas experiências produzam ressonâncias no corpo, gerando mudanças 
em relação à vida e a terra? 
Além disso, a EA é considerada conteúdo e aprendizado, é motivo e motivação, 
é parâmetro e norma, indo além dos conteúdos pedagógicos; faz com que os seres 
humanos interajam entre si, de forma que ocorra uma troca de práticas e 
conhecimentos sobre esse assunto, os educadores ambientais, são pessoas 
apaixonadas pelo que fazem (CARVALHO, 2006). 
Assim, dada sua importância, a Educação Ambiental além de estar amparada 
pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, onde está prescrito que todos os níveis e 
modalidades do processo educativo trabalhem o tema a fim de assegurar seus 
pressupostos, deve-se estar presente também, questões humanísticas, participativa, 
vinculação entre ética, educação, trabalho, práticas sociais,e respeito à diversidade 
individual e cultural (BRASIL, 1999). 
Portanto, para abordar os temas acima mencionados, utilizar-se-á os conceitos 
de Arnaldo e Santana sobre Políticas públicas de Educação Ambiental (ARNALDO E 
SANTANA, 2018), o silenciamento da educação ambiental no Plano Nacional de 
Educação e da Base Nacional Comum Curricular, de Frizzo e Carvalho, (FRIZZO E 
CARVALHO, 2018), bem como a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 sobre a educação 
ambiental no país. 
 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Objetivo Geral 
● Demonstrar e discorrer sobre a importância da Educação Ambiental nas 
escolas e como esta contribui para diminuição dos impactos ambientais e sociais. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
● Traçar um histórico da Educação Ambiental. 
● Reforçar o conteúdo Pedagógico e Político da Educação Ambiental na 
formação de Professores. 
● Propiciar a constituição de uma comunidade interpretativa e de 
aprendizagem. 
● Discutir a importância da Interpretação Ambiental. 
3 JUSTIFICATIVA 
O trabalho em tela, pretende levantar o seguinte questionamento: Por que 
inserir a Educação Ambiental nas práticas pedagógicas, nas mais variadas 
disciplinas curriculares do ensino? 
De acordo com Nascimento (2020), as práticas específicas e voltadas para o 
estudo de problemáticas ambientais é a melhor alternativa para alcançar a mudança 
de atitudes, através da implantação de conceitos ambientais nas escolas e fora dela, 
possibilitando aos alunos a criarem um sentimento de pertencimento local e global 
voltados para uma nova perspectiva sobre escola e o mundo. 
Isto é, percebe-se que muitas escolas e docentes bem-intencionados diversas 
vezes acabam desistindo da prática educativa envolvendo a EA devido aos mais 
diversos obstáculos que surgem no caminho. Ademais, quando esses agentes levam 
seu projeto até o fim, faz-se necessário destacar que a aprendizagem dos alunos não 
é garantida, principalmente, nos casos onde os educadores não buscaram superar as 
dificuldades que encontraram, apenas as ignoraram. 
Além desses aspectos mencionados, cabe ressaltar também em relação aos 
professores das escolas públicas, que já encontram dificuldades inerentes à profissão, 
como cargas horárias desgastantes e falta de motivação dos alunos, quando 
começam a desenvolver seus planos de EA sempre encontraram situações 
inesperadas, no entanto, precisam nutrir o interesse em realizar um bom trabalho na 
formação das futuras gerações. 
Pensando nisso, destaca-se a importância deste trabalho, pois trata-se de 
compreendermos que alunos e professores devem empenhar-se na busca da 
melhoria do planeta mediante a busca pelo desenvolvimento da qualidade de vida e 
pelas melhores condições ambientais via campo da Educação Ambiental. Isto é, que 
a EA pode mudar hábitos, transformar a situação do planeta e proporcionar melhor 
qualidade de vida às pessoas. 
Em outras palavras, se faz necessário a prática de educação ambiental, onde 
cada indivíduo sinta-se responsável em fazer algo para conter o avanço da 
degradação ambiental. Por conseguinte, foramconsiderados vários aspectos 
educacionais e ambientais com a finalidade de discutir os pontos relativos à 
implementação da EA na prática escolar, com uma ênfase maior em valores como 
cooperação, igualdade de direitos, autonomia, democracia e participação (BARBOSA, 
2011). 
4 METODOLOGIA 
O presente artigo tem como abordagem a metodologia descritiva exploratória 
que, de acordo com Ramos et. al (2019) visa analisar o material produzido nos 
trabalhos científicos, com intuito de verificar artigos publicados em periódicos 
nacionais compreendendo o período de inclusão de 1998-2020, uma vez que este tipo 
de estudo procura explicar uma problemática a partir de referenciais teóricos 
publicadas em documentos. 
Os artigos foram elencados por meio de consulta eletrônica nas plataformas 
eletrônicas Google acadêmico, e utilizaram-se as seguintes combinações de palavras-
chave: educação ambiental, práticas ambientais nas escolas, práticas pedagógicas, 
educação ambiental nas escolas. 
Ademais, como próximo passo, iniciou-se a leitura dos artigos, sendo somente 
selecionados aqueles artigos científicos, pela atualidade em termos de pesquisa, além 
de registros que relataram os principais pontos a serem abordados no decorrer do 
trabalho. A partir destes foi possível realizar uma seleção final das obras para, então, 
averiguar-se a importância dos assuntos abordados para com a questão norteadora 
do trabalho. 
 
6 DESENVOLVIMENTO 
6.1 Educação Ambiental: 
Sabe-se que, o ambiente escolar deve ser um espaço de transformação da 
sociedade, uma vez que o saber construído pode ser transmitido a todo conjunto da 
comunidade, docentes e discentes, seus familiares e aos ambientes de socialização. 
Nessa perspectiva, a Educação Ambiental (EA) surge como uma ferramenta com o 
propósito de assistir à transformação de mentalidade e atitudes entre relação homem-
ambiente (COSTA, BRAGA, 2018). 
Dessarte, estudiosos como Frei Betto (2012), observou que em muitos casos 
os filhos herdam os impulsos consumistas dos pais e através do ambiente em que 
convivem além da casa. Tal processo inicia-se no controle dos gastos de uma criança 
em casa. O autor cita exemplos como: fraldas descartáveis, brinquedos de plástico, 
gasto de água, entre outros costumes, que podem desperdiçar recursos naturais e 
gerar grande quantidade de resíduos sólidos. 
Nesse contexto, percebe-se que a carga consumida pelos pais reflete o 
possível comportamento futuro da criança, que por consequência reproduz os hábitos 
de consumo dos pais. Nesse viés, a escola tem um papel importante no exercício da 
cidadania, ou seja, ela pode colaborar para a formação de pessoas que participam 
das decisões sobre os destinos da educação. 
Caberá a ela, ainda, o desafio de sensibilizar e refletir sobre seus impactos 
gerados no ambiente, embora esse papel seja responsabilidade de todos os atores 
da sociedade, não somente da instituição de ensino. Para isso, a educação ambiental 
entra como ferramenta no enfrentamento dos impactos ambientais por conta das 
ações antrópicas. 
 
6.1 A Educação Ambiental: Uma Linha Temporal 
Na década de 1960 e 1970, a busca por soluções para as problemáticas 
ambientais foi marcada pelas conferências e reuniões internacionais (FRIZZO, 
CARVALHO, 2018). Segundo Arnaldo e Santana (2018), essas problemáticas 
ambientais, apresentaram o processo educativo como parte das propostas para 
resolver, ou quando não fosse possível, mitigar tais problemas. 
Nesse sentido, Melo (2007) afirma que o objetivo geral da educação ambiental 
é formar cidadãos capazes de identificar os problemas ambientais, que saibam 
solucioná-los e preveni-los, além de participar desses processos. Que preservem o 
patrimônio cultural e natural, que lutem por melhorias tanto para essa geração como 
para a futura. 
Entretanto, no Brasil, foi somente em 1999 que a EA teve seu auge legislativo 
com a promulgação da Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, já mencionada, que 
instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), à qual, em seu artigo 10, 
considera que a educação ambiental deve ser desenvolvida em todos os níveis e 
modalidades do ensino formal como uma prática integrada e permanente, e que a 
mesma não deve ser uma disciplina específica do currículo (BRASIL, 1999). 
Ainda no mesmo ano, mais especificamente no Estado do Rio de Janeiro, a Lei 
nº 3.325 de dezembro de 1999, que institui a Política Estadual de Educação 
Ambiental, foi criada de acordo com os princípios e objetivos da PNEA, reforçando, 
em seu artigo 10 parágrafos 2º, a interdisciplinaridade no trato das questões 
ambientais. 
Ratifica-se, então, que em qualquer âmbito federativo, as políticas de educação 
ambiental ordenam que em qualquer instituição de ensino do Brasil deve considerar a 
EA como parte dos programas de ensino, permitindo o aluno a pôr em prática o 
conhecimento adquirido no ambiente escolar de forma a aplicá-lo em sua vivência. 
6.2 Educação Ambiental no Cenário Escolar 
A escola é uma instituição dinâmica que deve compreender e articular os 
processos cognitivos com os contextos da vida (JUNIOR; CAMPOS, 2018). Cabe à 
esta proporcionar aos seus alunos um ambiente favorável às discussões e reflexões 
com o intuito de contribuir para a formação de cidadãos conscientes de seu papel em 
relação ao Meio Ambiente (SANTOS; COSTA, 2013). 
Por certo, o aluno vem para a escola com a mente aberta para novas 
experiências, é desta condição que os educadores devem aproveitar e inserir a 
Educação Ambiental, desenvolvendo futuros cidadãos conscientes da sua 
importância para a preservação do planeta (SCHÜNEMANN; ROSA, 2010). 
De acordo com Henn e Bastos (2008) o sistema educacional deve ser dinâmico, 
estar sempre se reinventando com o objetivo de proporcionar ensino qualidade para 
a formação do ser humano responsável por seus atos, com discernimento entre o que 
é ou não é aceitável fazer, entender que é parte integrante de um sistema muito maior 
e que suas ações podem garantir a prosperidade ou a desgraça deste (HENN; 
BASTOS, 2008). 
Justen (2006) explica que a visão mais comum sobre a EA se baseia no estudo 
da natureza e práticas que orientem a destinação correta do lixo, o que de fato também 
é importante, mas não suficiente. Outrossim, Loureiro (2006, p.47) consente com a 
crítica do autor supracitado dizendo que “[...]coloca-se com frequência no cerne da 
Educação Ambiental a contemplação do natural e não a interação na natureza” [...], 
ou seja, não se insere o indivíduo no meio em que vive, não se salienta a atuação de 
cada um, tanto positiva quanto negativa”. 
Em resumo, os autores compartilham a ideia de que a EA não é trabalhada da 
forma correta em boa parte das instituições de ensino, que optam por tratar o tema 
sob uma perspectiva de senso comum e superficialismo, afinal, a contemplação do 
meio ambiente, de maneira isolada e sem contextualização, dificilmente produzirá 
uma aprendizagem significativa. 
 Nesse sentido, segundo Borges e Junior (2017) a EA cumpre o importante 
papel de intermediar a reintegração homem e natureza mediante o descuido com 
relação a sua preservação. Além disso, os autores ainda explicam que tal contribuição 
pode ser oferecida através de atitudes, valores e na inserção de docentes e discentes 
nesse processo de transformação do cenário ambiental. 
A complexidade da temática ambiental ainda é um tema singular pela maioria 
da população e até mesmo para os profissionais da educação que não são da área. 
No que se refere a EA, no Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) 
norteiam as práticas educativas que visam a implementação da EA no ensino 
(SANTOS; SANTOS, 2016). 
No que se refere a Educação Ambiental, está inserida dentro do tema meio 
ambiente como um tema transversal, a qual os PCN’s justificam que as problemáticas 
dos Temas Transversais permeiam diferentes campos do conhecimento. Neste 
documento,segundo Brasil (1998) a EA deve ser inserida no currículo de forma 
diferenciada, não como uma disciplina específica a mais. Isso porque o estudo das 
temáticas ambientais refere-se à necessidade de recorrer aos conhecimentos 
relativos às áreas do saber. 
Corroborando com este princípio Adams (2012), ressalta: “ trata-se de um 
processo, e como processo não pode ser instalada como uma disciplina específica, 
mas deve estar implícita em todas ações educativas. ” 
Em contextos educacionais, com a transversalidade a ideia é buscar um novo 
diálogo em sala de aula e fora dela, em que de forma conjunta professores, estudantes 
e a comunidade criem um ambiente de educação mútua. Nesse âmbito, alguns 
autores defendem também a ideia de uma disciplina específica de Educação 
Ambiental implica em imposição de conteúdos indo de encontro com a premissa da 
EA como uma forma de se educar (BERNARDES; PRIETO, 2010). 
Contudo, em estudo realizado por Arnaldo e Santana (2018) observaram que a 
busca para integrar a temática ambiental em diferentes áreas, ainda que presente, 
não é uma prática frequente. Ratificando-se um dos inúmeros desafios que a prática 
da EA enfrenta no ensino formal. 
Mediante a isso, cita-se ainda vários outros desafios dos docentes para 
trabalhar a educação ambiental como, por exemplo, falta de engajamento dos 
professores, dificuldade em trabalhar temas que não sejam específicos ou 
relacionados a área de competência dos mesmos, além disso a falta de planejamento 
e recursos da instituição, entre outros fatores (SANTOS, 2019). 
Logo, de um modo geral, os autores sinalizam o fracasso da introdução dos 
temas transversais em particular à temática ambiental, ratificando-se ainda mais a 
importância da construção de caminhos metodológicos para o desenvolvimento de 
práticas ambientais nas escolas e mudança de tal realidade. 
6.2 A Educação Ambiental e a Interpretação Ambiental no meio escolar 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente a Interpretação Ambiental é uma 
linguagem da natureza, os processos naturais, a inter-relação entre o homem e a 
natureza, de maneira que os visitantes possam compreender e valorizar o ambiente e 
a cultura local (MMA, 2006). 
Nesse viés, torna-se inegável que a implementação, nas escolas, de aulas 
sobre EA, como por exemplo em Áreas de Proteção Ambiental (APA), Unidades de 
Conservação (UC), Áreas de proteção permanentes (APP), etc; são essenciais para 
a educação, em especial da educação infantil e fundamental, classes previstas no 
Art. 2ª da lei sobre Política Nacional da Educação Ambiental (BRASIL, 1999). 
De acordo com o Art. 9º da Lei supracitada, a educação ambiental deve estar 
presente e ser desenvolvida permeando os currículos das instituições de ensino 
público e privado, englobando: 
I – educação básica: a. educação infantil; b. ensino fundamental e c. 
ensino médio. II – educação superior; III – educação especial; IV – 
educação profissional; V – educação para jovens e adultos. (Brasil, 1999) 
De acordo com Viveiro e Diniz (2009) essa estratégia metodológica, é 
denominada de atividade de campo, ferramenta que possibilita o contato direto com o 
ambiente, o envolvimento, a interação em situações reais, o confronto entre teoria e 
prática, bem como aguça a curiosidade e os sentidos e pode estreitar as relações de 
estima entre professores e alunos (VIVEIRO; DINIZ, 2009). A Figura 1, a seguir, 
apresenta os alunos da 7ª e 8ª série, da Escola Dom Bosco, da cidade de Salinópolis, 
PA, em aula prática acerca de IA e também sobre a degradação do meio ambiente 
com a poluição dos ecossistemas costeiros, nesse caso, dos manguezais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Professora Bióloga Jéssica Matos (2020) 
Pela mesma razão, quando nos referimos a atividades extraclasse voltas para 
IA e EA, associamos a ideia de uma estratégia onde se troca sala de aula por outro 
ambiente, onde existam condições para estudar as relações entre os seres vivos 
presentes naquele meio, incluindo a interação de homem-natureza, explorando 
aspectos naturais, sociais, históricos, culturais, medicinais entre outros. 
Desse modo, pode ocorrer em uma praia, em um bosque, uma praça, um 
museu, uma indústria, uma área de preservação, um bairro, incluindo desde saídas 
Figura 1 - Aula Prática de Interpretação Ambiental e Ecossistema de Manguezal 
rápidas em volta da escola até viagens turísticas que ocupam vários dias. Ou seja, 
nessas atividades, há possibilidade de promover o interesse dos alunos pela 
construção de uma sociedade ecologicamente sustentável. 
Ademais, de acordo com Piaget (1999), o desenvolvimento da aprendizagem 
está relacionado com o meio em que se está inserido. À medida que a infância é o 
momento em que eles começam a interagir com a ideia de sociedade, aprendem 
conceitos, são bombardeados com uma série de valores que serão a grande base 
para a vida. Nesse parâmetro, também se segue a adolescência e juventude, que são 
períodos de constante aprendizado e importantíssimos na trajetória dos indivíduos. 
Portanto, uma criança, um adolescente que aprende, desde cedo, que o mesmo é 
parte da natureza e não proprietário dela terá uma relação muito mais sustentável com 
a sociedade em geral e principalmente com meio ambiente. 
Paralelamente a isso, no médio e longo prazo, além da percepção, 
sensibilização e IA, a Educação Ambiental (EA) desenvolvida em áreas naturais, 
trabalha o senso crítico e o sentimento de pertencimento ao ambiente natural, bem 
como o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural 
(BRASIL, 1999). Portanto, são fases de capital importância para trabalhar a educação 
ambiental, e indo muito além dela, trabalhando também a inclusão social. 
Segundo Ikemoto, 2008, a IA é considerada como estratégica dentro do 
planejamento e manejo das Unidades de Conservação pela sua importância educativa 
e social. Ou seja, a IA deve ser considerada um instrumento estratégico nas práticas 
pedagógicas nas escolas afim de promover a EA na sociedade. 
Em suma, o aluno disponibiliza-se a aprender com o próprio ambiente em sala 
de aula mediado pelo docente que deve relacionar o conteúdo ministrado a questões 
do cotidiano dos discentes. De acordo com Sousa 2011, além do que já foi 
mencionado, as oficinas devem se desenvolver apoiadas nas vivências dos alunos e 
dos fenômenos que ocorrem à sua volta, buscando encaminhá-los com o auxílio dos 
conceitos científicos pertinentes (SOUSA, 2011). 
Nessa direção, Lima et al. (2021), ratifica que trabalhar com estudo do ambiente 
através do contato e a observação direta da natureza possibilita nos mostrar a 
importância da inclusão do ser humano no meio ambiente natural pois a sensibilização 
através do conhecimento vivenciado proporciona uma melhor percepção da ação o 
homem na natureza e o reconhecimento deste como cidadão sujeito destas ações. 
Ou seja, nesse panorama a EA aliada a IA, desperta no discente a consciência 
de preservação e de cidadania. Além disso, o ser humano deve passar a entender, 
desde cedo, que precisa cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre 
homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais. Pois, considera-se que o 
pensamento sustentável representa a oportunidade de garantir que o sistema social 
possa sempre evoluir como comunidade ecológica (JACOBI, 2003). 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante dos problemas ambientais, as práticas pedagógicas de Educação 
Ambiental, surge como novas alternativas, para a construção de um novo pensar 
crítico e reflexivo, mediante a complexidade dos problemas ambientais enfrentados 
atualmente, utilizando-se das suas ferramentas de sensibilização, propõe-se, pois, 
repensar as práticas pedagógicas, acerca da EA no contexto escolar, de forma 
imediata, tendo em vista que já é uma prática que não pode ser somente inserida em 
um contexto transversal e interdisciplinar. 
De acordocom os autores mencionados nesta pesquisa, percebe-se que a 
inclusão das questões ambientais nas escolas e na formação do professor é um 
desafio, mas que pode ser vencido com empenho dos professores, das instituições 
de formação, do governo, dos alunos e da população. 
Outrossim, articulada a um currículo que promova práticas e sentidos que 
ultrapassem as linhas da grade escolar nacional, que possam ir além de uma sala 
com quatro paredes. Ademais, não é suficiente que os temas transversais sejam um 
apêndice das disciplinas. Por isso elas devem ser o próprio eixo da educação escolar. 
Dessa forma, como já mencionado, o currículo escolar deixa de ser um espaço de 
transmissão de conteúdos e passa a ser um espaço de formação social e ambiental. 
Inquestionavelmente, viu-se que a EA é essencial à promoção de valores 
também e para fomentar a capacidade das pessoas de entender e enfrentar as 
problemáticas ambientais e de desenvolvimento. Esta educação em todos os níveis, 
especialmente na base como articula Piaget, marcada como educação infantil, é onde 
os educadores fixam valores que ganharam força ao longo dos anos de vida dos 
alunos. 
Diante disso, a dimensão ambiental pode se configurar como um fator 
desencadeador de ações éticas e humanistas como citou Ikemoto, de ações que 
transcendam contextos e fronteiras. Agir dessa forma exige ultrapassar as amarras 
estabelecidas por um currículo disciplinar e pelos muros da escola. Outros espaços e 
tempos escolares necessitam ser tecidos, novas pedagogias e racionalidades 
emergem para além dos contextos reprodutivistas de um mundo ainda insustentável. 
Ademais, o currículo deve possibilitar que se saboreie a natureza, 
contextualizando esta experiência na vida de cada um, de maneira a despertar o 
cuidado e o respeito por si e pelos outros seres. Nesse viés, é preciso “incorporar” o 
currículo com vivências que estimulem os sentidos e a produção de novos sentidos 
para a vida. 
Portanto, a Educação Ambiental nas mais variadas práticas de ensino nas 
escolas tem um papel extremamente importante porque desperta em cada aluno a 
busca de soluções para os problemas ambientais que ocorrem, principalmente, em 
seu cotidiano e no desenvolvimento da consciência de que é imprescindível utilizar 
com inteligência os recursos naturais. 
Por fim, estimular a mudança de atitude, em busca de qualidade de vida, em 
como o respeito à natureza e a compreensão de que somos agentes de transformação 
da sociedade representa o ápice da prática pedagógica na educação ambiental, e 
além disso passa a ser um compromisso ético-político de cada educador, de toda 
comunidade, dos educandos e de cada instituição responsável pela formação das 
novas gerações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ADAMS, B. G. A Importância da Lei 9.795/99 e das Diretrizes Curriculares Nacionais 
da Educação Ambiental para Docentes. Monografias Ambientais REMOA, Santa 
Maria, v.10, n.10, p. 2148 – 2157, 2012. 
 
ARNALDO, M. A.; SANTANA L. C. Políticas Públicas de Educação Ambiental e 
Processos de Mediação em Escolas de Ensino Fundamental. Rev. Ciênc. Educ., 
Bauru, v. 24, n. 3, p. 599-619, 2018. 
 
BETTO, F. A publicidade infantil deve ser discutida em sala de aula. Portal Aprendiz. 
Rio de Janeiro, 22 de junho de 2012. Disponível em: 
<http://portal.aprendiz.uol.com.br/2012/06/22/frei-betto-%E2%80%9Ca-publicidade-
infantil-deveria-ser-discutida-em-sala-de-aula%E2%80%9D/>. Acesso em 10 maio de 
2020. 
 
BERNARDES, M. B. J.; PRIETO, E. C. Educação Ambiental: Disciplina Versus Tema 
Transversal. Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256, v. 24, 2010. 
 
BORGES, A. L. M.; JUNIOR, J. C. S. A Educação Ambiental no Âmbito Escolar: Um 
Estudo em Uma Escola Municipal de Sítio Novo (RN). Revbea. São Paulo, V. 11, nº 
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BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): Temas 
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