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Pele/ Tegumento

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Illana Lages- Medicina 
 
 
 
 
 
COMPREENDER A ANATOMIA, A HISTOLOGIA E A FISIOLOGIA DA PELE 
A terminologia tecido é interpretada equivocadamente, como sinônimo de pele ou tegumento, com 
frequência. 
Tecido é o agrupamento de células semelhantes, que executam funções específicas e em comum, e 
podem ser divididos em tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. 
Pele ou tegumento, por sua vez é um órgão, composto por um agregado de tecidos, que funcionam 
em conjunto. A epiderme e a derme constituem as principais camadas tegumentares, além das estruturas 
anexas (unhas, pelos e glândulas), que auxiliam no exercício de suas funções. 
 
 
Epiderme 
A epiderme é avascular, formada por epitélio estratificado, disposto em quatro ou cinco camadas, 
que se ligam firmemente umas nas outras. Fina, porém resistente, sua espessura varia entre 0,007 a 0,12 
mm. Com exceção das camadas mais profundas, é constituída por células mortas. 
1. Camada Basal (ou Germinativa): único estrato de células, em contato direto com a derme, 
que possui quatro diferentes espécies de células: queratinócitos produtores da queratina, proteína 
responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele; melanócitos, produtores de melanina, 
pigmento que ao ser fagocitado pelos queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células 
contra os raios solares; células táteis, que conferem a sensibilidade ao tegumento; e células de Langerhans, 
espécie de fagócitos que englobam bactérias e resíduos estranhos, sendo a primeira proteção contra 
patógenos. Com exceção das células de Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente, 
para repor as células mortas da epiderme. 
No estrato basal, há também os melanócitos e as células de Merkel. Essas células se diferenciam na vida 
intrauterina, a partir do ectoderma neural, mais precisamente das células da crista neural. No adulto, há 
 
 
 2 
 
 
 
células-tronco dos melanócitos nos folículos pilosos, e os melanócitos são capazes de se dividir. 15,16 Os 
melanócitos são células arredondadas com longos prolongamentos, citoplasma claro e núcleo ovoide. Em 
vesículas membranosas, denominadas melanossomas, oxidam a tirosina em 3,4-di-hidroxifenilalanina (DOPA) 
através da enzima tirosinase e transformam a DOPA em melanina (do grego melas, negro), um pigmento 
pardo-amarelado a marrom-escuro. Pela fagocitose da extremidade dos prolongamentos, os grãos de 
melanina são introduzidos nas células do estrato basal e do estrato espinhoso. A melanina concentra-se 
sobre o núcleo, protegendo o material genético da radiação ultravioleta. 
As células de Merkel são semelhantes aos melanócitos ao microscópio de luz, mas são mais 
escassas e, portanto, difíceis de serem observadas. Possuem processos curtos, os quais podem se ligar aos 
queratinócitos por desmossomos. Contêm um núcleo volumoso, filamentos de queratina e vesículas 
neuroendócrinas. Na base da célula, formam junções sinápticas com terminações nervosas sensitivas. Essas 
células são receptores táteis (mecanorreceptores) e são abundantes nas pontas dos dedos e na base dos 
folículos pilosos. 
2. Camada Espinhosa: localizada acima da camada basal e formada por várias camadas, é 
composta por queratinócitos em formatos de poliedros, que se unem através de desmossomos, filamentos 
semelhantes a espinhos. No espaço entre as células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor 
de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o interno. 
3. Camada Granulosa: composta por poucas camadas de células achatadas, que possuem 
grânulos contendo queratomalina, precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as 
células, como prevenção à perda de água. 
4. Camada Córnea: composta por células com núcleos bem reduzidos ou anucleadas. Possui em 
torno de 30 estratos de células achatadas e mortas, semelhantes a escamas. A queratinização ou 
cornificação é o processo que transforma os queratinócitos em células córneas, achatadas e secas. Este 
processo é importante para a função protetora da pele. Em média, este processo dura de 26 a 28 dias, 
após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para que células novas das camadas mais profundas as 
substituam. Assim, a pele encontra-se em constante renovação. 
5. Camada Lúcida: camada extra presente nas regiões palmoplanteres em que a pele é mais 
espessa e nos lábios, se situa entre a camada córnea e a granulosa. Esta camada possui células 
transparentes e achatadas. 
Illana Lages- Medicina 
 
 
 
 
 
 
Derme 
Entre a epiderme e a derme, há uma área de transição, denominada membrana basal, que as une 
firmemente. Os hemossideromas localizados inferiormente nos queratinócitos e melanócitos permitem que a 
membrana se fixe à epiderme, enquanto sua face inferior se fixa à derme através das fibrilas de 
ancoragem da derme papilar. 
A derme é a segunda camada da pele, mais profunda e espessa é vascularizada, constituída 
principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras elásticas. Tais substâncias presentes na 
composição da derme tornam a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno são 
organizados em padrões definidos no interior da derme, de maneira a produzir linhas de tensão na 
pele, garantindo seu tônus. 
A derme se subdivide em duas camadas, uma mais superficial, a camada papilar e uma mais 
profunda, a camada reticular. A primeira ocupa cerca de um quinto da derme, e apresenta projeções, as 
papilas, que vão em direção à epiderme. A camada reticular, por sua vez, possui grande quantidade de 
fibras, que se dispõem de forma mais densa. Isto confere a capacidade de distensão à pele. 
Diferente da epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva da 
epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas como os folículos pilosos e 
glândulas. 
Na derme também está presente a inervação da pele, composta por nervos e terminações nervosas, 
que conferem à pele a sensibilidade a pressão, temperatura, prurido, dor e tato. O sistema nervoso 
autônomo é responsável pela inervação motora da derme, e age nos músculos eretores do pêlo e contraem 
as células do músculo liso dos vasos. 
Terminações nervosas livres, arranjadas em cesto, circundam os folículos pilosos e funcionam como 
mecanorreceptores. Terminações nervosas livres, em forma de bulbo e com trajeto tortuoso, situam-se 
paralelamente à junção dermo-epidérmica. Elas devem servir como mecanorreceptores e nociceptores 
(receptores para dor).60 As terminações nervosas encapsuladas estão envolvidas por uma cápsula de tecido 
conjuntivo. São os corpúsculos de Meissner, os corpúsculos de Pacini, os corpúsculos de Ruffini e os bulbos 
 
 4 
 
 
 
terminais de Krause. 61,62 Os corpúsculos de Meissner estão nas papilas dérmicas de áreas sem pelos, 
como os lábios, os mamilos, os dedos, a palma das mãos e a planta dos pés. São estruturas alongadas, 
constituídas por axônios envoltos pelas células de Schwann, dispostos em espiral e contidos em uma cápsula 
de fibroblastos modificados, contínuos ao endoneuro da fibra nervosa (Figura 11.2). São mecanorreceptores 
especializados em responder a pequenas deformações da epiderme 
Os corpúsculos de Pacini situam-se na derme profunda e na hipoderme. Estão, por exemplo, nos 
dedos, na palma das mãos e na planta dos pés. São esféricos ou ovais, com um axônio central e lamelas 
concêntricas de células de Schwann e, mais externamente, de fibroblastos modificados, contínuos ao 
endoneuro. Nos cortes histológicos, lembram uma cebola cortada (Figura 11.5). São mecanorreceptores, 
detectam pressão e vibrações. 
Também, atua na manutenção e regulação da temperatura corporal e pressão arterial. Através da 
inervação da pele, ocorre a vasoconstricção, que impede a circulação do sangue nas arteríolas próximas à 
superfície, de forma a dificultar aperda de calor; ou a vasodilatação, que permite a livre circulação 
sanguínea na derme. Ainda com a finalidade de regular a temperatura, estruturas denominadas glomos, 
estão presentes nas pontas dos dedos, região central da face e orelhas. Estas estruturas são anastomoses 
entre vênulas e arteríolas, que se contraem para regular o fluxo periférico do sangue. 
Hipoderme 
A hipoderme é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos subjacentes. Apesar e 
sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada parte constituinte da pele/sistema tegumentar. 
Composta por células adiposas, age como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do 
corpo, protege contra traumas, atuando como amortecedor. A quantidade de tecido adiposo na camada da 
hipoderme pode variar, dependendo da região do corpo, da idade e sexo. 
Estruturas Anexas 
São estruturas derivadas do ectoderma, como pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas, que 
fixam-se na derme, através de uma invaginação na epiderme. 
A complexidade estrutural da pele, constituída por grande diversidade de células, com 
especificidades funcionais, confere a capacidade de executar: 
• Funções metabólicas e de proteção contra agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos; 
• Regulação da temperatura; 
• Síntese de vitamina D; 
• Percepção sensorial; 
• Possibilita a identificação de pessoas, características faciais e cor da pele; 
• Comunicação, através de expressões faciais e emissão de sinais emocionais; 
• Papel importante no processo de cicatrização de feridas; 
• Manifestação de sinais que indicam o estado clínico da pessoa; 
Illana Lages- Medicina 
 
 
 
 
• Sofre modificações ao longo do desenvolvimento, sua aparência difere entre as faixas 
etárias, são influenciadas pelos hábitos de vida, ambiente e cultura. 
 
CITAR OS TIPOS DE QUEIMADURAS E QUAL CONDUTA MAIS ADEQUADA PARA CADA 
UMA 
Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, 
produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, 
urtiga), entre outros. Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. Já em 
adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15%. 
 
Tipos de queimaduras: 
 
- Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, 
vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol; 
- Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo 
através das roupas; 
- Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas. 
 
Quanto à profundidade, as queimaduras podem ser classificadas como: 
 
- 1º grau: atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local 
suportável, sem a formação de bolhas; 
- 2º grau: atingem as camadas mais profundas da pele. Apresentam bolhas, pele avermelhada, 
manchada ou com coloração variável, dor, inchaço, despreendimento de camadas da pele e possível estado 
de choque. 
 
Queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às 
queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de 
queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As 
glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca 
e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes. 
 
- 3º grau: atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos ossos. Apresentam pouca ou 
nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada. 
 
Primeiros socorros: 
 
Colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, com jato suave, por, aproximadamente, 
 
 6 
 
 
 
dez minutos. Compressas úmidas e frias também são indicadas. Se houver poeira ou insetos no local, 
mantenha a queimadura coberta com pano limpo e úmido. 
 
REFERÊNCIAS: 
BRASIL et al. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. 2012. 
BERNARDO, A. F. C.; SANTOS, K.; SILVA, D. P. Pele: alterações anatômicas e fisiológicas do 
nascimento à maturidade. Revista Saúde em Foco, v. 1, n. 11, p. 1221-33, 2019. 
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa. Histologia básica I L.C.Junqueira e José Carneiro.12 .ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
TORTORA, Gerard. J.; D ERRI CKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. e d. Rio de 
Janeiro: Guanaba ra Koogan, 2016 .

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