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AVALIAÇÃO-E-MONITORIZAÇÃO-DO-PACIENTE-CRÍTICO

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Prévia do material em texto

1 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 Avaliação e monitorização do paciente crítico ............................................ 4 
3 Pacientes críticos internados em UTI ......................................................... 6 
3.1 Fraqueza muscular adquirida da UTI ................................................... 7 
4 Avaliação do Fisioterapeuta na UTI ............................................................ 9 
4.1 Anamnese .......................................................................................... 10 
4.2 Sinais vitais ........................................................................................ 12 
4.3 Exame Físico ...................................................................................... 13 
4.4 Inspeção Estática ............................................................................... 13 
4.5 Inspeção Dinâmica ............................................................................. 14 
4.6 Palpação ............................................................................................ 14 
4.7 Teste de Força Muscular Manual ....................................................... 14 
4.8 Ausculta pulmonar .............................................................................. 15 
5 Avaliação da função musculo esquelética em pacientes críticos .............. 15 
6 Avaliação do nível de consciência ............................................................ 16 
6.1 Escala de Ramsay ............................................................................. 17 
6.2 Escala de GLASGOW ....................................................................... 18 
6.3 Escala de sedação e agitação de RASS ............................................ 18 
7 GASOMETRIA arterial em uti ................................................................... 19 
8 Fisioterapia respiratótia em pacientes críticos adultos .............................. 23 
8.1 Terapia de expansão pulmonar .......................................................... 24 
8.2 Terapia de remoção de secreção ....................................................... 27 
9 fisioterapia motora em pacientes críticos .................................................. 28 
9.1 Eletroestimulação ............................................................................... 29 
9.2 Prancha Ortostática ............................................................................ 30 
9.3 Cinesioterapia .................................................................................... 31 
 
2 
9.4 Exercícios com Cicloergômetro .......................................................... 33 
9.5 Posicionamento funcional ................................................................... 34 
9.6 Papel da fisioterapia na extubação/reintubação ................................. 34 
BIBLiOGRAFIA ............................................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
4 
2 AVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE CRÍTICO 
 
 Fonte: secad.com.br 
 
As unidades de terapia intensiva por muito tempo foram compostas 
basicamente por médicos e enfermeiros, mas com o avanço da medicina e das 
pesquisas em saúde houve a necessidade de acrescentar outros profissionais 
especializados, a fim de dispersa o que eram de exclusivas responsabilidades de 
médicos e enfermeiros. Com isso essas unidades, passaram a ser formadas por 
equipes multidisciplinares no qual o fisioterapeuta foi incluído e reconhecido devido a 
sua atuação e relevância no atendimento dos pacientes (GAMBAROTO, 2006). 
Segundo Presto et al (2009), a fisioterapia intensiva é uma especialidade nova 
que vem crescendo e ganhando seu espaço nas unidades de terapia intensiva, uma 
vez que o fisioterapeuta atua desde a prevenção, reabilitação e alta do paciente. 
Devido a esse crescimento, as exigências quanto a melhorias nas habilidades de uma 
avaliação à beira do leito estão sendo cada vez mais imprescindíveis e de súmula 
importância ao que diz respeito à elaboração de uma conduta terapêutica que 
promova, da forma mais pratica e rápida possível, a evolução e alta desse paciente 
destas unidades (GAMBAROTO, 2006). 
A avaliação é considerada pelo fisioterapeuta com um dos critérios mais 
importantes para elaboração de seu plano de tratamento, haja vista que a avaliação 
evita que técnicas desnecessárias e inadequadas sejam administradas pelo 
profissional, diminuído possíveis agravos ao paciente (PRESTO et al, 2009). 
 
5 
O fisioterapeuta tem uma importante participação auxiliando na condução da 
ventilação mecânica (VM), desde o preparo e ajuste do ventilador artificial à intubação, 
evolução do paciente durante a VM, interrupção e desmame do suporte ventilatório e 
extubação. A avaliação do paciente critico é considerada pelo fisioterapeuta como um 
dos critérios mais importantes para elaboração de seu plano de tratamento, haja vista 
que a avaliação evita que o emprego de técnicas desnecessárias e inadequadas 
sejam administradas pelo profissional, diminuindo possíveis agravos ao paciente 
(GAMBAROTO, 2006). 
 
 Fonte: 123rf.com.br 
O processo de avaliação é geral, observando-se os aspectos respiratórios e 
motores. A existência de uma ficha formal para padronizar a abordagem dos 
profissionais em relação aos itens avaliados organiza e direciona o tratamento, 
garantindo o mesmo fluxo de informações. É importante que o fisioterapeuta consulte 
os prontuários e exames antes de abordar o paciente. O conhecimento teórico é 
necessário para desenvolver um plano de tratamento adequado para aquelas 
enfermidades que podem ser melhoradas com a fisioterapia (FARIA, SILVA, 
FERREIRA, GUIMARÃES, VENTO, 2018). 
Faz-se necessário também que o profissional avalie o funcionamento dos 
principais sistemas do organismo como: neurológico, hemodinâmico, cardiovascular, 
renal, musculoesquelético e respiratório, além de realizar exame físico detalhado. 
Após coletar e anotar todos os dados, o fisioterapeuta terá condições de traçar seu 
 
6 
plano de tratamento e iniciar as condutas terapêuticas indicadas ao paciente (FARIA, 
SILVA, FERREIRA, GUIMARÃES, VENTO, 2018). 
3 PACIENTES CRÍTICOS INTERNADOS EM UTI 
 
 Fonte: nutritotal.com.br 
 
A internação em UTI de paciente sob uso de VM gera condições comumente 
conhecidas como o imobilismo, o descondicionamento cardiovascular e físico e a 
fraqueza muscular, tais condições são inerentes à VM prolongada e tem causas 
multifatoriais como idade, gênero, doenças crônicas preexistentes como doença 
pulmonar obstrutiva crônica, diabetesmellitus ente outras (FARIA, SILVA, FERREIRA, 
GUIMARÃES, VENTO, 2018). 
Os pacientes críticos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são 
submetidos a diferentes tratamentos medicamentosos, intervenções que podem 
favorecer a restrição ao leito e longos períodos de imobilidade, fato este que contribui 
para o surgimento da fraqueza muscular. Assim, a fraqueza muscular generalizada 
está diretamente e comumente relacionada ao doente crítico admitido em UTI (FARIA, 
SILVA, FERREIRA, GUIMARÃES, VENTO, 2018). 
Durante o período de internação há em alguns casos expressiva redução da 
carga imposta ao sistema musculoesquelético que leva ao prejuízo da função, 
inclusive da função respiratória, sendo necessário tempo prolongado de ventilação 
mecânica invasiva com consequente piora do prognóstico e maior tempo de 
internação. No âmbito da UTI a causa da fraqueza muscular é multifatorial, dentre 
 
7 
esses fatores destaca-se o imobilismo, a toxicidade de medicações, uso prolongado 
e profundo de sedativos e bloqueadores neuromusculares, a consumpção ocasionada 
pela gravidade da doença, idade avançada, histórico prévio de imobilismo entre outros 
(FARIA, SILVA, FERREIRA, GUIMARÃES, VENTO, 2018). 
É sabido que pacientes internados na UTI com mais de sete dias poderão 
apresentar determinado grau de fraqueza muscular periférica e/ou muscular 
respiratória e que 50% dos pacientes sob ventilação mecânica, acima desse mesmo 
período de sete dias, desenvolvem anormalidades eletrofisiológicas, e fraqueza 
muscular gerando dificuldade no desmame da ventilação mecânica (VM), aumentando 
os custos hospitalares e a mortalidade (FARIA, SILVA, FERREIRA, GUIMARÃES, 
VENTO, 2018). 
 Em torno de 70 a 80% desses pacientes conseguem ser extubados após 
reversão da causa que originou a necessidade de VM; entretanto, 20 a 50% destes 
podem apresentar dificuldades no desmame, requerendo suporte ventilatório 
prolongado (FARIA, SILVA, FERREIRA, GUIMARÃES, VENTO, 2018). 
3.1 Fraqueza muscular adquirida da UTI 
O período prolongado de internação na unidade de terapia intensiva traz 
inúmeras alterações físicas e prejuízos funcionais, dentre estes destaca-se a fraqueza 
muscular adquirida na unidade de terapia intensiva (UTI) uma complicação comum 
relacionada a imobilidade, e a outros fatores contribuintes na perda de força muscular. 
Estima-se que 30 a 60% dos pacientes internados no ambiente de terapia intensiva 
desenvolvem este problema (ROQUE, SOUZA, TAVEIRA, 2017). 
A musculatura enfraquecida envolve tanto músculos respiratórios quanto 
periféricos, interferindo significativamente no processo de desmame e 
extubação, necessitando assim da ventilação mecânica por mais tempo, o 
que favorece a ocorrência de infecções e a permanência na unidade de 
terapia intensiva, resultando em mau prognóstico para os pacientes 
(FELICIANO, 2012. Apud ROQUE, SOUZA, TAVEIRA, 2017). 
O desenvolvimento de fraqueza generalizada relacionada ao paciente crítico é 
uma complicação importante e comum em muitos pacientes admitidos em uma 
unidade de terapia intensiva (UTI). Sua incidência ocorre em 30% a 60% dos 
pacientes internados em UTI (ROQUE, SOUZA, TAVEIRA, 2017). 
 
8 
Além de suas condições prévias, vários são os fatores que podem contribuir 
para ocorrência desta fraqueza, incluindo: inflamações sistêmicas, uso de alguns 
medicamentos, como corticoides, sedativos e bloqueadores neuromusculares, 
descontrole glicêmico, desnutrição, hiperosmolaridade, nutrição parenteral, duração 
da ventilação mecânica e imobilidade prolongada (SILVA, MAYNARD, CRUZ, 2010). 
O imobilismo acomete os sistemas musculoesquelético, gastrointestinal, 
urinário, cardiovascular, respiratório e cutâneo. O desuso, como no repouso, 
inatividade ou imobilização de membros ou corpo e a perda de inervação nas doenças 
ou injúrias promovem um declínio na massa muscular, força e endurance. Com a total 
imobilidade, a massa muscular pode reduzir pela metade em menos de duas 
semanas, e associada à sepse, declinar até 1,5 kg ao dia (SILVA, MAYNARD, CRUZ, 
2010). 
 
 
 Fonte: ibes.med.br 
 
Estudos experimentais com indivíduos saudáveis demonstraram uma perda de 
4% a 5% da força muscular por semana. Nos casos em que a conexão neural para o 
músculo é destruída, a atrofia muscular ocorrerá mais rapidamente. A ligação entre 
hiperglicemia e fraqueza pode estar relacionada aos efeitos tóxicos da mesma 
contrariada pelo efeito neuroprotetor e anti-inflamatório da insulina (SILVA, 
MAYNARD, CRUZ, 2010). 
Todos estes fatores associados contribuem para um prolongamento no tempo 
de sua estada na UTI resultando em maiores riscos para complicações, aumento nos 
índices de mortalidade e custos mais elevados. Distúrbios emocionais como a 
 
9 
ansiedade e depressão aumentam o tempo de internação com aumento dos déficits 
físicos e podem afetar a funcionalidade e consequente qualidade de vida destes 
pacientes de um a sete anos após o evento, comprometendo-os socialmente (SILVA, 
MAYNARD, CRUZ, 2010). 
Intervenções precoces são necessárias para prevenir problemas físicos e 
psicológicos. A atividade terapêutica deve ser iniciada precocemente, para evitar os 
riscos da hospitalização prolongada e imobilidade associada, podendo ser uma das 
chaves para a recuperação do paciente (SILVA, MAYNARD, CRUZ, 2010). 
O paciente crítico internado em UTI apresenta restrições motoras graves. O 
posicionamento adequado no leito e a mobilização precoce do paciente podem 
significar as únicas possibilidades de interação do indivíduo com o ambiente e devem 
ser considerados como fonte de estimulação sensório-motora e de prevenção de 
complicações secundárias ao imobilismo (SILVA, MAYNARD, CRUZ, 2010). 
4 AVALIAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA UTI 
 
 Fonte: cmwsaude.com.br 
 
Os sinais e sintomas apresentados pelo paciente influenciam bastante a 
tratamento e direcionam as investigações subsequentes, pacientes internados nas 
UTIs geralmente apresentam comprometimento importante em sua função pulmonar, 
podendo ser modificado ou variar de um instante para o outro (SANVITO 2002). 
 
10 
Presto, et al (2009), afirma que a avaliação deve conter inicialmente 
identificação do paciente, logo sinais vitais, exame físico, exames complementares e 
laboratoriais que irão contribuir na conduta a ser realizada. 
 Deve ser realizada primeiramente uma anamnese colhendo os dados pessoais 
do paciente bem como dados pertinentes sobre o paciente desde o momento da sua 
internação, como histórias da doença atual, patológica pregressa, social e familiar 
deste paciente, além de identificar na Historia clinica o sexo, idade, altura, peso, 
endereço, telefone para contato, estado civil, número de dias de internação, dias de 
acessos periféricos e centrais, diagnóstico médico dentre outros, estes dados 
basicamente são de grande importância para o paciente (PRESTO, 2009). 
A avaliação deve ser constante e deve ser realizada a cada troca de plantão, 
pelo fisioterapeuta verificando o prontuário do paciente e as condutas já realizadas, 
verificando a efetividade do tratamento e se tal conduta está refletindo melhora no 
quadro do paciente, tudo deve ser anotado no prontuário (GAMBAROTO, 2006). 
4.1 Anamnese 
A anamnese é o primeiro contato com o paciente, e com os familiares por isso 
é indispensável realiza-la, principalmente se este paciente estiver sido admitido 
recentemente na UTI. Este questionamento tem como objetivo a elaboração do 
diagnóstico, do prognóstico e do correto planejamento terapêutico, que quando bem 
conduzida é responsável por cerca 85% de diagnostico na clínica médica, liberando 
10% para exame físico e 5% para os exames complementares, caracterizando a 
anamnese uma forma direta de observação rápida do paciente sobre seu estado atual 
(PRESTO, DAMAZIO, 2009). 
 
11Fonte: dreamstime.com.br 
 
Segundo Schvartsman, (2009) a anamnese é a coleta de dados do paciente e 
pode ser realizado através de uma entrevista ou leitura do prontuário, colhendo 
informações que são essenciais para a interpretação dos achados físicos e para o 
diagnóstico de doenças respiratórias. 
É importante identificar o paciente com o seu nome, peso, data de nascimento, 
altura, raça, cor e procedência, como também colher à história clínica, queixa 
principal, história da moléstia atual, história patológica pregressa, história familiar e 
social, e condições sócio ambientais pois todos esses fatores podem estar ligados a 
patologia do paciente (SARMENTO, 2007). 
Nem sempre o estado de consciência do paciente permite que a anamnese seja 
realizada, já que a maioria dos pacientes dá entrada nas unidades de terapia intensiva 
inconsciente e instáveis o impossibilitando de responder as perguntas e 
questionamentos da anamnese, por isso é importante também são verificados o nível 
de consciência e o nível de sedação no exame neurológico. Quando o paciente estiver 
impossibilitado de responder questionamentos, estes podem ser colhidos através de 
um familiar (SARMENTO, 2007). 
Segundo Sanvito (2002), logo após os dados obtidos em sua avaliação, estes 
devem ser organizados e analisados, considerando uma série de fatores como nível 
de comprometimento, o grau da perda funcional, desempenho físico e estado geral da 
saúde do paciente. 
 
12 
4.2 Sinais vitais 
A avaliação dos sinais vitais é de grande importância para o paciente critico 
internado na UTI, mesmo não oferecendo aos profissionais dados específicos para o 
diagnóstico de doenças, os sinais vitais permitem monitorar diversas funções do 
organismo, uma das suas principais vantagens é de não ser um processo invasivo 
(PRESTO, PRESTO, 2003). 
Os sinais vitais devem ser monitorados 24 horas por dia, são consideradas 
sinais vitais a temperatura corporal, pressão arterial, frequência respiratória, 
frequência cardíaca, ausculta pulmonar, saturação de oxigênio, todos possuem seus 
valores de normalidade a seguir. A saturação periférica de oxigênio SpO2o, mesmo 
não sendo propriamente dito um sinal vital é considerada por alguns autores, que a 
citam em seus livros (TALLEY, O´CONNORSIMON, 2000). 
 
Frequência Cardíaca 
É quantificado os batimentos por minuto, devendo se palpar o pulso, 
geralmente o radial, podendo também verificar pelo pulso braquial e carotídeo. Se 
estiver aumentado é chamado de Taquicardia acima de 100 bpm, se estiver diminuído 
é chamado de Braquicárdia abaixo de 60 bpm (PRESTO, DAMAZIO, 2009). 
 
 Frequência respiratória 
Deve-se observar os movimentos do tórax, a contar o número de incursões por 
minuto, ao se observa a FR é normal que o paciente altere seu padrão, logo se deve 
contar as incursões sem que o paciente perceba (PRESTO, PRESTO, 2003). 
Temperatura 
O normal é se verificar na axila por meio de um equipamento chamado 
termômetro, sendo o tempo médio para uma verificação eficaz em torno de 3 minutos. 
Acima de 37,5 oC febre, acima de 38,5oC febre alta (PRESTO, DAMAZIO, 2009). 
 
Pressão Arterial 
É quantificada através do resultado do choque ondulatório que ocorre na 
parede das artérias a cada batimento cardíaco, é aferido por meio de 
esfignomamometro (TALLEY, N J, O´CONNOR, SIMON, 2000). 
 
13 
4.3 Exame Físico 
 É um dos exames mais importantes para o fisioterapeuta deve ser realizado por 
completo, levando em consideração os aspectos de maior relevância e interesse no 
paciente. O Exame físico é a reunião e observação de dados relacionados às 
patologias particulares de cada paciente, está relacionada ao tipo de tórax, padrões 
respiratórios, grau de sedação, noções de tempo e espaço do paciente, sinais clínicos 
(KISNER, COLBY, 1998). 
 Schvartsman B (2009) afirma que o exame físico deve seguir uma sequência 
afim de evitar que dados passem despercebidos, podendo ser alterado de acordo com 
a idade e com a colaboração do paciente. O autor ainda lista alguns itens a serem 
observados como: estado geral do paciente, estado neurológico, condições e 
coloração na pele, estado de hidratação, estado nutricional, avaliação de estruturas, 
tosse, estado da secreção traqueal e das vias aéreas superiores, e avaliação das 
extremidades. O exame físico pode ser dividido em: Inspeção Estática e Inspeção 
Dinâmica (PRESTO, PRESTO, 2009). 
4.4 Inspeção Estática 
É quando o paciente é avaliado no leito sem a realização de movimentos 
respiratórios, através do nível de suporte ventilatório onde se avalia o oxigênio e 
ventilação mecânica, a avaliação do nível de consciência do paciente onde se utiliza 
a escala de coma de Glasgow, avaliação dos sinais vitais, frequência cardíaca, 
temperatura, pressão artéria e cianose; também se avalia a pele, músculos e ossos 
(PRESTO, PRESTO, 2003). 
 Na inspeção estática deve-se avaliar o nível de suporte ventilatório se o 
paciente está respirando espontaneamente em ar ambiente, ou através de oxigênio 
suplementar que pode ser com cateter nasal, máscara facial, sistema de Venturi e as 
frações de oxigênio administradas. Se o paciente está na ventilação não invasiva 
(VNI), ventilação invasiva (VMI), assim como as interfaces da ventilação, máscara, 
tubo traqueal, traqueostomia, modalidade e parâmetros ventilatórios 
(SCHVARTSMAN, 2009). 
 
14 
4.5 Inspeção Dinâmica 
 São avaliados os movimentos do caixa torácica através da frequência 
respiratória fazem parte do exame físico exame neurológico exame respiratório, 
exame cardiovascular, exame do estomago e aparelho digestório, e exame do 
aparelho urinário, todos têm suas peculiaridades e são de grande importância para o 
paciente (PRESTO, PRESTO, 2003). 
4.6 Palpação 
 A palpação que permita ao profissional examinar lesões superficiais e 
profundas, quanto a sua forma, volume e consistência (portal da fisioterapia 2012). 
Observa-se a temperatura, edema textura da pele ou tecido subcutâneo; em 
músculos, tendões e inserções é observado tônus, hipersensibilidade, pontos de 
desencadeamento, contraturas, crepitações (KISNER, COLBY, 1998). 
4.7 Teste de Força Muscular Manual 
 Tem como objetivo avaliar a capacidade dos músculos em desenvolverem 
tensão contra uma resistência. É a técnica mais utilizada pelo fisioterapeuta no exame 
físico para avaliar a força muscular. O teste de força muscular e baseado em cinco 
graus para que se possa classificar o tipo de força muscular que foi exercida (KISNER, 
COLBY, 1998). 
Escala de Avaliação da Força Muscular 
 (MRC-Medical Research Council) 
0- Não se percebe nenhuma contração 
1- Traço de contração, sem produção do movimento 
2- Contração fraca, produzindo movimento com a eliminação da gravidade 
3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional 
4- É capaz de superar maior quantidade de resistência que o nível anterior 
 
15 
4.8 Ausculta pulmonar 
É um método de avaliação e de exploração funcional que tem como objetivo 
verificar e identificar sons normais e ou patológicos que ocorre no interior dos pulmões. 
Para auscultar os sons mais agudos do pulmão, é necessário que o estetoscópio seja 
pressionado no tórax, e para captar os sons mais graves deve-se aplicar o 
estetoscópio suavemente (PRESTO, PRESTO, 2009). 
Segundo Presto (2003), os sons pulmonares são divididos em ruído fisiológico 
no qual se refere ao murmúrio vesicular, e ruídos patológicos também conhecidos de 
ruídos adventícios que são os roncos, sibilos e estertores que podem ser crepitantes, 
subcrepitantes e bolhosos, cornagem, atrito pleural e sopro cavitário. Já West (2002), 
caracteriza os sons normais da respiração som bronquial ou respiração brônquica, 
murmúrio vesicular, e som traqueal ou bronco vesicular, e os sons anormais de ruído 
adventícios continuados e descontinuados, os sons continuados são os roncos e 
sibilos e os sons descontinuadossão as crepitações grossas e finas. 
5 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MUSCULO ESQUELÉTICA EM PACIENTES 
CRÍTICOS 
 
 Fonte: facafisioterapia.net 
 
Avaliar força muscular utilizando, para os pacientes cooperativos, o Medical 
Research Council (MRC), escore usado na avaliação da força muscular periférica, 
deve ser aplicado em pacientes de risco para declínio funcional. Em pacientes 
 
16 
sedados a avaliação da força muscular pode ser mensurada através da habilidade do 
paciente de levantar o membro contra a gravidade em resposta a um estímulo 
doloroso aplicado em cada extremidade (DAMASCENO, CARVALHO, 2017). 
 Avaliar qualidade do movimento (amplitude, harmonia, presença de 
tremores) 
 Avaliar tônus muscular ativo e passivo 
 Avaliar reflexos profundos 
É a avaliação osteomioarticular também é importante para o fisioterapeuta e 
tem como, objetivo de tratamento e resultados almejados e para desenvolver e 
implementar o plano de assistência. O objetivo é realizar uma avaliação verificando e 
determinando a presença ou ausência de algum comprometimento envolvendo 
músculos, ossos e estruturas articulares relacionadas e identificar os tecidos 
específicos que estão causando o comprometimento (KISNER, COLBY, 1998). 
É importantíssima a avaliação motora na unidade de terapia intensiva, com 
objetivo de saber as verdadeiras condições que se encontra o sistema 
musculoesquelético do paciente e desde cedo iniciar o tratamento visando 
principalmente à prevenção de escaras, contraturas, deformidades e consequente 
perda da funcionalidade (TALLEY N J, O´CONNOR SIMON, 2000). 
6 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
 
 Fonte: olharconceito.com.br 
 
 
17 
A avaliação do nível de consciência é um parâmetro importante não só para os 
pacientes com patologias de base neurológica, mas para todos os pacientes críticos, 
pois a alteração da consciência pode significar uma piora do quadro. 
A consciência pode ser avaliada por meio de estímulos (auditivos, visuais, 
táteis, dolorosos) e comandos verbais. Para avaliar o nível de consciência pode-se 
utilizar várias escalas como a de Glasgow, de Ramsay e a escala de sedação e 
agitação de RASS (Richmond Agitation-Sedation Scale). 
É importante avaliar o nível de sedação dos pacientes e identificar o uso de 
fármacos sedativos. 
6.1 Escala de Ramsay 
A Escala de Ramsay avalia o grau de sedação de pacientes em uso de 
fármacos sedativos, o escore para avaliação do nível de sedação foi proposto por 
Michael A. E. Ramsay, nascido em Dublin na Irlanda e formado em Medicina na 
Universidade de Londres. A Escala de Ramsay avalia o grau de sedação em pacientes 
de terapia intensiva com escala de valores de 0 a 6. 
Nela estão contemplados dois tipos de situações: pacientes acordados e 
inconscientes., classificados da seguinte forma: 
 
 
 Fonte: br.pinterest.com.br 
 
18 
6.2 Escala de GLASGOW 
A Escala de Glasgow ou Escala de Coma de Glasgow é uma forma de avaliação 
padronizada, validada, traduzida em diversas línguas e utilizada mundialmente na 
avaliação do estado de consciência de indivíduos que apresentam alguma forma de 
alteração. 
Esta escala inicialmente foi desenvolvida para avaliar indivíduos que sofreram 
Traumatismo Crânio Encefálico; 
Ela avaliada três diferentes aspectos: 
 Abertura ocular; 
 Resposta verbal; 
 Resposta motora. 
A pontuação mínima é: 3 
A pontuação máxima é: 15 
Determinação de estado de coma: notas menores ou iguais a 8 
 
 Fonte: passeidireto.com.br 
6.3 Escala de sedação e agitação de RASS 
A escala de sedação e agitação de Richmond (ou RASS do inglês Richmond 
Agitation – Sedation Scale) é uma escala utilizada para avaliar o grau de sedação e 
 
19 
agitação de um paciente que necessite de cuidados críticos ou esteja sob agitação 
psicomotora. Consiste num método de avaliar a agitação ou sedação de pacientes 
usando três passos claramente definidos que determinam uma pontuação que vai de 
-5 a +4. Diferente das outras escalas a RASS utiliza como um dos parâmetros o tempo 
em que é mantido contato visual com o paciente, a fim de medir o nível de sedação. 
 
 
 Fonte: portenf.wordpress.com 
 
7 GASOMETRIA ARTERIAL EM UTI 
 
 Fonte: cardiosite.com.br 
 
20 
 
Os distúrbios acidobásicos estão associados ao grande risco de disfunção de 
órgãos, sistemas e óbitos em pacientes internados em terapia intensiva. A punção 
arterial para fins de gasometria demanda competência técnica e científica para sua 
execução. A avaliação do estado ácido-base do organismo, na prática clínica, é feita 
através de quatro parâmetros principais, determinados em amostras de sangue 
arterial (PINTO, SARACINI, LIMA, SOUZA, LIMA, ALGERI, 2017). 
A gasometria, ou análise de gases no sangue arterial, é um exame invasivo que 
tem por objetivo revelar valores de potencial de Hidrogênio (pH) sanguíneo, da 
pressão parcial de gás carbônico (PaCO2 ou pCO2) e oxigênio (PaO2), íon 
Bicarbonato (HCO3) e saturação da Oxi-hemoglobina, avaliando principalmente o 
equilíbrio acidobásico orgânico (PINTO, SARACINI, LIMA, SOUZA, LIMA, ALGERI, 
2017). 
Com isto podemos avaliar a adequação de ventilação, equilíbrio ácido-base, e 
oxigenação; avaliar a resposta do paciente à terapia e/ou avaliação diagnóstica, e por 
fim monitorar a gravidade e progressão de um processo de doença conhecida. Os 
distúrbios acidobásicos estão associados ao grande risco de disfunção de órgãos, 
sistemas e óbitos em pacientes internados em terapia intensiva. Dessa forma, é de 
fundamental importância o conhecimento dos mecanismos fisiológicos homeostáticos 
de controle do equilíbrio ácido-base na prática clínica (PINTO, SARACINI, LIMA, 
SOUZA, LIMA, ALGERI, 2017). 
 
 
 Fonte: jaleko.com.br 
 
 
21 
O equilíbrio acidobásico está relacionado aos mecanismos fisiológicos 
mantenedores da concentração de hidrogênio dos líquidos corpóreos numa faixa 
compatível com a vida, pois estes íons reagem prontamente com moléculas proteicas 
provocando alteração da composição das proteínas estruturais e funcionais, funções 
enzimáticas, excitabilidades das membranas, dissociação e movimento iônico e 
reações químicas (PINTO, SARACINI, LIMA, SOUZA, LIMA, ALGERI, 2017). 
Para a identificação e classificação dos distúrbios do equilíbrio ácido-base 
como simples ou misto devem ser verificadas as respostas compensatórias dos 
pulmões e dos rins, e o passo fundamental para isto é a realização do diagnóstico 
hemogasométrico. Distúrbios respiratórios ocorrem se houver alteração da PaCO2, já 
os distúrbios metabólicos acontecem quando as alterações primárias envolvem a 
concentração plasmática de HCO3 (PINTO, SARACINI, LIMA, SOUZA, LIMA, 
ALGERI, 2017). 
Deste modo, se a PaCO2 estiver aumentada ou diminuída são referidos como 
acidose e alcalose respiratórias respectivamente. E se a concentração plasmática de 
HCO3 estiver diminuída através da adição de ácidos voláteis ou aumentada, estes 
distúrbios são referidos como acidose e alcalose metabólicas respectivamente 
(PINTO, SARACINI, LIMA, SOUZA, LIMA, ALGERI, 2017). 
Quando se está interessado em uma avaliação da performance pulmonar, deve 
ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose 
e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. 
No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito 
através de uma gasometria venosa. 
Parâmetros normais para gasometria arterial 
 
 
pH 
A avaliação do pH serve para determinar se está presente uma acidose ou uma 
alcalose. Um pH normal não indica necessariamentea ausência de um distúrbio 
ácido-básico, dependendo do grau de compensação. O desequilíbrio ácido-básico é 
atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico. 
 
22 
 
PaCO2 ou PCO2 
A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, 
sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste 
gás. Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg. 
Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH 
estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. 
Se a PaCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH 
estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. 
 
HCO3- (bicarbonato) 
As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear 
desequilíbrios ácido-básico por distúrbios metabólicos. 
Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em 
Alcalose Metabólica. 
Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está 
em Acidose Metabólica. 
 
BE (Base excess) 
Sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo. 
 
SatO2 (%) 
Conteúdo de oxigênio/Capacidade de oxigênio; corresponde à relação entre o 
conteúdo de oxigênio e a capacidade de oxigênio, expressa em percentual. 
 
Acidose Respiratória (Aumento da PaCO2) 
Qualquer fator que reduza a ventilação pulmonar, aumenta a concentração de CO2 
(aumenta H+ e diminui pH) resulta em acidose respiratória. 
 
 
23 
 
 Fonte: multisaude.com.br 
 
8 FISIOTERAPIA RESPIRATÓTIA EM PACIENTES CRÍTICOS ADULTOS 
 
 Fonte: radioabc.com.br 
A fisioterapia respiratória envolve um grande número de técnicas que podem 
ser associadas às modalidades de ventilação mecânica. Dentre as principais estão: 
manobras de higiene brônquica e reexpansão pulmonar, que em conjunto com o 
posicionamento adequado no leito dos pacientes na U.T.I, otimiza o transporte de 
oxigênio através do aumento da relação ventilação-perfusão (V/Q), aumento dos 
volumes pulmonares, redução do trabalho respiratório, minimização do trabalho 
cardíaco e aumento do clearance muco ciliar (CARVALHO, 2001). 
Os objetivos da assistência fisioterapêutica: otimizar a função respiratória de 
modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação-perfusão; adequar 
o suporte respiratório; prevenir e tratar as complicações pulmonares; manter a 
permeabilidade das vias aéreas; favorecer o desmame da ventilação mecânica e da 
 
24 
oxigeno terapia. Embora os objetivos da fisioterapia sejam semelhantes àqueles 
traçados para os adultos, a assistência fisioterapêutica em Pediatria / Neonatologia 
apresenta particularidades relacionadas às diferenças anatômicas e fisiológicas 
existentes nestes pacientes, em relação às demais faixas etárias (DENKER, 2002). 
Com relação às indicações da fisioterapia respiratória, o tratamento 
fisioterapêutico em enfermos tem indicação sob certas condições clínicas, como as 
síndromes aspirativas, a síndrome do desconforto respiratório, pneumonias, 
atelectasias, e na prevenção de complicações da ventilação mecânica (DENKER, 
2002). 
 Quatro outros estudos concluíram que a intervenção fisioterapêutica está 
indicada na presença de secreção na via aérea, e nos casos com evoluções 
desfavoráveis à gasometria e/ou ao exame radiológico, sinais indicativos de possíveis 
problemas com a depuração ciliar, com a ventilação ou outra alteração da mecânica 
respiratória, e na maioria das vezes com as três condições (DENKER, 2002). 
Em algumas situações a fisioterapia respiratória tem mostrado grande 
impacto e pode alterar o prognóstico do paciente. Isto foi observado na 
síndrome do desconforto respiratório, na síndrome de aspiração meconial, na 
displasia bronco pulmonar, nas pneumonias neonatais e nos pós-operatórios 
de cirurgias de grande porte. A fisioterapia pré e pós-extubação também 
mostrou valor na redução da incidência de complicações, como as 
atelectasias pós-extubação. Os pacientes pediátricos internados em terapia 
intensiva têm indicação de fisioterapia respiratória em casos de 
hipersecreção brônquica, submetidos ou não à ventilação mecânica, pois há 
otimização da função cardiopulmonar e redução do agravo respiratório 
(COSTA, 1999. Apud BARBOSA, SOUSA, 2015). 
8.1 Terapia de expansão pulmonar 
Os recursos terapêuticos para expansão ou reexpansão pulmonar no manejo 
dos pacientes criticamente enfermos surgiram pela necessidade de se prevenir ou 
tratar a redução de volume pulmonar. O colapso alveolar causa perda volumétrica 
com consequente redução na capacidade residual funcional (CRF), podendo levar à 
hipoxemia e aumento no risco de infecções e lesão pulmonar caso não seja revertido 
(FRANÇA et al, 2010). 
 
 
25 
 
 Fonte: clinicareativacao.com.br 
 
O colapso pulmonar ocorre com frequência em pacientes com doenças 
respiratórias e neuromusculares, pacientes acamados por longos períodos, pacientes 
intubados sob ventilação mecânica (VM) e em diversos tipos de pós-operatórios, 
principalmente de cirurgias torácicas e abdominais. Assim, as técnicas de expansão 
ou reexpansão podem ser efetivas tanto na profilaxia quanto no tratamento do colapso 
pulmonar associado a determinadas situações clínicas (FRANÇA et al, 2010). 
 O fisioterapeuta deve ter conhecimento da estrutura pulmonar, fisiopatologia e 
mecânica respiratória adequada para realizar um correto diagnóstico funcional do 
paciente e indicar a melhor técnica expansiva. Esta indicação depende de fatores 
diretamente relacionados ao quadro clínico e ao nível de cooperação e entendimento 
do paciente (FRANÇA et al, 2010). 
A terapia de expansão pulmonar tem por objetivo principal incrementar o 
volume pulmonar através do aumento do gradiente de pressão transpulmonar, seja 
por redução da pressão pleural ou por aumento na pressão interalveolar. Desta forma, 
pacientes em ventilação espontânea (VE) ou sob VM, por ação dos músculos 
respiratórios ou utilização de dispositivos ou equipamentos que gerem pressões 
positivas interalveolares, podem se beneficiar dos efeitos positivos da expansão 
pulmonar (FRANÇA et al, 2010). 
A terapia de expansão pulmonar por diminuição da pressão pleural ocorre 
devido a contração muscular inspiratória, o que torna a pressão pleural mais negativa. 
Quanto mais potente for a contração muscular, maior será o gradiente de pressão 
transpulmonar gerado e, consequentemente, maior será o volume de gás mobilizado. 
 
26 
Incluem-se os exercícios respiratórios e a espirometria de incentivo (FRANÇA et al, 
2010). 
 
 Fonte: fisioemasso.wordpress.com 
 
De acordo com a literatura, os exercícios respiratórios, também conhecidos 
como exercícios de inspiração profunda e a espirometria de incentivo estão indicados 
para pacientes com risco de complicações pulmonares decorrente da Hipoventilação. 
A espirometria de incentivo utiliza a sustentação máxima inspiratória (SMI) para atingir 
altos volumes pulmonares necessita de dispositivos que, através de um feedback 
visual, estimulam os pacientes a atingirem os fluxos ou volumes determinados 
(FRANÇA et al, 2010). 
Overend et al. 2001, relatam que o emprego dos exercícios de inspiração 
profunda e a espirometria de incentivo previnem complicações pulmonares quando 
comparado a grupos sem intervenção fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia 
abdominal (FRANÇA et al, 2010). 
A utilização da PEEP como recurso na terapia de expansão pulmonar já está 
bem descrita na literatura e está diretamente relacionada à melhora das trocas 
gasosas e da mecânica ventilatória devido à sua capacidade de gerar aumento dos 
volumes pulmonares e recrutamento alveolar, com incremento da capacidade residualfuncional (CRF). Em pacientes sob VM, o aumento da PEEP é um dos recursos que 
pode ser utilizado com estes objetivos (FRANÇA et al, 2010). 
 
27 
8.2 Terapia de remoção de secreção 
A Terapia de Higiene Brônquica (THB) é um conjunto de intervenções 
fisioterapêuticas que visam favorecer a depuração de secreções das vias aéreas. 
Paciente em ventilação mecânica (VM), frequentemente, evolui com retenção de 
secreção pulmonar, agravado pela presença da via aérea artificial e o uso de altos 
fluxos inspiratórios, os quais comprometem a depuração muco ciliar. A ventilação, 
com elevadas concentrações de oxigênio e o uso de agentes paralisantes, também, 
são fatores que expõem o paciente ventilado à retenção anômala de secreção 
(NEPOMUCENO, SANTOS, 2014). 
 
 
 Fonte: interfisio.com.br 
 
Tanto a retenção de secreção nas vias aéreas como a produção excessiva desta 
na presença de agentes biológicos agressores leva ao aumento da resistência das 
vias áreas, justificado pelo preenchimento da luz brônquica, ocasionando esforço 
muscular compensatório a tal alteração da impedância pulmonar. Se os músculos 
respiratórios não estiverem aptos à mudança de impedância pulmonar, condições 
como Hipoventilação e fadiga muscular podem agravar o quadro. A má gestão da 
clearance das vias aéreas dificulta o desmame ventilatório, podendo elevar o tempo 
de VM (NEPOMUCENO, SANTOS, 2014). 
O fisioterapeuta tem papel fundamental na assistência deste perfil de paciente 
crítico. Dentre as técnicas de THB mais citadas na literatura, destacamos a drenagem 
postural, vibração e compressão torácica, conhecidas como Fisioterapia 
 
28 
Convencional (FC), a qual se utiliza das mãos como fonte geradora de ondas 
mecânicas. Outro grupo terapêutico se apropria do uso de pressão positiva, com o 
intuito de descolar secreção, deslocar de distal para proximal, facilitando a sua 
remoção das vias aéreas, quase sempre realizada por aspiração traqueal 
(NEPOMUCENO, SANTOS, 2014). 
É conhecido que a aspiração tem potencial adverso, dado o risco de hipoxemia, 
de colabamento de unidades alveolares, arritmias e lesões da mucosa. É observado 
na literatura, no entanto, uma escassez de dados sobre marcadores de função 
respiratória que indique o momento exato para o emprego das técnicas de THB, ou 
ainda, inexistência de inquérito sobre técnicas empregadas pelos fisioterapeutas no 
tratamento a pacientes em ventilação mecânica (NEPOMUCENO, SANTOS, 2014). 
9 FISIOTERAPIA MOTORA EM PACIENTES CRÍTICOS 
 
 Fonte: amib.org.br 
 
O exercício terapêutico é considerado um elemento central na maioria dos planos 
de assistência da fisioterapia, com a finalidade de aprimorar a funcionalidade física e 
reduzir incapacidades. Inclui uma ampla gama de atividades que previnem 
complicações como encurtamentos, fraquezas musculares e deformidades 
osteoarticulares e reduzem a utilização dos recursos da assistência de saúde durante 
a hospitalização ou após uma cirurgia (FRANÇA et al, 2010). 
 
29 
 Estes exercícios aprimoram ou preservam a função física ou o estado de saúde 
dos indivíduos sadios e previnem ou minimizam as suas futuras deficiências, a perda 
funcional ou a incapacidade (FRANÇA et al, 2010). 
Segundo Feliciano et al (2012) a mobilização precoce diminui o tempo para 
desmame da ventilação mecânica (VM) e propicia a recuperação funcional, sendo 
realizada através de atividades terapêuticas progressivas, tais como exercícios 
motores no leito, sedestação a beira do leito, transferência para a cadeira, 
ortostatismo e deambulação. É uma intervenção simples em pacientes com 
instabilidade neurológica e cardiorrespiratória. 
Retardar o início dos exercícios apenas colabora para intensificar o déficit 
funcional do paciente porque a função física e o estado de saúde geral são 
melhorados através da realização de exercícios que podem prevenir perdas e 
debilidades funcionais. Ensaios clínicos publicados sugerem possível melhora na 
recuperação física de estratégias que promovam a mobilização precoce e da atividade 
muscular durante cuidados intensivos (RAMSAY et al, 2015). 
9.1 Eletroestimulação 
A imobilização e subsequente fraqueza são consequências da doença crítica e 
podem contribuir para o prolongamento do tempo de hospitalização, declínio no 
estado funcional e na qualidade de vida que podem persistir mesmo após um ano da 
alta hospitalar, além de colaborarem para o aumento dos índices de mortalidade e 
elevação dos custos nas UTIs. Estudos recentes, tem demonstrado que a mobilização 
precoce pode ser um meio seguro e viável na prevenção de problemas físicos gerados 
pelo imobilismo (MIRANDA, DIAS, MACEDO, DIAS, 2013). 
A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) tem sido utilizada como 
alternativa ao exercício ativo e mobilização em pacientes acamados, a EENM tem 
mostrados efeitos benéficos em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e em pacientes internados no 
hospital. Estes pacientes não podem se exercitar ativamente devido a insuficiência 
respiratória, cardíaca e a sua condição crítica nas UTIs, além da sedação e lesões 
neurológicas (MIRANDA, DIAS, MACEDO, DIAS, 2013). 
Por este motivo, se beneficiam da EENM em termos de capacidade de 
exercício, no desempenho dos músculos esqueléticos, qualidade de vida, redução da 
 
30 
perda muscular, prevenção da incidência de polineuromiopatia do paciente crítico na 
redução do tempo de desmame e diminuição do tempo de internamento nas UTI 
(MIRANDA, DIAS, MACEDO, DIAS, 2013). 
9.2 Prancha Ortostática 
De acordo com Neto (2006) o estresse gravitacional é definido pela ação da 
gravidade, que provoca um desvio significativo de sangue para o território 
infradiafragmático quando o sistema cardiovascular se encontra na postura 
ortostática. Caso não haja os ajustes compensatórios, após a mudança da postura, a 
pressão arterial poderá cair e apresentar leve intolerância ortostática, até a perda 
súbita da consciência, capaz de afetar a homeostase circulatória, gerando uma 
variedade de efeitos compensatórios, com repercussões hemodinâmicas (SANTOS, 
VASCONCELOS, LEDO, 2015). 
 
 
 Fonte: portalhospitaisbrasil.com.br 
 
O ortostatismo pode ser adotado de forma passiva ou ativa. Ao assumir essa 
posição, são enviadas informações ao sistema nervoso, onde o corpo é alinhado 
biomecanicamente, ocorrendo o alongamento e fortalecimento de grupos musculares, 
evitando deformidades em membros inferiores e proporcionando funcionalidade para 
os membros superiores. Pode-se utilizar como recurso a prancha ortostática, que 
consiste em uma maca que se inclina gradativamente até atingir a posição vertical 
com auxílio de uma manivela ou controle elétrico, sendo utilizada para readaptar os 
 
31 
pacientes quando os mesmos são incapazes de manter-se nessa postura, ou até 
mesmo, com considerável assistência (SANTOS, VASCONCELOS, LEDO, 2015). 
Esse dispositivo proporciona diversas vantagens fisiológicas importantes, pois, 
promove aumento dos volumes pulmonares, melhora a expansibilidade torácica e 
elasticidade pulmonar, sugere higiene brônquica efetiva que facilita a depuração muco 
ciliar, a relação ventilação-perfusão, com benefícios hemodinâmicos e 
cardiorrespiratórios, além de promover melhora do nível de consciência, neutralização 
da postura em flexão, frequentemente adotada, descarga de peso bi podal e maior 
controle autonômico com ganho de força, prevenção de atrofia muscular, úlceras de 
pressão e também facilitação do desmame ventilatório (SANTOS, VASCONCELOS, 
LEDO, 2015). 
9.3 Cinesioterapia 
Há 30 anos a mobilização precoce tem mostrado redução no tempo para 
desmame da ventilação e é a base para a recuperação funcional. Recentemente tem-
se dado mais atenção para a atividadefísica (precoce) como uma intervenção segura 
e viável em pacientes com estabilidade neurológica e cardiorrespiratória. A 
mobilização precoce inclui atividades terapêuticas progressivas, tais como exercícios 
motores na cama, sedestação a beira do leito, ortostatismo, transferência para a 
cadeira e deambulação (SILVA, OLIVEIRA, 2015). 
 
 
 Fonte: fisioteraloucos.com.br 
 
32 
O efeito mais perceptível da cinesioterapia na Unidade de Terapia Intensiva 
é prevenir complicações como a fraqueza muscular, hipotrofia e a síndrome 
do imobilismo, que consiste em um conjunto de alterações que acometem o 
indivíduo que se encontra acamado por um longo período de tempo, 
comprometendo o sistema osteomuscular e, consequentemente, levando a 
alterações funcionais. Esta síndrome pode evoluir para outros problemas, 
como os circulatórios, dermatológicos e respiratórios. De acordo com o 
estado geral do paciente como estabilidade hemodinâmica, grau de 
consciência e força muscular, o fisioterapeuta abordará a cinesioterapia de 
forma passiva ou ativa, cabendo ao fisioterapeuta a implantação e 
gerenciamento do plano terapêutico de mobilização (GOSSELINK, 2008. 
Apud CINTRA, 2013). 
Intervenções precoces são necessárias para prevenir problemas físicos e 
psicológicos. A atividade terapêutica como a mobilização deve ser iniciada 
precocemente, para evitar os riscos da hospitalização prolongada, declínio funcional 
e imobilidade associada como deficiências de longa duração na área da saúde mental 
e domínios cognitivos e físicos, síndrome pós-intensivo denominado (PICS), podendo 
ser uma das chaves para a recuperação do paciente (PACHECO, MONTE, 2019). 
A monitorização durante e após o exercício é mandatória e recomenda-se a 
avaliação das variáveis cardiovasculares (frequência cardíaca e pressão arterial) e 
respiratórias (padrão muscular ventilatório do paciente e sincronia do paciente com o 
ventilador quando em VM, saturação periférica de oxigênio e frequência respiratória), 
além de observar o nível de consciência e verificar as dosagens de sedativos e drogas 
vasoativas (PACHECO, MONTE, 2019). 
Pacientes com instabilidade hemodinâmica, que necessitam de altas frações 
inspiradas de oxigênio (FiO2) e altos níveis de suporte ventilatório não são 
recomendados para atividades de mobilização mais enérgicas. (KORUPOLU, 
GIFFORD, NEEDHAM, 2009). 
Estudos mostram que a mobilização precoce em pacientes críticos é segura e 
viável na prevenção de problemas físicos e mentais que são agravados pelo 
imobilismo, diminuindo o tempo de internação na UTI e hospitalar. Alguns autores 
argumentam sobre a escassez de estudos controlados e randomizados que apontem 
os principais riscos e benefícios que a mobilização pode causar (SARTI, VECINA, 
FERREIRA, 2016). 
Os fatores de segurança a serem abordados são os intrínsecos e extrínsecos 
ao paciente; o primeiro está relacionado com os antecedentes médicos e reservas 
respiratórias e cardiovasculares, já o segundo relaciona-se ao ambiente e equipe. 
Exames complementares, sinais vitais, ausência de contraindicação neurológica e 
 
33 
ortopédica e dor, fadiga ou dispneia também devem ser fatores considerados antes 
da realização da reabilitação precoce (SARTI, VECINA, FERREIRA, 2016). 
Em geral, a mobilização precoce está relacionada às atividades terapêuticas 
progressivas que inclui exercícios motores no leito, transferência para a cadeira, 
ortostatismo e a deambulação. A questão do posicionamento do paciente no leito 
também é importante para otimizar o transporte do oxigênio. A equipe multidisciplinar 
deverá estabelecer as regras e traçar seus protocolos de triagem auxiliar na 
reabilitação dos pacientes críticos (SARTI, VECINA, FERREIRA, 2016). 
Contudo, a mobilização precoce proporciona ao paciente crítico a redução dos 
efeitos do imobilismo, o tempo para o desmame da VM e auxilia na recuperação 
funcional, melhorando a função respiratória, o nível de consciência e aumento do bem-
estar psicológico. Com isso é acelerado o processo de recuperação do paciente, 
chegando a diminuir o tempo de internação hospitalar (SARTI, VECINA, FERREIRA, 
2016). 
9.4 Exercícios com Cicloergômetro 
O ciclo ergômetro é um instrumento estacionário, que permite rotações cíclicas 
e pode ser utilizado na execução de exercícios passivos, ativos e ativo assistidos tanto 
em membros superiores quanto em membros inferiores. Estratégia de exercício 
utilizando este aparelho tem sido bastante recomendado nos documentos que 
abordam o tema de mobilização precoce de pacientes crítico (PIRES, 2013). 
Esta é uma técnica que proporciona ao paciente a execução de movimentos 
repetitivos de baixa resistência com o intuito de promover um treinamento 
muscular, podendo assim aumentar massa e força muscular, melhorando a 
eficiência do músculo. Além disso, melhora potencialmente o estado funcional 
do paciente (GOSSELINK, 2008. Apud DANTAS, 2012). 
Diferentes técnicas e aparelhos vêm sendo usados na prática fisioterapêutica 
na UTI, na tentativa de reversão ou redução da perda de força muscular. São 
realizados nos pacientes apenas procedimentos que são considerados seguros na 
estabilidade hemodinâmica. Dentro desse contexto, encontra-se o Cicloergômetro, ou 
bicicleta ergométrica, um aparelho estacionário cíclico, com funcionamento mecânico 
ou elétrico, que permite exercícios passivos, ativos e resistidos com os pacientes 
(NEEDHAM, TRUONG, FAN, 2009). 
 
34 
Cada vez mais tem sido estudado o uso deste equipamento na unidade crítica, 
buscando a associação com aumento de força muscular, melhora da capacidade 
funcional e redução da sensação de dispneia. Pacientes portadores de doença 
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são beneficiados com esta ferramenta. O uso do 
Cicloergômetro na UTI ainda é tímido, apesar das recentes pesquisas sobre a 
ferramenta (SILVA, ROMANELLI, MARTINS, 2013). 
Estudos sobre mobilização precoce de enfermos críticos envolvem a aplicação 
do aparelho na reabilitação pulmonar e motora concomitante outras ferramentas, 
entretanto ainda se faz necessário pesquisas mais específicas acerca dos resultados 
positivos do uso deste equipamento, assim como definição do melhor momento para 
início da atividade, a forma mais efetiva de ajuste de cargas e o exato momento de 
interromper o exercício. O objetivo deste estudo é revisar publicações acerca dos 
benefícios do uso do Cicloergômetro no tratamento do paciente crítico (LARA, 2015). 
9.5 Posicionamento funcional 
O posicionamento adequado no leito dos pacientes na UTI pode ser usado com 
o objetivo fisiológico de otimizar o transporte de oxigênio através do aumento da 
relação ventilação-perfusão (V/Q), aumento dos volumes pulmonares, redução do 
trabalho respiratório, minimização do trabalho cardíaco e aumento do clearance muco 
ciliar. Além de também otimizar o transporte de oxigênio, a mobilização reduz os 
efeitos do imobilismo e do repouso. 
 Os exercícios passivos, ativo-assistidos e resistidos visam manter a 
movimentação da articulação, o comprimento do tecido muscular, da força e da função 
muscular e diminuir o risco de tromboembolismo (SILVA, OLIVEIRA, 2015). 
9.6 Papel da fisioterapia na extubação/reintubação 
A fisioterapia possui um papel essencial no atendimento multidisciplinar dos 
pacientes que carecem da ventilação mecânica na Unidade de tratamento Intensivo 
(UTI), haja vista que, atua desde o processo de preparo do ventilador mecânico antes 
da admissão do paciente, nos ajustes necessários do equipamento acompanhando o 
paciente durante todo o processo de internamento, seja durante uso da ventilação 
 
35 
mecânica, na sua interrupção, bem como, no desmame ventilatório e posteriormente 
na extubação (JERRE et al, 2007). 
Desmame é o processo de readaptação, objetivando que o paciente 
reassuma a ventilação espontânea sem mais necessidade de suporte 
ventilatório quandoa causa da insuficiência respiratória, encontra-se em fase 
de resolução. O termo desmame refere-se ao processo de transição da 
ventilação artificial para a espontânea nos pacientes que permanecem em 
ventilação mecânica invasiva por tempo superior à 24h (PRESTO, 2009. 
APUD FRANCISCO, 2011). 
 
 Fonte: interfisio.com.br 
 
A atuação da fisioterapia no processo no desmame ventilatório, começa 
diretamente através da realização de uma triagem diária nos pacientes sob uso da 
ventilação mecânica invasiva que estejam submetidos por período superior a 24 
horas, tendo como finalidade selecionar os candidatos aptos para realização do teste 
de respiração espontânea e posteriormente o desmame (GONÇALVES et al, 2007; 
GOLDWASSER et al, 2007). 
Alguns fatores devem ser levados em consideração e avaliados ao se pensar 
no desmame, isso pode determinar o sucesso ou o fracasso desse procedimento, para 
que isso não ocorra é preciso identificar os pacientes elegíveis, que deverão ter a 
sedação interrompida diariamente utilizando para isso protocolos e metas, para depois 
haver a interrupção da ventilação (GOLDWASSER et al, 2007). 
Não se deve confundir falhas de desmame com falha na extubação. Uma 
extubação é considerada de sucesso quando o paciente permanece mais de 72h sem 
vias aéreas artificiais e no desmame quando o paciente consegue permanecer em 
 
36 
ventilação espontânea durante pelo menos 48horas após a interrupção da ventilação 
artificial (SOUZA, 2007 & GOLDWASSER et al, 2007). 
Para extubação é necessário que o paciente tenha condições de manter suas 
vias aéreas pérvias através da tosse eficaz, que pode ser avaliada por meio de um 
fluxo metro. Edema da glote é o fator que mais dificulta a extubação, a necessidade 
de aspiração também está relacionada com o sucesso da extubação, pacientes que 
necessitam de aspiração das vias aéreas em períodos inferiores a 2 horas não 
possuem bom prognóstico para a extubação (SOUZA, 2007). 
As falhas no desmame devem ser evitadas ao máximo, um desmame mal 
conduzido e o seu consequente insucesso pode proporcionar o aumento da 
morbidade, especialmente no que diz respeito à incidência de infecções respiratórias 
decorrentes principalmente de uma reintubação, com consequente aumento da 
mortalidade (GONÇALVES, 2007 & GOLDWASSER et al, 2007). 
 Na tentativa de evitar-se estas falhas no desmame de ventilação mecânica e 
as suas possíveis complicações, diversos indicadores têm sido pesquisados, porém 
poucos possuem poder preditor satisfatório. Assim achou-se pertinente analisar a 
importância dos parâmetros da mecânica ventilatória no sucesso do desmame 
(GOLDWASSER et al, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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