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Micorrizas em ecossistemas agrícolas Modificações fisiológicas, bioquímicas e nutricionais na planta • Elevação da taxa fotossintética; • Aumento da síntese de proteínas; • Favorecimento da absorção, translocação e uso de nutrientes; • Plantas apresentam teores mais elevados de nutrientes; • Maior síntese de clorofila; • Maior produtividade de metabólitos secundários e substâncias de crescimento; • Aumento na atividade de enzimas; • Amenizam efeitos adversos como do pH e excesso de metais; • Aumentam o crescimento do hospedeiro; • Estabelecimento de redes de conexão entre as plantas Ocorrência das MAs • Ocorrência generalizada ≈ 250.000 espécies; nos mais variados ecossistemas; • Influenciada principalmente pela vegetação e ambiente; • Cultivo do solo provoca modificações na estrutura das comunidades fúngicas; • Ocorrência reduzida/ausente: - solos fumigados; - perturbados pela erosão; - de mineração; - áreas de construção civil; - longos períodos de pousio; - sob inundação; - espécie não hospedeira; - altas concentrações de poluentes. Algodão; Alho-poró; Batata; Cacau; Café; Cana de açúcar; Cebola; Cenoura; Ervas daninhas; Espécies florestais; Feijão; Frutas cítricas; Girassol; Maçã; Mandioca; Milho; Morango; Outros legumes; Pimentão; Pêssego; Soja; Tomate; Uva; Nabo; Mustarda; Canola; Repolho; Couve-Flor; Brócolis; Beterraba. Exemplos de plantas que se associam ou não com FMAs: Fonte: ( Muchovej, 2004; Moreira &Siqueira, 2006) RESPOSTA DE PLANTAS A INOCULAÇÃO COM FMA PLANTA FMA RESPOSTA DE CRESCIMENTO RESPOSTAS NUTRICIONAIS REF. Gramínea nativos > crescimento (Paspalum) > Adsorção de P 1 Leguminosas Ge > Crescimento e nodulação (mudas) 2 Arbóreas Ge > Crescimento em mudas > conteúdo de N 3 Ge, Gim Sem resposta (mudas) N-mineral: não altera resposta 4 Gim, Gf > Crescimento de mudas Correlação positiva com adição de P 5 Feijão Ge > Crescimento, nodulação > Absorção de P e N 6 Milho Gc > crescimento > Absorção P e Cu, < conteúdo Mn e Cd 7 Tomate Gc, Ge, Gim > Crescimento (60mg P/kg solo). Ge: > eficiência (120 mg P/kg solo) > Utilização P (60mg P/kg solo) 8 Ge > Crescimento (60mg P/kg solo) > Acúmulo e utilização de P 9 Trigo Glomus sp. > Crescimento em solo com alto Al > Conteúdo e translocação de P 10 (1) Rheinheimer et al. (1995); (2) Faria et al. (1995); (3) Farias et al (1996); (4) Pereira et al. (1996); (5) Chaves et al (1995); (6) Silveira et al. (1995); (7) Trindade et al. (1996); (8) Araújo et al. (1994); (9) Araújo et al. (1996); (10) Silva et al. (1994). Benefícios micorrízicos: • Estendem o sistema de raiz, aumentando a capacidade de absorção de nutrientes, principalmente de P pela planta; • Armazenam nutrientes temporariamente em sua biomassa fúngica e/ou raízes; • Rede de hifas interconecta o sistema radicular de plantas vizinhas; • Facilitam o acesso a umidade; • Estruturação do solo e estabilidade de agregados; • Ameniza os efeitos causados pelo pH, Al, Mn, metais pesados, salinidade, estresse hídrico, pesticidas e poluentes orgânicos e ataque de patógenos radiculares; • Aumentam o crescimento do hospedeiro. Toda vez que houver uma associação fungo-raiz, todos esses benefícios estarão presentes? • Disponibilidade de nutrientes; • pH; • Elementos tóxicos ; • Textura; • Estrutura; • Agregação; • Densidade; • Umidade; • Interação com a microbiota; Fatores que afetam os FMAs / MAs SOLO • Histórico da área; • Tipo de cultivo; • Mudança na vegetação; • Erosão; • Irrigação; • Fertilizantes e corretivos; • Biocidas • Luminosidade; • Temperatura; • Sazonalidade; • Precipitação / umidade; • Poluição; • Estresses diversos; AMBIENTE CARACTERÍSTICAS, USO E MANEJO DO SOLO Inter-relação PLANTA Funcionamento da simbiose • Relação custo-benefício • Nível critico de fósforo no solo • Colonização e eficiência Mutualismo Parasitismo Luminosidade normal Luminosidade reduzida Solo natural Solo descoberto Custo Benefício Custo Benefício Custo Benefício Custo BenefícioCusto Benefício Relação Custo-Benefício das micorrizas Trigo/Soja Trigo/Milho 0 5 10 15 N ú m e ro d e e s p o ro s d e F M A Trigo/Soja Trigo/Milho Sucessão de Culturas a b b Trigo/Soja/ Trigo/Milho ESPORULAÇÃO X MANEJO DE CULTURAS Disponibilidade de nutrientes: • MA’s favorecidas pela baixa fertilidade (colonização e esporulação máximas); • Dependente da exigência de P da espécie; Inibição/redução da colonização • Condições ótimas de P (para planta); • Adição de doses altas de P inibe micorrização. Estimulação da micorrização/colonização • Adição de doses baixas de P até ≈ 50 mg de P kg-1 de solo; • Exsudatos de plantas deficientes em P. FATORES QUE AFETAM A SIMBIOSE E OS FMA FATORES EFEITOS REF. Nitrogênio NH4 +:`< colonização (leguminosas) 1 Fósforo Fosfato de rocha: > esporulação (cafeeiro). 2 Aumento do pH e disp. de P: > colonização (Pensacola). 3 P pós-plantio: < colonização e crescimento de micélio externo (alho). 4 < colonização radicular a campo ou não (cafeeiro) – depende níveis de P do solo. 5 Sistemas de cultivo Pré-cultivo com Crotalária: > colonização em trigo (a campo). 6 Pré-inoculação altera composição da população de FMA (mudas de cafeeiro). 7 Calagem > Colonização radicular (trigo) 6 > Colonização radicular (cafeeiro), alteração da composição de FMA 5 Efeitos sazonais Afeta a densidade de esporos em cafeeiro. 7 Biocidas Fosetyl-Al: estimulo a colonização; 8, 9, Metalaxil: < colonização em citros; 10 Benomyl em sementes de tomate: < colonização (100g/100kg) (1) Pereira et al. (1996); (2) Balota & Lopes (1996a); (3) Rheinheimer & Kaminski (1995); (4) Miranda & Harris (1993); (5) Saggin- Jr. & Siqueira (1996); (6) Duarte et al. (1995); (7) Balota & Lopes (1996b); (8) Cardoso & Lambais (1993); (9) Oliveira (1992); (10) Machado et al. (1994). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 20 40 60 80 100 120 P adicionado, ug/g de solo C o lo n iz a ç ã o Milho Soja Sorgo Efeitos de nutrientes na colonização de por FMAS (Dados de Miranda et al. , 1984. pH do solo • MA’s se expressam em solos com pH entre 3 e 10; • Tolerância diferenciada aos metais em concentração tóxica de solos ácidos (Al, Mn); Metais pesados Presença de metais tóxicos no ambiente pode: • Reduzir a germinação e o grau de colonização; • Reduzir o crescimento micelial e a esporulação. Biodisponibilidade está relacionada com o Ph do solo. Algumas espécies de FMAs são tolerantes a metais (Cd, Cu, Zn...) • Interessantes para revegetação de solos degradados; • plantas micorrizadas tem mais chance de sobrevivência. • Espécies; • Suscetibilidade à colonização; • Nutrição; • Idade; • Taxa de crescimento; • Sistema radicular; • Exsudação; • Senescência. Planta hospedeira ATENÇÃO! • FMAs = simbiontes obrigatórios; • Plantas # graus de dependência micorrízica Genoma do Fungo + Genoma da Planta Modelagem pelo Ambiente Sucesso da associação simbiótica depende: Dependência Micorrízica: grau que a planta depende da condição micorrízica para obter seu crescimento e produção máxima, em certo nível de fertilidade do solo (GERDEMANN, 1975); • micotróficas obrigatórias - não sobrevivem sem micorriza até a maturidade reprodutiva; • micotróficas facultativas - aquelas que são beneficiadas pela micorrização, em determinadas condições; porém, quando não micorrizadas, conseguem atingir a maturidade reprodutiva; • não micotróficas - sobrevivem sem a formação da micorriza até a maturidade reprodutiva (sistema radicular desenvolvido, com ramificações e abundantes pelos radiculares, além de dispor de mecanismos para facilitar a captação de P). Figura 2. Classificação da dependência micorrízica de diferentes culturas anuais, perenes e adubosverdes. Representação média do comportamento de diversas variedades/cultivares. Fonte: MIRANDA & MIRANDA, 2004. Dependência micorrízica: Eficiência: característica do simbionte em apresentar diferentes graus de eficiência (alta, média, baixa ou ineficaz); Responsividade: magnitude da resposta da planta a micorrização com determinado fungo e condição de crescimento. Conceitos importantes: RM Assimilados Nutrientes Propágulos Adaptabilidade Micélio Externo Eficiência simbiótica Micotrofia Dependência Sistema Radicular Exigência nutricional Fertilidade Organismos Uso e preparo Regime hídrico Solo Simbiotrofismo - Espécie - Melhoramento - Biocidas - Sistema de Cultivo - Tecnologia - Inoculação - Fungos indígenas (Manejo) R es p o st a Fósforo aplicado ao solo, mg kg-1 X1--------------------Faixa de mutualismo-------------------X2 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- Benefício do P Crescimento de Stylosanthes e da Brachiaria com e sem micorriza (Glomus etunicatum) em função da disponibilidade de P nas solução do solo. (Siqueira & Moreira,2006). Efeitos de MA e Isoflavonóides em Milho SOLO Solo com Scepter Scepter Ausente MA PSPA Injuria MA PSPA Injuria Efeitos dos tratamentos em relação ao controle (%) Inoculado +44 +26 -46 0 -6 0 Formononetina +30 +37 -50 +10 -10 0 Biocanina A +26 +26 -50 +2 -1 0 Autoclavado - -10 +20 - +15 0 (Siqueira et al., 1991c) RAÍZES, HIFAS E AGREGAÇÃO DO SOLO VARIÁVEL CULTURA* ANUAL PRADARIA** RESTAURAÇÃO PASTAGEM NATURAL Agregados > 0,2 mm (%) 40 89 83 Agregados > 0,2 mm (%) 10 50 50 Raízes final (km.m2) 1 125 213 Raízes coloniz. (km.m2) < 1 22 44 Hifas extrarad. (km.m2) 17 48 42 (Miller & Jastrow, 1992) * = 100 e ** = 11 anos Espécie Controle M P P+M Resposta ..................Matéria Seca (g)............... Jatobá 4,0 a 3,9 a 4,8 a 5,0 a Indiferente a P e M Bauhínia 0,9 b 0,9 b 1,6 a 1,8 a Apenas a P Jambolão 0,3 b 3,8 a 0,8 b 3,7 a Apenas a M Trema 0,1 b 1,6 a 1,7 a 1,6 a Tanto a P quanto M Saboneteira 0,4 c 1,1 b 1,3 b 2,1 a Sinergismo P + M Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% Exemplos de respostas diferenciadas de mudas de árvores nativas a fósforo (P) e micorriza (M) 0 5 10 15 20 25 30 B io m a s s a ( g ) 1 2 3 4 Não colonizadas Colonizadas Plântulas de A. angustifólia colonizadas e não colonizadas por G.clarum medida após 21 meses de cultivo 1 – Parte aérea 2 – Raiz principal 3 – Raiz lateral 4 – Raiz total (ZANDAVALLI,2001) Parâmetros de crescimento Plântulas colonizadas Plântulas não colonizadas Comprimento da raiz principal (cm) 44,78 35,44 Diâmetro basal da parte aérea (mm) 9,49 5,97 Altura do eixo principal (cm) 33,55 23,32 Número de verticilos 3,00 1,60 Número de ramos 7,57 3,80 Massa de uma folha (g) 0,01 0,007 Área de uma folha (cm2) 0,20 0,13 Área foliar específica (cm2 g-1) 19,93 17,73 (ZANDAVALLI,2001) Parâmetros de crescimento de plântulas de A. angustifólia colonizadas e não colonizadas por G. clarum, medidos após 21 meses de crescimento Nutrientes Plântulas colonizadas Plântulas não colonizadas Teor Total Teor Total Nitrogênio 1,5 366 1,4 96,2 Fósforo 0,16 39 0,06 4,12 Potássio 1,5 366 1,0 68,7 Cálcio 1,4 342 2,6 179,9 Magnésio 0,11 269 0,21 14,4 Enxofre 0,09 220 0,06 4,12 Cobre 5,3 0,129 2,2 0,0151 Zinco 12 0,293 13,0 0,0893 Ferro 89 2,196 149 1,0240 Manganês 78 1,905 171 1,1750 Sódio 294 7,18 71 0,4890 Boro 22 0,537 41 0,2820 (ZANDAVALLI, 2001) Teores foliares (% ou mg kg-1) e quantidade total de nutrientes (mg) na parte aérea em plântulas de A.Angustifolia colonizadas e não colonizadas. Substratos Proporção solo:substrato na mistura 1:1 1:4 1:8 0:1 (substrato) Nº de esporos/50 cc Vermiculita 10.080 13.700 6.500 18 Areia 3.380 6.200 6.020 3.400 Fibra de vidro 2.700 306 464 44 Plantimax 64 48 16 18 Turfa 344 86 92 46 EFEITO DO SUBSTRATO NA ESPORULAÇÃO Aplicação prática das MA • Seleção de FMAs para inoculação • Produção de inóculo (substrato estéril, hidroponia) • Inoculação • Pré-inoculação de mudas (viveiros e micropropagação) • Distribuição do inóculo a campo (a lanço, em sulcos) Utilização das MAs • Inoculação artificial • Manejo da população de fungos nativos Condições (planta, solo, fungo) Estratégia adotada Grau de sucesso I – Relação fungo-planta Condição micorrízica da planta Grau de dependência Micorrízica Altamente dependente Inocular Muito alto Micorrízica Dependente Inocular Alto Não-micorrízica Não se aplica Rotação de cultura Muito baixo II – Condições químicas do solo Efeito da micorrização Fertilidade Alta Depressivo Redução da adubação Muito baixo Média Benéfico Inocular Médio Baixa Muito benéfico Inocular Muito alto Muito baixa Baixo/nenhum Adubar e inocular Alto III – Fungos nativos no solo Propágulos no solo Eficiência Ausentes Não se aplica Inocular Muito alto Baixa densidade Baixa Inocular Alto Baixa densidade Alta Manejar Alto Alta densidade Baixa Inocular Baixo Alta densidade Alta Manter Baixo BENEFÍCIOS E INOCULAÇÃO NUTRICIONAIS: 1. Aumento na absorção de água e nutrientes - Maior exploração do solo - Maior longevidade das raízes - Mineralização e solubilização de nutrientes 2. Armazenagem e ciclegem de nutrientes NÃO NUTRICIONAIS: 1. Proteção contra patógenos - Barreira física do manto, antibiose, indução de resistência, competição e antagonismo na rizosfera 2. Maior tolerância a estresses abióticos - seca, altas temperaturas, acidez e toxidez de metais PRODUÇÃO DE MUDAS VANTAGENS DA INOCULAÇÃO EM VIVEIROS: 1. Menor tempo de permanência no viveiro; 2. Redução dos danos causados por estresso do transporte e transplantio; 3. Maior sobrevivência e crescimento inicial no campo; - 20 a 160% de sobrevivência 4. Maior produtividade dos plantios florestais. TIPOS DE INOCULANTES ECM: 1. MICÉLIO VEGETATIVO: - Producão em escala industrial; - Aplicação nos canteiros e mudas microprop. - Encapsulação de sementes; - Custo elevado (Mycorhiz e Mycobeads) 2. ESPOROS/BASIDIOCARPOS: - Basidiocarpos triturados e aplicados na rega, incorporados ao solo; - Confeçção de pellets de esporos e sementes; - Sazonalidade de produção dos Basidiocarpos; - Impossibilidade de controle genético e da qualidade 3. TERRIÇO/SERRAPILHEIRA/SOLO: - Coletado em povoamentos adultos e aplicados no canteiro; - Qualidade variável; - Pode disseminar patógenos e plantas hospedeiras. Obrigada!
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