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Finanças Corporativas Créditos Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância Diretor Regional Luciana Marcheze Miguel Luiz Francisco de Assis Salgado Luciana Saito Mariana Valeria Gulin Melcon Superintendente Universitário Mônica Maria Penalber de Menezes e de Desenvolvimento Mônica Rodrigues dos Santos Luiz Carlos Dourado Nathália Barros de Souza Santos Reitor Paula Cristina Bataglia Buratini Sidney Zaganin Latorre Renata Jessica Galdino Sueli Brianezi Carvalho Diretor de Graduação Thiago Martins Navarro Eduardo Mazzaferro Ehlers Wallace Roberto Bernardo Diretor de Pós-Graduação e Extensão Equipe de Qualidade Daniel Garcia Correa Ana Paula Pigossi Papalia Gerentes de Desenvolvimento Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento Claudio Luiz de Souza Silva Gabriela Souza da Silva Luciana Bon Duarte Vivian Martins Gonçalves Roland Anton Zottele Coordenador Multimídia e Audiovisual Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas Adriano Tanganeli Coordenadora de Desenvolvimento Equipe de Design Audiovisual Tecnologias Aplicadas à Educação Adriana Matsuda Regina Helena Ribeiro Caio Souza Santos Coordenador de Operação Camila Lazaresko Madrid Educação a Distância Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo Alcir Vilela Junior Christian Ratajczyk Puig Danilo Dos Santos Netto Professor Autor Hugo Naoto Roberto Kovacsik Inácio de Assis Bento Nehme Revisor Técnico Karina de Morais Vaz Bonna Valdomiro Benjamim Junior Lucas Monachesi Rodrigues Marcela Corrente Técnico de Desenvolvimento Marcio Rodrigo dos Reis Priscila dos Santos Renan Ferreira Alves Coordenadoras Pedagógicas Renata Mendes Ribeiro Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Thamires Lopes de Castro Nivia Pereira Maseri de Moraes Vandré Luiz dos Santos Victor Giriotas Marçon Equipe de Design Educacional William MordochAlexsandra Cristiane Santos da Silva Angélica Lúcia Kanô Equipe de Design Multimídia Cristina Yurie Takahashi Alexandre Lemes da Silva Diogo Maxwell Santos Felizardo Cláudia Antônia Guimarães Rett Elisangela Almeida de Souza Cristiane Marinho de Souza Flaviana Neri Eliane Katsumi Gushiken Francisco Shoiti Tanaka Elina Naomi Sakurabu Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida Emília Correa Abreu João Francisco Correia de Souza Fernando Eduardo Castro da Silva Juliana Quitério Lopez Salvaia Jussara Cristina Cubbo Mayra Aoki Aniya Kamila Harumi Sakurai Simões Michel Iuiti Navarro Moreno Karen Helena Bueno Lanfranchi Renan Carlos Nunes De Souza Katya Martinez Almeida Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Lilian Brito Santos Wagner Ferri Finanças Corporativas Aula 01 Funções e objetivos de finanças e o departamento financeiro. Objetivos Específicos • Entender a estrutura financeira nas organizações e as funções do profissional de finanças nas corporações. Temas Introdução 1 Funções e objetivos de finanças e o departamento financeiro Considerações finais Referências Roberto Kovacsik Professor 3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Introdução As Finanças Corporativas envolvem o conjunto de atividades de planejamento, execução, controle e análise voltado ao financiamento das atividades de uma empresa, bem como suas respectivas decisões de investimentos com o objetivo de alcançar os resultados econômicos e financeiros desejados pelos investidores, incorporados nas evoluções do mundo contemporâneo. 1 Funções e objetivos de finanças e o departamento financeiro 1.1 A função financeira e seus profissionais A função financeira nas organizações tem a finalidade de captar fundos suficientes para a manutenção dos negócios operacionais, da melhor e mais eficiente forma possível. Além da obtenção de recursos necessários de capital, a função financeira se preocupa com os desafios associados com a conservação e a melhor aplicação do mesmo, gerando retornos com seu investimento. 1.2 Decisões em finanças Os principais campos de decisão financeira são financiamentos, investimentos e distribuição de dividendos (ou lucros). • Financiamentos – Têm por objetivo determinar a melhor forma de captar recursos para financiar as operações da empresa, ou seja, deve determinar qual a estrutura de capital mais adequada para mensurar o risco de endividamento da empresa, considerando a relação entre o capital de terceiros e o capital próprio. Estes financiamentos resultam em custos (conforme podemos observar na figura 2), que devem ser avaliados em função da rentabilidade proporcionada pelos investimentos da empresa. • Investimentos – Os investimentos consistem na alocação dos recursos obtidos por meio de financiamentos, espera-se que tais investimentos, apesar de estarem expostos a riscos incertezas, gerem benefícios futuros. Cabe ao executivo de finanças gerir os ativos financeiros da empresa de modo eficiente e responder pelos resultados obtidos. Consideramos que o capital de giro deve circular constantemente, sendo que a disponibilidade de caixa é um fator estratégico para os futuros desembolsos operacionais de curto prazo. A viabilidade do investimento realizado é aceita quando o seu retorno for maior que o custo do capital, conforme figura 2. • Distribuição de dividendos – é representada pela determinação do percentual dos lucros a serem distribuídos aos sócios, na participação de lucros dos colaboradores e na manutenção de reservas para o exercício seguinte. 4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 1 - Decisões de financiamentos e de investimentos Fonte: adaptado de Assaf (2010) Figura 2 - Custo de recursos de terceiros e recursos próprios Fonte: adaptado de Assaf (2010) Para se comparar o custo dos recursos com o retorno, é feito o cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital, obtido em função da participação de cada fonte de recursos no total. 1.3 Principais funções na área financeira das empresas A área financeira é vital para qualquer empresa e se faz necessário que cada membro da equipe tenha consciência de sua função para tornar a equipe entrosada e eficiente. 5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas • Diretor Financeiro – é o principal responsável da área financeira da empresa como um todo, reportando-se diretamente ao Chief Executive Officer (CEO) ou presidente da empresa, conforme observamos na figura 3. É um cargo normalmente posicionado em grandes corporações para designar o responsável pelas estratégias operacionais das finanças globais da empresa. Em organizações de menor porte, é substituído pelo Gerente Financeiro. Figura 3 - Estrutura organizacional Fonte: adaptado Hoji (2012) • Controller – cargo responsável pela Controladoria da empresa e envolve as decisões estratégicas, utilizando o controle financeiro;a contabilidade; o orçamento empresarial e o sistema de informações, como ferramentas de gestão. É o executivo responsável por fornecer informações financeiras e econômicas para o processo de decisão para a diretoria executiva e o conselho de administração. Normalmente este cargo está subordinado ao Diretor Financeiro ou diretamente ao Conselho de Administração, conforme figura 4. • Gerente de Tesouraria – cargo responsável pela Tesouraria que envolve o planejamento financeiro e administração do caixa da empresa. Frequentemente gerencia os procedimentos de cobrança, os investimentos de curto prazo, as transferências e desembolsos, e coordena os empréstimos de curto prazo assim como o relacionamento com instituições financeiras. O Tesoureiro é o primeiro – considerado como o gerente, os outros a seguir são subordinados. 6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 4 – Funções no departamento financeiro Fonte: adaptado de Hoji (2012) ▫ Administração de Caixa – função responsável pela gestão do caixada empresa. Frequentemente gerencia os procedimentos de cobrança, os investimentos de curto prazo, as transferências e desembolsos, e coordena os empréstimos de curto prazo, assim como o relacionamento com instituições financeiras. Sua principal preocupação e preservar a Liquidez da empresa, ou seja, a capacidade de honrar todos os compromissos financeiros assumidos pela empresa a qualquer tempo. Deve haver uma sintonia perfeita entre esta área e as áreas de Contas a Receber, origem dos recebimentos da empresa, e Contas a pagas, origem dos desembolsos. ▫ Crédito e Contas a Receber – função responsável pela execução da política de crédito e cobrança da empresa por meio da análise de Crédito e avaliação das solicitações de clientes. Seu monitoramento deve evitar o aumento da inadimplência da carteira de clientes. ▫ Contas a Pagar – tem por função controlar as decisões sobre os compromissos das empresas que representam desembolsos, como por exemplo, os pagamentos de fornecedores, impostos, salários e demais contas assumidas pela empresa. ▫ Câmbio – Nos negócios corporativos, é normal em suas atividades operacionais importar e exportar produtos, como também, obtenções de financiamentos em moedas estrangeiras e também as remessas de lucros e recursos para o exterior. O Câmbio nas organizações tem a finalidade de analisar os riscos inerentes à moeda estrangeira nas operações de contas a pagar e a receber que envolvam notas cambiais. 7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas ▫ Planejamento Financeiro – é o responsável pela avaliação e recomendação de propostas de investimentos em ativos, bem como do planejamento e controle de orçamento de resultados e de capital, no nível operacional. Participa também da busca de alternativas de captação de recursos, para tomada de decisão por parte da gestão sênior da empresa. 1.4 Decisões financeiras e os mercados financeiros Ao executar suas funções, o administrador financeiro deve lembrar que existe um mercado regulamentado pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN), que normatiza e operacionaliza os mercados monetários, de câmbio, de crédito e de capitais. Figura 5 - Mercados financeiros • Mercado Monetário O mercado monetário é responsável pela emissão dos títulos públicos federais, que têm por objetivos principais controlar a circulação de moeda e financiar as atividades do governo. Conforme a política monetária, poderá ocorrer o estímulo de consumo e de investimentos, quando a taxa básica de juros (conhecida como SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia) estiver em patamar baixo, devido à disponibilidade de crédito. Porém, quando esta taxa é elevada, a tendência é retração econômica, redução do consumo e consequentemente o volume das vendas das empresas e resultados. Trata-se também de um ambiente virtual onde o conjunto de instituições financeiras (públicas e privadas) utilizam diversos instrumentos para promover a intermediação financeira de curto e curtíssimo prazo. Compreendem as operações de venda e compra de títulos públicos e privados, suprindo as necessidades dos tomadores, ao mesmo tempo que servem para remunerar os recursos dos agentes superavitários (investidores). 8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas • Mercado de Crédito Responsável pelas operações de empréstimo realizadas pelas instituições financeiras supervisionadas pelo BACEN. Os empréstimos podem ser de curto, médio e longo prazos, e podem ocorrer tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Nesse mercado são feitos os financiamentos das operações de capital de giro das empresas, a antecipação de recebíveis e outras modalidades de crédito a curto prazo que são oferecidas pelos bancos múltiplos. Nas operações a longo prazo, há instituições financeiras que atuam no crédito imobiliário, no financiamento de bens de consumo duráveis rural e também a importante participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e seus agentes de repasses, que têm a finalidade de financiar os investimentos nas atividades empresarias, com taxas mais atrativas e com prazos maiores de pagamentos. • Mercado de Capitais Neste mercado, as empresas de sociedades anônimas de capital aberto podem captar recursos diretamente com os investidores (mercado primário), para realizar seus investimentos. Esses recursos são chamados: debêntures (título de dívida, com vencimento de médio a longo prazo), notas promissórias (Título de dívida, com vencimento a curto prazo) e ações (fração do capital social). Esse mercado é normatizado e regulamentado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). • Mercado de Câmbio Responsável pela formação do poder aquisitivo da moeda local, no nosso caso o Real, em relação à moeda estrangeira, denominada taxa de câmbio. Atualmente, no contexto de uma economia aberta e competitiva, as empresas captam recursos através de dívidas com moedas estrangeiras ou exportam e importam bens e serviços, gerando os títulos de crédito ou débito. Quando isso ocorre, as empresas podem correr o risco de a moeda local valorizar ou desvalorizar. Dependendo da situação, os ativos cambiais da empresa podem aumentar ou reduzir significativamente os seus valores, alterando a situação financeira da empresa, o mesmo acontecendo com os passivos. 1.5 Objetivo do administrador financeiro Através das funções da administração financeira, o objetivo do administrador financeiro é aumentar o valor do patrimônio de seus investidores, através da valorização da empresa no mercado, de forma responsável e sustentável. Na figura 6, é demonstrada a relação de dependência da empresa do mercado, como o mercado influencia diretamente nas decisões financeiras da empresa. 9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 6 – Relação Empresa e Mercado Considerações finais O estudo de finanças empresariais se ocupa de três pilares: como financiar uma empresa, onde investir para obter melhor retorno e qual o montante de dividendos a serem distribuídos aos seus sócios. A gestão financeira nas empresas é subdividida em Controladoria e Tesouraria. A Controladoria trata do controle em âmbito estratégico das operações, de vendas e finanças da empresa, com funções baseadas em produção e análise de informação, por meio da construção e manutenção de um sistema de informação gerencial. A Tesouraria trata das atividades voltadas ao equilíbrio financeiro, especialmente das disponibilidades. Apesar de também produzir informação, a Tesouraria tem uma função mais executiva, de relacionamento com os fornecedores de recursos da empresa. Nas decisões financeiras de captação de recursos e de investimento de recursos, existem os mercados financeiros que são regulamentados pelo SFN – Sistema Financeiro Nacional. E o principal objetivo do administrador é valorizar a empresa no mercado. Referências ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2010. NIKBAKHT, E.; GROPELLI, A.A. Administração financeira - série essencial. São Paulo: Saraiva (Edição Digital), 2010. Finanças Corporativas Aula 02 Gestão de disponibilidades Objetivos Específicos • Compreender as melhores práticas de gestão de disponibilidades nas organizações. Temas Introdução 1 Definição de disponibilidades Considerações finais Referências Roberto Kovacsik Professor 2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Introdução A gestão eficiente de disponibilidades contribui para a maximização dos lucros da empresa, através dos controles dos recebimentos das receitas e das saídas dos pagamentos efetuados, cabendo à área de Tesouraria controlar esses fluxos financeiros. 1 Definição de disponibilidades As disponibilidades das empresassão compostas de numerário mantido em caixa, os saldos bancários de livre movimentação e as aplicações financeiras de liquidez imediata. Na prática contábil são denominados de Caixa e Equivalente de Caixa. 1.1 Fluxo de caixa O fluxo de caixa é uma ferramenta que tem por objetivo controlar as entradas e saídas de recursos para um determinado período, possibilitando ao gestor saber com precisão qual a situação financeira da empresa. Quando seu saldo é positivo, indica que as entradas de recursos foram superiores as saídas e, dependendo dos valores, poderão ser aplicados no mercado financeiro, como será demonstrado nesta aula. Quando as saídas de pagamentos forem superiores às entradas, o saldo é negativo e caberá ao gestor de tesouraria a responsabilidade de cobrir esse saldo, podendo resgatar as aplicações financeiras – quando a empresa possuir – ou obter financiamentos de curto prazo, como veremos posteriormente na aula com o tema “fontes de financiamento de curto prazo”. Como observaremos no modelo de fluxo de caixa a seguir, os itens K e P são, respectivamente, o saldo de contas bancárias, e as disponibilidades da empresa (composto de aplicações e numerário). 3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 1 - Modelo de Fluxo de Caixa de__/__ a __/__ de__/__ a __/__ semana de __/__ a __/__ semana de __/__ a __/__2ª feira ... 6ª feira 2ª feira ... 6ª feira A) RECEBIMENTOS 284 230 Vendas à vista 60 90 Cobrança de duplicatas 200 130 Diversos 24 10 B) PAGAMENTOS 230 393 Fornecedores 90 150 Salários e honorários 60 200 Encargos sociais 35 15 Impostos e taxas 40 20 Outros 5 8 C) SALDO INICIAL DE CAIXA E BANCOS 100 80 D) Resgate de aplicações financeiras 300 0 E) Amortizações de empréstimos 350 50 F) Pagamento de despesas financeiras 8 5 G) SALDO PARCIAL (A-B+C+D-E-F) 4 0 H) Contratação de empréstimos 100 -138 I) Aplicações financeiras 30 0 J) Resgate de aplicações financeiras 10 139 K) SALDO DE CAIXA E BANCOS (H-I+J) 80 1 L) SALDO INICIAL DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 500 520 M) Aplicações Financeiras (+”I”) 30 0 N) Resgate de aplicações financeiras (-”J”) 10 139 O) SALDO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS (l+M-N) 520 381 P) SALDO DAS DISPONIBILIDADES (K+O) 600 382 1.2 Manutenção do saldo mínimo de caixa A gestão de disponibilidades tem como objetivo manter determinado saldo mínimo de caixa, que possa ser utilizado a qualquer momento em função dos determinados riscos de incertezas de recebimentos futuros, principalmente no que se refere à inadimplência de clientes. Este saldo mínimo de caixa é utilizado para atender as seguintes necessidades: • Pagamentos de obrigações originárias das atividades operacionais, como aquisição de matéria-prima, impostos e serviços; • amortizações de financiamentos e empréstimos, • pagamentos de investimentos permanentes (veículos; instalações; móveis e utensílios); • pagamentos de fatos não previstos; e • manutenção de saldo de segurança de disponibilidades para eventuais sazonalidades de obtenção de caixa. 4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas As disponibilidades em níveis muito baixos tendem a comprometer a capacidade de solvência da empresa, enquanto níveis elevados de disponibilidades prejudicam a rentabilidade da empresa, pois, mesmo aplicados, os rendimentos a curto prazo são baixos. O gestor de tesouraria deverá fazer o equilíbrio do saldo mínimo de caixa. 1.3 Capacidade de obtenção de caixa Conforme Hoji (2007), na gestão de disponibilidades é importante identificar a capacidade de obtenção de caixa a longo prazo. Através dessa identificação, a empresa poderá tomar recursos de terceiros ou de acionistas com maior eficácia para a expansão das atividades operacionais, sem comprometer a capacidade de pagamentos a curto prazo. Podemos usar como exemplo uma empresa qualquer que possui um importante cliente tradicional e constantemente adquire mercadorias no valor de R$ 150.000,00 ao mês, com prazo de recebimento de 30 dias. Neste caso, a capacidade de obtenção de caixa deste cliente é de R$ 150.000,00 ao mês e R$ 1.800.000,00 ao ano. 1.4 Aplicações de fundos Os fundos de caixa devem ser aplicados em títulos do mercado financeiro, analisando possíveis riscos existentes, para a maximização dos resultados financeiros. O gestor de tesouraria pode escolher as diversas modalidades de aplicações financeiras divididas em renda fixa e renda variável. Os investimentos de renda fixa são aqueles que possuem remuneração determinada. Essa remuneração pode ser pré-fixada, quando no ato da aplicação, o investidor identifica antecipadamente o valor dos juros que receberá no momento do resgate, enquanto os investimento com rendimentos pós-fixados os juros são determinados pelo indexador que está vinculado a aplicação, como o IGP-M (Índice Geral de Preço de Mercado) e TR (Taxa Referencial de Juros). Nesse caso, o investidor somente identificará o exato valor de juros no momento do resgate da aplicação. 5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas O IGP-M tem como base metodológica a estrutura do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), resultando da média ponderada de três índices de preços: o Índice de Preços por Atacado (IPA-M), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M). A TR é um índice criado pelo governo, para corrigir a remuneração paga na Poupança. A TR é calculada a partir da SELIC e da média das taxas de CDB (Certificados de Depósitos Bancários), pré-fixados, de 30 dias. Essa média é chamada de TBF (Taxa Básica Financeira) e sobre ela, o Banco Central aplica-se um redutor que define a TR. Vamos definir brevemente as principais características das aplicações financeiras mais conhecidas. • Caderneta de Poupança A caderneta de poupança é um dos investimentos mais populares do país, que conta com simplicidade e baixo risco. Além disso, é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito, até o limite de R$ 70 mil por empresa e seu funcionamento é regulado pelo Banco Central. A remuneração da caderneta de poupança é : a) 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5% mais a variação da T.R; ou b) 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5% mais a variação da T.R. • CDB - Certificado de Depósito Bancário Títulos de renda fixa, representativo de depósito a prazo, emitido por bancos múltiplos, de investimentos e comerciais. É uma modalidade de aplicação que proporciona ao investidor a remuneração pré ou pós-fixada. É um título nominativo, ou seja, o investidor pode ser identificado. Conforme o art. 992 do Código Civil, os títulos nominativos, são aqueles emitidos em nome de um beneficiário, que somente poderá ser transferido mediante registro em livro próprio do emitente, que por sua vez somente estará obrigado a reconhecer como credor aquele que estiver registrado no seu cadastro. Os títulos ao portador, são aqueles que o beneficiário é aquele que detém o título, sem a necessidade de identificar, esta modalidade deixou de existir a partir de 1990, e passou a exigir a identificação nos titulos para fins fiscais. 6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Neste tipo de aplicação é admitida sua negociação antes do vencimento, de acordo com as condições estabelecidas pela instituição emissora e terá seu valor de mercado apurado em função da taxa de juros corrente. ▫ Taxa prefixada: Em um CDB prefixado o cliente já sabe quanto vai receber no vencimento do depósito,pois a taxa de remuneração é definida no ato da contratação junto à instituição financeira. Esta modalidade é atrativa quando o cenário econômico apresenta queda na taxa de juros, pois neste caso o rendimento já está definido. ▫ Taxa pós-fixada: A forma mais utilizada neste mercado, onde são corrigidos pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e oferece um percentual (%) desta taxa. Por exemplo, 90% da variação do CDI. Os CDIs (Certificados de Depósitos Interbancários), são títulos emitidos pelas Instituições Financeiras, que garantem as operações realizadas somente no mercado interbancário, em outras palavras, uma instituição financeira capta recurso com outra instituição financeira. • RDB- Recibo de Depósito Bancário O RDB é um recibo de depósito bancário que tem as mesmas características de um CDB, portanto, a única diferença é de não admitir negociação antes de seu vencimento, ou seja, não é endossável. Porém, pode ser rescindido, em caráter excepcional desde que com acordo da instituição depositária. Neste caso o investidor recebe somente o valor principal, isto é, sem os juros. • Títulos Públicos Federais ou Títulos da Dívida Pública O Governo Federal emite títulos de dívida pública para captar recursos. São títulos de grande aceitação e liquidez, considerados como os de menor risco de crédito do mercado. Os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional estão voltados ao financiamento do déficit público. Os principais títulos públicos federais são: Letra Financeira do Tesouro(LFT), Letra do Tesouro Nacional (LTN) e Notas do Tesouro Nacional (NTN). • Fundos de Investimento É uma forma de investimento que reúne vários aplicadores, formando uma espécie de condomínio, no qual as receitas e as despesas são divididas. O patrimônio é gerido por administradores e aplicados em títulos diversos ou em outros fundos, buscando maximizar os retornos e diminuir os riscos dos investimentos. O dinheiro depositado nos fundos é convertido em cotas. O investidor deste fundo passa ser cotista que são os proprietários desta carteira. O valor da cota é atualizada diariamente, na medida em que os títulos que compõem o fundo recebem os juros pró-rata, ou seja, os rendimentos são proporcionais ao período de realização do investimento. A vantagem do fundo de investimento é a socialização da rentabilidade. Por exemplo, se um determinado investidor X possui 1% em cotas e outro investidor possui 20% de cotas e este fundo possuir a rentabilidade de 2% am (ao mês), ambos os cotistas terão a mesma rentabilidade. 7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas A rentabilidade de cada fundo é determinada pela estratégia de investimento adotada pelo administrador que deve respeitar as características definidas no seu estatuto. O administrador do fundo de investimento é a instituição financeira responsável legal perante aos órgãos reguladores – CVM e BACEN (Banco Central). Existem fundos conservadores, fundos moderados e fundos mais agressivos com graus de risco específicos e definidos de acordo com seu objetivo. Se um fundo conseguir rentabilidade de, por exemplo, 5% em um mês, todos os cotistas terão a mesma valorização, independentemente do valor aplicado. As taxas e impostos têm grande importância na rentabilidade do fundo, e varia conforme o prazo investido, é importante ficar atento às taxas de administração cobradas que variam de acordo com o fundo e com a instituição. • Ações As ações são títulos de participações negociáveis, que representam parte do capital social de uma empresa sociedade anônima, serão mais bem estudadas no capítulo de custo de capital: ações e debêntures. É uma modalidade de investimento de renda variável, em que não há o conhecimento prévio dos rendimentos, e os valores de resgate podem ser superiores, iguais ou inferiores ao valor aplicado. Devido a está incerteza de rendimento, é considerado investimento de alto risco. As ações são negociadas na Bolsa de Valores – local que organiza as negociações das ações, no Brasil, é realizado pela companhia BM&F-Bovespa. Os investimentos em ações, não tem o resgate imediato em conta corrente, a partir do momento que é solicitada as sua venda, o depósito é realizado em D+3, ou seja no terceiro dia, após a ordem de venda. Por se tratar de um investimento de alto risco, caberá ao gestor financeiro ponderar os valores a serem aplicados nessa modalidade, com objetivo de reduzir os riscos de possíveis perdas dos valores investidos. 1.5 Práticas das atividades de tesouraria As práticas das atividades de tesouraria envolvem o controle interno, política de aplicação financeira, centralização de caixa e relacionamento bancário. • Controle interno: As empresas devem criar normas e procedimentos para os responsáveis da gestão das disponibilidades. Por envolver grande volume de transações e operações financeiras, a empresa precisa criar mecanismos de controles internos para a verificação da exatidão dos registros, evitando fraudes e roubos de valores. • Política de aplicações financeiras: As aplicações financeiras devem ser realizadas dentro do limite estabelecido para cada modalidade de aplicação financeira, analisando os contratos de aplicações financeiras para que não existam cláusulas 8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas leoninas (que beneficiem apenas as instituições financeiras), além de avaliar a solidez da instituição financeira, pois, caso ocorra a liquidação da mesma, que é determinada pelo BACEN, a empresa corre o risco de perder o montante de recursos aplicados na instituição. • Centralização de caixa: Quando a empresa possuir várias filiais em cidades e/ou estados diferentes, é recomendável que o caixa seja centralizado, aumentando dessa forma a eficiência no uso dos recursos, evitando inclusive falta de caixa em uma filial enquanto outra apresenta excesso de caixa. • Relacionamento bancário: A empresa deve concentrar suas transações em menor número possível de instituições financeiras, isto não significa afastar-se de outras instituições. Esta operação permite vantagens para a empresa, pois aumenta a reciprocidade bancária e aumenta o poder de barganha nas negociações de taxas de aplicações e tarifas bancárias. Por outro lado, manter um número razoável de instituições financeiras no relacionamento, permite que a empresa faça uma cotação para contratar um determinado serviço financeiro. Isso faz com haja uma certa competição entre os bancos para operarem com a empresa, no que a empresa pode ser favorecida com menores custos nas captações ou maiores taxas de remuneração nas aplicações. Considerações finais A gestão de disponibilidades possui um importante papel na execução das funções de finanças, pois contribui para aumentar as receitas financeiras através do lucro obtido. O profissional deste setor tem como ferramenta o fluxo de caixa diário para dimensionar os valores que serão aplicados, o prazo da operação e a rentabilidade, levando em consideração os riscos de mercado e de crédito das instituições financeiras. Referências HOJI, M. Administração Financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégia financeira; orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2012. Finanças Corporativas Aula 03 Políticas de concessão de créditos e gestão de cobrança Objetivos Específicos • Compreender as melhores práticas de gestão de cobrança e a política de concessão de crédito. Temas Introdução 1 Definição de contas a receber Considerações finais Referências Roberto Kovacsik Professor 2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Introdução As vendas a prazo implicam conceder crédito aos clientes, ou seja, a empresa entrega a mercadoria ou presta um serviçonuma determinada data e o cliente assume o compromisso de pagar o valor correspondente. Nesta aula, estudaremos os procedimentos e as implicações na concessão de crédito aos clientes e sua influência na gestão de cobrança. 1 Definição de contas a receber O nome contas a receber da empresa, que também pode ser denominado de clientes ou duplicatas a receber, são títulos formais de crédito representativos do direito do emissor, resultado de vendas a prazo, dos quais o cliente assume o compromisso de pagar o valor do título numa data futura. O setor de cobrança é responsável em administrar e cobrar esses valores a receber. Dessa forma, quando ocorre a data futura de vencimento de um título, isso implica a possibilidade de perda de seu valor pelo não pagamento no prazo definido, denominado também de risco de inadimplência. As empresas concedem crédito, ou seja, vendas a prazo, com o objetivo de aumentar suas receitas com operações de mercadorias ou serviços, para obter ganho de escala e, consequententemente, absorver melhor o custo fixo e aumentar o lucro. Os títulos bancários representativos de contas a receber podem ser utilizados como instrumentos de recursos financeiros para suprir sua necessidade de fluxo de caixa, por meio de operações bancárias de desconto de duplicatas. A modalidade desconto de duplicatas será aprofundada na aula sobre “Fontes de financiamento de curto prazo”, na qual abordaremos também o método de negociar sua antecipação com o próprio cliente, oferecendo um desconto financeiro. Em geral, os valores de contas a receber possuem importante participação no ativo circulante, que representa os valores prontos para serem recebidos e convertidos em disponibilidades, conforme a figura 1. 3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 1 – Contas a receber 1.1 Custos e riscos na gestão de cobrança Crédito e cobrança ou cobrança ou contas a receber são as denominações utilizadas comumente pelas empresas para o setor com a responsabilidade de gerir a carteira de clientes. Quando ocorre uma venda a prazo, a empresa assume os riscos e custos intrínsecos nessas operações, como: • Despesa com cobrança: despesa com cobrança das duplicatas que envolvem os títulos a receber e vencidos. Neste caso, o departamento de cobrança necessitará de funcionários para efetuar o controle dos recebíveis e executar os recebimentos via ações judiciais com o protesto de título em cartório. Há um outro custo: quanto maior for o volume de vendas a prazo, maior será a operacionalização com a cobrança bancária, já que esse serviço é executado pelas instituições financeiras que cobram uma determinada taxa para receber os títulos, por meio da compensação bancária, em sua rede de agências. • Custo com recursos alocados no contas a receber: quanto maior o prazo concedido de vendas, maior será a concentração de valores a receber no ativo circulante. Isso implica a demora de recebimento em caixa enquanto a empresa possui outros valores a pagar com prazos menores, como salários, impostos e demais contas a pagar. • Risco de inadimplência: ocorre quando o valor a receber torna-se incobrável, causando uma perda no resultado da empresa. • Despesas com análise de crédito a clientes: necessidade do setor de crédito em avaliar as operações de futuros clientes e de clientes ativos. 4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas 1.2 Gestão de cobrança A gestão de cobrança é utilizada como instrumento para agilizar o recebimento das vendas a prazo e sua importância é que nesse recebimento encontra-se a realização da receita da empresa. Essas ferramentas podem ser divididas em: controle da carteira de clientes e prazos médios de recebimentos, também denominado de prazo de cobrança. 1.2.1 Controle da carteira de clientes Uma ferramenta de gestão e de controle da cobrança é a utilização de relatórios de posição de títulos a receber, lembrando que estes são compostos de vencidos e a vencer. Na tabela 1, podemos verificar um modelo de relatório de cobrança de uma empresa. Tabela 1 - Posição da carteira de cobrança em 30/04/X1 Valores R$/mil Até 7 dias Até 30 dias Até 60 dias Superior a 60 dias Títulos a vencer 25,0 56,0 70,0 35,0 Títulos vencidos 5,0 3,0 4,0 8,0 Total 30,0 59,0 74,0 43,0 Na tabela 2, podemos demonstrar a posição de cobrança em abril de X1. Tabela 2 – Relação percentual de títulos vencidos e a vencer Carteira de títulos Valores em R$ mil % A vencer 186,0 90,3 Vencidos 20,0 9,7 Total 206,0 100,0 Podemos concluir, no exemplo da tabela 2, que a empresa possui R$ 206,0 mil de valores a receber, distribuídos em 90,3% a vencer e 9,7% vencidos. Caberá ao setor de cobrança tomar medidas para reduzir a inadimplência de 9,7% da carteira, pois, quanto menor for esse percentual, mais eficiente será a gestão da cobrança. 1.2.3 Prazo médio de recebimento de vendas ou prazo médio de cobrança O prazo médio de cobrança indica quantos dias, em média, a empresa recebe os seus títulos. Quanto menor for esse prazo em dias, melhor será a eficiência da gestão de cobrança. 5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Esta é a fómula para calcular o prazo médio de cobrança ou prazo médio de recebimento de vendas. Tomamos como exemplo uma determinada Cia X que possui a seguinte posição de valores, demonstrada na tabela 3. Tabela 3 – Posição de valores Cia X Março/X1 Abril/X1 Valores a receber R$ mil 185,0 206,0 Valores de vendas a prazo 245,0 O valor médio das duplicatas é obtido pela soma dos meses de março e abril e divido por dois períodos fornecidos. Considera-se que dias na fórmula é o período de realização da demonstração de resultados. Por exemplo, se for mensal, utilizam-se 30 dias, semestral, 180 dias, ou anual, 360 dias. O prazo médio de cobrança será obtido pela divisão de 195,5 (o valor médio das duplicatas obtido no cáulo anterior) por 245,0 (o faturamento a prazo do mês analisado de abril), obtendo o valor de 0,80. Considerando o mês de 30 dias, a sua multiplicação obtém o resultado de 23,9 dias. 6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Nesse caso, o cálculo do prazo médio é de 23,9. Como os dias são inteiros, para fins de relatórios, arredondamos o prazo médio de cobrança para 24 dias, para o mês de abril de X1. Supondo que no mês seguinte uma nova análise seja feita e o prazo médio de cobrança seja de 35 dias, isso indicará que no mês de maio haverá um aumento no prazo médio de cobrança da empresa, o que implicará uma maior demora para receber no fluxo de caixa da empresa. 1.3 Formas de cobrança Quando o cliente está inadimplente, existem formas de cobrança para recuperar o valor vencido e equilibrar o caixa da empresa, como: • Contato telefônico: é o primeiro processo de contato, pois às vezes poderá haver alguma justificativa pelo não pagamento. • Correspondência: envio de uma carta, determinando um novo prazo de pagamento; caso contrário, o título será remetido ao cartório de protesto. • Agências de cobrança: quando a empresa terceiriza a responsabilidade pela cobrança, essa entidade fica com a responsabilidade de executar também o título. • Ação judicial: quando se esgotam todos os recursos de cobrança. Esta é uma medida extrema, pois nessa situação ocorre o protesto do devedor e, em último caso, a empresa pode solicitar a falência do devedor. Nessa situação, a empresa deverá se certificar de que ocorreu mesmo a inadimplência para evitar litígios com nome indevido na Serasa e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que estará resguardado pelo Código de Defesa do Cosumidor (CDC). 1.4 Política de concessão de crédito Crédito => Confiança “Confiança não se impõe, se conquista!”7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas A política de concessão de crédito é um instrumento que fornece parâmetros para determinar quando conceder ou não crédito aos clientes e o quanto deve ser concedido. Cabe ao setor de crédito efetuar essa análise. Uma boa aplicação de uma política de crédito tem por objetivo reduzir o risco de inadimplência e diminuir as despesas de cobrança com títulos vencidos. A análise de crédito engloba o levantamento de informações sobre o cliente, entre as quais podemos classificar os Cs de crédito, idealizados por Brighan & Weston. • Caráter: refere-se à idoneidade do cliente em pagar suas dívidas, independentemente de se esta já foi ou não adquirida. Essas informações podem ser obtidas de empresas especializadas em comercializar tais informações, como Serasa Experian e SPC – Boa Vista, que poderão indicar títulos protestados ou cheques com insuficiência de fundos. Outra forma é obter uma ficha cadastral do proposto cliente por meio de bancos e fornecedores por ele indicados, verificando se existe alguma restrição no mercado e também de seus administradores. • Capacidade: refere-se às habilidades e competências dos administradores da empresa e à experiência profissional em gestão da empresa, como também à capacidade operacional das instalações da empresa analisada. Neste caso, o analista irá avaliar a quantidade de fornecimento adequado ao volume de escoamento de sua produção e a realização das vendas. A capacidade engloba todo o sistema empresarial em pleno funcionamento e deve ser feita in loco visitando as instalações da empresa. • Condições: referem-se ao ambiente externo e macroeconômico dentro do qual a empresa atua, que poderão influenciar nos resultados e recebíveis da empresa. As condições também podem sofrer o efeito da sazonalidade (quando as vendas são concentradas num determinado período do ano – como panetones e outros produtos natalinos – ou por influência da moda: quando ocorre influência considerada passageira das mídias) ou essencialidade do produto (quando existe a necessidade constante ou uniforme do produto). • Capital: refere-se à situação econômico-financeira da empresa, obtida por meio das análises das demonstrações financerias e de suas projeções. • Colateral: esta palavra origina-se de collateral, que, em inglês, significa garantias. As garantias podem ser: hipotecas (quando os bens imóveis ficam registrados em cartório); penhor mercantil (os estoques são oferecidos como garantias); aval dos sócios/administradores (os bens dos sócios ou administradores são oferecidos como garantias por meio de uma carta-fiança). Os 6˚ Cs 1 de crédito compõem uma ferramenta que a empresa adota para classificar o grau de risco do cliente, permitindo também: 1 Cs que é : Conglomerado: quando a empresa pertencer a um grupo econômico específico, a análise de crédito deverá levar em conta a situação desse grupo econômico, ou conglomerado, e não apenas o da empresa analisada. 8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas • Classificar os clientes por meio de um rating de risco. Por exemplo: clientes A são aqueles considerados de risco baixo, não necessitam de acompanhamento constante e poderão solicitar a revisão de crédito anualmente; clientes B são aqueles considerados de risco médio, a revisão cadastral deverá ser semestral e o acompanhamento, constante; clientes de categoria C são aqueles de risco alto e, nesse caso, não possuem limite de crédito e suas vendas são somente na condição à vista. • Estipular o prazo de concessão de crédito para cada cliente específico, o que dependerá também da natureza do produto e da competitividade no mercado. 1.4.1 Reflexos da política de crédito no resultado da empresa A empresa pode adotar uma política de crédito mais rigorosa. Neste caso, para a aquisição da mercadoria a prazo, o cliente deverá seguir todos os padrões exigidos e adotados pela política de crédito da companhia. Por exemplo, se o cliente possuir um título vencido em um dia, não será permitida a realização de venda a prazo. Em contrapartida, a política liberal é aquela na qual a venda a prazo é realizada sem uma consulta tão aprofundada e, caso haja alguma restrição, não importará para a empresa vendedora. Exemplo de política liberal: venda sem consulta à Serasa ou compre hoje e comece a pagar a partir do segundo mês. A seguir, vamos analisar brevemente alguns dos aspectos da empresa que são influenciados pela política de crédito, que são: volume de vendas; despesas com cobrança, devedores incobráveis e valores a receber de clientes. 1.4.1.1 Volume de vendas Quando uma empresa adota uma política de crédito rigorosa, a tendência é selecionar os melhores clientes, podendo ocorrer redução de venda a prazo em razão da imposição das restrições. A política de crédito liberal poderá aumentar o volume de vendas, pois não haverá imposição quanto às restrições financeiras e mercadológicas da empresa no mercado. 1.4.1.2 Despesas com cobrança Uma política de crédito rigorosa permitirá reduzir as despesas de cobrança, como diminuir o número de funcionários para controle de vencidos e redução de gastos com o jurídico para execução de protestos. Uma política de crédito liberal implicará o aumento das despesas de cobrança com o aumento de funcionários para o controle de gastos com execução de protestos. 9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas 1.4.1.3 Devedores incobráveis Com uma política de crédito rigorosa, podemos reduzir o volume de inadimplência e as perdas com devedores incobráveis. Com estes, esgotam-se todas as tentativas de cobranças, incluindo-se o protesto e a execução judicial. Nesse caso, o título é retirado da carteira de clientes e sua contrapartida origina uma perda no resultado da empresa. Já uma política de crédito liberal pode aumentar o volume de clientes inadimplentes e, consequentemente, as perdas com devedores incobráveis. 1.4.1.4 Valores a receber de clientes Num cenário de política de crédito liberal, as vendas a prazo aumentam e, consequentemente, os valores de títulos a receber no ativo circulante, porém o prazo médio de cobrança da empresa também aumentará. Com uma política de crédito restritiva, as vendas a prazo são reduzidas, consequentemente o volume de títulos a receber e o número de inadimplentes também diminuem. Considerações finais A política de concessão de crédito permite que a empresa selecione seus clientes, reduzindo riscos de inadimplência na carteira de valores a receber. Em conjunto com uma eficiente gestão de cobrança, o recebimento dos títulos permite a obtenção de receita. A empresa vende a prazo – receita de vendas – e gera um título de crédito, e o seu recebimento em disponibilidade garante a realização do lucro da empresa. Referências HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégia financeira, orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2012. NIKBAKHT, E.; GROPELLI, A. A. Administração financeira – Série essencial. São Paulo: Saraiva (Edição Digital), 2010. Finanças Corporativas Aula 04 Gestão de estoques e contas a pagar Objetivos Específicos • Compreender as gestão de estoques e contas a pagar. Temas Introdução 1 Definição de estoques 2 Gestão de recursos 3 Técnicas de gestão de estoques 4 Gestão de contas a pagar Considerações finais Referências Roberto Kovacsik Professor 2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Introdução A eficiente gestão de estoques permite transformá-los em vendas e, consequentemente, em recebimento de caixa. A aquisição do estoque na condição de pagamentoa prazo resulta numa obrigação a pagar, denominada de fornecedores. Tanto os estoques quanto os fornecedores são contas importantes no ativo e no passivo criculante, respectivamente, nas empresas dos setores comerciais ou industriais. 1 Definição de estoques Os estoques nas empresas comerciais são constituídos de mercadorias para revenda e fazem parte das transações comerciais. Nas empresas industriais, os estoques estão separados conforme a sua etapa de processo, sendo distribuídos em: produtos acabados; produtos em processos ou em fabricação; matérias-primas; embalagens. No almoxarifado, temos os materiais de consumo que são utilizados pelas empresas prestadoras de serviços. Cabe à administração de materiais e de produção a gestão de estoques, porém, por se tratar de uma parcela significativa no ativo circulante, cabe ao administrador financeiro exercer o controle desses valores, visando a preservar a liquidez da empresa e a rentabilidade dos recursos investidos (Figura 1). Figura 1 – Estoques no ativo circulante A gestão de estoques busca o equilíbrio entre os aspectos operacionais e financeiros que pode significar a solução de constantes conflitos de interesses entre as áreas de produção, vendas e finanças. Essa área é bastante ampla e, caso ocorra algum imprevisto em sua operacionalização, poderá comprometer o capital de giro da empresa. 3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas 1.1 Custos e riscos de estoques O estoque gera custos e riscos desde o momento da sua aquisição até a realização da sua venda. Podemos definir os custos e riscos a seguir: • Custo de capital: compreende o mais importante custo para finanças, pois os estoques são recursos investidos em bens. Caso não seja realizado e recebido, a empresa necessitará obter recursos de capital de giro para suprir essa ineficiência, gerando, assim, despesas financeiras. Desse evento, então, surge a famosa frase popular: “Estoque parado é dinheiro parado”. • Custos das instalações: compreende os galpões, armazéns, prédios, aluguéis, impostos, depreciações, iluminação, manutenção, seguros das instalações, limpeza e refrigeração. • Custos de serviços: são os gastos gerados com a mão de obra utilizada desde a recepção, armazenagem, deslocamento interno até a expedição, acrescentando o seguro do próprio estoque. • Riscos: envolvem furtos, deterioração, prazo de validade, obsolescência (quando se torna obsoleto), queda de preço no mercado, etc. 2 Gestão de recursos A gestão de recursos é dividida em giro de estoques e prazo médio de estoques. 2.1 Giro de estoques O giro ou rotação de estoques fornece uma parâmetro para medir a eficiência da gestão de estoques. O índice de giro indica o número de vezes que os estoques foram renovados num determinado período de tempo (mês, semestre ou ano). Diante dos diferentes ramos e estratégias de negócios, os estoques com baixa rotação representam aplicações ociosas, enquanto aqueles que possuem giro alto significam otimização dos recursos investidos. 4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Fórmula de giro de estoques: O custo das vendas corresponde ao valor acumulado de um determinado período de apuração, normalmente representado pelo Custo do Produto Vendido da D.R.E. e, para obter o saldo médio, devemos obter a média aritmética entre o saldo inicial do estoque e o saldo final de estoques de um período. Exemplos: • Saldo de estoques em 01/03/X1 = R$ 7.000,00. • Saldo de estoques em 31/03/X1 = R$ 10.500,00. • Saldo médio de estoques = (7.000 + 10.500)/2 = 8.750,00. • Custo das vendas no mês de março = R$ 15.000,00. • Giro de estoques (15.000/8.750) = 1,71 vez no mês. 2.2 Prazo médio de estoques em dias No caso de produtos acabados e mercadorias, o prazo médio de estoques em dias indica quantos dias, em média, a empresa leva para vender seus estoques. Tratando-se de produtos em processos e matérias-primas, indica quanto tempo leva para produzir e consumir respectivamente. Fórmula do prazo médio de estoques em dias 5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Exemplos: • Saldo de estoques em 28/02/X1 = R$ 7.000,00. • Saldo de estoques em 31/03/X1 = R$ 10.500,00. • Saldo médio de estoques dos meses de fevereiro e março = (7.000 + 10.500)/2 = 8.750,00. • Custo das vendas no mês de março = R$ 15.000,00 • Prazo médio de estoques = (8.750/15.000) x 30 dias = 17,5; arredondamos dias inteiros: 18 dias. 3 Técnicas de gestão de estoques As técnicas de gestão de estoques têm por objetivo coibir as quantidades excessivas de estoques, que implicam maior lentidão ao giro dos ativos e controle dos níveis mínimos de estoques, evitando a paralisação da produção por falta de matérias-primas e, consequentemente, o atendimento aos clientes. 3.1 Sistema da curva ABC Os estoques de uma indústria ou de uma empresa comercial são compostos de milhares de diferentes itens, de diversos valores. O sistema ABC permite separar o estoque em grupos relacionados ao investimento realizado, ou seja, separar os itens essenciais dos demais itens normais ou menos significantes. O sistema ABC divide o estoque em três grupos: • Grupo A – compreende 20% dos itens estocados, representando 80% dos valores investidos em estoque. Os itens desse grupo têm giro lento, aparecem em pequeno número de itens e são os mais caros. • Grupo B – nesse grupo estão enquadrados 30% dos itens estocados, representando 15% do valor do estoque. Encontra-se intermediariamente aos grupos A e C. • Grupo C – consiste em 50% dos itens estocados, compreendendo apenas 5% do valor do estoque. Não possui expressão em valores monetários (Figura 2). 6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 2 - Curva ABC Fonte: adaptado de Assaf Neto (2010) Baseada na curva ABC, a área financeira deverá se preocupar principalmente com os itens considerados no grupo A, em razão de seu alto valor de investimento e por apresentar giro lento, o que compromete o capital de giro da empresa. A empresa não deverá manter níveis elevados desses itens, considerando apenas o volume necessário para a manutenção da produção ou comercialização e também o prazo de entrega do fornecedor. Em algumas empresas de ramos específicos são realizados contratos de fornecimento com prazo de entrega e preços definidos. A curva ABC também facilita a análise da logística interna de produção ou distribuição, nas quais a alocação de estoques no depósito é realizada pela demanda em número de itens e não pelo valor do estoque. Os itens com maior giro são alocados em locais de fácil acesso e os itens com baixa movimentação podem ser alocados em locais que não são acessados com frequência. Tal método serve também para inventários parciais em que os itens A podem ser inventariados com maior frequência e os itens B e C, menos vezes. 3.2 Lote econômico de compras (LEC) O lote econômico de compras (LEC) permite calcular a quantidade ótima do pedido para reposição dos itens de estoque, considerando os custos e as quantidades que minimizam os custos totais de estocagem de pedido. A empresa deve calcular o ponto ótimo que minimize os custos com pedidos e manutenção de estoques. Podemos definir os custos dos pedidos como aqueles relacionados a fazer um pedido: efetuar cotação, recepcionar, verificar, cadastrar no sistema de estoques, etc. Já os custos de manutenção são aqueles relacionados com aluguel, climatização, seguro, perda por deterioração, etc. O custo total é a soma dos custos de fazer o pedido e de manter o estoque (Figura 3). 7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 3 - Gráfico do modelo econômico Fonte:adaptado de Hoji (2012) O objetivo principal do sistema LEC é calcular a quantidade de pedidos que minimizem os custos totais (custos de pedir e manter). Conforme o gráfico de Hoji (2010) na figura 3, à medida que a quantidade pedida aumenta, o custo de pedir diminui, e eleva-se o custo de estocagem e vice-versa. A função da curva do custo total apresenta um formato “U”, significando que possui um valor mínimo e um máximo para o lote econômico de compras. 4 Gestão de contas a pagar O gestor de finanças, por meio das ordens de processos de pagamentos, é responsável por cumprir a liquidação de todas as obrigações com terceiros na data do vencimento. Os atrasos nos vencimentos das obrigações oneram a empresa em razão das multas e dos juros, podendo, em certos casos, acarretar protestos e prejudicar a imagem de crédito da empresa no mercado e, consequentemente, seu risco, pois os fornecedores poderão incluir no preço das próximas vendas um custo financeiro adicional de risco, prevendo recebimentos após o vencimento (Figura 4). 8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 4 – Passivo circulante 4.1 Cálculo do prazo médio de pagamentos O prazo médio de pagamentos indica quantos dias, em média, a empresa efetua os pagamentos de suas contas. Nesse caso, efetua-se a média ponderada do valor do título e do prazo de vencimento em dias (Tabela 1). Tabela 1 - Prazo médio de pagamentos (1) (2) (1) x (2) Contas a pagar Valor R$ Dias de pagamento Fornecedores 600.000 45 27.000.000 Impostos 240.000 15 3.600.000 Comissões 100.000 30 3.000.000 Salários 360.000 15 5.400.000 Total 1.300.000 39.000.000 Cálculo da média ponderada = 39.000.000/1.300.000 = 30 dias Nesse caso, a empresa possui o montante de obrigações de R$1.300.000,00 e efetua, em média, os pagamentos em 30 dias. 4.2 Funções do gestor de contas a pagar O gestor de contas a pagar é o responsável por coordenar todas as atividades do setor, como: • elaborar o fluxo de pagamentos, antes da data de vencimento, analisando os valores e corrigindo eventuais distorções; • controlar os contratos realizados que requeiram cálculos de juros e valores determinados de taxas e impostos; 9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas • manter constantemente contatos com fornecedores para estreitar o relacionamento de parcerias, facilitando possíveis negociações; • preparar para a tesouraria a posição de ordens de pagamentos diários; • atentar às vantagens estratégicas financeiras em pagar antecipadamente um título, desde que com um desconto financeiro atrativo, ou prorrogar o vencimento do título. Considerações finais Apesar de não ser uma função específica de finanças, os estoques têm uma elevada participação no ativo da empresa, e caso ocorra má gestão dele, isso impactará diretamente a liquidez e o resultado da empresa. O contas a pagar deve avaliar os fluxos de pagamentos que serão realizados, controlando- os e avaliando possíveis distorções. Referências ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2010. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégia financeira, orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2012. NIKBAKHT, E.; GROPELLI, A. A. Administração financeira _ Série essencial. São Paulo: Saraiva (Edição Digital), 2010. Finanças Corporativas Aula 05 Gestão do capital e necessidade de capital circulante Objetivos Específicos • Compreender as melhores práticas de gestão do capital circulante e necessidade de capital de giro. Temas Introdução 1 Definição do capital de giro 2 Ciclo Operacional (CO) Considerações finais Referências Professor Roberto Kovacsik 2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Introdução A gestão do capital de giro é responsável pelo planejamento e controle das contas de caixa, bancos, aplicações financeiras, clientes e estoques, com prazo inferior a um ano ou dependendo do ciclo operacional do ramo em que a empresa atua. A boa gestão do capital de giro permite aos administradores realizar o planejamento de caixa da empresa, resultando na minimização dos gastos necessários para manter sua atividade operacional em ordem. 1 Definição do capital de giro O capital de giro, também denominado de capital circulante, é o recurso utilizado para manter as atividades operacionais da empresa, ou seja, por meio do fluxo de entradas dos recebimentos dos clientes ocorrem os pagamentos de contas de fornecedores, salários, impostos e demais contas que possuam vínculo com a atividade produtiva da empresa. O capital de giro necessita de recursos para o seu financiamento, isto é, quanto maior for este valor de capital, maior a necessidade de financiamento, seja com recursos próprios, seja com recursos de terceiros. A figura de Hoji (2012), a seguir, demonstra a formação do capital de giro. Iniciando pela seta 1, observamos a aquisição de matérias-primas no valor de R$ 200, sua transformação agrega outros custos (como, por exemplo, salários, energia etc.) de R$ 60,00, tornado-se produto acabado. Além dos custos, a empresa possui as despesas operacionais, como as administrativas e comerciais, no valor de R$ 40,00. Ao todo, matéria-prima, outros custos e despesas somam o total de R$ 300. Considerando que ocorreu uma venda a prazo de R$ 350 na seta 3, o lucro obtido pela empresa foi de R$ 50, o qual irá entrar diretamente no caixa da empresa, pois este ainda efetuará saídas de pagamentos de R$ 100,00 referentes a contas a pagar e de R$ 200 de aquisição de mercadorias. Figura 1 – Capital de giro no ativo e passivo circulantes Fonte: HOJI (2012). 3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Os recursos de capital de giro podem ser alterados quando houver uma redução do volume de vendas, aumento da inadimplência ou dos custos, além de perdas de natureza operacional (como as de estoques, estudadas no capítulo de gestão de estoques). Resumidamente, o capital de giro engloba os ativos circulantes (caixa e equivalente de caixa), as aplicações financeiras, os valores a receber, os estoques e outras contas, e os passivos circulantes (fornecedodores, salários a pagar, empréstimos e outros valores a pagar) de uma empresa. Segundo as normas contábeis considera-se que os valores de ativo e passivo circulantes possuem valores de realização inferiores há um ano, porém, isto não significa que o tempo de realização dos direitos e a exigibilidade possuem a maturidade de recebimentos e pagamentos de um ano. Dependendo do ramo de atividade da empresa, o ciclo de recebimentos e pagamentos pode ser inferior a um mês. 1.1 Capital circulante líquido (CCL) ou capital de giro líquido (CGL) O capital circulante líquido é obtido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Quando o ativo circulante for maior que o passivo circulante, indica que este excedente é o capital de giro próprio, e maior será o investimento em capital de giro. Quando o passivo circulante for superior ao ativo circulante, denominamos de capital circulante de terceiros, o qual Hoji (2010) define as situações do capital circulante líquido segundo a figura abaixo. Figura 2 - Situações de capital circulante líquido Fonte: HOJI (2010). Na mesma figura, podemos verificar que o capital circulante líquido pode ser nulo. Isto ocorre quando o ativo circulante se iguala ao passivo circulante, porém isto normalmente não ocorre em empresas cujas atividades operacionais estão em curso. Considerando que o CCL é obtido pela diferença de ativo e passivo circulantes, então podemos considerar a fórmula abaixo: 4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas CGL (CCL) = Ativo Circulante – PassivoCirculante 2 Ciclo Operacional (CO) O ciclo operacional de uma empresa compreende o período de dias da aquisição da matéria-prima, engloba sua transformação e culmina no momento em que se recebe a venda do produto acabado. Podemos dizer que o ciclo operacional é a quantidade de tempo necessário para a empresa transformar seus estoques em dinheiro. O ciclo operacional é composto da soma do prazo médio de estocagem (PME) e do prazo de recebimento de vendas (PRV). A fórmula do Prazo Médio de Estocagem (PME) é: O valor médio de estoques é obtido pela soma dos estoques iniciais e finais do mesmo período dividido por dois (média). Considerando um período anual, os estoques iniciais serão os valores a partir de 02/01/XX, e os estoques finais até 31/12/XX. Como foi visto na aula sobre Gestão de Estoques, indica em quantos dias a empresa transforma e vende os produtos. Fórmula do Prazo Médio de Recebimento (PMR). O valor médio de duplicatas a receber é obtido pela soma dos valores a receber de clientes iniciais e finais do mesmo período dividido por dois (média). Considerando um período anual, os valores a receber iniciais serão a partir de 02/01/XX e os finais a partir de 31/12/XX. Como foi visto em Gestão de Contas a Receber, esses valores indicam quantos dias a empresa leva para receber suas vendas a prazo, também conhecido como prazo de cobrança. 5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Fórmula do Ciclo Operacional: CO = PME+ PMR Figura 3 – Representação gráfica do ciclo operacional Fonte: Adaptado de Assaf (2010). Vamos supor que uma empresa adquira matérias-primas, as transforma e vende os produtos acabados em 30 dias. O pagamento desta venda foi realizado no prazo de 15 dias. Então, o ciclo operacional é de 45 dias. 2.1 Ciclos financeiros – CF ou ciclo de caixa O ciclo financeiro, também denominado de ciclo de caixa, indica, em média, quantos dias de recursos são necessários para a empresa cobrir o seu ciclo operacional. Estes recursos são divididos em fontes espontâneas, geradas pelas operações da empresa, e as fontes financeiras, que são obtidas junto às instituições financeiras. Nas atividades normais de uma empresa, quando o volume de sua capacidade de produção aumenta, há automaticamente um aumento das necessidades de recursos de fornecedores, salários, energia e outras contas. Os recursos financeiros são o empréstimo obtido para cobrir uma necessidade de caixa, como financiamentos de capital de giro, desconto de duplicatas e outras modalidades de empréstimos. Estes recursos não foram gerados pela empresa, foram obtidos para suprir uma eventual necessidade que se torna onerosa para a empresa, e o termo oneroso é devido aos juros cobrados nos empréstimos. 6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Quadro 4 – Exemplos de fontes espontâneas e fontes onerosas Fontes espontâneas da empresa Fontes onerosas - Fornecedores - Salários - Contribuições sociais - Adiantamentos de clientes - Impostos -Energia/Água/Telefone - Empréstimos bancários - Financiamento de capital de giro - Conta garantida - Desconto de duplicatas Veremos com detalhes as fontes onerosas, descritas neste capítulo, no capítulo de fontes de financiamentos de curto prazo. Fórmula do Ciclo Financeiro: CF = CO – PMP O Prazo Médio de Pagamentos (PMP) é obtido pela fórmula: O valor médio de duplicatas a pagar é obtido pela soma dos valores da conta a pagar a fornecedores iniciais e finais do balanço patrimonial do mesmo período dividido por dois (média). Considerando um período anual, os valores a pagar iniciais serão de 02/01/XX e os finais de 31/12/XX. Como foi visto em Gestão de Contas a Pagar, esses valores indicam quantos dias a empresa leva para pagar suas compras a prazo. O ciclo operacional representa a soma do prazo médio de estocagem com o prazo médio de recebimento de vendas. O prazo médio de estocagem compreende o período em dias a partir da aquisição dos estoques, a sua produção, a finalização do produto até o momento da venda, quando ocorre a saída do estoque da empresa. O prazo médio de recebimento de vendas é o período a partir da venda do produto até o momento de seu efetivo recebimento. O prazo médio de pagamentos indica quantos dias a empresa paga efetivamente suas compras, no exemplo abaixo, o PMP cobre toda a parte de estocagem e uma parte do prazo de recebimento. O ciclo de caixa irá cobrir a necessidade de prazo de recebimento faltante. Exemplo numérico: 7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas PME = 25 dias; PMR 15 dias, PMP 30 dias. CO = PME + PMR CO = 25 dias + 15 dias = 40 dias CF = CO – PMP CF = 40 dias – 30 dias = 10 dias Prazo médio de estocagem, 25 dias; prazo médio de recebimento, 15 dias e prazo médio de pagamento, 30 dias. O ciclo operacional é a soma do prazo médio de estocagem de 25 dias com o prazo médio de recebimento de 15 dias, totalizando 40 dias. O ciclo financeiro é obtido do ciclo operacional de 40 dias menos o prazo médio de pagamentos de 30 dias. A representação gráfica abaixo mostra que o prazo médio de pagamento financia todo o período de estoque de 25 dias mais 5 dias do prazo de recebimento, remanescendo o saldo de 10 dias que compreende o período do ciclo financeiro. Figura 5 – Representação gráfica do ciclo operacional e financeiro Fonte: Adaptado de Assaf (2010). Neste exemplo, o ciclo financeiro é de 10 dias. O ciclo financeiro indica quantos dias de recursos são necessários para a empresa cobrir sua necessidade de capital de giro. Quanto menor o prazo do ciclo financeiro, melhor será a eficiência da gestão do capital de giro. Reduzir os prazos de estocagem e de recebimento de vendas e negociar o aumento do prazo de pagamento com fornecedores são alguns dos mecanismos para atingir esta eficiência. 8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas 2.2 Necessidade de capital de giro (NCG) A necessidade de capital de giro está relacionada ao ciclo financeiro da empresa. Quando o ciclo financeiro é longo, a empresa aumenta sua necessidade de capital de giro; quando ocorre a redução do ciclo de caixa, ocorre a redução da necessidade de capital de giro A necessidade de capital de giro (NCG) é obtida pela diferença entre as contas dos ativos e passivos circulantes operacionais, e seu resultado será em valores monetários. O ativo circulante operacional (ACO) é composto das contas que compõem operacionalmente o ativo circulante da empresa, originárias de suas atividades. Exemplo: clientes, estoques, créditos tributários etc. O passivo circulante operacional (PCO) é composto de contas que compõem operacionalmente o passivo circulante da empresa, que são as obrigações originárias da atividade principal da empresa. Exemplo: fornecedores, salários, impostos a pagar etc. São justamente as contas derivadas da operação principal da empresa que são foco de análise da NCG. Figura 6 – Ativo Circulante Operacional e Passivo Circulante Operacional Ativo Circulante Operacional – ACO Passivo Circulante Operacional – PCO - Contas a receber de clientes - Estoques - Créditos tributários - Adiantamento a fornecedores - Fornecedores - Salários e contribuições - Impostos a pagar - Aluguel a pagar - Contas a pagar A fómula da Necessidade de Capital de Giro é: NCG = ACO – PCO Quanto maior a necessidade de capital de giro, maior será o valor investido em ativos operacionais, como valores a receber de clientes e estoques, podendo indicar maior necessidade de dias de ciclo financeiro. 9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 7 – Exemplo de cálculo de necessidade capital giro Ativo Circulante Operacional Valores R$ Passivo Circulante Operacional Valores R$ Clientes3.000 Fornecedores 1.000 Estoques 2.500 Impostos a Pagar 800 Impostos a recuperar 500 Aluguel a Pagar 200 Total 6.000 Total 2.000 Fonte: Elaborado pelo autor À esquerda da tabela está o ativo circulante operacional, composto pela soma dos valores de clientes, R$ 3.000; estoques, R$ 2.500; e impostos a recuperar R$500,00, totalizando o valor de R$ 6.000. À direita está a descrição do passivo circulante que soma fornecedores R$ 1.000, impostos R$ 800 e aluguel a pagar R$ 200, totalizando o passivo circulante operacional de R$ 2.000. A necessidade de capital de giro do exemplo acima é de R$ 4.000, obtida pela diferença entre o total do ativo circulante operacional de R$ 6.000 e o total do passivo cirulante operacional de R$ 2.000. 2.3 Saldo de tesouraria (ST) O saldo de tesouraria é obtido pela diferença entre os valores aplicados no ativo circulante financeiro (ACF) e as fontes de recursos obtidas no passivo circulante financeiro (PCF). Os elementos que compõem o ativo circulante financeiro (ACF) e o passivo circulante financeiro (PCF) não fazem parte do ativo circulante operacional (ACO) e do passivo circulante operacional (PCO). Figura 8 – Ativo Circulante Financeiro e Passivo Circulante Financeiro Ativo Circulante Financeiro – ACF Passivo Circulante Financeiro – PCF - Caixa e equivalente de caixa - Aplicações financeiras - Duplicatas descontadas/Antecipação de recebimento - Empréstimos e financiamento a curto prazo Quando o saldo de tesouraria for positivo significa que a empresa possui recursos próprios para financiar a sua necessidade de capital de giro, que indica uma situação favorável. Já o saldo de tesouraria negativo indica que a empresa depende de recursos financeiros onerosos para financiar sua necessidade de capital de giro, situação não favorável. 10Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 9 - Exemplo numérico de cálculo do saldo de tesouraria Ativo Circulante Financeiro Valores R$ Passivo Circulante Financeiro Valores R$ Caixa e equivalente de caixa 300 Empréstimos bancários 1.500 Aplicações financeiras 500 Duplicatas descontadas 2.000 Total 800 Total 3.500 O lado esquerdo é composto pelos valores do ativo circulante financeiro, que representa a soma de caixa e equivalente de caixa de R$ 300 e as aplicações financeiras de R$ 500, totalizando R$ 800. O passivo circulante financeiro é obtido pela soma de empréstimos bancários de R$ 1.500 e duplicatas descontadas de R$ 2.000, totalizando R$ 3.500. O saldo de tesouraria negativo de (R$ 800 – R$ 3.500 = R$ 2.700), é obtido pela diferença do ativo circulante financeiro de R$ 800 e do passivo circulante financeiro de R$ 3.500. Isto indica que a empresa está com necessidade financeira de R$ 2.700 para suprir a sua necessidade de capital de giro. 2.4 Financiamentos de capital de giro Para determinar as necessidades de financiamentos de capital de giro será necessário diferenciar as necessidades de financiamentos permanentes das sazonais. As necessidades permanentes são aquelas que ocorrem quando as vendas da empresa se mantêm constantes. Nesta situação, a necessidade de financiamento também é constante. Porém, quando as vendas são sazonais ou cíclicas, a empresa necessitará de uma maior fonte de financiamento neste período sazonal. No caso de uma indústria de chocolates, haverá um aumento de seu financiamento de capital de giro na época de páscoa, quando ocorre o aumento da produção e das vendas. Por meio da figura 10 abaixo, podemos observar que para a necessidade sazonal a empresa recorre a recursos de curto prazo (fontes de terceiros), porém para as necessidades permanentes de capital de giro, a empresa recorre aos recursos de longo prazo (recursos de terceiros e recursos próprios). Podemos considerar que esta situação é mais agressiva, pois a empresa recorre a financiamentos de curto prazo cujos custos financeiros são maiores. O ideal é que tanto a necessidade sazonal quanto a permanente sejam financiadas por recursos de longo prazo, cujos custos financeiros são menores. 11Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Figura 10 – Necessidade Sazonal de Capital de Giro Fonte: ASSAF (2010) Considerações finais Para a boa gestão do capital de giro, a empresa necessita receber o mais rápido possível dos seus clientes sem resultar na redução das receitas de vendas, negociar com os fornecedores prazos maiores de pagamentos sem pagar juros e reduzir os dias de estocagem. Adotando esta administração, a empresa minimizará tanto o seu ciclo operacional e quanto seu ciclo de caixa, consequentemente, sua necessidade de capital de giro será menor. Referências ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2010. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Finanças Corporativas Aula 06 Valor do dinheiro no tempo Objetivos Específicos • Compreender o valor do dinheiro no tempo. Temas Introdução 1 Modalidade de juros compostos 2 Juros simples 3 Diferença dos juros simples e juros compostos 4 Desconto comercial ou bancário 5 Taxa nominal e efetiva Considerações finais Referências Professor Roberto Kovacsik 2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas Introdução A matemática financeira estuda o valor do dinheiro no tempo, seja nas aplicações ou nas captações de empréstimos. Neste tema, teremos a oportunidade de analisar as técnicas para avaliar as diferentes formas de aplicações financeiras e captações de empréstimos. O valor do dinheiro no tempo visa tratar da remuneração dos recursos financeiros aplicados e de quanto um investimento deve receber. Para isso, o valor principal, também denominado de valor presente e de capital principal, sofre um acréscimo de valor baseado em uma taxa de juros que representa o custo de capital em um determinado período de tempo. Para os emprestadores, os juros tornam o investimento atraente. Para os tomadores, o empréstimo realizado incorre em taxas de juros cobrados e, caso ocorra investimento com este recurso, o investimento deve apresentar um retorno superior à taxa de juros obtida no empréstimo. 1 Modalidade de juros compostos Juros compostos são um sistema de capitalização em que os juros de um determinado período são incorporados ao próximo período do capital inicial investido. Alguns autores definem como juros sobre juros. É o mais utilizado no sistema financeiro brasileiro. 1.1 Valor presente (VP) O valor presente é o capital inicial de uma operação financeira que sofrerá alterações de acordo com o período de tempo em que for realizado pelo tomador e com a taxa de juros acordada. É o valor monetário no momento atual ou as parcelas futuras de um fluxo de caixa descontadas para esse mesmo momento atual. O valor presente também é utilizado como o valor de face do título. A fórmula do valor presente é: VP = VF/(1 +i)ⁿ Considerando: VF = valor futuro; i = taxa de juros e n = número de períodos. Podemos utilizar as seguintes nomenclaturas em matemática financeira: • Taxa: representação dos juros em sua forma porcentual. Ex: 3,50% ao mês; • Montante: valor do principal mais o valor dos juros, independentemente do tipo de capitalização; • Prazo: tempo decorrido, pode ser dia, mês, semestre e ano; 3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Finanças Corporativas • Principal: valor total inicial financiado; • Parcelas: número de prestações ou períodos de pagamento. Exemplo: uma empresa resgatou de uma aplicação financeira o valor de R$ 1.102,50, aplicado no período de dois meses, a uma taxa de 5,00% am. Qual o valor do capital aplicado? VP = VF/(1 + i)ⁿ VP = $ 1.102,50 / (1 +0,05)2 VP = $ 1.000,00 Lembrando que a taxa de 5% sempre
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