Buscar

FIN_COR_COMP_2013

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 154 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 154 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 154 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Finanças Corporativas
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional Luciana Marcheze Miguel 
Luiz Francisco de Assis Salgado Luciana Saito 
Mariana Valeria Gulin Melcon Superintendente Universitário 
Mônica Maria Penalber de Menezes e de Desenvolvimento 
Mônica Rodrigues dos Santos Luiz Carlos Dourado
Nathália Barros de Souza Santos 
Reitor Paula Cristina Bataglia Buratini 
Sidney Zaganin Latorre Renata Jessica Galdino 
Sueli Brianezi Carvalho Diretor de Graduação 
Thiago Martins Navarro Eduardo Mazzaferro Ehlers
Wallace Roberto Bernardo
Diretor de Pós-Graduação e Extensão 
Equipe de Qualidade Daniel Garcia Correa
Ana Paula Pigossi Papalia 
Gerentes de Desenvolvimento Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento 
Claudio Luiz de Souza Silva Gabriela Souza da Silva 
Luciana Bon Duarte Vivian Martins Gonçalves
Roland Anton Zottele 
Coordenador Multimídia e Audiovisual Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas
Adriano Tanganeli
Coordenadora de Desenvolvimento 
Equipe de Design Audiovisual Tecnologias Aplicadas à Educação 
Adriana Matsuda Regina Helena Ribeiro
Caio Souza Santos 
Coordenador de Operação Camila Lazaresko Madrid 
Educação a Distância Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo 
Alcir Vilela Junior Christian Ratajczyk Puig 
Danilo Dos Santos Netto Professor Autor 
Hugo Naoto Roberto Kovacsik
Inácio de Assis Bento Nehme 
Revisor Técnico Karina de Morais Vaz Bonna 
Valdomiro Benjamim Junior Lucas Monachesi Rodrigues 
Marcela Corrente Técnico de Desenvolvimento 
Marcio Rodrigo dos Reis Priscila dos Santos
Renan Ferreira Alves 
Coordenadoras Pedagógicas Renata Mendes Ribeiro 
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti 
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Thamires Lopes de Castro 
Nivia Pereira Maseri de Moraes Vandré Luiz dos Santos 
Victor Giriotas Marçon Equipe de Design Educacional 
William MordochAlexsandra Cristiane Santos da Silva 
Angélica Lúcia Kanô Equipe de Design Multimídia 
Cristina Yurie Takahashi Alexandre Lemes da Silva 
Diogo Maxwell Santos Felizardo Cláudia Antônia Guimarães Rett 
Elisangela Almeida de Souza Cristiane Marinho de Souza 
Flaviana Neri Eliane Katsumi Gushiken Francisco Shoiti Tanaka 
Elina Naomi Sakurabu Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida 
Emília Correa Abreu João Francisco Correia de Souza 
Fernando Eduardo Castro da Silva Juliana Quitério Lopez Salvaia 
Jussara Cristina Cubbo Mayra Aoki Aniya 
Kamila Harumi Sakurai Simões Michel Iuiti Navarro Moreno 
Karen Helena Bueno Lanfranchi Renan Carlos Nunes De Souza 
Katya Martinez Almeida Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
Lilian Brito Santos Wagner Ferri
Finanças Corporativas
Aula 01
Funções e objetivos de finanças e o departamento financeiro. 
Objetivos Específicos
•	 Entender	a	estrutura	financeira	nas	organizações	e	as	funções	do	profissional	
de	finanças	nas	corporações.
Temas
Introdução
1	Funções	e	objetivos	de	finanças	e	o	departamento	financeiro
Considerações	finais
Referências
Roberto Kovacsik
Professor
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Introdução
As	Finanças	Corporativas	envolvem	o	conjunto	de	atividades	de	planejamento,	execução,	
controle	e	análise	voltado	ao	financiamento	das	atividades	de	uma	empresa,	bem	como	suas	
respectivas	decisões	de	investimentos	com	o	objetivo	de	alcançar	os	resultados	econômicos	e	
financeiros	desejados	pelos	investidores,	incorporados	nas	evoluções	do	mundo	contemporâneo.
1 Funções e objetivos de finanças e o departamento 
financeiro
1.1 A função financeira e seus profissionais
A	função	financeira	nas	organizações	tem	a	finalidade	de	captar	fundos	suficientes	para	
a	manutenção	dos	negócios	operacionais,	da	melhor	e	mais	eficiente	forma	possível.	Além	da	
obtenção	de	recursos	necessários	de	capital,	a	função	financeira	se	preocupa	com	os	desafios	
associados	com	a	conservação	e	a	melhor	aplicação	do	mesmo,	gerando	retornos	com	seu	
investimento.
1.2 Decisões em finanças
Os	 principais	 campos	 de	 decisão	 financeira	 são	 financiamentos,	 investimentos	 e	
distribuição	de	dividendos	(ou	lucros).
•	 Financiamentos	–	Têm	por	objetivo	determinar	a	melhor	forma	de	captar	recursos	para	
financiar	as	operações	da	empresa,	ou	seja,	deve	determinar	qual	a	estrutura	de	capital	
mais	adequada	para	mensurar	o	risco	de	endividamento	da	empresa,	considerando	a	
relação	entre	o	capital	de	terceiros	e	o	capital	próprio.	Estes	financiamentos	resultam	
em	 custos	 (conforme	 podemos	 observar	 na	 figura	 2),	 que	 devem	 ser	 avaliados	 em	
função	da	rentabilidade	proporcionada	pelos	investimentos	da	empresa.
•	 Investimentos	 –	 Os	 investimentos	 consistem	 na	 alocação	 dos	 recursos	 obtidos	
por	meio	de	financiamentos,	espera-se	que	 tais	 investimentos,	apesar	de	estarem	
expostos	a	riscos	incertezas,		gerem	benefícios	futuros.	Cabe	ao	executivo	de	finanças	
gerir	os	ativos	financeiros	da	empresa	de	modo	eficiente	e	responder	pelos	resultados	
obtidos.	Consideramos	que	o	 capital	 de	 giro	deve	 circular	 constantemente,	 sendo	
que	a	disponibilidade	de	caixa	é	um	fator	estratégico	para	os	futuros	desembolsos	
operacionais	de	curto	prazo.	A	viabilidade	do	investimento	realizado	é	aceita	quando	
o	seu	retorno	for	maior	que	o	custo	do	capital,	conforme	figura	2.
•	 Distribuição	de	dividendos	–	é	representada	pela	determinação	do	percentual	dos	
lucros	a	serem	distribuídos	aos	sócios,	na	participação	de	lucros	dos	colaboradores	e	
na	manutenção	de	reservas	para	o	exercício	seguinte.
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 1 - Decisões de financiamentos e de investimentos
Fonte: adaptado de Assaf (2010)
Figura 2 - Custo de recursos de terceiros e recursos próprios
Fonte: adaptado de Assaf (2010)
Para	se	comparar	o	custo	dos	recursos	com	o	retorno,	é	feito	o	cálculo	do	
Custo	Médio	Ponderado	de	Capital,	obtido	em	função	da	participação	de	cada	
fonte	de	recursos	no	total.
1.3 Principais funções na área financeira das empresas
A	área	financeira	é	vital	para	qualquer	empresa	e	se	faz	necessário	que	cada	membro	da	
equipe	tenha	consciência	de	sua	função	para	tornar	a	equipe	entrosada	e	eficiente.
5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
• Diretor Financeiro	–	é	o	principal	responsável	da	área	financeira	da	empresa	como	
um	todo,	reportando-se	diretamente	ao	Chief Executive Officer	(CEO)	ou	presidente	
da	empresa,	conforme	observamos	na	figura	3.	É	um	cargo	normalmente	posicionado	
em	grandes	corporações	para	designar	o	responsável	pelas	estratégias	operacionais	
das	finanças	globais	da	empresa.	Em	organizações	de	menor	porte,	é	substituído	pelo	
Gerente	Financeiro.
Figura 3 - Estrutura organizacional
Fonte: adaptado Hoji (2012)
•	 Controller	–	cargo	responsável	pela	Controladoria	da	empresa	e	envolve	as	decisões	
estratégicas,	utilizando	o	controle	financeiro;a	contabilidade;	o	orçamento	empresarial	
e	o	sistema	de	informações,	como	ferramentas	de	gestão.	É	o	executivo	responsável	
por	fornecer	informações	financeiras	e	econômicas	para	o	processo	de	decisão	para	
a	diretoria	executiva	e	o	conselho	de	administração.	Normalmente	este	cargo	está	
subordinado	ao	Diretor	Financeiro	ou	diretamente	ao	Conselho	de	Administração,	
conforme	figura	4.
• Gerente de Tesouraria	 –	 cargo	 responsável	 pela	 Tesouraria	 que	 envolve	 o	
planejamento	 financeiro	 e	 administração	 do	 caixa	 da	 empresa.	 Frequentemente	
gerencia	 os	 procedimentos	 de	 cobrança,	 os	 investimentos	 de	 curto	 prazo,	 as	
transferências	 e	 desembolsos,	 e	 coordena	 os	 empréstimos	 de	 curto	 prazo	 assim	
como	 o	 relacionamento	 com	 instituições	 financeiras.	O	 Tesoureiro	 é	 o	 primeiro	 –	
considerado	como	o	gerente,	os	outros	a	seguir	são	subordinados.
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 4 – Funções no departamento financeiro 
Fonte: adaptado de Hoji (2012)
▫ Administração de Caixa	 –	 função	 responsável	 pela	 gestão	 do	 caixada	
empresa.	 Frequentemente	 gerencia	 os	 procedimentos	 de	 cobrança,	 os	
investimentos	de	curto	prazo,	as	transferências	e	desembolsos,	e	coordena	os	
empréstimos	de	curto	prazo,	assim	como	o	relacionamento	com	instituições	
financeiras.	Sua	principal	preocupação	e	preservar	a	Liquidez	da	empresa,	ou	
seja,	a	capacidade	de	honrar	todos	os	compromissos	financeiros	assumidos	
pela	empresa	a	qualquer	tempo.	Deve	haver	uma	sintonia	perfeita	entre	esta	
área	e	as	áreas	de	Contas	a	Receber,	origem	dos	recebimentos	da	empresa,	
e	Contas	a	pagas,	origem	dos	desembolsos.
▫ Crédito e Contas a Receber	–	função	responsável	pela	execução	da	política	
de	crédito	e	cobrança	da	empresa	por	meio	da	análise	de	Crédito	e	avaliação	
das	solicitações	de	clientes.	Seu	monitoramento	deve	evitar	o	aumento	da	
inadimplência	da	carteira	de	clientes.
▫ Contas a Pagar	–	tem	por	função	controlar	as	decisões	sobre	os	compromissos	
das	 empresas	 que	 representam	 desembolsos,	 como	 por	 exemplo,	 os	
pagamentos	de	fornecedores,	impostos,	salários	e	demais	contas	assumidas	
pela	empresa.
▫ Câmbio –	 Nos	 negócios	 corporativos,	 é	 normal	 em	 suas	 atividades	
operacionais	 importar	 e	 exportar	 produtos,	 como	 também,	 obtenções	 de	
financiamentos	em	moedas	estrangeiras	e	 também	as	 remessas	de	 lucros	
e	recursos	para	o	exterior.	O	Câmbio	nas	organizações	tem	a	finalidade	de	
analisar	os	riscos	inerentes	à	moeda	estrangeira	nas	operações	de	contas	a	
pagar	e	a	receber	que	envolvam	notas	cambiais.
7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
▫ Planejamento Financeiro	–	é	o	responsável	pela	avaliação	e	recomendação	
de	 propostas	 de	 investimentos	 em	 ativos,	 bem	 como	 do	 planejamento	
e	 controle	de	orçamento	de	 resultados	e	de	 capital,	 no	nível	 operacional.	
Participa	 também	da	 busca	 de	 alternativas	 de	 captação	 de	 recursos,	 para	
tomada	de	decisão	por	parte	da	gestão	sênior	da	empresa.
1.4 Decisões financeiras e os mercados financeiros
Ao	executar	suas	funções,	o	administrador	financeiro	deve	lembrar	que	existe	um	mercado	
regulamentado	pelo	Sistema	Financeiro	Nacional	 (SFN),	que	normatiza	e	operacionaliza	os	
mercados	monetários,	de	câmbio,	de	crédito	e	de	capitais.
Figura 5 - Mercados financeiros 
• Mercado Monetário
O	mercado	monetário	é	responsável	pela	emissão	dos	títulos	públicos	federais,	que	
têm	por	objetivos	principais	controlar	a	circulação	de	moeda	e	financiar	as	atividades	
do	governo.	Conforme	a	política	monetária,	poderá	ocorrer	o	estímulo	de	consumo	
e	de	investimentos,	quando	a	taxa	básica	de	juros	(conhecida	como	SELIC	–	Sistema	
Especial	de	Liquidação	e	Custódia)	estiver	em	patamar	baixo,	devido	à	disponibilidade	
de	crédito.	Porém,	quando	esta	taxa	é	elevada,	a	tendência	é	retração	econômica,	
redução	do	consumo	e	consequentemente	o	volume	das	vendas	das	empresas	e	
resultados.	Trata-se	também	de	um	ambiente	virtual	onde	o	conjunto	de	instituições	
financeiras	 (públicas	e	privadas)	utilizam	diversos	 instrumentos	para	promover	a	
intermediação	financeira	de	curto	e	curtíssimo	prazo.	Compreendem	as	operações	
de	venda	e	compra	de	títulos	públicos	e	privados,	 suprindo	as	necessidades	dos	
tomadores,	ao	mesmo	tempo	que	servem	para	remunerar	os	recursos	dos	agentes	
superavitários	(investidores).
8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
• Mercado de Crédito
Responsável	 pelas	 operações	 de	 empréstimo	 realizadas	 pelas	 instituições	
financeiras	 supervisionadas	 pelo	 BACEN.	 Os	 empréstimos	 podem	 ser	 de	 curto,	
médio	e	longo	prazos,	e	podem	ocorrer	tanto	para	pessoas	físicas	quanto	jurídicas.	
Nesse	mercado	são	feitos	os	financiamentos	das	operações	de	capital	de	giro	das	
empresas,	 a	 antecipação	 de	 recebíveis	 e	 outras	modalidades	 de	 crédito	 a	 curto	
prazo	que	são	oferecidas	pelos	bancos	múltiplos.	Nas	operações	a	longo	prazo,	há	
instituições	financeiras	que	atuam	no	crédito	imobiliário,	no	financiamento	de	bens	
de	consumo	duráveis	rural	e	também	a	importante	participação	do	BNDES	(Banco	
Nacional	de	Desenvolvimento	Econômico	Social)	e	seus	agentes	de	repasses,	que	
têm	 a	 finalidade	 de	 financiar	 os	 investimentos	 nas	 atividades	 empresarias,	 com	
taxas	mais	atrativas	e	com	prazos	maiores	de	pagamentos.
• Mercado de Capitais
Neste	mercado,	as	empresas	de	sociedades	anônimas	de	capital	aberto	podem	
captar	 recursos	 diretamente	 com	 os	 investidores	 (mercado	 primário),	 para	
realizar	 seus	 investimentos.	 Esses	 recursos	 são	 chamados:	 debêntures	 (título	
de	dívida,	com	vencimento	de	médio	a	longo	prazo),	notas	promissórias	(Título	
de	 dívida,	 com	 vencimento	 a	 curto	 prazo)	 e	 ações	 (fração	 do	 capital	 social).	
Esse	mercado	é	normatizado	e	regulamentado	pela	CVM	(Comissão	de	Valores	
Mobiliários).
• Mercado de Câmbio
Responsável	pela	 formação	do	poder	aquisitivo	da	moeda	 local,	no	nosso	caso	o	
Real,	em	relação	à	moeda	estrangeira,	denominada	taxa	de	câmbio.	Atualmente,	
no	contexto	de	uma	economia	aberta	e	competitiva,	as	empresas	captam	recursos	
através	de	dívidas	com	moedas	estrangeiras	ou	exportam	e	importam	bens	e	serviços,	
gerando	os	títulos	de	crédito	ou	débito.	Quando	isso	ocorre,	as	empresas	podem	
correr	o	risco	de	a	moeda	local	valorizar	ou	desvalorizar.	Dependendo	da	situação,	
os	ativos	cambiais	da	empresa	podem	aumentar	ou	reduzir	significativamente	os	
seus	valores,	alterando	a	situação	financeira	da	empresa,	o	mesmo	acontecendo	
com	os	passivos.
1.5 Objetivo do administrador financeiro
Através	das	funções	da	administração	financeira,	o	objetivo	do	administrador	financeiro	
é	aumentar	o	valor	do	patrimônio	de	seus	investidores,	através	da	valorização	da	empresa	no	
mercado,	de	forma	responsável	e	sustentável.
Na	figura	6,	é	demonstrada	a	relação	de	dependência	da	empresa	do	mercado,	como	o	
mercado	influencia	diretamente	nas	decisões	financeiras	da	empresa.
9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 6 – Relação Empresa e Mercado 
Considerações finais
O	estudo	de	finanças	empresariais	se	ocupa	de	três	pilares:	como	financiar	uma	empresa,	
onde	investir	para	obter	melhor	retorno	e	qual	o	montante	de	dividendos	a	serem	distribuídos	
aos	seus	sócios.
A	 gestão	 financeira	 nas	 empresas	 é	 subdividida	 em	 Controladoria	 	 e	 Tesouraria.	 A	
Controladoria	trata	do	controle	em	âmbito	estratégico	das	operações,	de	vendas	e	finanças	
da	 empresa,	 com	 funções	 baseadas	 em	 produção	 e	 análise	 de	 informação,	 por	 meio	 da	
construção	 e	manutenção	 de	 um	 sistema	de	 informação	 gerencial.	 A	 Tesouraria	 trata	 das	
atividades	voltadas	ao	equilíbrio	financeiro,	especialmente	das	disponibilidades.		Apesar	de	
também	produzir	informação,	a	Tesouraria	tem	uma	função	mais	executiva,	de	relacionamento	
com	os	fornecedores	de	recursos	da	empresa.	
Nas	decisões	financeiras	de	captação	de	recursos	e	de	investimento	de	recursos,	existem	
os	mercados	financeiros	que	são	regulamentados	pelo	SFN	–	Sistema	Financeiro	Nacional.
E	o	principal	objetivo	do	administrador	é	valorizar	a	empresa	no	mercado.
Referências
ASSAF	NETO,	A.	Finanças Corporativas e Valor.	São	Paulo:	Atlas,	2010.
NIKBAKHT,	 E.;	 GROPELLI,	 A.A.	Administração financeira	-	 série	 essencial.	 São	 Paulo:	 Saraiva	
(Edição	Digital),	2010.
Finanças Corporativas
Aula 02
Gestão de disponibilidades
Objetivos Específicos
• Compreender	 as	 melhores	 práticas	 de	 gestão	 de	 disponibilidades	 nas
organizações.
Temas
Introdução
1	Definição	de	disponibilidades
Considerações	finais
Referências
Roberto Kovacsik
Professor
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Introdução
A	 gestão	 eficiente	 de	 disponibilidades	 contribui	 para	 a	 maximização	 dos	 lucros	 da	
empresa,	através	dos	controles	dos	recebimentos	das	receitas	e	das	saídas	dos	pagamentos	
efetuados,	cabendo	à	área	de	Tesouraria	controlar	esses	fluxos	financeiros.
1 Definição de disponibilidades
As	disponibilidades	das	 empresassão	 compostas	 de	numerário	mantido	em	caixa,	 os	
saldos	bancários	de	livre	movimentação	e	as	aplicações	financeiras	de	liquidez	imediata.	Na	
prática	contábil	são	denominados	de	Caixa	e	Equivalente	de	Caixa.
1.1 Fluxo de caixa 
O	fluxo	de	caixa	é	uma	ferramenta	que	tem	por	objetivo	controlar	as	entradas	e	saídas	
de	recursos	para	um	determinado	período,	possibilitando	ao	gestor	saber	com	precisão	qual	
a	 situação	financeira	da	empresa.	Quando	seu	 saldo	é	positivo,	 indica	que	as	entradas	de	
recursos	 foram	superiores	as	 saídas	e,	dependendo	dos	valores,	poderão	ser	aplicados	no	
mercado	financeiro,	como	será	demonstrado	nesta	aula.
Quando	as	 saídas	de	pagamentos	 forem	superiores	às	entradas,	o	 saldo	é	negativo	e	
caberá	ao	gestor	de	 tesouraria	a	 responsabilidade	de	 cobrir	 esse	 saldo,	podendo	 resgatar	
as	aplicações	financeiras	–	quando	a	empresa		possuir	–	ou	obter	financiamentos	de	curto	
prazo,	 como	 veremos	 posteriormente	 na	 aula	 com	 o	 tema	 “fontes	 de	 financiamento	 de	
curto	prazo”.	Como	observaremos	no	modelo	de	fluxo	de	caixa	a	seguir,		os	itens	K	e	P	são,	
respectivamente,	o	saldo	de	contas	bancárias,	e	as	disponibilidades	da	empresa	(composto	
de	aplicações	e	numerário).
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 1 - Modelo de Fluxo de Caixa
de__/__	a	__/__ de__/__	a	__/__ semana
de	__/__
a	__/__
semana
de	__/__
a	__/__2ª	feira ... 6ª	feira 2ª	feira ... 6ª	feira
A) RECEBIMENTOS 284 230
					Vendas	à	vista 60 90
					Cobrança	de	duplicatas 200 130
					Diversos 24 10
B) PAGAMENTOS 230 393
					Fornecedores 90 150
					Salários	e	honorários 60 200
					Encargos	sociais 35 15
					Impostos	e	taxas 40 20
					Outros 5 8
C) SALDO INICIAL DE CAIXA E BANCOS 100 80
D)	Resgate	de	aplicações	financeiras 300 0
E)	Amortizações	de	empréstimos 350 50
F)	Pagamento	de	despesas	financeiras 8 5
G)	SALDO	PARCIAL	(A-B+C+D-E-F) 4 0
H) Contratação de empréstimos 100 -138
I)	Aplicações	financeiras 30 0
J)	Resgate	de	aplicações	financeiras 10 139
K) SALDO DE CAIXA E BANCOS (H-I+J) 80 1
L) SALDO INICIAL DE APLICAÇÕES 
FINANCEIRAS 500 520
M)	Aplicações	Financeiras	(+”I”) 30 0
N)	Resgate	de	aplicações	financeiras	(-”J”) 10 139
O) SALDO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 
(l+M-N) 520 381
P) SALDO DAS DISPONIBILIDADES (K+O) 600 382
1.2 Manutenção do saldo mínimo de caixa
A	gestão	de	disponibilidades	tem	como	objetivo	manter	determinado	saldo	mínimo	de	caixa,	
que	possa	ser	utilizado	a	qualquer	momento	em	função	dos	determinados	riscos	de	incertezas	
de	recebimentos	futuros,	principalmente	no	que	se	refere	à	inadimplência	de	clientes.
Este	saldo	mínimo	de	caixa	é	utilizado	para	atender	as	seguintes	necessidades:
•	 Pagamentos	de	obrigações	originárias	das	atividades	operacionais,	como	aquisição	
de	matéria-prima,	impostos	e	serviços;
•	 amortizações	de	financiamentos	e	empréstimos,
•	 pagamentos	 de	 investimentos	 permanentes	 (veículos;	 instalações;	 móveis	 e	
utensílios);
•	 pagamentos	de	fatos	não	previstos;	e	
•	 manutenção	de	saldo	de	segurança	de	disponibilidades	para	eventuais	sazonalidades	
de	obtenção	de	caixa.
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
As	 disponibilidades	 em	 níveis	 muito	 baixos	 tendem	 a	 comprometer	 a	 capacidade	
de	 solvência	 da	 empresa,	 enquanto	 níveis	 elevados	 de	 disponibilidades	 prejudicam	 a	
rentabilidade	da	empresa,	pois,	mesmo	aplicados,	os	rendimentos	a	curto	prazo	são	baixos.	
O	gestor	de	tesouraria	deverá	fazer	o	equilíbrio	do	saldo	mínimo	de	caixa.
1.3 Capacidade de obtenção de caixa
Conforme	Hoji	(2007),	na	gestão	de	disponibilidades	é	importante	identificar	a	capacidade	
de	obtenção	de	caixa	a	 longo	prazo.	Através	dessa	 identificação,	a	empresa	poderá	 tomar	
recursos	 de	 terceiros	 ou	de	 acionistas	 com	maior	 eficácia	 para	 a	 expansão	das	 atividades	
operacionais,	sem	comprometer		a	capacidade	de	pagamentos	a	curto	prazo.
Podemos	usar	como	exemplo	uma	empresa	qualquer	que	possui	um	importante	cliente	
tradicional	e	constantemente	adquire	mercadorias	no	valor	de	R$	150.000,00	ao	mês,	com	
prazo	de	recebimento	de	30	dias.	Neste	caso,	a	capacidade	de	obtenção	de	caixa	deste	cliente	
é	de	R$	150.000,00	ao	mês	e	R$	1.800.000,00	ao	ano.
1.4 Aplicações de fundos
Os	fundos	de	caixa	devem	ser	aplicados	em	títulos	do	mercado	financeiro,	analisando	
possíveis	 riscos	 existentes,	 para	 a	 maximização	 dos	 resultados	 financeiros.	 	 O	 gestor	 de	
tesouraria	 pode	 escolher	 as	 diversas	 modalidades	 de	 aplicações	 financeiras	 divididas	 em	
renda	fixa	e	renda	variável.
Os	 investimentos	de	 renda	fixa	 são	 aqueles	que	possuem	 remuneração	determinada.	
Essa	 remuneração	pode	ser	pré-fixada,	quando	no	ato	da	aplicação,	o	 investidor	 identifica	
antecipadamente	 o	 valor	 dos	 juros	 que	 receberá	 no	 momento	 do	 resgate,	 enquanto	 os	
investimento	com	rendimentos	pós-fixados	os	 juros	 são	determinados	pelo	 indexador	que	
está	 vinculado	 a	 aplicação,	 como	o	 IGP-M	 (Índice	Geral	 de	 Preço	de	Mercado)	 e	 TR	 (Taxa	
Referencial	de	Juros).	Nesse	caso,	o	investidor	somente	identificará	o	exato	valor	de	juros	no	
momento	do	resgate	da	aplicação.
5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
O	 IGP-M	 tem	 como	 base	 metodológica	 a	 estrutura	 do	 Índice	 Geral	 de	
Preços	-	Disponibilidade	 Interna	 (IGP-DI),	 resultando	da	média	 ponderada	de	
três	 índices	 de	 preços:	 o	 Índice	 de	 Preços	 por	 Atacado	 (IPA-M),	 o	 Índice	 de	
Preços	 ao	 Consumidor	 (IPC-M)	 e	 o	 Índice	 Nacional	 de	 Custo	 da	 Construção	
(INCC-M).
A	TR	é	um	índice	criado	pelo	governo,	para	corrigir	a	remuneração	paga	na	
Poupança.	 A	 TR	 é	 calculada	 a	 partir	 da	 SELIC	 e	 da	média	 das	 taxas	 de	 CDB	
(Certificados	 de	 Depósitos	 Bancários),	 pré-fixados,	 de	 30	 dias.	 Essa	média	 é	
chamada	de	TBF	(Taxa	Básica	Financeira)	e	sobre	ela,	o	Banco	Central	aplica-se	
um	redutor	que	define	a	TR.
Vamos	definir	brevemente	as	principais	características	das	aplicações	financeiras	mais	
conhecidas.
• Caderneta de Poupança
A	caderneta	de	poupança	é	um	dos	investimentos	mais	populares	do	país,	que	conta
com	simplicidade	e	baixo	risco.	Além	disso,	é	garantida	pelo	Fundo	Garantidor	de
Crédito,	até	o	limite	de	R$	70	mil	por	empresa	e	seu	funcionamento	é	regulado	pelo
Banco	Central.	A	remuneração	da	caderneta	de	poupança	é	:
a) 0,5%	ao	mês,	enquanto	a	meta	da	taxa	Selic	ao	ano	for	superior	a	8,5%	mais
a	variação	da	T.R;	ou
b) 70%	da	meta	da	 taxa	Selic	ao	ano,	mensalizada,	 vigente	na	data	de	 início
do	período	de	rendimento,	enquanto	a	meta	da	taxa	Selic	ao	ano	for	igual	ou		
inferior	a	8,5%	mais	a	variação	da	T.R.
• CDB - Certificado de Depósito Bancário
Títulos	 de	 renda	 fixa,	 representativo	 de	 depósito	 a	 prazo,	 emitido	 por	 bancos 
múltiplos,	 de	 investimentos	 e	 comerciais.	 É	 uma	 modalidade	 de	 aplicação	 que 
proporciona	ao	investidor	a	remuneração	pré	ou	pós-fixada.	É	um	título	nominativo, 
ou	 seja,	o	 investidor	pode	 ser	 identificado.	Conforme	o	art.	992	do	Código	Civil, 
os	 	títulos	 	nominativos,	são	aqueles	emitidos	em	nome	de	um	beneficiário,	que 
somente	poderá		ser	transferido	mediante	registro	em	livro	próprio	do	emitente, 
que	por	sua	vez	somente	estará	obrigado	a	reconhecer	como	credor	aquele	que 
estiver	 registrado	 no	 seu	 cadastro.	 	 Os	 títulos	 ao	 portador,	 são	 aqueles	 que	 o 
beneficiário	 é	 aquele	 que	detém	o	 título,	 sem	a	necessidade	de	 identificar,	esta 
modalidade deixou de existir a partir de 1990, e passou a exigir a identificação nos	
titulos	para	fins	fiscais.
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Neste	tipo	de	aplicação	é	admitida	sua	negociação	antes	do	vencimento,	de	acordo	
com	as	condições	estabelecidas	pela	instituição	emissora	e	terá	seu	valor	de	mercado	
apurado	em	função	da	taxa	de	juros	corrente.
	▫ Taxa	prefixada:	Em	um	CDB	prefixado	o	cliente	já	sabe	quanto	vai	receber	no	
vencimento	do	depósito,pois	a	taxa	de	remuneração	é	definida	no	ato	da	
contratação	junto	à	instituição	financeira.	Esta	modalidade	é	atrativa	quando	
o cenário	econômico	apresenta	queda	na	 taxa	de	 juros,	pois	neste	caso	o
rendimento	já	está	definido.
	▫ Taxa	pós-fixada:	A	forma	mais	utilizada	neste	mercado,	onde	são	corrigidos	
pelo	CDI	(Certificado	de	Depósito	Interbancário)	e	oferece	um	percentual	(%)	
desta	taxa.	Por	exemplo,	90%	da	variação	do	CDI.		Os	CDIs	(Certificados	de	
Depósitos	Interbancários),	são	títulos	emitidos	pelas	Instituições	Financeiras,	
que	garantem	as	operações	realizadas	somente	no	mercado	interbancário,	
em	 outras	 palavras,	 uma	 instituição	 financeira	 capta	 recurso	 com	 outra	
instituição	financeira.
• RDB- Recibo de Depósito Bancário
O	RDB	é	um	 recibo	de	depósito	bancário	que	 tem	as	mesmas	 características	de
um	CDB,	portanto,	a	única	 	diferença	é	de	 	não	admitir	negociação	antes	de	seu
vencimento,	 ou	 seja,	 não	 é	 endossável.	 Porém,	 pode	 ser	 rescindido,	 em	 caráter
excepcional	 desde	 que	 com	 acordo	 da	 instituição	 depositária.	 Neste	 caso	 o
investidor	recebe	somente	o	valor	principal,	isto	é,	sem	os	juros.
• Títulos Públicos Federais ou Títulos da Dívida Pública
O	Governo	Federal	emite	títulos	de	dívida	pública	para	captar	recursos.	São	títulos
de	grande	aceitação	e	liquidez,	considerados	como	os	de	menor	risco	de	crédito	do
mercado.	Os	títulos	emitidos	pelo	Tesouro	Nacional	estão	voltados	ao	financiamento
do	déficit	público.	Os	principais	títulos	públicos	 federais	 são:	Letra	Financeira	do
Tesouro(LFT),	Letra	do	Tesouro	Nacional	(LTN)	e	Notas	do	Tesouro	Nacional	(NTN).
• Fundos de Investimento
É	uma	forma	de	investimento	que	reúne	vários	aplicadores,	formando	uma	espécie
de	condomínio,	no	qual	as	receitas	e	as	despesas	são	divididas.	O	patrimônio	é	gerido
por	administradores		e	aplicados	em	títulos	diversos	ou	em	outros	fundos,	buscando
maximizar	os	retornos	e	diminuir	os	riscos	dos	investimentos.	O	dinheiro	depositado
nos	fundos	é	convertido	em	cotas.	O	investidor	deste	fundo	passa	ser	cotista	que
são	os	proprietários	desta	carteira.	 	O	valor	da	cota	é	atualizada	diariamente,	na
medida	em	que	os	títulos	que	 compõem	o	 fundo	 recebem	os	 juros	pró-rata,	ou
seja,	os	rendimentos	são	proporcionais	ao	período	de	realização	do	investimento.	A
vantagem	do	fundo	de	investimento	é	a	socialização	da	rentabilidade.	Por	exemplo,
se	um	determinado	investidor	X	possui	1%		em	cotas	e	outro	investidor	possui	20%
de	cotas	e	este	fundo	possuir	a	rentabilidade	de	2%	am	(ao	mês),	ambos	os	cotistas
terão	a	mesma	rentabilidade.
7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
A	 rentabilidade	 de	 cada	 fundo	 é	 determinada	 pela	 estratégia	 de	 investimento	
adotada	 pelo	 administrador	 que	 deve	 respeitar	 as	 características	 definidas	 no	
seu	estatuto.	O	administrador	do	fundo	de	investimento	é	a	instituição	financeira	
responsável	legal	perante	aos	órgãos	reguladores	–	CVM	e	BACEN	(Banco	Central).	
Existem	fundos	conservadores,	 fundos	moderados	e	 fundos	mais	agressivos	com	
graus	de	 risco	específicos	e	definidos	de	acordo	 com	seu	objetivo.	 Se	um	 fundo	
conseguir	rentabilidade	de,	por	exemplo,	5%	em	um	mês,	todos	os	cotistas	terão	a	
mesma	valorização,	independentemente	do	valor	aplicado.	As	taxas	e	impostos	têm	
grande	importância	na	rentabilidade	do	fundo,	e	varia	conforme	o	prazo	investido,	
é	importante	ficar	atento	às	taxas	de	administração	cobradas	que	variam	de	acordo	
com	o	fundo	e	com	a	instituição.
• Ações
As	ações	são	títulos	de	participações	negociáveis,	que	representam	parte	do	capital	
social	de	uma	empresa	sociedade	anônima,	serão	mais	bem	estudadas	no	capítulo	
de	custo	de	capital:	ações	e	debêntures.	É	 	uma	modalidade	de	 investimento	de	
renda	variável,	em	que	não	há	o	conhecimento	prévio	dos	rendimentos,	e	os	valores	
de	resgate	podem	ser	superiores,	 iguais	ou	inferiores	ao	valor	aplicado.	Devido	a	
está	incerteza	de	rendimento,	é	considerado	investimento	de	alto	risco.		As	ações	
são	negociadas	na	Bolsa	de		Valores	–	local	que	organiza	as		negociações	das	ações,	
no	Brasil,		é	realizado	pela	companhia	BM&F-Bovespa.
Os	investimentos	em	ações,	não	tem	o	resgate	imediato	em	conta	corrente,	a	partir	
do	momento	que	é	solicitada	as	sua	venda,	o	depósito	é	realizado	em	D+3,	ou	seja	
no	terceiro	dia,	após	a	ordem	de	venda.
Por	se	tratar	de	um	investimento	de	alto	risco,	caberá	ao	gestor	financeiro	ponderar	
os	valores		a	serem	aplicados	nessa	modalidade,	com	objetivo	de	reduzir	os	riscos	
de	possíveis	perdas	dos	valores	investidos.
1.5 Práticas das atividades de tesouraria
As	 práticas	 das	 atividades	 de	 tesouraria	 envolvem	 o	 controle	 interno,	 política	 de	
aplicação	financeira,	centralização	de	caixa	e	relacionamento	bancário.
• Controle interno:	 	 As	 empresas	 devem	 criar	 normas	 e	 procedimentos	 para	 os	
responsáveis	da	gestão	das	disponibilidades.	Por	envolver	grande	volume	de	transações	
e	operações	financeiras,	a	empresa	precisa	criar	mecanismos	de	controles	internos	para	
a	verificação	da	exatidão	dos	registros,	evitando	fraudes	e	roubos	de	valores.
• Política de aplicações financeiras:	 As	 aplicações	 financeiras	 devem	 ser	 realizadas	
dentro	 do	 limite	 estabelecido	 para	 cada	 modalidade	 de	 aplicação	 financeira,	
analisando	 os	 contratos	 de	 aplicações	 financeiras	 para	 que	 não	 existam	 cláusulas	
8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
leoninas	(que	beneficiem	apenas	as	instituições	financeiras),	além	de	avaliar	a	solidez	
da	instituição	financeira,	pois,	caso	ocorra	a	liquidação	da	mesma,	que	é	determinada	
pelo	BACEN,	a	empresa	corre	o	risco	de	perder	o	montante	de	recursos	aplicados	na	
instituição.
• Centralização de caixa:	 Quando	 a	 empresa	 possuir	 várias	 filiais	 em	 cidades	 e/ou	
estados	diferentes,	é	recomendável	que	o	caixa	seja	centralizado,	aumentando	dessa	
forma	a	eficiência	no	uso	dos	recursos,	evitando	inclusive	falta	de	caixa	em	uma	filial	
enquanto	outra	apresenta	excesso	de	caixa.
• Relacionamento bancário:	A	empresa	deve	concentrar	suas	transações	em	menor	
número	 possível	 de	 instituições	 financeiras,	 isto	 não	 significa	 afastar-se	 de	 outras	
instituições.	 Esta	 operação	 permite	 vantagens	 para	 a	 empresa,	 pois	 aumenta	 a	
reciprocidade	bancária	e	aumenta	o	poder	de	barganha	nas	negociações	de	 taxas	
de	 aplicações	 e	 tarifas	 bancárias.	 Por	 outro	 lado,	manter	 um	número	 razoável	 de	
instituições	financeiras	no	relacionamento,	permite	que	a	empresa	faça	uma	cotação	
para	 contratar	 um	 determinado	 serviço	 financeiro.	 Isso	 	 faz	 com	 haja	 uma	 certa	
competição	entre	os	bancos	para	operarem	com	a	empresa,	no	que	a	empresa	pode	
ser	favorecida	com	menores	custos	nas	captações	ou	maiores	taxas	de	remuneração	
nas	aplicações.
Considerações finais
A	gestão	de	disponibilidades	possui	um	importante	papel	na	execução	das	funções	de	
finanças,	 pois	 contribui	 para	 aumentar	 as	 receitas	 financeiras	 através	 do	 lucro	 obtido.	 O	
profissional	deste	 setor	 tem	como	 ferramenta	o	fluxo	de	caixa	diário	para	dimensionar	os	
valores	que	serão	aplicados,	o	prazo	da	operação	e	a	rentabilidade,	levando	em	consideração	
os	riscos	de	mercado	e	de	crédito	das	instituições	financeiras.	
Referências
HOJI,	M.	Administração Financeira e orçamentária:	matemática	financeira	aplicada,	estratégia	
financeira;	orçamento	empresarial.	São	Paulo:	Atlas,	2012.
Finanças Corporativas
Aula 03
Políticas de concessão de créditos e gestão de cobrança 
Objetivos Específicos
•	 Compreender	 as	melhores	 práticas	 de	 gestão	 de	 cobrança	 e	 a	 política	 de	
concessão	de	crédito.
Temas
Introdução
1	Definição	de	contas	a	receber
Considerações	finais
Referências
Roberto Kovacsik
Professor
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Introdução
As	 vendas	 a	 prazo	 implicam	 conceder	 crédito	 aos	 clientes,	 ou	 seja,	 a	 empresa	
entrega	a	mercadoria	ou	presta	um	serviçonuma	determinada	data	e	o	cliente	assume	o	
compromisso	de	pagar	o	valor	correspondente.	Nesta	aula,	estudaremos	os	procedimentos	
e	as	implicações	na	concessão	de	crédito	aos	clientes	e	sua	influência	na	gestão	de	cobrança.
1 Definição de contas a receber
O	nome	contas	a	receber	da	empresa,	que	também	pode	ser	denominado	de	clientes	
ou	duplicatas	a	receber,	são	títulos	formais	de	crédito	representativos	do	direito	do	emissor,	
resultado	de	vendas	a	prazo,	dos	quais	o	cliente	assume	o	compromisso	de	pagar	o	valor	do	
título	numa	data	futura.	O	setor	de	cobrança	é	responsável	em	administrar	e	cobrar	esses	
valores	a	receber.
Dessa	 forma,	quando	ocorre	a	data	 futura	de	vencimento	de	um	título,	 isso	 implica	a	
possibilidade	 de	 perda	 de	 seu	 valor	 pelo	 não	 pagamento	 no	 prazo	 definido,	 denominado	
também	de	risco	de	inadimplência.
As	empresas	concedem	crédito,	ou	seja,	vendas	a	prazo,	com	o	objetivo	de	aumentar	
suas	 receitas	 com	 operações	 de	 mercadorias	 ou	 serviços,	 para	 obter	 ganho	 de	 escala	 e,	
consequententemente,	absorver	melhor	o	custo	fixo	e	aumentar	o	lucro.
Os	 títulos	 bancários	 representativos	 de	 contas	 a	 receber	 podem	 ser	 utilizados	 como	
instrumentos	de	recursos	financeiros	para	suprir	sua	necessidade	de	fluxo	de	caixa,	por	meio	
de	operações	bancárias	de	desconto	de	duplicatas.	A	modalidade	desconto	de	duplicatas	será	
aprofundada	na	aula	sobre	“Fontes	de	financiamento	de	curto	prazo”,	na	qual	abordaremos	
também	 o	 método	 de	 negociar	 sua	 antecipação	 com	 o	 próprio	 cliente,	 oferecendo	 um	
desconto	financeiro.
Em	 geral,	 os	 valores	 de	 contas	 a	 receber	 possuem	 importante	 participação	 no	 ativo	
circulante,	 que	 representa	 os	 valores	 prontos	 para	 serem	 recebidos	 e	 convertidos	 em	
disponibilidades,	conforme	a	figura	1.
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 1 – Contas a receber
1.1 Custos e riscos na gestão de cobrança
Crédito	 e	 cobrança	 ou	 cobrança	 ou	 contas	 a	 receber	 são	 as	 denominações	 utilizadas	
comumente	 pelas	 empresas	 para	 o	 setor	 com	 a	 responsabilidade	 de	 gerir	 a	 carteira	 de	
clientes.	Quando	ocorre	uma	venda	a	prazo,	a	empresa	assume	os	riscos	e	custos	intrínsecos	
nessas	operações,	como:
•	 Despesa	 com	 cobrança:	 despesa	 com	 cobrança	 das	 duplicatas	 que	 envolvem	 os	
títulos	a	 receber	e	vencidos.	Neste	caso,	o	departamento	de	cobrança	necessitará	
de	funcionários	para	efetuar	o	controle	dos	recebíveis	e	executar	os	recebimentos	
via	ações	judiciais	com	o	protesto	de	título	em	cartório.	Há	um	outro	custo:	quanto	
maior	for	o	volume	de	vendas	a	prazo,	maior	será	a	operacionalização	com	a	cobrança	
bancária,	já	que	esse	serviço	é	executado	pelas	instituições	financeiras	que	cobram	
uma	determinada	taxa	para	receber	os	títulos,	por	meio	da	compensação	bancária,	
em	sua	rede	de	agências.
•	 Custo	com	recursos	alocados	no	contas	a	receber:	quanto	maior	o	prazo	concedido	
de	vendas,	maior	será	a	concentração	de	valores	a	receber	no	ativo	circulante.	Isso	
implica	a	demora	de	recebimento	em	caixa	enquanto	a	empresa	possui	outros	valores	
a	pagar	com	prazos	menores,	como	salários,	impostos	e	demais	contas	a	pagar.
•	 Risco	de	inadimplência:	ocorre	quando	o	valor	a	receber	torna-se	incobrável,	causando	
uma	perda	no	resultado	da	empresa.
•	 Despesas	 com	 análise	 de	 crédito	 a	 clientes:	 necessidade	 do	 setor	 de	 crédito	 em	
avaliar	as	operações	de	futuros	clientes	e	de	clientes	ativos.
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
1.2 Gestão de cobrança
A	gestão	de	cobrança	é	utilizada	como	instrumento	para	agilizar	o	recebimento	das	vendas	
a	prazo	e	sua	importância	é	que	nesse	recebimento	encontra-se	a	realização	da	receita	da	
empresa.	Essas	ferramentas	podem	ser	divididas	em:	controle	da	carteira	de	clientes	e	prazos	
médios	de	recebimentos,	também	denominado	de	prazo	de	cobrança.
1.2.1 Controle da carteira de clientes
Uma	 ferramenta	 de	 gestão	 e	 de	 controle	 da	 cobrança	 é	 a	 utilização	 de	 relatórios	 de	
posição	de	títulos	a	receber,	lembrando	que	estes	são	compostos	de	vencidos	e	a	vencer.
Na	tabela	1,	podemos	verificar	um	modelo	de	relatório	de	cobrança	de	uma	empresa.
Tabela 1 - Posição da carteira de cobrança em 30/04/X1
Valores R$/mil Até 7 dias Até 30 dias Até 60 dias Superior a 60 dias
Títulos a vencer 25,0 56,0 70,0 35,0
Títulos vencidos 5,0 3,0 4,0 8,0
Total 30,0 59,0 74,0 43,0
Na	tabela	2,	podemos	demonstrar	a	posição	de	cobrança	em	abril	de	X1.
Tabela 2 – Relação percentual de títulos vencidos e a vencer
Carteira de títulos Valores em R$ mil %
A vencer 186,0 90,3
Vencidos 20,0 9,7
Total 206,0 100,0
Podemos	concluir,	no	exemplo	da	tabela	2,	que	a	empresa	possui	R$	206,0	mil	de	valores	
a	receber,	distribuídos	em	90,3%	a	vencer	e	9,7%	vencidos.
Caberá	ao	setor	de	cobrança	tomar	medidas	para	reduzir	a	 inadimplência	de	9,7%	da	
carteira,	pois,	quanto	menor	for	esse	percentual,	mais	eficiente	será	a	gestão	da	cobrança.
1.2.3 Prazo médio de recebimento de vendas ou prazo médio de cobrança
O	prazo	médio	de	cobrança	indica	quantos	dias,	em	média,	a	empresa	recebe	os	seus	
títulos.	Quanto	menor	for	esse	prazo	em	dias,	melhor	será	a	eficiência	da	gestão	de	cobrança.
5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Esta	é	a	fómula	para	calcular	o	prazo	médio	de	cobrança	ou	prazo	médio	
de	recebimento	de	vendas.
Tomamos	 como	 exemplo	 uma	 determinada	 Cia	 X	 que	 possui	 a	 seguinte	 posição	 de	
valores,	demonstrada	na	tabela	3.
Tabela 3 – Posição de valores
Cia X Março/X1 Abril/X1
Valores a receber R$ mil 185,0 206,0
Valores de vendas a prazo 245,0
O	valor	médio	das	duplicatas	é	obtido	pela	soma	dos	meses	de	março	e	abril	e	divido	por	
dois	períodos	fornecidos.
Considera-se	 que	 dias	 na	 fórmula	 é	 o	 período	 de	 realização	 da	 demonstração	 de	
resultados.	Por	exemplo,	se	for	mensal,	utilizam-se	30	dias,	semestral,	180	dias,	ou	anual,	360	
dias.
O	 prazo	 médio	 de	 cobrança	 será	 obtido	 pela	 divisão	 de	 195,5	 (o	 valor	 médio	 das	
duplicatas	obtido	no	cáulo	anterior)	por	245,0	(o	faturamento	a	prazo	do	mês	analisado	de	
abril),	obtendo	o	valor	de	0,80.	Considerando	o	mês	de	30	dias,	a	sua	multiplicação	obtém	o	
resultado	de	23,9	dias.
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Nesse	caso,	o	cálculo	do	prazo	médio	é	de	23,9.	Como	os	dias	são	inteiros,	para	fins	de	
relatórios,	arredondamos	o	prazo	médio	de	cobrança	para	24	dias,	para	o	mês	de	abril	de	X1.	
Supondo	que	no	mês	seguinte	uma	nova	análise	seja	feita	e	o	prazo	médio	de	cobrança	seja	
de	35	dias,	isso	indicará	que	no	mês	de	maio	haverá	um	aumento	no	prazo	médio	de	cobrança	
da	empresa,	o	que	implicará	uma	maior	demora	para	receber	no	fluxo	de	caixa	da	empresa.
1.3 Formas de cobrança
Quando	o	cliente	está	inadimplente,	existem	formas	de	cobrança	para	recuperar	o	valor	
vencido	e	equilibrar	o	caixa	da	empresa,	como:
•	 Contato	 telefônico:	 é	 o	 primeiro	 processo	de	 contato,	 pois	 às	 vezes	 poderá	haver	
alguma	justificativa	pelo	não	pagamento.
•	 Correspondência:	envio	de	uma	carta,	determinando	um	novo	prazo	de	pagamento;	
caso	contrário,	o	título	será	remetido	ao	cartório	de	protesto.
•	 Agências	de	cobrança:	quando	a	empresa	terceiriza	a	responsabilidade	pela	cobrança,	
essa	entidade	fica	com	a	responsabilidade	de	executar	também	o	título.
•	 Ação	judicial:	quando	se	esgotam	todos	os	recursos	de	cobrança.	Esta	é	uma	medida	
extrema,	 pois	 nessa	 situação	 ocorre	 o	 protesto	 do	 devedor	 e,	 em	 último	 caso,	 a	
empresa	 pode	 solicitar	 a	 falência	 do	 devedor.	 Nessa	 situação,	 a	 empresa	 deverá	
se	certificar	de	que	ocorreu	mesmo	a	 inadimplência	para	evitar	 litígios	com	nome	
indevido	na	Serasa	e	Serviço	de	Proteção	ao	Crédito	(SPC),	que	estará	resguardado	
pelo	Código	de	Defesa	do	Cosumidor	(CDC).
1.4 Política de concessão de crédito
Crédito => Confiança
“Confiança não se impõe, se conquista!”7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
A	 política	 de	 concessão	 de	 crédito	 é	 um	 instrumento	 que	 fornece	 parâmetros	 para	
determinar	quando	 conceder	ou	não	 crédito	 aos	 clientes	e	o	quanto	deve	 ser	 concedido.	
Cabe	ao	setor	de	crédito	efetuar	essa	análise.
Uma	 boa	 aplicação	 de	 uma	 política	 de	 crédito	 tem	 por	 objetivo	 reduzir	 o	 risco	 de	
inadimplência	e	diminuir	as	despesas	de	cobrança	com	títulos	vencidos.
A	análise	de	crédito	engloba	o	 levantamento	de	 informações	sobre	o	cliente,	entre	as	
quais	podemos	classificar	os	Cs	de	crédito,	idealizados	por	Brighan	&	Weston.
•	 Caráter:	refere-se	à	idoneidade	do	cliente	em	pagar	suas	dívidas,	independentemente	
de	se	esta	já	foi	ou	não	adquirida.	Essas	informações	podem	ser	obtidas	de	empresas	
especializadas	 em	 comercializar	 tais	 informações,	 como	 Serasa	 Experian	 e	 SPC	 –	
Boa	Vista,	que	poderão	indicar	títulos	protestados	ou	cheques	com	insuficiência	de	
fundos.	Outra	 forma	é	obter	uma	ficha	cadastral	do	proposto	cliente	por	meio	de	
bancos	e	fornecedores	por	ele	indicados,	verificando	se	existe	alguma	restrição	no	
mercado	e	também	de	seus	administradores.
•	 Capacidade:	refere-se	às	habilidades	e	competências	dos	administradores	da	empresa	
e	 à	 experiência	 profissional	 em	 gestão	 da	 empresa,	 como	 também	 à	 capacidade	
operacional	das	instalações	da	empresa	analisada.	Neste	caso,	o	analista	irá	avaliar	a	
quantidade	de	fornecimento	adequado	ao	volume	de	escoamento	de	sua	produção	e	
a	realização	das	vendas.	A	capacidade	engloba	todo	o	sistema	empresarial	em	pleno	
funcionamento	e	deve	ser	feita	in	loco	visitando	as	instalações	da	empresa.
•	 Condições:	 referem-se	 ao	 ambiente	 externo	 e	macroeconômico	 dentro	 do	 qual	 a	
empresa	atua,	que	poderão	influenciar	nos	resultados	e	recebíveis	da	empresa.	As	
condições	 também	podem	sofrer	o	efeito	da	 sazonalidade	 (quando	as	vendas	 são	
concentradas	num	determinado	período	do	ano	–	como	panetones	e	outros	produtos	
natalinos	 –	 ou	 por	 influência	 da	 moda:	 quando	 ocorre	 influência	 considerada	
passageira	das	mídias)	ou	essencialidade	do	produto	(quando	existe	a	necessidade	
constante	ou	uniforme	do	produto).
•	 Capital:	refere-se	à	situação	econômico-financeira	da	empresa,	obtida	por	meio	das	
análises	das	demonstrações	financerias	e	de	suas	projeções.
•	 Colateral:	 esta	 palavra	 origina-se	 de	 collateral,	 que,	 em	 inglês,	 significa	 garantias.	
As	 garantias	podem	ser:	 hipotecas	 (quando	os	bens	 imóveis	ficam	 registrados	em	
cartório);	 penhor	mercantil	 (os	 estoques	 são	oferecidos	 como	garantias);	 aval	 dos	
sócios/administradores	(os	bens	dos	sócios	ou	administradores	são	oferecidos	como	
garantias	por	meio	de	uma	carta-fiança).
Os	6˚	Cs
1	de	crédito	compõem	uma	ferramenta	que	a	empresa	adota	para	classificar	o	
grau	de	risco	do	cliente,	permitindo	também:
1	Cs	que	é	 :	Conglomerado:	quando	a	empresa	pertencer	a	um	grupo	econômico	específico,	a	análise	de	crédito	deverá	 levar	em	conta	a	
situação	desse	grupo	econômico,	ou	conglomerado,	e	não	apenas	o	da	empresa	analisada.
8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
•	 Classificar	 os	 clientes	 por	 meio	 de	 um	 rating	 de	 risco.	 Por	 exemplo:	 clientes	 A	
são	 aqueles	 considerados	 de	 risco	 baixo,	 não	 necessitam	 de	 acompanhamento	
constante	 e	 poderão	 solicitar	 a	 revisão	 de	 crédito	 anualmente;	 clientes	 B	 são	
aqueles	considerados	de	risco	médio,	a	 revisão	cadastral	deverá	ser	semestral	e	o	
acompanhamento,	 constante;	 clientes	 de	 categoria	 C	 são	 aqueles	 de	 risco	 alto	 e,	
nesse	caso,	não	possuem	limite	de	crédito	e	suas	vendas	são	somente	na	condição	à	
vista.
•	 Estipular	 o	 prazo	 de	 concessão	 de	 crédito	 para	 cada	 cliente	 específico,	 o	 que	
dependerá	também	da	natureza	do	produto	e	da	competitividade	no	mercado.
1.4.1 Reflexos da política de crédito no resultado da empresa
A	empresa	pode	adotar	uma	política	de	crédito	mais	rigorosa.	Neste	caso,	para	a	aquisição	
da	mercadoria	a	prazo,	o	cliente	deverá	seguir	 todos	os	padrões	exigidos	e	adotados	pela	
política	de	 crédito	da	 companhia.	Por	exemplo,	 se	o	 cliente	possuir	um	título	 vencido	em	
um	dia,	não	será	permitida	a	realização	de	venda	a	prazo.	Em	contrapartida,	a	política	liberal	
é	 aquela	 na	 qual	 a	 venda	 a	 prazo	 é	 realizada	 sem	uma	 consulta	 tão	 aprofundada	 e,	 caso	
haja	alguma	restrição,	não	importará	para	a	empresa	vendedora.	Exemplo	de	política	liberal:	
venda	sem	consulta	à	Serasa	ou	compre	hoje	e	comece	a	pagar	a	partir	do	segundo	mês.
A	 seguir,	 vamos	 analisar	 brevemente	 alguns	 dos	 aspectos	 da	 empresa	 que	 são	
influenciados	pela	política	de	crédito,	que	são:	volume	de	vendas;	despesas	com	cobrança,	
devedores	incobráveis	e	valores	a	receber	de	clientes.
1.4.1.1 Volume de vendas
Quando	uma	empresa	adota	uma	política	de	crédito	rigorosa,	a	tendência	é	selecionar	
os	melhores	clientes,	podendo	ocorrer	redução	de	venda	a	prazo	em	razão	da	imposição	das	
restrições.
A	 política	 de	 crédito	 liberal	 poderá	 aumentar	 o	 volume	 de	 vendas,	 pois	 não	 haverá	
imposição	quanto	às	restrições	financeiras	e	mercadológicas	da	empresa	no	mercado.
1.4.1.2 Despesas com cobrança
Uma	 política	 de	 crédito	 rigorosa	 permitirá	 reduzir	 as	 despesas	 de	 cobrança,	 como	
diminuir	o	número	de	 funcionários	para	 controle	de	 vencidos	e	 redução	de	gastos	 com	o	
jurídico	para	execução	de	protestos.
Uma	política	de	crédito	 liberal	 implicará	o	aumento	das	despesas	de	cobrança	com	o	
aumento	de	funcionários	para	o	controle	de	gastos	com	execução	de	protestos.
9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
1.4.1.3 Devedores incobráveis
Com	uma	política	de	crédito	rigorosa,	podemos	reduzir	o	volume	de	inadimplência	e	as	
perdas	com	devedores	incobráveis.	Com	estes,	esgotam-se	todas	as	tentativas	de	cobranças,	
incluindo-se	o	protesto	e	a	execução	judicial.	Nesse	caso,	o	título	é	retirado	da	carteira	de	
clientes	e	sua	contrapartida	origina	uma	perda	no	resultado	da	empresa.
Já	uma	política	de	crédito	liberal	pode	aumentar	o	volume	de	clientes	inadimplentes	e,	
consequentemente,	as	perdas	com	devedores	incobráveis.
1.4.1.4 Valores a receber de clientes
Num	 cenário	 de	 política	 de	 crédito	 liberal,	 as	 vendas	 a	 prazo	 aumentam	 e,	
consequentemente,	os	valores	de	títulos	a	receber	no	ativo	circulante,	porém	o	prazo	médio	
de	cobrança	da	empresa	também	aumentará.
Com	uma	política	de	crédito	restritiva,	as	vendas	a	prazo	são	reduzidas,	consequentemente	
o	volume	de	títulos	a	receber	e	o	número	de	inadimplentes	também	diminuem.
Considerações finais
A	 política	 de	 concessão	 de	 crédito	 permite	 que	 a	 empresa	 selecione	 seus	 clientes,	
reduzindo	riscos	de	 inadimplência	na	carteira	de	valores	a	receber.	Em	conjunto	com	uma	
eficiente	gestão	de	 cobrança,	o	 recebimento	dos	títulos	permite	a	obtenção	de	 receita.	A	
empresa	vende	a	prazo	–	receita	de	vendas	–	e	gera	um	título	de	crédito,	e	o	seu	recebimento	
em	disponibilidade	garante	a	realização	do	lucro	da	empresa.
Referências
HOJI,	M.	Administração financeira e orçamentária:	matemática	financeira	aplicada,	estratégia	
financeira,	orçamento	empresarial.	São	Paulo:	Atlas,	2012.
NIKBAKHT,	E.;	GROPELLI,	A.	A.	Administração financeira	–	Série	essencial.	São	Paulo:	Saraiva	
(Edição	Digital),	2010.
Finanças Corporativas
Aula 04
Gestão de estoques e contas a pagar
Objetivos Específicos
•	 Compreender	as	gestão	de	estoques	e	contas	a	pagar.
Temas
Introdução
1	Definição	de	estoques
2	Gestão	de	recursos	
3	Técnicas	de	gestão	de	estoques	
4	Gestão	de	contas	a	pagar
Considerações	finais
Referências
Roberto Kovacsik
Professor
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Introdução
A	eficiente	gestão	de	estoques	permite	transformá-los	em	vendas	e,	consequentemente,	
em	 recebimento	 de	 caixa.	 A	 aquisição	 do	 estoque	 na	 condição	 de	 pagamentoa	 prazo	
resulta	numa	obrigação	a	pagar,	denominada	de	fornecedores.	Tanto	os	estoques	quanto	os	
fornecedores	são	contas	importantes	no	ativo	e	no	passivo	criculante,	respectivamente,	nas	
empresas	dos	setores	comerciais	ou	industriais.
1 Definição de estoques
	Os	estoques	nas	empresas	 comerciais	 são	 constituídos	de	mercadorias	para	 revenda	
e	 fazem	 parte	 das	 	 transações	 comerciais.	 Nas	 empresas	 industriais,	 os	 estoques	 estão	
separados	 conforme	a	 sua	etapa	de	processo,	 sendo	distribuídos	em:	produtos	 acabados;	
produtos	em	processos	ou	em	fabricação;		matérias-primas;	embalagens.	No	almoxarifado,	
temos	os	materiais	de	consumo	que	são	utilizados	pelas	empresas	prestadoras	de	serviços.
Cabe	 à	 administração	 de	materiais	 e	 de	 produção	 a	 gestão	 de	 estoques,	 porém,	 por	
se	tratar	de	uma	parcela	significativa	no	ativo	circulante,	cabe	ao	administrador	financeiro	
exercer	o	controle	desses	valores,	visando	a	preservar	a	liquidez	da	empresa	e	a	rentabilidade	
dos	recursos	investidos	(Figura	1).
Figura 1 – Estoques no ativo circulante
A	gestão	de	estoques	busca	o	equilíbrio	entre	os	aspectos	operacionais	e	financeiros	que	
pode	significar	a	solução	de	constantes	conflitos	de	interesses	entre	as	áreas	de	produção,	
vendas	 e	 finanças.	 Essa	 área	 é	 bastante	 ampla	 e,	 caso	 ocorra	 algum	 imprevisto	 em	 sua	
operacionalização,	poderá	comprometer	o	capital	de	giro	da	empresa.	
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
1.1 Custos e riscos de estoques
O	estoque	gera	custos	e	riscos	desde	o	momento	da	sua	aquisição	até	a	realização	da	sua	
venda.	Podemos	definir	os	custos	e	riscos	a	seguir:
•	 Custo	de	capital:	compreende	o	mais	importante	custo	para	finanças,	pois	os	estoques	
são	 recursos	 investidos	 em	 bens.	 Caso	 não	 seja	 realizado	 e	 recebido,	 a	 empresa	
necessitará	obter	recursos	de	capital	de	giro	para	suprir	essa	ineficiência,	gerando,	
assim,	 despesas	 financeiras.	 Desse	 evento,	 então,	 surge	 a	 famosa	 frase	 popular:	
“Estoque	parado	é	dinheiro	parado”.
•	 Custos	 das	 instalações:	 compreende	 os	 galpões,	 armazéns,	 prédios,	 aluguéis,	
impostos,	depreciações,	 iluminação,	manutenção,	seguros	das	 instalações,	 limpeza	
e	refrigeração.
•	 Custos	 de	 serviços:	 são	 os	 gastos	 gerados	 com	 a	 mão	 de	 obra	 utilizada	 desde	 a	
recepção,	 armazenagem,	 deslocamento	 interno	 até	 a	 expedição,	 acrescentando	 o	
seguro	do	próprio	estoque.
•	 Riscos:	envolvem	furtos,	deterioração,	prazo	de	validade,	obsolescência	(quando	se	
torna	obsoleto),	queda	de	preço	no	mercado,	etc.
2 Gestão de recursos 
A	gestão	de	recursos	é	dividida	em	giro	de	estoques	e	prazo	médio	de	estoques.
2.1 Giro de estoques
O	giro	ou	rotação	de	estoques	fornece	uma	parâmetro	para	medir	a	eficiência	da	gestão	
de	estoques.	O	 índice	de	giro	 indica	o	número	de	vezes	que	os	estoques	foram	renovados	
num	determinado	período	de	tempo	(mês,	semestre	ou	ano).
Diante	dos	diferentes	ramos	e	estratégias	de	negócios,	os	estoques	com	baixa	rotação	
representam	 aplicações	 ociosas,	 enquanto	 aqueles	 que	 possuem	 giro	 alto	 significam	
otimização	dos	recursos	investidos.
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Fórmula	de	giro	de	estoques:
O	custo	das	vendas	corresponde	ao	valor	acumulado	de	um	determinado	período	de	
apuração,	normalmente	representado	pelo	Custo	do	Produto	Vendido	da	D.R.E.	e,	para	obter	
o	saldo	médio,	devemos	obter	a	média	aritmética	entre	o	saldo	inicial	do	estoque	e	o	saldo	
final	de	estoques	de	um	período.
Exemplos:
•	 Saldo	de	estoques	em	01/03/X1	=	R$	7.000,00.
•	 Saldo	de	estoques	em	31/03/X1	=	R$	10.500,00.
•	 Saldo	médio	de	estoques	=	(7.000	+	10.500)/2	=	8.750,00.
•	 Custo	das	vendas	no	mês	de	março	=	R$	15.000,00.	
•	 Giro	de	estoques	(15.000/8.750)	=	1,71	vez	no	mês.
2.2 Prazo médio de estoques em dias 
No	caso	de	produtos	acabados	e	mercadorias,	o	prazo	médio	de	estoques	em	dias	indica	
quantos	dias,	em	média,	a	empresa	leva	para	vender	seus	estoques.	Tratando-se	de	produtos	
em	 processos	 e	 matérias-primas,	 indica	 quanto	 tempo	 leva	 para	 produzir	 e	 consumir	
respectivamente.
Fórmula	do	prazo	médio	de	estoques	em	dias
5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Exemplos:
•	 Saldo	de	estoques	em	28/02/X1	=	R$	7.000,00.
•	 Saldo	de	estoques	em	31/03/X1	=	R$	10.500,00.
•	 Saldo	médio	de	estoques	dos	meses	de	fevereiro	e	março		
=	(7.000	+	10.500)/2	=	8.750,00.
•	 Custo	das	vendas	no	mês	de	março	=	R$	15.000,00
•	 Prazo	 médio	 de	 estoques	 =	 (8.750/15.000)	 x	 30	 dias	 =	 17,5;	 arredondamos	 dias	
inteiros:	18	dias.
3 Técnicas de gestão de estoques 
As	 técnicas	 de	 gestão	 de	 estoques	 têm	por	 objetivo	 coibir	 as	 quantidades	 excessivas	
de	 estoques,	 que	 implicam	 maior	 lentidão	 ao	 giro	 dos	 ativos	 e	 controle	 dos	 níveis	
mínimos	de	estoques,	evitando	a	paralisação	da	produção	por	 falta	de	matérias-primas	e,	
consequentemente,	o	atendimento	aos	clientes.
3.1 Sistema da curva ABC
Os	estoques	de	uma	indústria	ou	de	uma	empresa	comercial	são	compostos	de	milhares	
de	diferentes	itens,	de	diversos	valores.
O	 sistema	 ABC	 permite	 separar	 o	 estoque	 em	 grupos	 relacionados	 ao	 investimento	
realizado,	ou	seja,	separar	os	itens	essenciais	dos	demais	itens	normais	ou	menos	significantes.
O	sistema	ABC	divide	o	estoque	em	três	grupos:
•	 Grupo	A	–	 compreende	20%	dos	 itens	estocados,	 representando	80%	dos	 valores	
investidos	em	estoque.	Os	itens	desse	grupo	têm	giro	lento,	aparecem	em	pequeno	
número	de	itens	e	são	os	mais	caros.
•	 Grupo	B	–	nesse	grupo	estão	enquadrados	30%	dos	itens	estocados,	representando	
15%	do	valor	do	estoque.	Encontra-se	intermediariamente	aos	grupos	A	e	C.
•	 Grupo	C	–	consiste	em	50%	dos	itens	estocados,	compreendendo	apenas	5%	do	valor	
do	estoque.	Não	possui	expressão	em	valores	monetários	(Figura	2).
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 2 - Curva ABC 
Fonte: adaptado de Assaf Neto (2010)
Baseada	na	 curva	ABC,	 a	 área	financeira	deverá	 se	preocupar	principalmente	 com	os	
itens	considerados	no	grupo	A,	em	razão	de	seu	alto	valor	de	investimento	e	por	apresentar	
giro	lento,	o	que	compromete	o	capital	de	giro	da	empresa.
A	 empresa	 não	 deverá	 manter	 níveis	 elevados	 desses	 itens,	 considerando	 apenas	 o	
volume	necessário	para	a	manutenção	da	produção	ou	comercialização	e	também	o	prazo	de	
entrega	do	fornecedor.	Em	algumas	empresas	de	ramos	específicos	são	realizados	contratos	
de	fornecimento	com	prazo	de	entrega	e	preços	definidos.
A	curva	ABC	também	facilita	a	análise	da	logística	interna	de	produção	ou	distribuição,	
nas	quais	a	alocação	de	estoques	no	depósito	é	realizada	pela	demanda	em	número	de	itens	
e	não	pelo	valor	do	estoque.
Os	 itens	 com	maior	 giro	 são	 alocados	 em	 locais	 de	 fácil	 acesso	 e	 os	 itens	 com	baixa	
movimentação	podem	ser	 alocados	em	 locais	 que	não	 são	acessados	 com	 frequência.	 Tal	
método	serve	também	para	inventários	parciais	em	que	os	itens	A	podem	ser	inventariados	
com	maior	frequência	e	os	itens	B	e	C,	menos	vezes.
3.2 Lote econômico de compras (LEC)
O	lote	econômico	de	compras	(LEC)	permite	calcular	a	quantidade	ótima	do	pedido	para	
reposição	dos	itens	de	estoque,	considerando	os	custos	e	as	quantidades	que	minimizam	os	
custos	totais	de	estocagem	de	pedido.
A	empresa	deve	calcular	o	ponto	ótimo	que	minimize	os	custos	com	pedidos	e	manutenção	
de	estoques.	Podemos	definir	os	custos	dos	pedidos	como	aqueles	relacionados	a	fazer	um	
pedido:	efetuar	cotação,	recepcionar,	verificar,	cadastrar	no	sistema	de	estoques,	etc.	Já	os	
custos	de	manutenção	são	aqueles	relacionados	com	aluguel,	climatização,	seguro,	perda	por	
deterioração,	etc.	O	custo		total	é	a	soma	dos	custos	de	fazer	o	pedido	e	de	manter	o	estoque	
(Figura	3).
7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 3 - Gráfico do modelo econômico
Fonte:adaptado de Hoji (2012)
O	objetivo	principal	do	sistema	LEC	é	calcular	a	quantidade	de	pedidos	que	minimizem	
os	custos	totais	(custos	de	pedir	e	manter).	Conforme	o	gráfico	de	Hoji	 (2010)	na	figura	3,	
à	medida	que	a	quantidade	pedida	aumenta,	o	custo	de	pedir	diminui,	e	eleva-se	o	custo	
de	 estocagem	 e	 vice-versa.	 A	 função	 da	 curva	 do	 custo	 total	 apresenta	 um	 formato	 “U”,	
significando	que	possui	um	valor	mínimo	e	um	máximo	para	o	lote	econômico	de	compras.
4 Gestão de contas a pagar
O	gestor	de	finanças,	por	meio	das	ordens	de	processos	de	pagamentos,	é	responsável	
por	cumprir	a	 liquidação	de	todas	as	obrigações	com	terceiros	na	data	do	vencimento.	Os	
atrasos	nos	vencimentos	das	obrigações	oneram	a	empresa	em	razão	das	multas	e	dos	juros,	
podendo,	em	certos	casos,	acarretar	protestos	e	prejudicar	a	imagem	de	crédito	da	empresa	
no	mercado	e,	consequentemente,	seu	risco,	pois	os	fornecedores	poderão	incluir	no	preço	
das	próximas	vendas	um	custo	financeiro	adicional	de	risco,	prevendo	recebimentos	após	o	
vencimento	(Figura	4).
8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 4 – Passivo circulante
4.1 Cálculo do prazo médio de pagamentos
O	 prazo	médio	 de	 pagamentos	 indica	 quantos	 dias,	 em	média,	 a	 empresa	 efetua	 os	
pagamentos	de	suas	contas.	Nesse	caso,	efetua-se	a	média	ponderada	do	valor	do	título	e	do	
prazo	de	vencimento	em	dias	(Tabela	1).
Tabela 1 - Prazo médio de pagamentos
(1) (2) (1) x (2)
Contas a pagar Valor R$ Dias de pagamento
Fornecedores 600.000 45 27.000.000
Impostos 240.000 15 		3.600.000
Comissões 100.000 30 		3.000.000
Salários 360.000 15 		5.400.000
Total 1.300.000 39.000.000
Cálculo	da	média	ponderada	=	39.000.000/1.300.000	=	30	dias
Nesse	caso,	a	empresa	possui	o	montante	de	obrigações	de	R$1.300.000,00	e	efetua,	em	
média,	os	pagamentos	em	30	dias.
4.2 Funções do gestor de contas a pagar
O	gestor	de	contas	a	pagar	é	o	responsável	por	coordenar	todas	as	atividades	do	setor,	como:
•	 elaborar	o	fluxo	de	pagamentos,	antes	da	data	de	vencimento,	analisando	os	valores	
e	corrigindo	eventuais	distorções;
•	 controlar	 os	 contratos	 realizados	 que	 requeiram	 cálculos	 de	 juros	 e	 valores	
determinados	de	taxas	e	impostos;
9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
•	 manter	constantemente	contatos	com	fornecedores	para	estreitar	o	relacionamento	
de	parcerias,	facilitando	possíveis	negociações;
•	 preparar	para	a	tesouraria	a	posição	de	ordens	de	pagamentos	diários;
•	 atentar	às	vantagens	estratégicas	financeiras	em	pagar	antecipadamente	um	título,	
desde	que	com	um	desconto	financeiro	atrativo,	ou	prorrogar	o	vencimento	do	título.
Considerações finais
Apesar	 de	 não	 ser	 uma	 função	 específica	 de	 finanças,	 os	 estoques	 têm	uma	 elevada	
participação	no	ativo	da	empresa,	e	caso	ocorra	má	gestão	dele,	isso	impactará	diretamente	
a	liquidez	e	o	resultado	da	empresa.
O	contas	a	pagar	deve	avaliar	os	fluxos	de	pagamentos	que	serão	realizados,	controlando-
os	e	avaliando	possíveis	distorções.
Referências
ASSAF	NETO,	A.	Finanças Corporativas e Valor.	São	Paulo:	Atlas,	2010.
HOJI,	M.	Administração financeira e orçamentária:	matemática	financeira	aplicada,	estratégia	
financeira,	orçamento	empresarial.	São	Paulo:	Atlas,	2012.
NIKBAKHT,	E.;	GROPELLI,	A.	A.	Administração financeira	_	Série	essencial.	São	Paulo:	Saraiva	
(Edição	Digital),	2010.
Finanças Corporativas
Aula 05
Gestão do capital e necessidade de capital circulante 
Objetivos Específicos
•	 Compreender	 as	 melhores	 práticas	 de	 gestão	 do	 capital	 circulante	 e	
necessidade	de	capital	de	giro.
Temas
Introdução
1	Definição	do	capital	de	giro
2	Ciclo	Operacional	(CO)
Considerações	finais
Referências
Professor
Roberto Kovacsik
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Introdução
A	gestão	do	capital	de	giro	é	responsável	pelo	planejamento	e	controle	das	contas	de	
caixa,	bancos,	aplicações	financeiras,	 clientes	e	estoques,	 com	prazo	 inferior	a	um	ano	ou	
dependendo	do	ciclo	operacional	do	ramo	em	que	a	empresa	atua.
A	boa	 gestão	do	 capital	 de	 giro	permite	 aos	 administradores	 realizar	o	planejamento	
de	 caixa	 da	 empresa,	 resultando	 na	minimização	 dos	 gastos	 necessários	 para	manter	 sua	
atividade	operacional	em	ordem.
1 Definição do capital de giro
O	capital	de	giro,	também	denominado	de	capital	circulante,	é	o	recurso	utilizado	para	
manter	as	atividades	operacionais	da	empresa,	ou	seja,	por	meio	do	fluxo	de	entradas	dos	
recebimentos	 dos	 clientes	 ocorrem	 os	 pagamentos	 de	 contas	 de	 fornecedores,	 salários,	
impostos	e	demais	contas	que	possuam	vínculo	com	a	atividade	produtiva	da	empresa.
O	capital	de	giro	necessita	de	recursos	para	o	seu	financiamento,	isto	é,	quanto	maior	
for	este	valor	de	capital,	maior	a	necessidade	de	financiamento,	seja	com	recursos	próprios,	
seja	com	recursos	de	terceiros.
A	figura	de	Hoji	(2012),	a	seguir,	demonstra	a	formação	do	capital	de	giro.	Iniciando	pela	
seta	1,	observamos	a	aquisição	de	matérias-primas	no	valor	de	R$	200,	sua	transformação	
agrega	 outros	 custos	 (como,	 por	 exemplo,	 salários,	 energia	 etc.)	 de	 R$	 60,00,	 tornado-se	
produto	 acabado.	 Além	 dos	 custos,	 a	 empresa	 possui	 as	 despesas	 operacionais,	 como	 as	
administrativas	e	comerciais,	no	valor	de	R$	40,00.	Ao	todo,	matéria-prima,	outros	custos	e	
despesas	somam	o	total	de	R$	300.	Considerando	que	ocorreu	uma	venda	a	prazo	de	R$	350	
na	seta	3,	o	lucro	obtido	pela	empresa	foi	de	R$	50,	o	qual	irá	entrar	diretamente	no	caixa	da	
empresa,	pois	este	ainda	efetuará	saídas	de	pagamentos	de	R$	100,00	referentes	a	contas	a	
pagar	e	de	R$	200	de	aquisição	de	mercadorias.
Figura 1 – Capital de giro no ativo e passivo circulantes 
Fonte: HOJI (2012).
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Os	 recursos	 de	 capital	 de	 giro	 podem	 ser	 alterados	 quando	 houver	 uma	 redução	 do	
volume	de	vendas,	aumento	da	 inadimplência	ou	dos	custos,	além	de	perdas	de	natureza	
operacional	(como	as	de	estoques,	estudadas	no	capítulo	de	gestão	de	estoques).
Resumidamente,	 o	 capital	 de	 giro	 engloba	 os	 ativos	 circulantes	 (caixa	 e	 equivalente	
de	 caixa),	 as	 aplicações	 financeiras,	 os	 valores	 a	 receber,	 os	 estoques	 e	 outras	 contas,	 e	
os	 passivos	 circulantes	 (fornecedodores,	 salários	 a	 pagar,	 empréstimos	 e	 outros	 valores	 a	
pagar)	de	uma	empresa.	Segundo	as	normas	contábeis	considera-se	que	os	valores	de	ativo	
e	passivo	circulantes	possuem	valores	de	realização	 inferiores	há	um	ano,	porém,	 isto	não	
significa	que	o	tempo	de	realização	dos	direitos	e	a	exigibilidade	possuem	a	maturidade	de	
recebimentos	e	pagamentos	de	um	ano.	Dependendo	do	ramo	de	atividade	da	empresa,	o	
ciclo	de	recebimentos	e	pagamentos	pode	ser	inferior	a	um	mês.
1.1 Capital circulante líquido (CCL) ou capital de giro líquido (CGL)
O	capital	circulante	líquido	é	obtido	pela	diferença	entre	o	ativo	circulante	e	o	passivo	
circulante.	 Quando	 o	 ativo	 circulante	 for	maior	 que	 o	 passivo	 circulante,	 indica	 que	 este	
excedente	é	o	capital	de	giro	próprio,	e	maior	será	o	investimento	em	capital	de	giro.	Quando	
o	passivo	circulante	for	superior	ao	ativo	circulante,	denominamos	de	capital	circulante	de	
terceiros,	o	qual	Hoji	(2010)	define	as	situações	do	capital	circulante	líquido	segundo	a	figura	
abaixo.
Figura 2 - Situações de capital circulante líquido 
Fonte: HOJI (2010).
Na	mesma	figura,	podemos	verificar	que	o	capital	circulante	líquido	pode	ser	nulo.	Isto	
ocorre	quando	o	ativo	circulante	 se	 iguala	ao	passivo	circulante,	porém	 isto	normalmente		
não	ocorre	em	empresas	cujas	atividades	operacionais	estão	em	curso.
Considerando	que	o	CCL	é	obtido	pela	diferença	de	ativo	e	passivo	circulantes,	então	
podemos	considerar	a	fórmula	abaixo:
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
	
CGL	(CCL)	=	Ativo	Circulante	–	PassivoCirculante
2 Ciclo Operacional (CO)
O	ciclo	operacional	de	uma	empresa	compreende	o	período	de	dias	da	 	aquisição	da	
matéria-prima,	 engloba	 sua	 transformação	 e	 culmina	 no	 momento	 em	 que	 se	 recebe	 a	
venda	do	produto	acabado.	Podemos	dizer	que	o	ciclo	operacional	é	a	quantidade	de	tempo	
necessário	para	a	empresa	transformar	seus	estoques	em	dinheiro.
O	ciclo	operacional	é	composto	da	soma	do	prazo	médio	de	estocagem	(PME)	e	do	prazo	
de	recebimento	de	vendas	(PRV).
A	fórmula	do	Prazo	Médio	de	Estocagem	(PME)	é:
O	valor	médio	de	estoques	é	obtido	pela	soma	dos	estoques	iniciais	e	finais	do	mesmo	
período	dividido	por	dois	(média).	Considerando	um	período	anual,	os	estoques	iniciais	serão	
os	valores	a	partir	de	02/01/XX,	e	os	estoques	finais	até	31/12/XX.	Como	 foi	visto	na	aula	
sobre	Gestão	de	Estoques,	indica	em	quantos	dias	a	empresa	transforma	e	vende	os	produtos.
Fórmula	do	Prazo	Médio	de	Recebimento	(PMR).
O	valor	médio	de	duplicatas	a	receber	é	obtido	pela	soma	dos	valores	a	receber	de	clientes	
iniciais	e	finais	do	mesmo	período	dividido	por	dois	(média).	Considerando	um	período	anual,	
os	valores	a	receber	iniciais	serão	a	partir	de	02/01/XX	e	os	finais	a	partir	de	31/12/XX.	Como	
foi	visto	em	Gestão	de	Contas	a	Receber,	esses	valores	indicam	quantos	dias	a	empresa	leva	
para	receber	suas	vendas	a	prazo,	também	conhecido	como	prazo	de	cobrança.
5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Fórmula	do	Ciclo	Operacional:
CO = PME+ PMR
Figura 3 – Representação gráfica do ciclo operacional
Fonte: Adaptado de Assaf (2010).
Vamos	 supor	 que	 uma	 empresa	 adquira	 matérias-primas,	 as	 transforma	 e	 vende	 os	
produtos	acabados	em	30	dias.	O	pagamento	desta	venda	foi	realizado	no	prazo	de	15	dias.	
Então,	o	ciclo	operacional	é	de	45	dias.
2.1 Ciclos financeiros – CF ou ciclo de caixa
O	ciclo	financeiro,	 também	denominado	de	 ciclo	de	 caixa,	 indica,	em	média,	quantos	
dias	de	recursos	são	necessários	para	a	empresa	cobrir	o	seu	ciclo	operacional.	Estes	recursos	
são	 divididos	 em	 fontes	 espontâneas,	 geradas	 pelas	 operações	 da	 empresa,	 e	 as	 fontes	
financeiras,	que	são	obtidas	junto	às	instituições	financeiras.	
Nas	atividades	normais	de	uma	empresa,	quando	o	volume	de	sua	capacidade	de	produção	
aumenta,	há	automaticamente	um	aumento	das	necessidades	de	recursos	de	fornecedores,	
salários,	energia	e	outras	contas.	Os	recursos	financeiros	são	o	empréstimo	obtido	para	cobrir	
uma	necessidade	de	caixa,	como	financiamentos	de	capital	de	giro,	desconto	de	duplicatas	e	
outras	modalidades	de	empréstimos.	Estes	recursos	não	foram	gerados	pela	empresa,	foram	
obtidos	para	 suprir	 uma	eventual	 necessidade	que	 se	 torna	onerosa	 para	 a	 empresa,	 e	 o	
termo	oneroso	é	devido	aos	juros	cobrados	nos	empréstimos.
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Quadro 4 – Exemplos de fontes espontâneas e fontes onerosas
Fontes espontâneas da empresa Fontes onerosas
-	Fornecedores
-	Salários
-	Contribuições	sociais
-	Adiantamentos	de	clientes
-	Impostos
-Energia/Água/Telefone
-	Empréstimos	bancários
-	Financiamento	de	capital	de	giro
-	Conta	garantida
-	Desconto	de	duplicatas
Veremos	com	detalhes	as	fontes	onerosas,	descritas	neste	capítulo,	no	capítulo	de	fontes	
de	financiamentos	de	curto	prazo.
Fórmula	do	Ciclo	Financeiro:
CF = CO – PMP
O	Prazo	Médio	de	Pagamentos	(PMP)	é	obtido	pela	fórmula:
O	valor	médio	de	duplicatas	a	pagar	é	obtido	pela	soma	dos	valores	da	conta	a	pagar	
a	fornecedores	iniciais	e	finais	do	balanço	patrimonial	do	mesmo	período	dividido	por	dois	
(média).	 Considerando	um	período	 anual,	 os	 valores	 a	 pagar	 iniciais	 serão	 de	 02/01/XX	 e	
os	finais	de	31/12/XX.	Como	 foi	visto	em	Gestão	de	Contas	a	Pagar,	esses	valores	 indicam	
quantos	dias	a	empresa	leva	para	pagar	suas	compras	a	prazo.
O	ciclo	operacional	representa	a	soma	do	prazo	médio	de	estocagem	com	o	prazo	médio	
de	recebimento	de	vendas.	O	prazo	médio	de	estocagem	compreende	o	período	em	dias	a	
partir	da	aquisição	dos	estoques,	a	sua	produção,	a	finalização	do	produto	até	o	momento	
da	venda,	quando	ocorre	a	saída	do	estoque	da	empresa.	O	prazo	médio	de	recebimento	de	
vendas	é	o	período	a	partir	da	venda	do	produto	até	o	momento	de	seu	efetivo	recebimento.	
O	 prazo	 médio	 de	 pagamentos	 indica	 quantos	 dias	 a	 empresa	 paga	 efetivamente	 suas	
compras,	no	exemplo	abaixo,	o	PMP	cobre	toda	a	parte	de	estocagem	e	uma	parte	do	prazo	
de	recebimento.	O	ciclo	de	caixa	irá	cobrir	a	necessidade	de	prazo	de	recebimento	faltante.	
Exemplo	numérico:
7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
PME	=	25	dias;	PMR	15	dias,	PMP	30	dias.
CO	=	PME	+	PMR
CO	=	25	dias	+	15	dias	=	40	dias
CF	=	CO	–	PMP
CF	=	40	dias	–	30	dias	=	10	dias
Prazo	médio	de	estocagem,	25	dias;	prazo	médio	de	recebimento,	15	dias	e	prazo	médio	
de	pagamento,	30	dias.
O	 ciclo	 operacional	 é	 a	 soma	do	 prazo	médio	 de	 estocagem	de	 25	 dias	 com	o	 prazo	
médio	de	recebimento	de	15	dias,	totalizando	40	dias.
O	 ciclo	 financeiro	 é	 obtido	 do	 ciclo	 operacional	 de	 40	 dias	menos	 o	 prazo	médio	 de	
pagamentos	 de	 30	 dias.	 A	 representação	 gráfica	 abaixo	 mostra	 que	 o	 prazo	 médio	 de	
pagamento	financia	todo	o	período	de	estoque	de	25	dias	mais	5	dias	do	prazo	de	recebimento,	
remanescendo	o	saldo	de	10	dias	que	compreende	o	período	do	ciclo	financeiro.
Figura 5 – Representação gráfica do ciclo operacional e financeiro
Fonte: Adaptado de Assaf (2010).
Neste	exemplo,	o	ciclo	financeiro	é	de	10	dias.	O	ciclo	financeiro	indica	quantos	dias	de	
recursos	são	necessários	para	a	empresa	cobrir	sua	necessidade	de	capital	de	giro.
Quanto	menor	o	prazo	do	ciclo	financeiro,	melhor	será	a	eficiência	da	gestão	do	capital	
de	giro.	Reduzir	os	prazos	de	estocagem	e	de	recebimento	de	vendas	e	negociar	o	aumento	
do	 prazo	 de	 pagamento	 com	 fornecedores	 são	 alguns	 dos	 mecanismos	 para	 atingir	 esta	
eficiência.	
8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
2.2 Necessidade de capital de giro (NCG)
A	necessidade	de	capital	de	giro	está	relacionada	ao	ciclo	financeiro	da	empresa.	Quando	
o	ciclo	financeiro	é	 longo,	a	empresa	aumenta	sua	necessidade	de	capital	de	giro;	quando	
ocorre	a	redução	do	ciclo	de	caixa,	ocorre	a	redução	da	necessidade	de	capital	de	giro
A	necessidade	de	capital	de	giro	(NCG)	é	obtida	pela	diferença	entre	as	contas	dos	ativos	
e	passivos	circulantes	operacionais,	e	seu	resultado	será	em	valores	monetários.
O	 ativo	 circulante	 operacional	 (ACO)	 é	 composto	 das	 contas	 que	 compõem	
operacionalmente	 o	 ativo	 circulante	 da	 empresa,	 originárias	 de	 suas	 atividades.	 Exemplo:	
clientes,	estoques,	créditos	tributários	etc.
O	 passivo	 circulante	 operacional	 (PCO)	 é	 composto	 de	 contas	 que	 compõem	
operacionalmente	 o	 passivo	 circulante	 da	 empresa,	 que	 são	 as	 obrigações	 originárias	 da	
atividade	principal	da	empresa.	Exemplo:	fornecedores,	salários,	impostos	a	pagar	etc.
São	justamente	as	contas	derivadas	da	operação	principal	da	empresa	que	são	foco	de	
análise	da	NCG.
Figura 6 – Ativo Circulante Operacional e Passivo Circulante Operacional
Ativo Circulante Operacional – ACO Passivo Circulante Operacional – PCO
-	Contas	a	receber	de	clientes
-	Estoques
-	Créditos	tributários
-	Adiantamento	a	fornecedores
-	Fornecedores
-	Salários	e	contribuições
-	Impostos	a	pagar
-	Aluguel	a	pagar
-	Contas	a	pagar
A	fómula	da	Necessidade	de	Capital	de	Giro	é:
NCG = ACO – PCO
Quanto	maior	a	necessidade	de	capital	de	giro,	maior	será	o	valor	 investido	em	ativos	
operacionais,	 como	 valores	 a	 receber	 de	 clientes	 e	 estoques,	 podendo	 indicar	 maior	
necessidade	de	dias	de	ciclo	financeiro.
9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 7 – Exemplo de cálculo de necessidade capital giro
Ativo Circulante 
Operacional
Valores R$
Passivo Circulante 
Operacional
Valores R$
Clientes3.000	 Fornecedores 1.000	
Estoques 2.500	 Impostos	a	Pagar 800	
Impostos	a	recuperar 500	 Aluguel	a	Pagar 200	
Total 6.000 Total 2.000
Fonte: Elaborado pelo autor
À	esquerda	da	tabela	está	o	ativo	circulante	operacional,	composto	pela	soma	dos	valores	
de	clientes,	R$	3.000;	estoques,	R$	2.500;	e	 impostos	a	recuperar	R$500,00,	totalizando	o	
valor	de	R$	6.000.	À	direita	está	a	descrição	do	passivo	circulante	que	soma	fornecedores	R$	
1.000,	impostos	R$	800	e	aluguel	a	pagar	R$	200,	totalizando	o	passivo	circulante	operacional	
de	R$	2.000.
A	necessidade	de	capital	de	giro	do	exemplo	acima	é	de	R$	4.000,	obtida	pela	diferença	
entre	 o	 total	 do	 ativo	 circulante	 operacional	 de	 R$	 6.000	 e	 o	 total	 do	 passivo	 cirulante	
operacional	de	R$	2.000.
2.3 Saldo de tesouraria (ST)
O	 saldo	 de	 tesouraria	 é	 obtido	 pela	 diferença	 entre	 os	 valores	 aplicados	 no	 ativo	
circulante	financeiro	(ACF)	e	as	fontes	de	recursos	obtidas	no	passivo	circulante	financeiro	
(PCF).	Os	elementos	que	compõem	o	ativo	circulante	financeiro	(ACF)	e	o	passivo	circulante	
financeiro	(PCF)	não	fazem	parte	do	ativo	circulante	operacional	(ACO)	e	do	passivo	circulante	
operacional	(PCO).
Figura 8 – Ativo Circulante Financeiro e Passivo Circulante Financeiro
Ativo Circulante Financeiro – ACF Passivo Circulante Financeiro – PCF
-	Caixa	e	equivalente	de	caixa
-	Aplicações	financeiras
-	Duplicatas	descontadas/Antecipação	de	recebimento
-	Empréstimos	e	financiamento	a	curto	prazo
Quando	o	saldo	de	tesouraria	for	positivo	significa	que	a	empresa	possui	recursos	próprios	
para	financiar	a	sua	necessidade	de	capital	de	giro,	que	indica	uma	situação	favorável.	Já	o	
saldo	de	tesouraria	negativo	indica	que	a	empresa	depende	de	recursos	financeiros	onerosos	
para	financiar	sua	necessidade	de	capital	de	giro,	situação	não	favorável.
10Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 9 - Exemplo numérico de cálculo do saldo de tesouraria
Ativo Circulante 
Financeiro
Valores R$
Passivo Circulante 
Financeiro
Valores R$
Caixa	e	equivalente	de	
caixa 300 Empréstimos	bancários 1.500
Aplicações	financeiras 500 Duplicatas	descontadas 2.000
Total 800 Total 3.500
O	lado	esquerdo	é	composto	pelos	valores	do	ativo	circulante	financeiro,	que	representa	
a	 soma	de	 caixa	 e	 equivalente	 de	 caixa	 de	 R$	 300	 e	 as	 aplicações	 financeiras	 de	 R$	 500,	
totalizando	 R$	 800.	 O	 passivo	 circulante	 financeiro	 é	 obtido	 pela	 soma	 de	 empréstimos	
bancários	de	R$	1.500	e	duplicatas	descontadas	de	R$	2.000,	totalizando	R$	3.500.	O	saldo	
de	tesouraria	negativo	de	(R$	800	–	R$	3.500	=	R$	2.700),	é	obtido	pela	diferença	do	ativo	
circulante	financeiro	de	R$	800	e	do	passivo	circulante	financeiro	de	R$	3.500.	Isto	indica	que	
a	empresa	está	com	necessidade	financeira	de	R$	2.700	para	suprir	a	 sua	necessidade	de	
capital	de	giro.
2.4 Financiamentos de capital de giro
Para	determinar	as	necessidades	de	financiamentos	de	capital	de	giro	será	necessário	
diferenciar	as	necessidades	de	financiamentos	permanentes	das	sazonais.
As	necessidades	permanentes	são	aquelas	que	ocorrem	quando	as	vendas	da	empresa	
se	mantêm	constantes.	Nesta	situação,	a	necessidade	de	financiamento	também	é	constante.
Porém,	quando	as	vendas	são	sazonais	ou	cíclicas,	a	empresa	necessitará	de	uma	maior	
fonte	 de	 financiamento	 neste	 período	 sazonal.	 No	 caso	 de	 uma	 indústria	 de	 chocolates,	
haverá	um	aumento	de	seu	financiamento	de	capital	de	giro	na	época	de	páscoa,	quando	
ocorre	o	aumento	da	produção	e	das	vendas.
Por	 meio	 da	 figura	 10	 abaixo,	 podemos	 observar	 que	 para	 a	 necessidade	 sazonal	 a	
empresa	recorre	a	recursos	de	curto	prazo		(fontes	de	terceiros),	porém	para	as	necessidades	
permanentes	de	capital	de	giro,	a	empresa	recorre	aos	recursos	de	longo	prazo	(recursos	de	
terceiros	e	recursos	próprios).	Podemos	considerar	que	esta	situação	é	mais	agressiva,	pois	
a	empresa	recorre	a	financiamentos	de	curto	prazo	cujos	custos	financeiros	são	maiores.	O	
ideal	é	que	tanto	a	necessidade	sazonal	quanto	a	permanente	sejam	financiadas	por	recursos	
de	longo	prazo,	cujos	custos	financeiros	são	menores.
11Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Figura 10 – Necessidade Sazonal de Capital de Giro
Fonte: ASSAF (2010)
Considerações finais
Para	 a	 boa	 gestão	 do	 capital	 de	 giro,	 a	 empresa	 necessita	 receber	 o	 mais	 rápido	
possível	dos	seus	clientes	sem	resultar	na	redução	das	receitas	de	vendas,	negociar	com	os	
fornecedores	prazos	maiores	de	pagamentos	sem	pagar	juros	e	reduzir	os	dias	de	estocagem.	
Adotando	esta	administração,	a	empresa	minimizará	tanto	o	seu	ciclo	operacional	e	quanto	
seu	ciclo	de	caixa,	consequentemente,	sua	necessidade	de	capital	de	giro	será	menor.
Referências
ASSAF	NETO,	A.	Finanças corporativas e valor.	São	Paulo:	Atlas,	2010.
HOJI,	M.	Administração financeira e orçamentária:	matemática	financeira	aplicada,	estratégias	
financeiras,	orçamento	empresarial.	10.	ed.	São	Paulo:	Atlas,	2012.
Finanças Corporativas
Aula 06
Valor do dinheiro no tempo
Objetivos Específicos
•	 Compreender	o	valor	do	dinheiro	no	tempo.
Temas
Introdução
1	Modalidade	de	juros	compostos
2	Juros	simples
3	Diferença	dos	juros	simples	e	juros	compostos
4	Desconto	comercial	ou	bancário
5	Taxa	nominal	e	efetiva
Considerações	finais
Referências
Professor
Roberto Kovacsik
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
Introdução
A	matemática	financeira	estuda	o	valor	do	dinheiro	no	tempo,	seja	nas	aplicações	ou	nas	
captações	de	empréstimos.	Neste	tema,	teremos	a	oportunidade	de	analisar	as	técnicas	para	
avaliar	as	diferentes	formas	de	aplicações	financeiras	e	captações	de	empréstimos.
O	 valor	 do	 dinheiro	 no	 tempo	 visa	 tratar	 da	 remuneração	 dos	 recursos	 financeiros	
aplicados	e	de	quanto	um	investimento	deve	receber.	Para	 isso,	o	valor	principal,	 também	
denominado	de	valor	presente	e	de	capital	principal,	sofre	um	acréscimo	de	valor	baseado	
em	uma	 taxa	de	 juros	que	 representa	o	 custo	de	 capital	 em	um	determinado	período	de	
tempo.	Para	os	emprestadores,	os	juros	tornam	o	investimento	atraente.	Para	os	tomadores,	
o	empréstimo	realizado	incorre	em		taxas	de	juros	cobrados	e,	caso	ocorra	investimento	com	
este	recurso,	o	investimento	deve	apresentar	um	retorno	superior	à	taxa	de	juros	obtida	no	
empréstimo.
1 Modalidade de juros compostos
Juros	compostos	são	um	sistema	de	capitalização	em	que	os	juros	de	um	determinado	
período	 são	 incorporados	 ao	 próximo	 período	 do	 capital	 inicial	 investido.	 Alguns	 autores	
definem	como	juros	sobre	juros.	É	o	mais	utilizado	no	sistema	financeiro	brasileiro.
1.1 Valor presente (VP) 
O	valor	presente	é	o	capital	 inicial	de	uma	operação	financeira	que	sofrerá	alterações	
de	acordo	com	o	período	de	tempo	em	que	for	realizado	pelo	tomador	e	com	a	taxa	de	juros	
acordada.	É	o	valor	monetário	no	momento	atual	ou	as	parcelas	futuras	de	um	fluxo	de	caixa	
descontadas	para	esse	mesmo	momento	atual.	O	valor	presente	também	é	utilizado	como	o	
valor	de	face	do	título.
A	fórmula	do	valor	presente	é:	
VP = VF/(1 +i)ⁿ
Considerando:	VF	=	valor	futuro;	i	=	taxa	de	juros	e	n	=	número	de	períodos.
Podemos	utilizar	as	seguintes	nomenclaturas	em	matemática	financeira:
• Taxa:	representação	dos	juros	em	sua	forma	porcentual.	Ex:	3,50%	ao	mês;
• Montante:	valor	do	principal	mais	o	valor	dos	juros,	independentemente	do	tipo	de	
capitalização;
• Prazo:	tempo	decorrido,	pode	ser	dia,	mês,	semestre	e	ano;
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Corporativas
• Principal:	valor	total	inicial	financiado;
• Parcelas:	número	de	prestações	ou	períodos	de	pagamento.
Exemplo:	uma	empresa	 resgatou	de	uma	aplicação	financeira	o	valor	de	R$	1.102,50,	
aplicado	no	período	de	dois	meses,	a	uma	taxa	de	5,00%	am.	Qual	o	valor	do	capital	aplicado?
VP = VF/(1 + i)ⁿ
VP	=	$	1.102,50	/	(1	+0,05)2
VP	=	$	1.000,00
Lembrando	que	a	taxa	de	5%	sempre

Outros materiais