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A música como metodologia de ensino e fonte de pesquisa histórica

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A música como metodologia de ensino e fonte de pesquisa histórica. 
 
THEODORO, Gabriel Martino 
1297027 
 
SOBRENOME, Nome do professor orientador 
 
RESUMO 
 
Diante da grande dificuldade em que as escolas se encontram para atrair a atenção e 
o principal, um verdadeiro interesse no que é transmitido nas salas de aulas, se torna 
necessário e urgente uma atualização ou até mesmo uma revolução, analisando todos 
os aspectos do que formam os conceitos aprender, estudar, escola. Esse artigo, tem 
a função de analisar criticamente essas dificuldades e apresentar um novo meio para 
se chegar até aos alunos, algo que seja de grande aproveitamento acadêmico 
estudantil e que seja transmitido de forma que os alunos tenham pelo menos algum 
prazer no aprender. Tendo como base essa indagação como um fio condutor, “como 
atrair a atenção e despertar o interesse dos alunos para o estudo da história e assim 
criar um olhar histórico-crítico nos alunos?”. Fundamentado em pesquisadores que 
falam sobre esse assunto, em experiências práticas de docência na aplicação desse 
método, seguiremos com o objetivo de compreender os efeitos da música no ser 
humano, desde a infância; entender a música como fonte histórica e sua utilidade para 
analisar o passado/presente de forma crítica e apresentar um modelo de metodologia 
para a formação de alunos principalmente do ensino médio. Mostrando que a música 
como fonte de pesquisa histórica e como método de ensino e aprendizagem na área 
de história, é uma entre diversas propostas para solucionar e responder essa 
indagação. 
 
Palavras-chave: Educação. Músicas. História. Fontes Históricas. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O tema pesquisado surgiu após nos depararmos com a dificuldade que os 
professores têm em ministrar aulas que desperte um interesse profundo nos alunos, 
de forma que haja interação e participação voluntária, sendo esse o grande desafio 
do professor, comecei a me atentar para o que realmente interessa os jovens hoje em 
dia, conversando com os alunos e interagindo bastante com eles percebi que dentre 
tantas coisas que atraem os jovens de hoje, a música é de fato algo em comum que 
atrai quase todos os alunos. 
 
 
 
Metodologia 
 
 Este artigo tem como metrologia e objetivo levantar informações e gerar novos 
conhecimentos teóricos para uma melhoria e desenvolvimento na metodologia de 
ensino na aula de história, principalmente para alunos do ensino médio, a fim de 
diminuir e solucionar o problema da falta de interesse no aprendizado e o bloqueio 
que se constrói normalmente ao se deparar com realidades tão distintas das de cada 
pessoa que entra em uma escola. 
 Com esse propósito, essa pesquisa será fundamentada primeiramente no que 
se chama de dados primários e indiretos, que são aqueles obtidos por meio de 
pesquisa de campo. Através de uma pesquisa realizada na E.E Ayr Picanço Barbosa 
de Almeida, realizada com alunos e professores sobre o que acham em estudar 
história com músicas, onde depois de explicar como aconteceria e que tipo de músicas 
seriam abordadas, nas quais seriam músicas de todos os gêneros, cada uma de 
acordo com o período estudado, de músicas populares à raps atuais e também 
algumas de criação dos próprios alunos, então eles responderão se aprovam ou não. 
O que voce mais gosta de fazer no tempo livre ?
assistir filmes ouvir música ler livros Total de alunos = 150
 Em um segundo momento a pesquisa será aprofundada através de dados 
secundários, através de uma pesquisa bibliográfica, em artigos científicos, teses, em 
livros e materiais das disciplinas da grade curricular da UNINTER e livros externos, 
usando a mudança de conceitos de fontes do séc. XX, para mudar a visão centrada 
na pessoa que transmite e na transmissão do conhecimento para o receptor do 
conhecimento, passando pelo resultado da análise do que move os jovens atuais e 
unindo a importância e a teoria de usar a música como novo modelo central na 
metodologia de ensino de história. 
 
Identificação da problemática e análise introdutória 
 
 Partindo da referência feita pela Elza Nadai no artigo: Ensino de História no 
Brasil; trajetória e perspectiva, onde na pág. 143 ela cita Murilo Mendes,1935, pág. 41 
 
Nossos adolescentes também detestam a História. Votam lhe ódio 
entranhado e dela se vingam sempre que podem, ou decorando o mínimo de 
conhecimento que o “ponto” exige ou se valendo lestamente da “cola” para 
passar nos exames. Demos ampla absolvição à juventude. A História como 
lhes é ensinada é, realmente odioso. (Murilo Mendes Apud Elza Nadai, pág. 
143) 
 
 A autora nos leva a entender, através de todo o artigo, nas transformações 
constantes, seja no entendimento de fazer história, seja na mudança curricular ou na 
metodologia de ensino que não só naquela época, mas que a metodologia de ensino 
e principalmente, do ensino de História, tem a necessidade de ser renovada e de 
acompanhar a geração em que será aplicada esse conhecimento, tendo em vista que 
haja algum atrativo, ao menos para não ser odiosa, e mais do que isso, para se criar 
um hábito e um prazer o acolhimento do conhecimento Histórico e o pensar 
historicamente. Ainda neste sentido, ela nos dá uma síntese das preocupações e 
também um caminho a percorrer sobre as mudanças prioritárias; “... aceitar a ideia de 
que o conteúdo não pode ser tratado de forma isolada. Deve-se ensinar menos 
quantidades e mais ensinar a pensar (refletir) historicamente.” (Nadai, 1992, pág. 
159), pois o conhecimento de história não é algo enquadrado em um simples molde, 
como qualquer área que trabalhe com o conhecimento, ela é dinâmica, mutável e está 
em constante renovação, pelo simples fato de que devemos olhar a história com os 
olhos dos que a escreveram, olhos do passado para realmente entendermos o seu 
contexto, mas também temos que olhar com os olhos do presente, para entendermos 
a realidade contemporânea, do qual sem esse olhar, todo o conhecimento do passado 
não passam de estorinhas e sendo inútil para os alunos, por isso ela afirma a tão 
grande necessidade de ensinarmos os alunos a refletirem mais do que decorarem 
nomes e dadas. A falta de reflexão profunda sobre o passado, o presente e também 
o futuro de si mesmo e do mundo em sua volta é o grande mal da humanidade, e 
principalmente dos alunos desse tempo, invertendo valores e períodos necessários 
para a construção do ser e do conhecimento. Como Nadai vai dizer, o que 
necessitamos é a “Compreensão de que o aluno e professores são sujeitos da história 
(do processo escolar, do trabalho comum, da vida e do devir) (Nadai,1992, pág. 160) 
e a falta dessa compreensão elimina responsabilidades tanto dos professores quanto 
dos alunos, por não sentirem parte do que se está construindo, a professora e 
pedagoga Maria Aparecida Zanetti ao citar a Pedagogia da indignação escreve e nos 
alerta que essa apatia é muito perigosa; 
 
Educação de nossos filhos e de nossos alunos torna-se um desafio sempre 
maior, diante da magnitude crescente dos problemas que o mundo atual nos 
propõe. Daí, então, que a nossa presença no mundo, implicando escolha e 
decisão, não seja uma presença neutra, porque a acomodação é a expressão 
da desistência da luta pela mudança. (Pedagogia da Indignação apud Zanetti, 
1999, pág. 372) 
 
 O que nos abre a visão ao relembrar a verdadeira função de toda a 
transformação historiográfica, e parafraseando ainda a professora Zanetti(1999) 
principalmente quanto ao uso de fontes diversas, que tem-se procurado viabilizar o 
uso de fontes variadas e múltiplas, com o objetivo de resgatar discursos múltiplos 
sobre o tema específicos. A finalidade tem sido fazer aflorar diferentes tradições 
históricas; fazer emergir o diálogo (contraditório, complementar, divergentes) da 
história oficial com a memória social a fim de que mudanças aconteçam na sociedade, 
e para concluir o pensamento da autora, nada melhor do que a conclusão queela 
própria faz a respeito de novos métodos 
 
Em conclusão, pode-se afirmar que vivemos ainda uma conjuntura de “crise 
da história historicista”, mas as diversas propostas de ensino e as práticas 
docentes tem ajudado a viabilizar outras concepções de história, mais 
comprometidas com a libertação e a emancipação do homem (NADAI, 1992, 
pág. 160) 
 
A MÚSICA COMO PESQUISA HISTORIOGRAFICA E METODOLOGIA DE ENSINO. 
 
A música como fonte Histórica 
 
 O livro teoria da história, de Antônio Fontoura, mostra a trajetória da 
historiografia em si, dos processos de transformações, da concepção histórica e 
historiográfica, de conceitos, e sobre o papel das fontes, onde no fim do séc. XIX e 
séc. XX, principalmente depois da escola dos Annales, quando houve essa expansão 
conceitual, que abre um leque de oportunidade e variedades para pesquisa e para o 
ensino de forma mais reflexiva, como podemos ver o próprio autor se referindo a esse 
episódio 
Os historiadores das primeiras décadas do século XX começaram a defender 
que todos os elementos que compõem a sociedade humana poderiam ser 
objetos de análise histórica. Foi a partir desse momento que todos os 
vestígios humanos puderam ser tratados como fontes; pinturas, fotografias, 
revistas, jornais, objetos de uso cotidiano; habitações; cartas e diários; textos 
literários e jurídicos; canções, vídeos, procissões, rituais. (Fontoura, 2016. 
Pág. 39) 
 
 
 Se antes o foco dos historiadores eram os grandes homens, grandes 
acontecimentos políticos e tinham como fontes históricas apenas as fontes oficiais e 
escritas, a ponto de dizer que aqueles que não tinham a escrita estavam fora da 
história, como a pré-história, a partir desse momento de debates e expansão no 
conceito de história e de fontes históricas, um grande campo se abre diante dos 
pesquisadores, uma vasta lista aparece diante dos olhos para que as grandes lacunas 
históricas fossem sendo preenchida, e todos os elementos que compõem uma 
sociedade passam a ser fontes históricas, e entre elas a música, que sem dúvida é 
um dos elementos mais eficazes pelo fato de ela estar extremamente conectada com 
o mundo à sua volta e no seu tempo, como podemos ver a música está relacionada e 
dividida em “‘Culto” e “popular”, “hegemônico” e “vanguardista”, “folclórico” e 
“comercial””(Napolitano, 2002, pag. 10), ou seja, em vários âmbitos da vida social e 
da humanidade em si. 
 
A música e os efeitos dela nos jovens. 
 
Katia Maria Abud faz uma citação de Bréscia (2003) dizendo que 
 
Ao utilizar a música desenvolve-se o processo de construção do 
conhecimento, que desperta e desenvolve não somente o gosto musical, 
como ainda favorece o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso 
rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, 
atenção, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva 
consciência corporal e de movimentação.” 
 
 
 Sendo assim a música tem o poder de nos fazer seres sociais e de criar um 
olhar crítico quanto ao mundo, espaço e tempo ao nosso redor. Segundo Leonardo 
Junior, educador musical a mais de vinte anos, a música afeta o ser humano de 
diversas formas, além de ser um elemento que auxilia o bem estar quando se houve 
músicas agradáveis e o mal-estar ao ouvir músicas que não são do gosto pessoal, ela 
afeta mesmo que indiretamente as emoções e contribui para a construção e 
desenvolvimento social, na comunicação e relações; 
 
 
A música afeta de duas maneiras distintas no corpo do indivíduo: diretamente, 
com o efeito do som sobre as células e os órgãos, e indiretamente, agindo 
sobre as emoções. É um elemento de fundamental importância, pois 
movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o 
desenvolvimento social. (JUNIOR, 2005) 
 
 
 Se nos pautarmos que essas também são as grandes finalidades do ensino de 
história, então existe uma ligação de completude entre esses dois, de forma que um 
passa a auxiliar o outro para que a finalidade de ambos se concretize na vida e em 
especial no caráter acadêmico dos alunos, pois o conhecimento não pode ser 
transmitido simplesmente, ele precisa ser adquirido e construído a partir do que 
recebe de fora, mas para que chegue ser o conhecimento de fato do aluno, é 
necessário que a “matéria prima” que vem de fora se torne obra prima através da 
consciência do que se adquire, como Behrens ressalta que; 
 
O ensino como construção de conhecimento propõe o envolvimento do aluno 
no processo educativo. A exigência de tornar o sujeito consciente valoriza a 
reflexão, a curiosidade, o espírito crítico, a incerteza, a provisoriedade, o 
questionamento e exige reconstruir a prática educativa proposta em sala de 
aula. (BEHRENS, 2000, p. 45) 
 
 Celia Maria, em seu artigo “Música e o ensino de História: uma proposta” diz a 
respeito de se utilizar as diferentes formas de linguagens para se criar esse senso 
crítico, onde o grande papel do professor seria introduzir os alunos nessas fontes e 
deixar que o próprio aluno desenvolva essa criticidade, através da sua percepção de 
mundo, partindo do seu mundo para voltar e transformar também o seu mundo. 
 
A utilização de diferentes linguagens no ensino de história possibilita o 
reconhecimento da escola como espaço social, onde o saber escolar 
reelabora o conhecimento produzido pelo historiador e, nesse processo, 
agrega um conjunto de “representações sociais” do mundo e da história, 
praticados por professores e alunos, frutos da vivência de ambos e 
provenientes de diversas fontes de informação. O trabalho do professor 
consiste em introduzir o aluno na leitura dessas fontes, a partir da sua 
realidade, do seu tempo e do seu espaço, levando-o a identificar as 
especificidades das linguagens dos documentos: textos escritos, desenhos, 
filmes, suas simbologias e formas de construção dessas mensagens 
(BRASIL,1998). Busca se para o aluno o despertar do senso crítico que o leve 
à compreensão da sua realidade em uma dimensão histórica, identificando 
semelhanças e diferenças, mudanças, permanências, resistências e que, no 
seu reconhecimento de sujeito da história, possa posicionar-se. (DAVID; 2003 
pág. 6) 
 
 
 E ainda incentiva o uso da música popular, entre as diversas formas de 
linguagem existente, afirmando que, a prática de aula e uma metodologia ativa, muito 
mais é do que uma forma mágica descoberta pelo professor de como se ensina uma 
pessoa, e sim a interação e a ação conjunta, entre o aluno e o professor, que faz 
tornar o uso da música um recurso didático privilegiado já que a canção revela 
identidades e pontos de vistas. 
 
A canção popular, reconhecido canal de comunicação, evidencia-se como 
recurso didático privilegiado que, para além de simples ilustração, sugere 
uma prática ativa, criativa. Conteúdos e Didática de história e integradora. 
Reclama uma postura didática diferente da tradicional, dialética, momento 
privilegiado para que os alunos, na plataforma da canção, tenham voz e 
sejam ouvidos em um espaço também dinâmico, no qual a própria posição 
das carteiras, enfileiradas, estão na contramarcha do processo.” (DAVID 
Célia Maria; 2003, pág. 7) 
 
 
 E vai mais além ao dizer que, 
 
Privilegiar a linguagem musical no ensino de História significa construir 
conhecimento, por meio de um recurso didático motivador e prazeroso que 
envolve larga possibilidade de trato metodológico. Para tanto, faz-se 
necessário, principalmente, reconhecer que a música é arte e conhecimento 
sociocultural, portanto, uma experiência cotidiana na vida do homem. (DAVID 
Célia Maria; pág.1) 
 
 Em uma entrevista, Marcos Napolitano ao responder quais limites e 
possibilidades são identificadas para as práticas de ensino de História que se utilizam 
da música popular na educação básica, ele diz o seguinte; 
 
Há muitas possibilidades e desafios. Entre as possibilidades “mais à mão”, 
destaquem-se as abordagens clássicas,entre as quais aponto duas: samba 
e nacionalidade nos anos 1930 e MPB e resistência nos anos 1960 e 1970. 
Mas é preciso ir além desses temas clássicos. Já começam a surgir 
abordagens sobre a juventude, a partir do rap e do rock. Os gêneros 
nordestinos rurais podem servir para discutir a identidade e as 
representações do sertão e do sertanejo. A música caipira e sertaneja ainda 
é pouco utilizada para discutir conceitos como propriedade da terra, trabalho 
rural e paisagem cultural brasileira, mas já existem teses a respeito. O maior 
desafio é metodológico: como incorporar a escuta musical na análise da 
canção? Muitos professores ainda têm dúvidas e dificuldades a esse respeito. 
Outro desafio é heurístico: os professores devem tomar cuidado para utilizar 
uma canção como fonte histórica, mobilizando a gravação original da época 
estudada, informando-se sobre o seu suporte original (LP, 78rpm), evitando 
utilizar qualquer versão da canção proposta, baixada da internet, sem a 
devida contextualização. (NAPOLITANO, 2017, pág.144) 
 
 
 A música é extremamente ligada ao seu contexto de criação, como diz alguns 
pensamentos judaicos, a canção é a caneta da alma, o que a ciência também 
comprova através de experiências que demonstram que o gosto musical tem grande 
ligação com a personalidade da pessoa como mostra o artigo da PsychCentral “Estilo 
musical preferido é vinculado à personalidade” (traduzido pelo autor) e elas são uteis 
para a compreensão de períodos e transformações históricas. Como já visto, a música 
só não pode, mas deve ser usado como metodologia de ensino, pois através dela 
podemos chegar a uma verdadeira noção de história problema, porém antes de querer 
ensinar algo através da música é necessário conhece-la de verdade como uma fonte 
historiográfica e analisa-la com todos os requisitos que se analisa outras fontes, uma 
análise interna e externa, e também requisitos particulares para esse meio, como por 
exemplo ritmos, partituras, harmonia, etc. ou seja, existem duas partes para se 
analisar a música, a primeira é um mergulho nas linhas e entrelinhas das letras de um 
determinado período, a segunda é uma verificação, se o que era cantado tinha relação 
com o que está “determinado” pela historiografia atual, e pelos livros de histórias. Ao 
analisarmos as músicas e fazermos essa comparação podemos identificar 
sentimentos, ideologias, identificar externamente se era um grupo, ou era todo um 
país. 
 Parafraseando o que ao longo do seu artigo pela UNIVESP, Celia Maria David 
ao demonstrar como fazer uma leitura e análise interna das músicas, e unindo com o 
método de análise de Antônio Fontoura no seu livro, podemos fazer uma análise 
divididas em partes 
 
Analise interna 
 
• Quem está cantando: homem ou mulher? 
• Uma ou mais pessoas? 
• Que instrumentos conseguem identificar? 
• Conhecem estes instrumentos? 
• O que indica que o canto vai começar? 
• Tem repetições? 
• O que é repetido? 
• Do que a música está falando? 
• Em que língua ela foi criada? 
• Que palavras conseguem ouvir? 
• Qual a ideia principal da música? 
• Existem palavras que não conhecemos na letra? 
• Existem ligações com alguma ideologia? 
• Contam algum fato histórico? 
 
Analise externa 
 
• Quem é o autor? quais suas características? 
• Era comum o homem ou a mulher cantar esse gênero de música? 
• Quem tipo de pessoas ouviam esse estilo de música? (Quais “Tribos”, como 
eram economicamente, ideologicamente, religiosamente) 
• Se existir relatos ou pesquisas, quantas pessoas ouviam esse estilo de música, 
ou para quem era? Qual o destinatário? 
• Qual o período em que ela foi escrita? 
• Ela se remete a um outro período? Qual? 
 
Análise de comparação com a historiografia 
 
• As informações que estão contidas nessa música comprovam ou negam o que 
os livros dizem? Por que? 
• Há termos históricos? Estão sendo usados de forma correta, com o significado 
correto? 
 Algumas perguntas que direcionam a análise de uma canção como fonte 
histórica, mas o raciocínio do pesquisador ou dos alunos deverá ser direcionado 
sempre a partir da problematização da canção apresentada. 
 Katia Maria vem nos dando alguns exemplos de músicas que são nitidamente 
uma crítica histórica, 
 
Não é raro se encontrar em obras didáticas letras de música popular para 
ilustrar determinados conteúdos conceituais (por exemplo, Mulheres de 
Atenas, de Chico Buarque, no capítulo que trata das cidades gregas; Apesar 
de você, do mesmo autor, sobre a recente ditadura brasileira (ABUD, 2005, 
pág. 309) 
 
 Assim podemos trabalhar com músicas que citam explicitamente o seu 
conteúdo com críticas ou aprovação de algum período, movimento, ideias ou irmos 
além e buscar essas informações em músicas que não falam de períodos ou 
acontecimentos mas de sonhos, desejos, até mesmo fugas da realidade difícil do 
autor, podemos também e principalmente sair um pouco do âmbito da história política 
e entramos na história cultural, religiosa, etc. 
 Exemplos de músicas nacionais e internacionais explicitas que se tornam 
ferramentas fáceis de uso para ensino de história, através de análise interna da letra 
e externa pelas circunstancias que foram criadas: 
 
• Civil War, Guns n Roses – Faz uma crítica as guerras em geral, mas 
principalmente sobre as guerras civis, que normalmente são causadas por 
ideologias dentro de um mesmo país, que geram mortes e destroem estruturas 
desses países. 
 
• Apesar de você, Chico Buarque – Faz duras críticas sobre a repressão vivida 
no governo Médici ditadura militar no Brasil 
 
• Alexander The Great, Iron Maiden – Fala sobre a vida e o grande império de 
Alexandre o Grande e suas conquistas durante o seu tempo. 
 
• Sunday Bloody Sunday, U2 – Canção faz referência ao Domingo Sangrento na 
Irlanda, ocorrido em 1972. 
 
Exemplos de músicas que contam histórias pela análise externa: 
 
• Eu Sou Terrível, Roberto Carlos – Música criada no período da ditadura militar 
mas que não foi feita para lutar contra uma ideologia política, nela podemos ver 
o pensamento dos jovens daquela época, o que pelo o sucesso que até hoje 
faz, mostra que é algo comum ao pensamento da maioria daqueles jovens. 
 
• Affectionate, Pixinguinha e João de Barro - Música criada em 1917 mas que só 
em 1937 começou a fazer sucesso, mas pela quantidade de músicas em 
mesmo estilo podemos perceber como era o conceito de relacionamento e o 
contato entre homem e mulher. 
 
Existem também músicas feitas para o fim educativo que podem nos auxiliar 
no entendimento e até a fixação de conteúdos e contextos históricos, como por 
exemplo as músicas da banda Pré-Histórica, uma banda de rock n’ roll. Segue a lista 
de músicas, segundo site vagalume: 
 
1. Egito antigo 
2. Em busca do desconhecido 
3. Germânicos 
4. Igreja Medieval 
5. Iluminismo 
6. Monarquias nacionais 
7. New Deal 
8. Pré-História 
9. Revolução Industrial 
 
Letra da música Iluminismo: 
 
Movimento filosófico 
Ocorrido na Europa 
Que usava a razão 
Para explicar o mundo 
Trazendo luz 
Para sociedade 
Que se encontrava 
Nas trevas da ignorância 
Contra o absolutismo 
Surge o iluminismo 
Fazendo do mundo 
Um lugar melhor 
Voltaire e a liberdade 
Locke e o liberalismo 
Newton e a gravidade 
Descartes racionalismo 
Foram iluministas 
Com suas teorias 
Que para o mundo 
Trouxeram melhorias 
 
Essas músicas criadas propriamente com a função educativas e outras músicas 
feitas como paródias tem sido um diferencial em várias partes do Brasil para o ensino 
e tende cada vez mais crescer por causa do bom resultado. Como diz Marcos 
Napolitano (2002, pág.5) “o Brasil é um lugar privilegiado não apenas para ouvir 
música, mas também para pensar a música.” E devemosaproveitar esse privilégio ao 
máximo. 
Citamos essas músicas para nortear o pensamento de que o estudo das 
músicas contam muito sobre seus períodos, e a análise de seus propósitos nos 
revelam a identidade de todo um povo, suas tradições e culturas, além de ser mais 
divertido e prazeroso estudar partindo da música e se aprofundando nos textos com 
perguntas já identificadas através da música à serem feitas para esses textos, com 
um verdadeiro propósito e não só a o fazer os exercícios por fazer em cada aula. 
Em todos os momentos da história ouve canções, músicas e expressão dos 
sentimentos através de sons e poemas (letras), seja pelas “flautas” feitas de ossos 
encontradas recentemente por arqueólogos; nos rituais religiosos dos Egípcios, 
Hebreus e povos antigos; os famosos cantochões da idade média; as canções que 
influenciaram a revolução francesa e até os dias de hoje, como diz Gainza; 
 
Associada à palavra e a dança, a música evoca emoções coletivas e atua 
como estímulo para o trabalho, para a organização social, para atividades 
festivas e para a guerra. É uma parte fundamental da atividade religiosa e 
acompanha o homem até o tumulo. Unida à poesia, serve além disso, para 
lembrar eventos e personagens importantes, assim como conservar partes 
importantes da história dos povos. (GAINZA, 2013, pag. 37) 
 
Mas quando se trata do uso da música como metodologia de ensino 
principalmente para alunos desinteressados do Ensino Médio, não podemos esquecer 
que antes de atrair a atenção deles para uma análise do passado, precisamos fazer 
com que eles entendam a necessidade dessa análise, olhando para o presente deles, 
para o mundo em volta deles e percebendo por si mesmo a necessidade de ir além 
desse presentismo em que vivem, do aqui e agora. A sim a proposta é começar uma 
análise pelas músicas que eles ouvem hoje, que eles gostam e que estão fazendo 
sucesso, e deixar com que eles analisem o conteúdo, as necessidades dos dias de 
hoje e a partir dessas indagações olharem para o passado e pensando no próprio 
futuro, assim como Napolitano diz também na entrevista a respeito do uso de músicas 
que fazem parte da realidade dos alunos e essa mescla necessária para atrair, 
 
Acho que deve haver uma combinação entre o gosto musical dos estudantes 
e a ampliação do seu repertório, como eixo do planejamento das atividades. 
A escola não deve ser mera reverberação do gosto geracional, construído a 
partir do mercado. Por outro lado, ela não pode impor um repertório aos 
alunos que não parta de suas experiências e preferências, buscando, 
obviamente, ir além. Não é uma negociação fácil, muitos alunos são surdos 
para novas experiências musicais, dada a extrema “tribalização” das 
audiências juvenis. Por outro lado, muitos professores têm um grande 
preconceito contra o gosto musical dos seus alunos. É preciso que as duas 
partes “desarmem” os seus ouvidos. [risos] O que importa é entender que a 
escuta de uma canção é parte da aula, de um tópico curricular, e não mera 
diversão em meio ao estudo “sério” de outros temas e fontes. O professor 
não deve ter medo de encarar a canção como um documento histórico, entre 
outros. (NAPOLITANO, 2017, pág.144) 
 
Aqui apresento a lista das dez músicas mais tocadas nas rádios e visualizadas 
pelo youtube, 
 
1 DONA MARIA PART. JORGE (Lançamento Músicas 2018) 
Thiago Brava 
2 APELIDO CARINHOSO (Lançamento Músicas 2018) 
Gusttavo Lima 
3 AMOR DA SUA CAMA 
Felipe Araújo 
4 CONTRATO 
Jorge e Mateus 
5 AQUELA PESSOA 
Henrique e Juliano 
6 SAUDADE 
Eduardo Costa 
7 RAPARIGA NÃO PART. 
SIMONE E SIMARIA 
8 COISA DE DEUS 
PART. JORGE MATEUS Michel Teló 
9 MAIARA & MARAISA BENGALA E CROCHÊ 
Maiara e Maraisa 
10 HAVANA FEAT. YOUNG THUG 
Camila Cabello 
 
 Essas músicas são as mais ouvidas dos jovens hoje em dia, e pela constância 
nos mesmos assuntos e o contato com jovens, vemos que é a realidade pessoal deles. 
De que forma podemos criar um olhar Histórico-Crítico se não pela análise da sua 
época com aquilo que você gosta? Aliás gostos que estão constantemente mudando, 
sucessos que cada vez duram menos tempos, também fazem parte dessa análise 
através da música. 
 Através de questões levantadas sobre essas músicas com os alunos podemos 
ir nos aprofundando, analisarmos o que permanece e o que se transformou com o 
tempo, como em questões da sexualidade, que hoje são faladas tão abertamente e 
que nos leva diretamente a revolução sexual, da qual para entendermos bem 
precisamos de todo o contexto desde os povos da antiguidade. A jeito como que se 
relacionam hoje de forma superficial, entre outros assuntos, os quais tudo tem 
explicações na história, assim como forma liberalista de hoje tem suas raízes em 
opressões do passado. 
 
A educação musical para surdos 
 
 No decorrer dessa pesquisa nos deparamos com uma questão que que para 
muitos se torna um grande empecilho para essa metodologia de ensino, sobre o uso 
da música para o ensino e para pensar o mundo e suas características históricas 
através dela, como relacionar o estudo através da música e criar uma escola inclusiva, 
já que há alunos com deficiência auditiva? Como a pesquisadora Cristina Soares da 
Silva fez a citação de Finck (2007), “música é vista como algo que os povos surdos 
não podem fazer uma vez que se trata de um fenómeno que deva ser experimentado 
através da audição” (SILVA, 2011, pág. 18), mas como a própria autora afirma, isso 
não é autentico já que muitos trabalhos, educativos e psicológicos, tem sido feito 
através da música com crianças e jovens com deficiência auditiva. 
 Segundo a pesquisadora da PUC, Nadir Haguiara Cervellini citada por Luiz 
Alexandre de Souza Ventura, no seu artigo para o estadão “música para surdos”; 
 
Pode parecer contraditório dizer que uma pessoa surda ou com deficiência 
auditiva severa também é um ser musical, mas a apreciação de ritmos e 
melodias, inerente e necessária a todo o ser-humano, sem exceção, 
independe da audição” (CERVELLINI apud VENTURA, 2007) 
 
 Como ela disse, todos as pessoas, crianças, adolescentes, jovens e adultos 
com ou sem deficiência são seres musicais e são afetados pela música de forma 
sensitiva ou psicológica, de forma que a música em si, produz através dos efeitos 
sonoros e do ritmo, um grande desenvolvimento humano, pois “ritmo é vida, e quem 
está vivo não escapa” (SILVA, 2011, pág.18), claro que de modo diferente, entre o 
que escuta melhor e o aluno que tem deficiência, ou seja, são parâmetros distintos 
entre os modos de ensino e pesquisa entre um e outro, sendo um pelo ouvido e o 
outro pela visão e sensibilidade da pele, já que 
 
A pele é o órgão dos sentidos mais vital” (Haguiara-Cervelline, 2003, p.79). 
Podemos viver sem audição, olfato, paladar, visão, mas a pele é essencial, 
pois estabelece limites no corpo, estabelecendo relação com o mundo 
exterior (Haguiara-Cervelline, 2003). O surdo reage à música e expressa a 
sua musicalidade utilizando o toque. É possível captar vibrações das ondas 
sonoras por todo o seu corpo, através da pele e ossos. (SILVA, 2011, pág.18) 
 
 
 E é por isso que assim como o estudo através da música em todo seu conjunto 
de formas apresentado nesse relatório como um meio de melhoria no ensino a fim de 
alcançar o máximo desenvolvimento do aluno também é aplicável aos alunos com 
deficiência, pois também os alunos com deficiências tem o direito de aulas que os 
façam alcançar esse desenvolvimento da melhor maneira possível, assim como diz a 
lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com 
Deficiência) cap.IV, art. 27 
 
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a 
vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus 
talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suascaracterísticas, interesses e necessidades de aprendizagem (Estatuto da 
Pessoa com Deficiência. Brasília. 2015) 
 
 Através dos mesmos meios, seja de ouvir e sentir a música, seja na análise da 
letra e no seu contexto, o aluno em geral tem a possibilidade de entrar no mundo e no 
tempo em que ela foi criada. E incluir o aluno deficiente nesse meio é a melhor forma 
de fazer uma escola inclusive de verdade já que “Educar é confrontar-se com esta 
diversidade” (BEYER, 2005, pág.27), e assim como diz a autora Cristina Soares da 
Silva 
 
A escola como uma instituição fundamental na construção da cidadania 
deveria, necessariamente, servir de modelo social e criar culturas que 
celebrem a diversidade, Educação Musical para que sejam inclusivas e sem 
preconceitos e/ou discriminação. Portanto, nada mais apropriado para a 
reversão da representação de que surdo não pode fazer e/ou participar de 
atividades musicais do que oferecer estas atividades na escola (FINK 2007, 
pág.6 apud SILVA, 2011, pág.21). 
 
 
 Ou seja, para um verdadeiro sucesso tanto ao fato da inclusão quanto a 
metodologia de ensino e pesquisa através da música, tem como ponto inicial e de total 
importância o desenvolvimento continuo da escola e dos docentes, ao se 
aprofundarem em meios para que se cumpra de forma eficiente, primeiramente ao 
conhecimento de libras e posteriormente o conhecimento da história da música e suas 
particularidades. 
 Para uma verdadeira inclusão, não basta apenas aceitar e acolher um aluno 
com deficiência em uma escola, sem antes ter um preparo do qual faça a diferença, 
citamos como exemplo de uma verdadeira inclusão a E.E. Ayr Picanço Barbosa de 
Almeida, em São José dos Campos, que tem feito grande trabalho de inclusão, onde 
em alguns períodos das aulas acontecem oficinas de libras para alunos e professores, 
para que saibam lidar e se comunicar com os alunos com deficiências auditivas na 
escola, o qual já vemos o resultado em relação a interação entre eles, possibilitando 
trabalhos em equipes, e apresentação em libras. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Há um grande caminho a percorrer e um grande desafio para que a educação 
principalmente para a formação do primeiro e do segundo grau se torne eficiente e 
eficaz na vida acadêmica dos jovens de hoje, um grande desafio que não depende só 
do aluno ou só do docente, mas de todo o conjunto entre a escola, os docentes, os 
alunos e a comunidades que envolvem a escola. Mas diante dessa pesquisa 
reconhecemos que o papel do docente e o seu empenho são fundamentais para a 
realização da real função da escola como formadora de cidadãos pensantes e de 
produtora de uma verdadeira inclusão social, através da formação continuada, 
principalmente em libras, e um conhecimento da história da música e de uma análise 
real a cada necessidade e vivência do aluno, para primeiramente reformular a ideia 
de conhecimento e de escola, que hoje em dia são sinônimos de coisa chata, e que 
só geram uma indagação, para que vou usar isso? Ao contrário de seres pensantes 
geramos jovens com justificativas para não assumirem seu papel na sociedade. 
 A música que desde sempre existiu e se desenvolveu sendo uma forma de 
expressão dos sentimentos mais íntimos, de exposição de ideais e formas de pensar, 
de apresentação de acontecimentos, e que hoje é algo que ocupa grande parte do 
tempo de cada pessoa é um grande meio para solucionar a falta de interesse dos 
alunos nos estudos, por ser uma forma mais lúdica, atrativa e crítica da análise 
historiográfica de todos os tempos. A música que se tornou uma fonte histórica a partir 
da revolução de conceitos sobre história e historiografia causada principalmente pela 
escola dos annales no final do século XIX e início do século XX, nos ensina e nos 
revela coisas importantes sobre a história em seu tempo e em seu espaço onde foi 
composta. Como podemos acompanhar de forma melhor no livro da história da música 
ocidental de Donald J. Grout e Claude V. Palisca, que é um grande instrumento de 
pesquisa e aprofundamento nesse assunto. Mas podemos também usar músicas que 
foram criadas para o fim pedagógicos e para o ensino de história como mostrado no 
decorrer dessa pesquisa, como por exemplo músicas da banda Pré-histórica. 
 A metodologia de ensino pautada no uso de música tem se mostrado muito 
importante para se chegar ao cumprimento da tarefa educacional e acadêmica, mas 
vai além, música não somente é importante e útil ao ensino de história, mas é 
essencial para a formação do ser humano. Como educadores e conhecendo o papel 
de suma importância que há na construção de seres sociais, de pessoas, que serão 
marcadas para sempre através da interação e intervenção educantil, é impossível 
deixarmos de lado uma ferramenta de tamanha eficácia como a música que está tão 
intrinsicamente ligada a vida cotidiana das pessoas, assim como afirma Monica 
Cristina Caetano e Roberto Kern Gomes em um dos pontos mais importantes do seu 
artigo “A Importância da Música na Formação do Ser Humano em Período Escolar”, 
 
A música é arte que se faz presente em diversos momentos da vida 
exercendo importante papel na formação do ser humano desde a infância, 
tendo em vista que ainda em fase intrauterina a criança já está interagindo 
com a linguagem musical (GARCIA, 2012; pág.1) 
 
 No decorrer dessa pesquisa nos deparamos com um ponto muito interessante 
e de grande importância, como o uso da música é possível em uma escola inclusiva? 
De forma cientifica e psicológica, baseada em especialistas nessa área encontramos 
respostas, de como não só é bom, mas é de suma importância a música para a 
inclusão desses alunos, pois todos os seres humanos, com deficiência particulares 
são seres sociais e musicais, e a música é o meio que une aquilo que antes era 
diversidades, que revela a realidade de que a educação vai além de ser um conjunto 
de informações que são lançadas de um lado e recebidas de outro, mas é a 
construção de uma sociedade, de pessoas atentas e participantes ativos no seu papel 
de cidadão, e por isso é de grande importância atrair a atenção e despertar o interesse 
dos alunos para o estudo da história e assim criar esse olhar histórico crítico nos 
alunos 
 
 
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