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MANUAL TEÓRICO DE PATOLOGIA BÁSICA I. LESÃO E MORTE CELULAR LESÃO CELULAR - Introdução Adaptação Injúria reversível Injúria irreversível Necrose Morte celular Apoptose LESÃO CELULAR •Definições • Homeostase – capacidade de suprir as demandas fisiológicas normais (programa genético determinante do metabolismo, diferenciação e especialização, associado a meio – células vizinhas e presença de substratos metabólicos) LESÃO CELULAR Célula submetida a um stress fisiológico ou estímulo patogênico sofre série de adaptações celulares morfológicas e fisiológicas para preservar a sua viabilidade e modular a sua função. Quando os limites de adaptação são ultrapassados segue uma seqüência de eventos chamados de injúria celular LESÃO CELULAR A injúria celular é reversível até certo ponto (depende da persistência do estímulo e sua intensidade) após sofre injúria irreversível e morte. LESÃO CELULAR •Causas Gerais de lesão celular • Hipóxia • Agentes Físicos • Agentes químicos e drogas • Agentes infecciosos • Reações imunológicas • Distúrbios genéticos • Desequilíbrios nutricionais LESÃO CELULAR E NECROSE MECANISMOS GERAIS § Quatro sistemas intracelulares são particularmente vulneráveis: § manutenção da integridade das membranas celulares § respiração aeróbica, envolvendo a fosforilação oxidativa e produção de ATP § síntese de proteínas enzimáticas e estruturais § preservação da integridade do conteúdo genético da célula. § As alterações morfológicas da lesão celular tornam-se aparentes apenas após alguns sistemas bioquímicos críticos dentro da célula terem sido perturbados. LESÃO CELULAR E NECROSE § As reações da célula aos estímulos lesionais dependem do tipo de lesão, de sua duração e sua gravidade. § O tipo, o estado e adaptabilidade da célula lesionada também determinam as conseqüências das lesões. § Processos bioquímicos importantes na mediação da lesão e morte celular: oxigênio e radicais livres derivados de oxigênio, cálcio intracelular, a perda da homeostasia de cálcio, depleção de ATP e defeitos na permeabilidade da membrana. Membrana celular Lesões reversíveis - Alteração das vilosidades (aumento da água intracelular e alterações no citoesqueleto) - Formação de figuras em bainha de mielina (figuras em impressão digital/ alteração dos componentes de membrana - lipídeos e proteínas) Lesões irreversíveis - Formação de bolhas na superfície (destacamento da membrana do citoesqueleto) - ruptura (enfraquecimento decorrente da redução da síntese protéica e e alteração nos ácidos graxos dos fosfolipídeos) - Junções intercelulares frouxas ou desaparecem (alterações estruturais da membrana) Mitocôndrias - Condensação da matriz mitocondrial (deficiência de O2) - Tumefação mitocondrial (expansão da câmara interna leva a redução do número de cristas, que vão achatando até o desaparecimento completo - cristólise) - Grânulos eletrondensos na matriz como material flocular (formados a partir material lipoprotéico originado da destruição da membrana interna) ou cristais de sais de cálcio Tumefação mitocondrial, conservando a arquitetura das cristas, é uma lesão reversível. Perda das cristas e aparecimento de estruturas amorfas são indicativos de lesão reversível. Lisossomos Nas lesões reversíveis, ocorre apenas tumefação, mas sem modificação na permeabilidade para as hidrolases. Quando a lesão celular é irreversível (morte celular), as enzimas lisossômicas são liberadas no citosol. Contudo a morte celular pode ser desencadeada pela liberação de enzimas lisossômicas nas células fagocitárias que englobam cristais de sílica ou de urato, os quais perfuram o fagolisossomo e liberam suas enzimas no citoplasma. Retículo endoplasmático liso Nas lesões reversíveis ocorre dilatação das cisternas e a proliferação induzida por substâncias metabolizadas no REL, pois os sistemas enzimáticas aumentam suas atividades quando sobrecarregados com o substrato (Ex – hepatócitos de alcoólatras crônicos e de indivíduos com uso prolongado de fenobarbital – citoplasma com aspecto em vidro despolido Núcleo 1) Membrana nuclear - dilatação da cisterna perinuclear em conseqüência da expansão isosmóstica da célula. - espessamento da membrana interna - Invaginações e tortuosidades - Inclusões na cisterna perinuclear - variações quantitativas e qualitativas nos poros 2) Alterações na cromatina – a redução do pH intracelular induz ao aumento do espiralização da cromatina e dua sua associação com histonas, promovendo seu agrupamento junto à membrana Núcleo Nas células mortas as alterações nucleares são facilmente evidenciáveis: - Picnose = representada pela condensação nuclear que forma massas eletrodensas homogêneas - Cariorrexe = fragmentação nuclear - Cariólise = digestão da cromatina e perda de sua densidade eletrônica Lesão REVERSÍVEL LESÃO ISQUÊMICA E HIPÓXICA: Seqüência simplificada de eventos e alterações ultra- estruturais HIPÓXIA � Tensão do O2 intracelular Perda de fosforilação oxidativa pela mitocôndria � produção de ATP (fonte energia) Descolamento dos ribossomos do RER � Glicólise anaeróbica (gera ATP a partir do glicogênio) Distúrbio da regulação do volume celular pela membrana citoplasmática Depleção de glicogênioAcúmulo de ác. lático Edema celular � pH intracelular Dilatação do RE� Mitocôndrias aglomeração cromatina Lesão IRREVERSÍVEL 1.Grave vacuolização das mitocôndrias 2.Extenso dano à membrana celular 3.Tumefação dos lisossomos Grande influxo de Ca++ Lesão às membranas lisossômicas Perda de proteínas e enzimas Vazamento de suas enzimas para o citoplasma e ativação das hidolases Perda de metabólitos Digestão enzimática dos componentes celulares e alterações nucleares Vazamento das enzimas celulares para espaço extracelular e entrada de macromoléculas na célula Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial Lesão REVERSÍVEL LESÃO ISQUÊMICA E HIPÓXICA: Seqüência simplificada de eventos e alterações ultra- estruturais HIPÓXIA � Tensão do O2 intracelular Perda de fosforilação oxidativa pela mitocôndria � produção de ATP (fonte energia) Descolamento dos ribossomos do RER � Glicólise anaeróbica (gera ATP a partir do glicogênio) Distúrbio da regulação do volume celular pela membrana citoplasmática Depleção de glicogênio Acúmulo de ác. lático Edema celular � pH intracelular Dilatação do RE� Mitocôndrias aglomeração cromatina Lesão IRREVERSÍVEL 1.Grave vacuolização das mitocôndrias 2.Extenso dano à membrana celular 3.Tumefação dos lisossomos Grande influxo de Ca++ Lesão às membranas lisossômicas Perda de proteínas e enzimas Vazamento de suas enzimas para o citoplasma e ativação das hidolases Perda de metabólitos Digestão enzimática dos componentes celulares e alterações nucleares Vazamento das enzimas celulares para espaço extracelular e entrada de macromoléculas na célula Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial Morfologia da lesão celular reversível 1- Alteração gordurosa Coração, fígado, rim (alcolismo, diabetes, deficiência nutricional, obsidade e envenenamento) 2- Alteração hialina Acúmulo não específico de material proteináceo 3- Acúmulo de pigmentos exógenos Pulmonar (carbono, silica e ferro) Chumbo (plumbismo Prata (argiria) 4- Acúmulo de pigmentos endógenos Melanina Bilirrubina (anemia hemolítica, obstrução biliar, doenças hepáticas) Hemossiderina (derivado da ferritina – hemossiderose local, sistêmica e hemnocromatose) Lipofuscina 5- Calcificação patológica Calcificação metastática (causada por hipercalcemia – hiperparatireoidismo, tumores osteolíticos) Calcificação distrófica (tecido previamente lesado – áreas de trauma, tuberculose, cicatrizes em valvas cardíacas e lesões ateroscleróticas – não é causada por hipercalcemia, - cálcio sérico está em concentrações normais)
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