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Aula 1 biomedicina estética

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DESCRIÇÃO
Introdução à Biomedicina Estética com base no conhecimento dos requisitos da habilitação e nas atribuições do biomédico na Saúde Estética.
PROPÓSITO
Conhecer o regulamento para o exercício da Biomedicina Estética, as atribuições profissionais e as substâncias que podem ser prescritas para fins estéticos permite que o biomédico esteta compreenda suas atividades para a execução delas com segurança e qualidade.
OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever o regulamento da Biomedicina Estética bem como os conceitos de ética e biossegurança.
Módulo 2
Explicar a regulamentação da prescrição para fins estéticos
INTRODUÇÃO
Já é um senso comum que o biomédico dedica a sua vida profissional a entender cada vez mais as causas de doenças e suas possíveis curas, o desenvolvimento de vacinas e as análises clínico-laboratoriais. Mas você sabia que existem outros campos de atuação, além dos laboratórios de pesquisa e análises clínicas, como, por exemplo, a Biomedicina Estética? A Estética é um ramo importante da Biomedicina, e sua procura aumentou drasticamente na última década. Isso se deve a alguns fatores, dentre eles, a disponibilidade de novas substâncias e métodos efetivos, a maior consciência de saúde/bem-estar e o envelhecimento tardio de grande parte da população. Além disso, o aumento da demanda faz com que um número cada vez maior de profissionais da área se dedique a essa especialidade, expandindo-a. Contudo, como a maioria dos métodos e substâncias pode estar associada a eventos adversos, é extremamente necessária uma fundamentação científica nesta área. Neste tema, vamos aprender quando a Estética se tornou uma das possíveis habilitações do biomédico; quais as suas atribuições e substâncias que podemos utilizar; as noções de biossegurança e as questões éticas voltadas para esta atividade, para que possamos atuar na área com destreza e sempre com segurança.
MÓDULO 1 
Descrever o regulamento da Biomedicina Estética bem como os conceitos de ética e biossegurança
ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO ESTETA
A Biomedicina Estética é uma das 31 possíveis habilitações que o biomédico pode obter e tem como objetivo principal desenvolver e aplicar os tratamentos para as diferentes disfunções associadas à pele e a seus anexos, ao tecido subcutâneo e ao metabolismo como um todo. O biomédico esteta vem sendo cada vez mais reconhecido. Porém, para o exercício das atividades inerentes a essa área, como a realização de procedimentos estéticos, o profissional deve ter a graduação em Biomedicina. Além disso, ele precisa estar devidamente habilitado em seu Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), conforme falaremos mais à frente. Mediante o cumprimento dos critérios necessários à obtenção da habilitação em Biomedicina Estética, o profissional então se tornará apto a trabalhar na área. Agora, falaremos detalhadamente sobre essa habilitação tão procurada!
Vamos lá?
Histórico da Biomedicina Estética
A Biomedicina surgiu no Brasil em 1966, na Escola Paulista de Medicina, em São Paulo, e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Desde então, sofreu diversas modificações em sua grade curricular, garantindo cada vez mais a alta qualificação dos seus profissionais. 
Durante muitos anos, o curso foi conhecido principalmente por suas habilitações “carro-chefe”, que são as análises clínicas e a pesquisa/docência. Porém, devido, provavelmente, à saturação do mercado e às vantagens salariais, novas atividades têm se destacado, como o caso da Biomedicina Estética. Hoje, observamos um cenário que vem se modificando, onde o profissional não está apenas por trás da bancada, mas também no consultório. 
O surgimento da área Estética para os biomédicos iniciou graças às iniciativas da Doutora Ana Carolina Puga. Vamos conhecer a história desse grande feito para a comunidade biomédica?
A Doutora Ana Carolina formou-se em 1996, pelo Centro Universitário de Mauá. Após anos trabalhando com hemoterapia, percebeu que a Estética poderia ser uma área muito bem explorada pelos biomédicos, visto que a grade curricular do curso é compatível para a execução dessa função. Assim, ela deu início à busca de informações necessárias para a criação de um projeto para apresentar ao Conselho Federal de Biomedicina (CFBM).
Inicialmente, o projeto baseava-se na conscientização dos profissionais da saúde sobre a capacidade do biomédico em atuar na Estética, sendo apresentado em plenária do CFBM, na data de 10 de outubro de 2010 em Recife, Pernambuco. O projeto foi votado e aprovado por unanimidade pelos membros do conselho presentes. Já sabendo da necessidade que os biomédicos apresentariam em ter uma instituição que defendesse os direitos e anseios da classe, foi apresentada, junto ao projeto, a proposta da criação da Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética (SBBME), que também foi aprovada pelos membros da Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM). Assim, no dia 22 de fevereiro de 2011, foi publicada a resolução da Biomedicina Estética, a nova habilitação biomédica! Por esse grande feito, a Doutora Ana Carolina ficou conhecida como “mãe” da Biomedicina Estética.
Ao longo dos anos, a SBBME esteve e vem se envolvendo em diversos projetos de apoio aos profissionais, tais como a inclusão de novos procedimentos estéticos ao rol de atividades permitidas ao biomédico esteta, a participação na luta contra o Ato Médico, dentre outros processos que sejam contrários aos direitos do biomédico na Saúde Estética.
Apesar de ter sido reconhecida há menos de dez anos, a Biomedicina Estética tem conquistado grande espaço no país. Esse crescimento se deve ao aumento da procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos, que pode ser associado ao fato de as pessoas mais jovens estarem buscando tratamentos menos invasivos e preventivos para elevação da autoestima, além da busca incessante pelo padrão de beleza determinado atualmente pela sociedade.
Em 2016, um dado divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) demonstrou que a procura pelos tratamentos estéticos não cirúrgicos (toxina botulínica, preenchimentos, peelings, por exemplo), entre os anos de 2014 e 2016, aumentou cerca de 390% (VIDALE, 2017). Já imaginou os resultados quando uma análise mais recente for realizada? Com toda certeza o número será bem superior.
Outro fator que contribui para a curva crescente da área é a maior qualificação e disponibilidade de especialistas que realizam esses procedimentos chamados de minimamente invasivos. Dentre esses profissionais, estão os biomédicos, que, por apresentar alta capacidade técnica e científica, estão aptos a desempenhar a função com maestria. Durante a graduação, o biomédico é provido de muito conhecimento, experiência e estudo. Esse profissional possui amplo conhecimento de anatomia, fisiologia, patologia, bioquímica, imunologia, dentre outras disciplinas que, aliadas ao conhecimento do processo de envelhecimento cutâneo e de disfunções estéticas corporais e faciais, torna-o capacitado para atuar com procedimentos estéticos minimamente invasivos e não cirúrgicos.
Regulamentação, requisitos e atribuições da habilitação em Biomedicina Estética
O CFBM, por meio da Resolução nº 197, publicada em 21 de fevereiro de 2011, regulamentou a atuação do profissional biomédico na Saúde Estética, assim como atribuiu a esse profissional a responsabilidade técnica de empresas que executam atividades para fins estéticos.
Representação de uma habilitação em Biomedicina Estética.
Para atuar na profissão, o bacharel em Biomedicina pode pleitear sua habilitação em Estética desde que cumpra o requisito mínimo de 500 horas de carga horária de estágio supervisionado preconizadas pelo CFBM, em centros ou clínicas de estética para adquirir experiência e vivência clínica.
O biomédico também pode obter a especialidade em Estética por meio de uma pós-graduação lato sensu na área com, no mínimo, 360 horas de atividade prática comprovada; por uma prova para obtenção de título de especialista de acordo com normas vigentes da ABBM; ou ainda, por meio do Certificado de Residência Biomédica,ofertado por Instituição de Ensino Superior (IES) devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), de acordo com normas e Resoluções de números 169 e 174, do CFBM. Além de toda a grade curricular básica, para a prática da Biomedicina Estética, o profissional deverá preencher critérios de especialização previstos na Resolução CFBM 200/2011. Tais requisitos vêm dispostos no artigo 3º, que descreve aqueles necessários para a habilitação provisória em Biomedicina Estética, que são:
a) Eletroterapia; sonoforese (Ultrassom Estético); Iontoforese; Radiofrequência Estética
b) Laserterapia; Luz Intensa Pulsada e LED
c) “Peelings” químicos e mecânicos
d) Cosmetologia
e) Carboxiterapia
f) Intradermoterapia
g) Certificados de participações em congressos e/ou eventos na área de Saúde Estética
h) Declaração de matrícula com a devida carga curricular em curso de pós-graduação em Estética
i) Comprovante de experiência na área de Saúde Estética, com o mínimo de um (01) ano de atuação como: Contrato Social da Empresa em exerce e/ou exerceu esta atividade; Carteira de Trabalho devidamente assinada; Contrato de Prestação de Serviços devidamente registrado em cartório e/ou com firma reconhecida
Quanto aos requisitos necessários para a habilitação definitiva em Biomedicina Estética, de acordo com o artigo 5º, o profissional biomédico deverá atender a um ou dois dos quesitos exigidos no artigo 3º acima mencionado e apresentar junto com o seu requerimento (CFBM, 2011): certificado e/ou diploma com título de especialista em Estética, obtido ou reconhecido pela ABBM e/ou certificado de pós-graduação, em conformidade com Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e demais determinações e normas estabelecidos pelo Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – Ministério da Educação (MEC).
O profissional biomédico deve ser preparado em sua graduação e, de preferência, especializado em pós-graduação lato sensu para assumir tal tarefa, visto que atuará de modo a intervir no organismo.
O biomédico esteta irá se limitar às técnicas injetáveis, escarificantes ou perfurocortantes, minimamente invasivas. São exemplos desses procedimentos: preenchimentos dérmicos, aplicação de toxina botulínica, esclerose de microvasos, microagulhamento, aplicação de substâncias via intramuscular/intradérmica/subcutânea. Logo, procedimentos como bichectomia (remoção da bola de Bichat ou corpo adiposo da bochecha); alectomia (cirurgia das asas nasais) e blefaroplastia (cirurgia que melhora o aspecto das pálpebras superiores e inferiores), amplamente comentados na atualidade, não podem ser realizados por biomédicos estetas, apenas por médicos e/ou cirurgiões dentistas.
Substância injetável. 
Quais são os documentos exigidos para o registro dessa habilitação profissional?
Para adquirir a habilitação em Biomedicina Estética, o formando deve apresentar ao CRBM da sua região originais e cópias dos documentos de identificação individual e foto, além de preencher um requerimento que constará a especialização profissional. Também deverão ser entregues o histórico escolar, com a devida área do estágio supervisionado, e o certificado de conclusão do curso.
Para os profissionais biomédicos, para inclusão da habilitação em Estética, é necessário apresentar junto ao Conselho, além dos documentos acima citados, um dos seguintes: certificado de conclusão de pós-graduação em Biomedicina Estética; certificado de aprovação na prova para obtenção de título de especialista ou Certificado de Residência Biomédica, conforme comentamos mais acima.
Quanto às atribuições profissionais, foi publicada em 2012 uma Normativa (01/2012) que dispõe sobre o rol de atividades de competência dos biomédicos. Essas atividades englobam todas que já abordamos acima, que estão contidas na Resolução 200/2011 do CFBM, além da aplicação da toxina botulínica e dos preenchimentos absorvíveis.
COMO OBTER A HABILITAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA? QUAIS PASSOS DEVO SEGUIR?
Código de ética e biossegurança aplicados à Biomedicina Estética
Antes de começarmos, é importante relembrar o que é um Código de Ética: conjunto de regras que englobam toda a responsabilidade profissional, ou seja, seus direitos e deveres.
Quando pensamos na área da Estética, por ser intimamente relacionada ao corpo e à aparência, a forma mais atrativa de vender os procedimentos seria utilizando a propaganda dos serviços, divulgação de fotos, ou registros dos momentos em que são realizados os procedimentos estéticos. Porém, existe uma conduta correta que precisa ser seguida.
Você deve estar se perguntando como isso poderia ser feito, não é mesmo? É possível hoje realizar divulgações em redes sociais sem denegrir a ética da profissão!
De acordo com o capítulo V do Código de Ética da profissão (Resolução nº 330, de 5 de novembro de 2020), que discorre sobre os limites para divulgação e propaganda da atividade biomédica, algumas regras precisam ser obedecidas, caso contrário, os profissionais podem estar cometendo infrações passíveis de penalidades. Veja os artigos 8º e 9º (CFBM, 2020):
“Considera-se propaganda, publicidade ou anúncio, qualquer divulgação relativa à atividade profissional oriunda ou promovida pelo profissional biomédico, independentemente do meio de divulgação.
I- A participação do profissional biomédico na divulgação de assuntos de seu âmbito profissional deve-se pautar pela prévia condição de conteúdo que apresente evidências científicas, visando primordialmente o esclarecimento e a educação da população, além do interesse público, vedada a autopromoção, a prática enganosa, abusiva ou em desacordo aos direitos do consumidor;
II- É obrigação do profissional biomédico observar os princípios éticos de sua profissão na publicidade, propaganda ou anúncio, em especial no campo dos procedimentos assistenciais;
III- O profissional biomédico, responsável legal/administrador e/ou Responsável Técnico por estabelecimento, de igual forma torna-se responsável pela publicidade, propaganda e/ou anúncio que a Pessoa Jurídica realizar.”
Art. 9º Na propaganda, publicidade ou anúncio individual ou coletiva, deverão constar: a) nome do biomédico, da pessoa jurídica e seus respectivos números de inscrições no Conselho; b) habilitações devidamente registradas; c) títulos do profissional; d) endereços e horários de trabalho;
Atualmente, com a ampla utilização das redes sociais, o uso desses meios de comunicação para divulgação de serviços estéticos acaba sendo convidativo para que os profissionais apresentem suas atividades e então se autopromovam. Entretanto, é preciso estar atento às questões éticas para que não haja infrações.
De acordo com o artigo 10º, o biomédico poderá divulgar autorretratos (“selfies”), acompanhado ou não do paciente, desde que este tenha assinado o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Esse termo deverá ainda ser obrigatoriamente enviado ao CRBM via digital, sob responsabilidade exclusiva do Responsável Técnico – RT.
Sobre a divulgação de procedimentos e o famoso “antes e depois”, devemos seguir as orientações contidas no capítulo V do Código de Ética, artigo 10º:
“IV - Publicar imagens e resultado final de procedimentos, salvo nos casos onde houver, além do TCLE para esse fim, os seguintes dizeres constantes na descrição ou legenda da peça publicitária: "Esta imagem não representa, em hipótese alguma, garantia de resultado. Cada ser humano tem características anatômicas e fisiológicas únicas";
V - No caso de divulgação de imagens relativas aos procedimentos, conhecidos como "antes" e "depois" deverá constar legenda nas imagens contendo a seguinte informação autorizada em TCLE: "divulgação autorizada pelo usuário".
A propaganda deve obedecer à orientação educativa do público-alvo, e, levando em consideração o cunho científico, é interessante também a divulgação de fotos publicadas em artigos científicos relacionados.
De acordo com o artigo 11º (CFBM, 2020), torna-se ainda proibida a divulgação de quaisquer elementos que possam identificar o paciente, além deanúncios de valores de serviços e/ou modalidade de pagamento; promover publicidade enganosa, dentre outros itens. Como você pode notar, o Código de Ética é um documento extenso e rico em detalhes. Nesse momento, o importante é conhecer alguns pontos que se aplicam ao exercício da atuação na Biomedicina Estética. Porém, recomendamos a leitura do código na íntegra. O interesse por procedimentos estéticos vem aumentando nos últimos anos, exigindo grande responsabilidade e comprometimento por parte dos profissionais da área. Quando falamos em responsabilidades, não podemos deixar de pensar a respeito das medidas de biossegurança.
Símbolo da Biossegurança.
É preciso enfatizar o conhecimento dos riscos potenciais relacionados às atividades de estética, tanto para o paciente quanto para o profissional. A biossegurança em Estética surge nesse contexto em que a segurança é fundamental para as práticas e técnicas associadas à profissão. O correto manuseio de materiais biológicos, cuidados com equipamentos e superfícies, descarte e destino de materiais perfurocortantes e infectantes são algumas práticas que devemos conhecer.
Durante a execução das atividades estéticas, ocorre um contato direto entre o profissional e o paciente, o que confere uma situação favorável à transmissão de microrganismos (como vírus, bactérias etc.). Por isso, torna-se fundamental que o profissional tenha conhecimento sobre as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004) para que execute suas atividades minimizando os riscos.
Agora, vamos conhecer as principais medidas de biossegurança exigidas em uma clínica:
 Higienização periódica das mãos
Isso mesmo! É importante falarmos sobre esse método, pois, apesar de básico, são poucos os profissionais que se conscientizam sobre a lavagem correta das mãos. Nossas mãos são veículos eficientes para o transporte de agentes infecciosos.
 Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Touca
A touca é um tipo de barreira física. Deve ser descartável e precisa cobrir todo o cabelo e as orelhas, para a prevenção de contaminação por secreção, aerossóis e outros produtos. O uso da touca também evita a queda de cabelos nas áreas de procedimento. É indicado que o paciente também faça uso da touca em procedimentos invasivos.
Máscara
A máscara também é considerada uma barreira de proteção física, especialmente, contra a transmissão de infecções. Precisa ter tamanho suficiente para cobrir a boca e nariz, e ser descartável; e pode ainda ter filtro duplo. A máscara deve ser utilizada durante a execução de todo o procedimento e o processo de limpeza de ambiente e materiais. Elas devem ser trocadas com frequência, principalmente, quando houver umidade excessiva. É importante ressaltar que este equipamento se tornou ainda mais indispensável devido ao aparecimento de novos vírus respiratórios, como o SARS-COV-2.
Jaleco
É recomendando o uso de jaleco durante todo o tempo de permanência na clínica. Ideal que possua mangas longas. Pode ser de pano ou material descartável. Para uso em procedimentos invasivos, ideal que seja do tipo descartável.
Óculos de proteção
Os óculos de proteção são equipamentos que protegem a mucosa ocular. Além disso, temos os protetores faciais que protegem toda a face. Esses dois EPIs evitam a contaminação dos olhos e do rosto, respectivamente, com possíveis agentes dispersos em aerossóis, por exemplo. Eles são bastante utilizados em Estética, tanto para o profissional quanto o paciente, durante o manuseio de equipamentos de emissão de lasers. Os óculos devem possuir barreiras laterais, apresentar boa visibilidade e ser de fácil higienização, lembrando que é um equipamento de uso individual!
Luvas
As descartáveis não estéreis podem ser utilizadas em procedimentos que não envolvam risco de infecções, como o uso de Radiofrequência. Para os procedimentos críticos, como a aplicação de fios de sustentação, devem ser utilizadas luvas descartáveis estéreis. Já para a limpeza do ambiente e desinfecção de equipamentos e objetos, luvas de borracha ou látex são preferíveis.
 Limpeza e esterilização de materiais
As substâncias utilizadas nos procedimentos de limpeza e desinfecção são classificadas em
Alto
Médio
Baixo
Com relação ao processo de esterilização, o mais empregado na Estética é o físico, que compreende, principalmente, o uso de autoclave, um dispositivo em que os microrganismos são destruídos com a combinação entre temperatura alta, umidade e pressão exercidos pelo aparelho.
Atenção
É válido lembrar que a limpeza do ambiente deve ser realizada todos os dias, recomendando-se uma varredura úmida com desinfetante de baixo nível no início e ao final do uso do espaço. Caso haja presença de material biológico, deve-se realizar a limpeza da secreção com água e sabão, secagem com papel toalha descartável e em seguida aplicar o desinfetante de nível médio.
As paredes do ambiente não são consideradas fontes primárias de infecção e podem ser higienizadas com desinfetantes de médio nível semanalmente, ou quando apresentarem sujidades. Os armários e bancadas precisam ser limpos com álcool 70% a cada paciente que for atendido, bem como, as cadeiras e macas.
Atenção
É importante ressaltar que as toalhas, bem como lençóis de maca, devem ser de uso exclusivo para cada paciente. Portanto, após o término do atendimento, deve-se trocar esses itens. Além disso, entre cada atendimento, é necessário que o profissional descarte seus EPIs (luvas, touca e óculos) e os substitua por novos após lavar as mãos com sabão. Caso haja utilização de instrumentos que tenham contato com sangue ou secreções, faz-se necessário realizar a descontaminação por esterilização.
 Todos os equipamentos e objetos devem estar identificados e portando data de validade
Para garantir a qualidade do ambiente de trabalho, é importante que todos os equipamentos e objetos/produtos estejam corretamente identificados e com suas devidas datas de validade expostas. Caso algum produto esteja fora da validade, necessita ser descartado imediatamente.
Exemplos de produtos devidamente identificados.
 Manutenção periódica de equipamentos
Um dos itens mais importantes é a manutenção periódica dos equipamentos para garantirmos a segurança das nossas atividades exercidas na clínica de estética. Cada tipo de aparelho apresentará um tempo máximo de uso até a sua manutenção, que pode variar de 3 a 6 meses, dependendo do volume de seu uso.
Assim como ocorre em laboratórios de análises clínicas, para a atividade de estética, os aparelhos também estão sujeitos à fiscalização da ANVISA (realizada por técnicos que, através do uso de instrumentos de medição, irão verificar a calibração dos equipamentos). Por conta disso, é importante que o profissional biomédico esteta contrate empresas especializadas que irão realizar essa atividade e emitir um certificado de validação. A manutenção então não pode ser encarada como um gasto por parte do profissional, e sim como um investimento e cuidado!
 Procedimento Operacional Padrão (POP)
Caso você já tenha passado por um laboratório, provavelmente, deve conhecer um POP.
Assim como em laboratórios de pesquisa, os POPs também se aplicam à Biomedicina Estética!
O POP é um documento organizacional que traduz todo o planejamento do trabalho a ser executado. Em suma, é uma descrição detalhada de todas as medidas necessárias para a realização de uma tarefa. Quando trazemos para nossa atividade, um POP de um determinado procedimento estético precisa conter a listagem do material a ser utilizado, a descrição do procedimento, o modo de operação, o que pode e o que não pode ser feito, por exemplo.
Atenção
O POP tem como objetivo principal garantir a padronização e diminuir os desvios durante a execução dos procedimentos, ou seja, garantir a qualidade dos procedimentos, seja quem for o profissional que esteja o executando.
 Descarte de resíduos
O gerenciamento correto dos resíduos gerados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde é importante para garantir a qualidade da saúde coletiva e a preservaçãodo meio ambiente. Para isso, fez-se necessário o desenvolvimento de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), estipulado pela RDC da ANVISA nº306/04 e mais recentemente, a RDC 222/18. O PGRSS descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, de acordo com as suas características e seus riscos, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, à segregação, ao acondicionamento, à coleta, ao armazenamento, ao transporte, ao tratamento e à disposição final, bem como as ações de proteção à saúde e ao meio ambiente.
Atenção
É importante ressaltar que todo gerador de lixo deve implementar o PGRSS, conforme estipulam as RDCs citadas acima e a Resolução CONAMA número 358/05. O PGRSS deve obedecer aos critérios técnicos, às legislações sanitárias e ambientais e às normas locais de coleta relativos aos resíduos gerados nos serviços de saúde.
Os resíduos são divididos em cinco grupos, de acordo com as suas características físico-químicas. Na ANVISA RDC 222/18, estão definidos todos esses grupos, os quais são:
Grupo A
São aqueles com presença de agentes biológicos e que podem apresentar risco de infecção.
Grupo B
São aqueles que contêm substâncias químicas que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente. Possuem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade.
Grupo C
São os rejeitos radioativos.
Grupo D
São aqueles classificados como resíduos comuns (recicláveis e não recicláveis).
Grupo E
São os materiais perfurocortantes e todos os utensílios de vidros quebrados.
Somente após a classificação dos resíduos de saúde em seus respectivos grupos, será possível definir as próximas etapas do gerenciamento de resíduos de saúde conforme vimos acima.
Por fim, e não menos importante, o estabelecimento deve conter um responsável técnico e um Alvará Sanitário, emitido pela Vigilância Sanitária Municipal. O Licenciamento Sanitário, conforme RDC 207/2018, é o “ato legal que permite o funcionamento de estabelecimentos, constatada sua conformidade com requisitos legais e regulamentares”. O Alvará Sanitário, conforme Lei 13.317/1999, é
“o documento expedido por intermédio de ato administrativo privativo do órgão sanitário competente, contendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos sujeitos ao controle sanitário”.
Quanto à infraestrutura do estabelecimento, por se tratar de procedimento estético minimamente invasivo, deve-se seguir as regras previstas na RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002.
A seguir estão algumas normas exigidas para esse tipo de atividade:
· Altura mínima de 2 metros entre as divisórias do local
· Banheiros femininos e masculino independentes
· Paredes claras e lisas
· Piso e cortinas laváveis
· Cada sala de atendimento deve ter, no mínimo, 10 m² e possuir duas pias (uma para higienização das mãos e outra para lavagem de materiais)
Não é de competência do Conselho Regional de Biomedicina indicar o enquadramento fiscal, mas, geralmente, o estabelecimento é enquadrado no CNAE 96.02-05/02 (atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza) a partir do momento que é apresentado o comprovante de responsabilidade técnica do biomédico emitido pelo CRBM.
Atenção
É importante ressaltar que, além da inscrição do biomédico no conselho, a empresa na qual ele é responsável técnico precisa estar igualmente registrada no CRBM, e suas atividades compatíveis com a habilitação do profissional. Uma das atividades do CRBM é fiscalizar o exercício profissional, bem como as empresas em que os biomédicos são responsáveis. Além disso, para se tornar apto ao trabalho com procedimentos estéticos, o profissional deve realizar um curso de qualificação em biossegurança.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. Vimos que, para atuar na profissão de Biomedicina Estética, é necessária a obtenção da habilitação específica na área. Com relação aos requisitos necessários, qual das alternativas está correta?
Realização durante a graduação de estágio supervisionado na área com no mínimo 350 horas.
Realização de pós-graduação lato sensu
Obtenção de título de especialista de acordo com normas vigentes da ABBM.
RESPOSTA CORRETA
Por meio do Certificado de Residência Biomédica ofertada por IES reconhecida pelo MEC.
Conclusão da graduação em biomedicina já é o suficiente.
Responder
Parte inferior do formulário
Comentário
Parte superior do formulário
2. De acordo com o capítulo V do Código de Ética da profissão do biomédico, todas as afirmativas apresentam práticas permitidas no exercício da Biomedicina Estética, exceto:
O biomédico pode utilizar-se dos meios de comunicação para conceder entrevistas e palestras sobre assuntos da Biomedicina Estética.
RESPOSTA CORRETA
O profissional biomédico poderá publicar fotografia de pacientes em quaisquer veículos de divulgação, basta o paciente autorizar.
Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se ao nome do biomédico, da pessoa jurídica e seus respectivos números de inscrições no Conselho.
O biomédico somente poderá divulgar seus títulos relacionados à profissão desde que possa comprová-los.
O biomédico poderá divulgar seus endereços e horários de trabalho.
Responder
Parte inferior do formulário
Comentário
MÓDULO 2
Explicar a regulamentação da prescrição para fins estéticos
PRESCRIÇÃO EM ESTÉTICA
Regulamentação da prescrição para fins estéticos
Os profissionais da saúde, durante a sua formação, adquirem bastante conhecimento sobre o funcionamento e a fisiologia do corpo humano e as suas reações frente ao contato com as diversas substâncias. Desse modo, os biomédicos são aptos a realizar a prescrição em Estética, tanto de ativos e/ou produtos quanto de tratamentos estéticos. Devido à necessidade do uso de substâncias específicas nessa área, em 2012, foi publicada pelo CFBM a Resolução nº 214, que descrevia as substâncias cujo biomédico esteta poderia fazer uso.
Atenção
De acordo com o artigo 1º, todas as substâncias necessárias aos procedimentos realizados por profissionais biomédicos devidamente habilitados na área de Estética deverão seguir estritamente as normas descritas pelo fabricante em conformidade com a sua especialidade, e em obediência às normas estabelecidas pela sociedade científica.
O artigo 2º desta mesma resolução descreve que o profissional biomédico se torna o responsável técnico para a compra e a utilização das devidas substâncias permitidas na sua capacitação profissional.
Em 29 de maio de 2014, tivemos um avanço com a publicação da Resolução nº 241, que regulamentou a prescrição para fins estéticos pelo profissional biomédico, desde que seja devidamente habilitado na área de Biomedicina Estética. Para a redação da prescrição, seja para a aquisição de substâncias para uso em clínica seja para uso domiciliar pelo paciente, preconiza-se que a escrita deva ser clara, legível, sem rasura, e em linguagem compreensível; precisa ainda ser em letra de forma, por extenso, utilizando tinta e estar de acordo com a nomenclatura e sistema de pesos e medidas oficiais. É importante constar os seguintes itens (CFBM, 2014):
· Nome da substância ou formulação (não é permitido abreviaturas, códigos ou símbolos), forma farmacêutica e potência do fármaco prescrito.
· A quantidade total da substância, de acordo com a dose e a duração do tratamento.
· A via de administração, o intervalo entre as doses, a dose máxima por dia e a duração do tratamento.
· Nome completo do biomédico prescritor, assinatura e número do registro no Conselho Regional, local, endereço e telefone do prescritor, de forma a possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso das substâncias prescritas.
· Data da prescrição.
· A prescrição deverá seguir as instruções contidas na RDC N°67 de 08 de outubro de 2007 e demais normas regulamentadoras da ANVISA.
Saiba mais
Mais recentemente, em 2019, foi publicada a resolução nº 304 que gerou muitas polêmicas entre os biomédicos, falaremossobre ela mais à frente.
Na prática clínica, a associação da prescrição de cosméticos, suplementos, fitoterápicos e outras substâncias com propriedades terapêuticas aos procedimentos estéticos pode ser um diferencial, devido à obtenção de melhores resultados. A individualização do tratamento é uma estratégia eficaz, pois, quando o paciente percebe que está sendo cuidado de forma personalizada, a credibilidade no profissional aumenta e, portanto, os objetivos são alcançados com maior facilidade.
As substâncias utilizadas pelos biomédicos estetas em procedimentos estéticos deverão seguir estritamente os critérios preconizados pelo fabricante, mas sempre em consonância com as normas estabelecidas pelo CFBM, como veremos mais adiante.
Mas, você sabe o que seria de fato uma prescrição?
Nada mais é do que um documento com valor legal, de responsabilidade do prescritor, regido por preceitos gerais e que seja de fácil interpretação. Para a execução dessa habilidade, o profissional deve estar fundamentado em conhecimentos de Semiologia (estudo de sinais e sintomas relatados pelo paciente; no caso da Estética, para identificação de disfunções estéticas) e Farmacologia, principalmente. Existem dois tipos de prescrição, a de uso interno em consultório pelo profissional e de uso domiciliar pelo paciente.
Na orientação preconizada para a prescrição biomédica ao paciente, as seguintes etapas devem ser consideradas, em ordem:
I. Identificar as necessidades estéticas do paciente (no momento da avaliação estética).
Saiba mais
Durante a avaliação estética, o biomédico e o paciente terão uma conversa por meio da qual o profissional conseguirá identificar as queixas, as contraindicações e traçar um protocolo de tratamento ideal de acordo com os objetivos do paciente.
Avaliação estética facial.
II. Definir o plano de tratamento e prescrição do tratamento para fins estéticos, de natureza Farmacológica, Biotecnológica ou que envolvam procedimentos invasivos não-cirúrgicos para fins estéticos.
III. Redação da prescrição.
IV. Orientação ao paciente - ele deverá ser bem esclarecido sobre o uso dos produtos prescritos sem que restem dúvidas.
V. Avaliar os resultados - ao longo do tratamento, o profissional constatará a evolução dos resultados.
VI. Documentação do processo de produção e do tratamento adotado – fotos durante o tratamento, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) etc.
Substâncias que podem ser prescritas para fins estéticos
Já sabemos que estamos aptos a realizar a prescrição estética, mas, o que de fato é permitido o biomédico esteta prescrever? Encontramos a resposta para essa pergunta na Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014:
· Substâncias biológicas, como a toxina botulínica tipo A.
· Substâncias utilizadas na Intradermoterapia, são elas:
SUBSTÂNCIAS EUTRÓFICAS
Estimuladoras da diferenciação celular e da síntese de proteínas, indicadas para recuperação de áreas danificadas da pele. Exemplos: vitamina C, ácido hialurônico, trissilinol, ácido alfa lipólico, DMAE (ou dimetilaminoetanol).
SUBSTÂNCIAS VENOTRÓFICAS
Fármacos responsáveis pelos efeitos vasodilatadores e estimulantes da circulação periférica. Exemplos: benzopirona, blufomedil e pentoxifilina.
SUBSTÂNCIAS LIPOLÍTICAS
São ativos que, por meio de diferentes mecanismos de ação, possuem a capacidade de romper a gordura dos adipócitos (células do tecido adiposo especializadas no armazenamento de lipídios na forma de triacilglicerol). Exemplos: cafeína, L-carnitina e Ioimbina.
· Substâncias classificadas como correlatos de uso injetável conforme descritos pela ANVISA; preenchimentos dérmicos, subcutâneos e supraperiostal (plano de aplicação profundo, a nível ósseo), desde que sejam absorvíveis, como o ácido hialurônico. É terminantemente proibido o uso de preenchedores permanentes, como o Polimetilmetacrilato (PMMA), pois são substâncias não absorvíveis pelo nosso organismo e, por isso, apresentam grandes chances de rejeição, podendo gerar complicações como inflamações, nódulos, necrose e morte.
· Fitoterápicos, nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, bioflavonoides, enzimas e lactobacilos).
Saiba mais
Os bioflavonoides consistem em um grande grupo de metabólitos secundários da classe dos polifenóis encontrados em diversas espécies vegetais e têm função antioxidante, anti-inflamatória e podem prevenir doenças.
CONHEÇA MAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PRESCRIÇÃO NA COMPLEMENTAÇÃO DOS TRATAMENTOS ESTÉTICOS
Vale ressaltar nesse momento a importância de conhecermos bem as substâncias e os produtos que podemos manusear, a fim de minimizarmos reações adversas, erros na administração e processos alérgicos.
Exemplo
Quando trabalhamos com a cafeína, um ativo lipolítico, devemos ter em mente que esta substância é estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC), logo, não pode ser empregada em hipertensos por aumentar a frequência cardíaca. O DMAE, um ativo eutrófico, é muito utilizado para o combate da flacidez e melhora do aspecto da pele por promover efeitos tensores. Porém, sua composição baseia-se em uma substância encontrada em crustáceos, assim, deve-se evitar o uso de DMAE em pacientes que têm alergia a esses animais. Portanto, é essencial uma ficha de anamnese bem feita, no momento da consulta e avaliação estética, para que possamos traçar de maneira correta e segura o tratamento estético.
Os biomédicos também têm permissão para prescrever formulações magistrais, cosmecêuticos, dermocosméticos, óleos essenciais e fármacos de administração tópica, a saber:
Clique nas barras para ver as informações.
FORMULAÇÕES MAGISTRAIS
Fórmula não padronizada, elaborada a partir das necessidades individuais de cada indivíduo. A vantagem fundamental da fórmula magistral é a personalização do tratamento. Também é permitida prescrição de ácidos para peelings químicos, enzimáticos e biológicos, incluindo a Tretinoína (ácido retinoico de 0,01 a 0,5% de uso domiciliar e até 10% para uso exclusivo em clínica).
Aplicação de peeling magistral.
COSMECÊUTICOS
São cosméticos com substâncias bioativas com propriedades terapêuticas, porém, com concentração menor do que as contidas em medicamentos. Ex: antitranspirantes, filtros solares, produtos antienvelhecimento, produtos enriquecidos com vitaminas e minerais etc.
DERMOCOSMÉTICOS
São cosmecêuticos que penetram além da epiderme, ou seja, têm o poder de agir mais profundamente na pele.
De acordo com o artigo 8º da Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014:
“Cabe ainda ao profissional biomédico esteta a prescrição e a realização dos procedimentos que envolvam a utilização de lasers (de baixa, média e alta potência) e outros recursos tecnológicos utilizados para fins estéticos”.
Em 2019, foi publicada pelo CFBM uma nova Resolução, de nº 304, sobre a aquisição de substâncias na Biomedicina Estética. De acordo com seu artigo 1º:
“Ao profissional biomédico, será permitido a aquisição e uso de substâncias nas atividades e procedimentos na Biomedicina Estética, apenas as substâncias dispensadas de prescrição médica de acordo com as resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e regulamentadas por resoluções e normativas do Conselho Federal de Biomedicina-CFBM”.
Essa publicação gerou muitas dúvidas e inquietudes por parte dos profissionais, principalmente pela utilização do termo “prescrição médica”.
Exemplo
O exemplo mais significativo é a toxina botulínica, uma das substâncias biológicas mais utilizadas pelo biomédico esteta, que apresenta em seu rótulo o termo “venda sob prescrição médica”. Então, a dúvida logo surgiu “será que não seremos mais aptos a utilizar essa substância?”. Entretanto, analisando a lista de medicamentos de controle especial contida na Portaria nº344/98 da ANVISA, a toxina botulínica não está presente. A rotulagem de medicamentos biológicos segue as regras da RDC nº 55 de 2010, e não há base legal para que a toxina botulínica seja de uso exclusivo médico. Portanto, levando-se em consideração a Resolução nº 241/2014, que autoriza a prescrição de medicamentos biológicos, os biomédicos estetascontinuam aptos a adquirir essa substância.
Mas então por que o CFBM publicou essa resolução que gerou tantos questionamentos?
Resposta
A resposta é simples! Com certeza, você já leu na mídia alguns falsos biomédicos atuando ilegalmente na área, desonrando essa profissão, que vem crescendo a passos largos, porém, difíceis.
Exemplo
· Podemos citar um exemplo recente identificado pelo CRBM-1 (Conselho Regional de Biomedicina da 1º região) de um profissional que se intitulava biomédico esteta, mas não tinha a formação. Ele foi surpreendido em atividade, utilizando o número de inscrição no Conselho de um biomédico cadastrado. Outras infrações também foram detectadas, como substâncias vencidas e com rótulo marcado com a inscrição de um terceiro profissional biomédico, além de produtos de uso exclusivo do médico e/ou dentista, como fios de sutura e lâminas de bisturi.
· Você também já deve ter lido na mídia alguns casos de falsos biomédicos utilizando indevidamente a substância “hidrogel”, uma fibra sintética que é composta por água e poliamida para efeito preenchedor dérmico ou subcutâneo. Um caso muito divulgado ocorreu em Goiás, em que a Vigilância Sanitária local recebeu uma denúncia contra uma suposta biomédica (que não apresentava registro no Conselho), que aplicou o “hidrogel” na região dos glúteos de uma paciente, que, após 3 meses, faleceu. Esse tipo de substância pode gerar reações adversas graves e, muitas vezes, tardias, como alergias e até rejeição após alguns meses ou anos. Após investigação, foi detectado que essa suposta biomédica nem mesmo possuía formação na área da saúde. De acordo com a ANVISA, o uso dessa substância é recomendado apenas para efeitos reparadores, em pequenas quantidades, e por profissionais habilitados.
Conforme já estudamos, o profissional biomédico esteta só está apto a manusear substâncias absorvíveis, logo, compatíveis e seguras, como o ácido hialurônico, a hidroxiapatita de cálcio e o ácido poli-L-láctico. Muitos profissionais utilizam essa formação de maneira incorreta, levando a profissão a estar sempre em destaque. Esse é mais um motivo para fiscalização intensiva por parte do nosso Conselho profissional. Um dos papéis mais importantes do nosso Conselho é proteger seus profissionais. Por meio desse ato de 2019, o CFBM tornou explícita a importância de estarmos devidamente habilitados no exercício da profissão. Leia este texto da Resolução 304/2019, artigo 2º e 3º:
“Art. 2º - O profissional biomédico, no exercício da atividade da estética, obrigatoriamente deverá estar inscrito e regular junto ao Conselho Regional de Biomedicina, e devidamente habilitado na respectiva área da estética.”
“Art. 3º - Os atos praticados em contrariedade aos termos estabelecidos nesta resolução estão sujeitos à instauração do competente processo administrativo a fim de apurar o cometimento da infração ética disciplinar e aplicação das sanções cabíveis a espécie, nos termos do Código de Ética da profissão biomédica, sem prejuízo das demais determinações legais.”
Dúvidas? Sempre teremos! Mas devemos sempre agir com simplicidade e segurança nessa área. A recomendação é estudar as informações sobre todos os ativos, as indicações, como aplicar, por qual motivo aplicar e como prescrever, assim, garantimos a qualidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. Vimos que, na orientação preconizada para a prescrição estética pelo biomédico ao paciente, algumas etapas devem ser consideradas. Escolha a afirmativa que corresponda corretamente à primeira etapa.
Documentação do processo de produção e do tratamento adotado.
Redação da prescrição.
Definir o plano de tratamento e prescrição do tratamento para fins estéticos, de natureza Farmacológica, Biotecnológica ou que envolvam procedimentos invasivos não-cirúrgicos para fins estéticos.
RESPOSTA CORRETA
Identificar as necessidades estéticas do paciente.
Avaliação dos resultados.
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Comentário
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2. Resolução nº 241 de 2014, que regulamenta a prescrição pelo profissional biomédico para fins estéticos, cita substâncias permitidas, exceto:
Toxina botulínica
RESPOSTA CORRETA
Polimetilmetacrilato
Preenchedores absorvíveis
Ativos lipolíticos
Ativos venotróficos
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Comentário
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desse tema, obtemos uma visão bem ampla sobre o exercício da Biomedicina Estética no que se refere ao seu regulamento, às suas atribuições e ao comportamento ético profissional. Entendemos também a importância e aplicabilidade da biossegurança associada à Estética. Além disso, estudamos quais substâncias podem ser prescritas pelo biomédico e como essa função é importante na prática clínica.
Sabendo sobre os preceitos essenciais, agora você está apto a avançar ainda mais no mundo da Biomedicina Estética!
Acesse ainda o site da Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética (SBBME). Lá você encontra as principais legislações, informações, notícias, procedimentos estéticos que o biomédico pode realizar e ainda tem acesso a diferentes publicações na área, ficando por dentro de tudo que acontece de novo nessa habilitação. Vale a pena a visita!

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